eu não tenho difficuldade para entender a mensagem da biblia. Concordo, que há muitas passagens, que precisam de estudo. Mas eu acho que Deus quer justamente isto. Que estudemos a palavra. Nos pontos centrais , a biblia é clara, não há motivo para ficarem dúvidas.
Essa é de fato uma idéia muito curiosa; você acredita que Deus criou a existência e o ser humano, dotou-o da capacidade de sentir, raciocinar e discernir, não viu necessidade de incluir no pacote o conhecimento intrínseco de sua existência nem de qual seria a sua vontade... e no entanto deseja que tenhamos um interesse obsessivo por um texto que nunca foi lá muito convincente?
Muita excentricidade, sinceramente.
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Tendo decidido sobre o método de pesquisa das reivindicações dos diversos livros religiosos, você deve estudar cada um. O único livro verdadeiramente coerente, é a biblia. (...)
A Bíblia que conheço não é o que eu chamaria de um livro coerente. De fato, não chega nem perto de sê-lo. E isso apesar de ter a vantagem de ser obscuro e difícil de ler o bastante para não estar sempre claro quando cai em incoerência. Mas para começar, me diga, quem inspirou Davi a fazer o censo de Israel? O texto bíblico é incoerente nesse ponto e em muitos outros.
estas são justamente as passagens, as quais me refiro, que precisam um pouco de estudo . não vou lhe tirar este trabalho, pois é prazeroso descobrir a biblia aos poucos. Hoje temos ferramentas formidáveis a disposição. Com um clique de mouse, em poucos minutos, encontrará na internet, uma página que lhe dará uma resposta satisfatória.
Acontece que eu já tenho todas as respostas satisfatórias de que preciso em relação à Bíblia, Angelo. Em resumo, ela é um livro feito por homens e ultrapassado. Como qualquer outra escritura religiosa, só tem valor na medida em que sirva de fato para fins religiosos. E, de fato, é uma das escrituras mais pobres de que já ouvi falar. Não se compara ao Baghavad Gita, por exemplo, nem às Cartas de Shinram Shonin, para não dizer nada do Tao Te Ching.
De fato, eu diria que se por acaso houver um Deus, ele obviamente não quer que sejamos tolos a ponto de guiar nossa religião por algo tão pobre quanto meras escrituras. Elas são acessórios úteis, mas só quando temperadas com discernimento e sinceridade de propósito.
Intuitivamente todos sabemos que existe um Ser superior.
Todos quem, cara-pálida? 
Não quero ser rude, mas no duro, Angelo, isso não é verdade. Nem parte do "todos" nem a do "intuitivamente". Acredito que você esteja sendo sincero, mas está equivocado.
digo o mesmo . mesmo que não o admita, no fundo no fundo, todos sabemos que há Deus. Não conseguimos iludir nossa razão 100%.
Na boa, você está
bastante iludido. Longe de ser universal, a idéia de um Deus Criador não é sequer frequente. Mesmo entre adeptos das religiões abraâmicas, cuja doutrina
usualmente parte desse dogma, não falta quem tenha dúvidas a esse respeito.
Apesar de se afirmar muito que é preciso crer em Deus para seguir uma religião, a observação atenta dos fatos mostra que não há verdade alguma nessa crença. A necessidade de religião é comum, já a crença em Deus é um desafio mesmo para muitos que se sentem na obrigação de tê-la.
O que não deveria chocar ninguém que já tenha visto uma fotografia de um bebê acéfalo. Afinal, achar que há um Deus que QUER que essas coisas aconteçam é um completo contra-senso.
O fato de o universo ter tido um começo, indica que Deus foi a origem, pois , como explicado neste fórum, de nada, nada provém. Portanto, a probabilidade da inexistência de Deus , pode ser categoricamente excluída
Não, não pode. Essa alegação não tem substância; não sabemos como um fato que o universo teve um começo, e muito menos que se tiver tido um começo a origem teria sido divina. Isso é pura especulação metafísica, de forma alguma um fato..
Não falo de fatos que se podem provar.
Nem de qualquer outro tipo de fato. Especulações, ou mais propriamente crenças, dogmas mesmo. Mas não "fatos".
