a coisa é que eu não faria, porque sinto que vai contra todo o sentido da parenthood. se não é pra obedecer à lógica evolutiva e perpetuar os próprios genes, ir de encontro à experiência transcendentalidade de se reproduzir e assegurar a imortalidade da sua linhagem, então, er, já não tem mais tanta graça.
Perpetuar os genes é um imperativo biológico, e com certeza contribui para o apelo da experiência parental... mas em qual grau é uma questão em aberto.
A seleção parental é faz parte dos animais superiores. Porém a espécie humana desenvolveu o altruísmo recíproco. Isso é demonstrado por Adam Smith, na Teoria dos sentimentos morais. Já sobre a influência individual de um organismo na espécie, essa é melhor descrita por Nietzsche, na sua teoria do gênio da espécie. Descreve assim a influênia do gênio na modificação da cultura humana, que é o ambiente que vai predispor a manifestação de comportamentos melhores, voltados ao bem estar da espécie, no caso, da humanidade.
Pessoalmente eu penso que o ser humano transpôs um limiar importante (se bem que não estou convencido de que seja o único animal a fazê-lo). As linhagens deixaram de ser necessariamente mais importantes do que a espécie - e, de fato, é importante e talvez necessário que deixem de sê-lo.
Não é somente uma intuição pessoal sua. Tem muita coisa já escrita sobre isso. Aliás, sempre temos um memes que achamos que criamos, mas depois o encontramos suas fontes, geralmente com maior embasamento e mais desenvolvido ao longo do tempo. Comigo é assim.
O que tenho visto é que questões culturais e de formação se tornam cada vez mais significativas, a ponto da preservação dos genes estar no rumo seguro para ser apenas um vestígio da história biológica na experiência parental das próximas gerações.
Seleção de parentesmo já ha muito deixou de fazer parte da espécie humana como um todo. Não de seus valores principais, em que pessoas morrem por causas, e até o meme da religião já teve o papel de unificador da espécie, evocando uma igualdade entre todos os indivíduos.