Eu acho que o problema é a questão de dar moral ao que os criacionistas falam ou não 
Não questão de "dar moral", é de colocar as coisas tanto de um modo que seja ao mesmo tempo mais claro ao leigo, quanto menos possivelmente deturpável pelos criacionistas.
Eles dizem: deus criou o universo e criou a vida, logo evolução das espécies não existe
( E o interessante é que o ônus da prova é deles, e ainda assim se insiste em debates
)
Mas a teoria da evolução
também tem um onus da prova, ainda que já tenha sido satisfatoriamente comprovada há muito tempo. Daí podemos falar de "fato da evolução", também.
Acredito que "lei" seria um termo mais adequado se fosse um tipo de fenômeno meio "simples", menos histórico.
O que vcs estão chamando de "Teoria da Evolução" é simplesmente o que comumente se diz em fóruns de debates, eu estou falando de algo do mundo "real", o que rola na Evolution, na TRE (Trend Ecology and Evolution) entre outras 
A Evolução biológica existe e é um fato comprovado em laboratório, em campo e através de modelos teóricos (inclusive com poder de predição).
Eu não estou discordando disso.
A evolução, significando "ancestralidade comum universal", foi exaustivamente comprovada. No entanto, tem que se ter cuidado quando se coloca como sendo uma "verdade inquestionável", que é praticamente sinônimo de dogma.
A evolução
conquistou esse status de fato inquestionável, justamente pelas previsões do seu arcabouço teórico terem sido satisfeitas muito além do que deixaria margem para alguma dúvida razoável.
Isso ocorreu porque, de um vasto universo de observações teóricamente possíveis, só se observa de fato, uma ínfima fração que vai de acordo com a hipótese da evolução ser um fato.
O que é completamente diferente de uma teoria irrefutável, para a qual, toda e qualquer observação imaginável não afetaria em nada a validade da "teoria".
Se a evolução é um fato (e é), então, na prática, nenhuma observação
possivel vai refutá-la; porque as observações são necessariamente produtos desse processo de evolução.
Mas há, teoricamente, um número muito maior de hipotéticas observações "impossíveis", que são impossíveis apenas porque a evolução é um fato, mas são imagináveis, concebíveis de existir, supondo que a evolução não fosse fato. Essas observações refutariam a evolução, ou no mínimo fariam com que algo meio parecido com evolução que fosse real, tivesse que ser praticamente reconstruído do zero, aproveitando detalhes menores.
E essa é justamente a razão da evolução ter que ser tão inegavelmente aceita como fato, as possibilidades
teóricas de refutação (mas impossibilidades práticas, já que a evolução existe) serem bem mais numerosas que as de confirmação.
Se pudessemos explicar toda e qualquer coisa imaginável como sendo produto da evolução, ela seria uma porcaria de teoria, não seria melhor que dizer "deus fez", ou "foi mágica", porque esses "mecanismos" podem fazer qualquer coisa que se imagine. Não podemos, só é possível explicar com evolução um espectro consideravelmente pequeno de observações, que são justamente apenas as que de fato são averiguadas.
O exemplo do coelho é realmente relevante, no entanto abalaria mecanismos, não a Evolução em si
Aliás, acho que seria mais problema para a paleontologia e para a ontogenética do que para a evolução propriamente dita...Da mesma forma que a panspermia abalaria alguns conceitos sem no entanto mudar o fato de que a evolução existe e ocorre de fato 
Esse exemplo realmente não é muito bom, apesar de famoso. Diante de como todas as outras evidências apontam para a evolução, eu acharia mesmo mais plausível que algo como, um fenômeno físico doido de viagens no tempo, tivesse levado uma pequena população de coelhos para o cambriano de verdade. De forma similar, você também está imaginando que a história da evolução ocorreu, mas de algum modo o coelho foi parar num estrato do cambriano (o que seria até mais plausível, mas não sendo isso, sendo de fato um coelho do cambriano, ficaria com a hipótese de viagem no tempo).
Vou tentar dar alguns exemplos um pouco melhores, então. Essencialmente, os exemplos todos seriam no sentido de tornar impossível a defesa de uma única árvore filogenética para toda a vida, diferentemente do que ocorre hoje.
Se por exemplo, humanos, fossem morfologicamente similares aos outros macacos, mas tivessem um código genético (relação códon-aminoácido) totalmente diferente; como poderiam ser parentes?
Se, pelo genoma, os felinos não fossem mais similares aos caninos, mas sim aos baobás? (provavelmente com ajuda de um outro código genético, diferente dos canídeos e dos baobás, para de alguma forma contornar isso)
Se, em vez de se ter os organismos como se tem, nas classificações que temos, tivéssemos coisas como sereias, cavalos alados, macacos alados (ambos com asas de ave), uma infinidade (ou uma boa porção) de seres intermediários "errados", em vez de apenas seres meio réptil, meio ave; meio peixe, meio anfíbio; etc?
E se, somado a tudo isso, a documentação geológica e paleontológica, fosse uma bagunça, um caos, em vez de praticamente nos dar o quebra-cabeças já montado, como ocorre hoje? Se praticamente só houvessem "táxons Lázaro", aparecendo, desaparecendo por eras, depois retornando, talvez com modificações "doidas", como, uma profusão de cavalos no cambriano, desaparecendo rapidamente, e reaparecendo como cavalos alados, no cretáceo, sem nenhum outro animal meio parecido com um eqüídeo nos períodos imediatamente anteriores?
Talvez, talvez, até pudesse se imaginar um modo de haver algo levemente parecido com ancestralidade comum universal nesse cenário, mas teria que ser drásticamente diferente do que se considera ser hoje. Não se poderia adequar hipotéticas observações nesse sentido, se começassem a surgir, à teoria atual.
Como nada disso ocorre, como o universo de variações de organismos teoricamente possível é muito maior do que o de fato observado, não é algo com o qual se preocupar, na verdade, é o que confirma a evolução, o que faz dela um fato.
Se não fosse assim, se não houvesse nada que pudesse refutar a evolução (e repetindo, a maioria das observações teoricamente possíveis o faria), ela seria uma fé. Mas não é, podemos dizer que os humanos são parentes mais próximos dos chimpanzés do que das girafas ou dos papagaios, não é possível inventar qualquer filogenia que se queira e defendê-la igualmente bem.
PS.: essas observações hipotéticas não seriam necessariamente esperadas do criacionismo, mas seriam um tipo de "hipótese nula". O esperado de criações especiais não é muito diferente, de qualquer forma, uma vez que o mecanismo de invenção não prevê que as invenções sejam todas possíveis de se organizar em uma única filogenia. Seria muito razoável esperar coisas como, aves e morcegos terem ambos os mesmos tipos de asas, ou existirem apenas aves ou morcegos; ou se for para argumentar que é um ato de "criatividade", sem função, outros animais além de aves e morcegos poderiam ter as asas de ambos, sem serem no entanto classificáveis como tal pelo resto todo da anatomia, como macacos ou gazelas aladas, por exemplo. Isso apenas construindo exemplos a partir de animais já existentes, o que já tende a facilitar as coisas para o lado criacionista, uma vez que a possibilidade de seres feitos "do zero" é muito menos restrita.