Mas a ciência hoje é quase unânime em afirmar que o universo deve ter tido um início. A segunda lei da termodinâmica é também um indício. portanto, se o universo teve um início, também teve alguem, que pôs este início a acontecer. Este alguem, só pode ser Deus.
Afirmação "quase unânime" é algo bem distinto de fato; as leis da termodinâmica são válidas para sistemas fechados, coisa que não se provou que o universo como um todo seja; e mesmo que tenha havido um início, isso de forma alguma implica em que tenha de ter havido um iniciador. Pelo contrário, essa é uma afirmação completamente arbitrária e que não chega a explicar coisa alguma. Dizer que "se houve um início, com certeza foi Deus que o fez" é simplesmente alegar crença em Deus criador. Uma opção religiosa legítima, mas completamente arbitrária, NUNCA uma verdade científica.
Só para citar uma das refutações aplicáveis: se Deus teve de iniciar a existência, qual teria sido então o início da existência de Deus? E como se pode ter certeza disso?
E mesmo que não houvesse um início, a força imensa que une os atomos deve vir de algum lugar.
Alegar qualquer outra coisa é irracional , e nenhum são raciocínio iria concordar.
Não, Angelo, de forma alguma. Irracional é achar que crenças familiares são donas da verdade só por serem familiares.
Você, como Tomás de Aquino, tem afinidade com a idéia de que se algo existe, é porque foi criado, porque "veio de algum lugar". Mas só porque você acha que tem de ser assim não se segue que seja essa a verdade.
Depois que a existência de Deus tiver sido estabelecida, então podemos questionar a autoridade da bíblia. A precisão histórica da Bíblia é incontestável. Nenhuma descoberta arqueológica contradisse até hoje o texto bíblico.
Pelo contrário, a Bíblia é bastante contestável, apesar de muitos terem tentado torná-la mais coerente com os fatos - por exemplo, criando uma cidade chamada Nazaré para que o Messias pudesse retroativamente ter vivido lá.
o simples fato de não ter muitos restos archaeológicos de uma cidade não quer dizer nada. pode haver tido inúmeros motivos para isto. 2000 anos afinal, não foi ontem.
Não me referia a não haver "muitos" restos de Nazaré; me refiro à evidência de que ela NÃO EXISTIA antes dos Evangelhos serem escritos, bem como à de que ela deva ter sido fruto de um erro de tradução a partir de "nazireu" (adepto de um conjunto de votos religiosos específico, similar ao de Sansão). De uma escritura supostamente inerrante eu esperaria um desempenho MUITO melhor do que esse.
Mesmo deixando isso de lado - até porque é realmente uma questão de pouca importância real - o fato de que há inúmeras fraudes, erros de tradução, e até mesmo doutrina imoral (apedrejar estrangeiros por trabalhar no sábado como se recomenda em Êxodo 35 e Números 15, matar prisioneiros de guerra que não sejam mulheres virgens como recomenda Números 31) não seria por acaso mais significativo ainda?
Existem mais de 14 mil manuscritos antigos da bíblia. Assim podemos ter absoluta certeza, que ela não foi falsificada.
Isso não quer dizer nada; por um lado, isso só indica que ela foi muito reproduzida, e por outro, mesmo assim já nos tempos de Constantino foi preciso selecionar partes para torná-la mais coerente.
voce acha que isto não quer dizer nada. na verdade isto é altamente significativo, pois tem manuscritos do segundo século, bastante proximo de quando os originais foram escritos.
Duzentos anos é "bastante próximo"? Isso me parece antes uma evidência de que a história está mais para uma fábula fictícia do que para um relato de fatos históricos. De fato, é evidência de que os primeiros cristãos não davam muita importância para a escritura e levaram dois séculos para ver conveniência em escrever alguma coisa - provavelmente porque até então a base do Cristianismo teria sido uma tradição puramente oral. Duzentos anos são, afinal de contas, PELO MENOS três gerações inteiras. Mais provavelmente umas sete, ou até mesmo dez. Tempo suficiente para uma doutrina religiosa perder completamente o rumo, bem como para se criar uma mitologia inteira...
isto são evidencias esmagadoras da veracidade destes escritos. Negar este fato, é apenas ser dishonésto.
Essa afirmação é ofensiva, mas não vou dar importância a ela. E sinceramente espero que você próprio também não dê. Não é o tipo de declaração que mereça ser levada a sério.