Puts, cheguei atrasado no tópico... assim nem deu tempo para eu falar besteira sobre física...
Mas, pelo que eu li, pincelaram sobre o bom e velho princípio da incerteza, mas ninguém debulhou o assunto. Então vou tirar da gaveta meus dois neurônios de ex-quase-físico e falar besteira:
O conceito do princípio da incerteza é simples:quando medimos simultaneamente o momento linear e uma coordenada de um par observável, o produto da incerteza destas duas medidas é maior ou igual a constante de Plank normalizada.
Agora em português: quando eu vou observar a posição e a velocidade de, digamos, um elétron, mesmo com instrumentos ideais, quanto melhor eu fizer a medida da posição, pior vai ser a da velocidade, e vice-versa. Por que isto?
Simples. Imagine que, se eu quisesse saber a posição de uma bola de basquete, eu tivesse que jogar uma bola de vólei nela. Obviamente, isto alteraria a posição da bola de basquete. Pois é, quando fazemos uma observação de um elétron, temos que interagir fisicamente com ele para tirar as medidas (o instrumento de edição precisa "perceber" o elétron de algum jeito físico). E qualquer energia mínima acaba por perturbar o elétron. O que gera a incerteza da medida é o próprio ato de medir, pois medir é interagir.
Obviamente, para objetos macroscópicos e nas CNTPs, isto é totalmente desprezível.
Agora, as interpretações porra louca disto devem ser vigiadas. É verdade que não podemos saber simultaneamente onde está e onde vai parar um eletrón, mas temos uma medida exata de até que precisão podemos chegar. Daí para afirmar que não podemos conhecer a realidade última do universo, o salto é meio grande. Talvez o princípio da incerteza derrube a visão determinista de mundo, mas nem disto tenho certeza.
Filosoficamente nós temos acesso apenas indireto ao mundo material, pois estamos presos em nossas sensações. Para mim, isto é um obstáculo muito maior que a constante de Planck dividida por 2pi para se conhecer a realidade