Bem, para caminharmos pelos caminhos da lógica e da razão para provarmos a existência de um ser supremo ou Deus temos que partir do principio que o nada gera o nada
Na verdade, isso não é necessário, como creio que foi mencionado no outro tópico.
Outras visões são de que, ainda que não houvesse nada "antes", esse nada não "criou" o que existia "a seguir" - isso é uma visão de certa forma auto-contraditória, porque se estamos sugerindo que o tempo teve um início, não existia um "antes", anterior a esse início, seria um início absoluto, então uma vez que se tem isso como uma possiblidade cogitada, é incompatível o raciocínio mais "clássico", corriqueiro de causa e conseqüência para explicar isso, pois implicaria num tempo anterior à existência do próprio tempo.
Fora isso, e talvez de mais fácil aceitação, há a possibilidade do universo ser infinito temporalmente (o que não necessariamente nega o big bang), ou cíclico (também infinito, de certa forma), onde se mantém as noções mais clássicas de causa e conseqüência no tempo.
sim eu sei que essa é uma argumentação clássica sei que alguns dirão que o Universo é regido pela matemática perfeita, pelas leis da física e da biologia porém seria correto atribuirmos essas leis ao simples acaso?
Eu não sei se alguém realmente atribui às leis ao acaso, como se teoricamente pudessem haver outras leis quaisquer que se imaginasse, e teve um tipo de "sorteio" que definiu as leis que de fato existem. Simplesmente se supõe que sejam propriedades dos objetos ou fenômenos, sem que tenham sido inventadas por algum tipo de cérebro misterioso hipotetizado apenas porque estamos habituados a vermos "leis" da legislação humana sendo inventadas por cérebros. É apenas uma metáfora, é uma lei no sentido de que é algo que ocorre com regularidade aparentemente inviolável, como se desejaria que fossem seguidas as leis humanas, não implicando na necessidade de alguém tê-las escrito.
O universo é tão perfeito em si e em suas leis que seria perfeitamente lógico atribuirmos a sua criação a uma inteligência superior.
O universo não é "tão perfeito", na maior parte as leis resultam apenas em um monte de espaço vazio, poeira, pedras, gás, impactos, explosões. Isso não é necessariamente "perfeito".
Não é simplesmente "lógico" atribuirmos a criação do universo a uma "inteligência superior". Não é também totalmente desprovido de lógica, mas por si só, não prova nada. A lógica existente é: "estamos aqui, nosso cantinho do universo é bastante bom para nós vivermos, as coisas funcionam; coisas que funcionam geralmente são inventadas em vez de acidentes, então o nosso canto do universo deve ter sido inventado".
Em primeiro lugar, já há muito tempo as origens dessa adequação do nosso ínfimo canto no universo à nossa existência já são entendidas sem a necessidade de se imaginar um criador, seja "local", ou para tudo. Em segundo lugar, nada sugere que fosse apenas um criador, e não vários criadores/as; isso é apenas inércia da cultura "andro"-monoteísta nessa região do planeta na nossa época, não uma conclusão lógica.
E por último, e talvez mais importante, mesmo sem saber exatamente como surgiu algo que nos parece adequado ao ponto de ser inventado, isso por si só não prova a existência de inteligência como causa; é completamente distinto ver um relógio e postular um inventor humano - algo compreensível, já que se sabe que humanos, que existem, criam relógios - e um tipo de criador ou criadores/as - que não existem apenas por existirem mentes humanas às quais seriam análogas - para todo o universo ou grande parte dele.
Se fossemos ser consistentes com essa analogia, o lógico seria imaginarmos que há um monte desses deuses, que se reproduzem como nós, e etc. Que talvez fôssemos algum tipo de aquário ou uma lembrancinha produzida em massa numa fábrica abarrotada de operários-deuses. E esse universo dos deuses por sua vez foi criado por outros deuses, e assim infinitamente.
Claro que se pode racionalizar (isso é, inventar "desculpas") para que não seja assim, se acabar logo com uns poucos deuses, os quantos se ache que pareça mais crível, mas isso seria apenas resistência psicológica a esse "fractal" que não soa bem por não ser de acordo com a maioria das origens culturais das idéias de deuses por aqui, nesse local do planeta e nessa época; não tem nada de realmente "errado" com essa conclusão.
Isso não significa que não existam um só deus supremo. Apenas demonstra que inúmeras outras "possibilidades" fantásticas podem ser defendidas com o mesmo nível de evidências com esse recurso de analogia e livre-associação.
Inclusive coisas que hoje se sabe estarem erradas, ou que a maioria das pessoas acreditam estarem erradas, como demônios serem causas de doenças e etc, ou 99% dos deuses já imaginados.
Com o advento da ciência, foi possível esclarecer diversas superstições e ter conhecimento real sobre as coisas do nosso mundo, evitando sempre "inventar" coisas além daquilo que se pode testar, simplesmente fazer analogias. Com esse nível de investigação que se mostrou até agora bastante seguro, bem mais seguro do que o "método" de revelações e dogmas, não podemos simplesmente aceitar analogias mais livres com o mesmo grau de certeza; mesmo que para algumas perguntas as respostas sejam por enquanto (talvez para sempre) "não sei", as analogias ou critérios inferiores de aceitação de hipóteses não são justificados. Poderia ser tanto que fomos criados por quinze deuses, ou que esses quinze deuses inventaram uma máquina de fazer universos, um universo-o-matic, e morreram.
Para continuarmos no caminho da lógica da existência de um Deus temos que responder a uma pergunta que a maioria das religiões não respondem pela lógica freqüente.
. Como explicar a matéria de um mundo espiritual?
Para começarmos a responder semelhantes questões temos que responder primeiramente a uma indagação, o que é ser-humano? Será que ser humano é apenas ser um conjunto de células que tem como único objetivo viver dignamente o maior tempo possível e saciar os desejos do corpo e da mente. Creio que não amigos se raciocinarmos um pouquinho mais chegaremos a conclusões interessantes, vamos-lá, muitos dizem que um mundo espiritual não seria possível pelo simples fato de que não possuiria uma matéria palpável, por acaso alguém aqui já conseguiu segurar com as mãos uma onda de rádio, a séculos atrás cientistas eram ridicularizados por falarem que a Terra era redonda, por crerem na vida microbiana, por contrariarem a gênese espontânea da matéria, bem como será que reagiríamos hoje se um cientista confirmasse a existência de vida após morte, confirmasse a existência da matéria num estado muito mais sutil do que a que conhecemos, confirmasse que somos imortais, que o corpo é um mero veículo do espírito, que o estado espiritual é o verdadeiro estado da matéria, que estamos aqui na Terra porque ela e todo o universo material denso são uma enorme escola de aprendizado e que do qual só sairemos do seu circulo de aprendizado quando aprendermos a mais sublime lição que resume todas as religiões do mundo amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que gostaria que nos fosse feito.
Ciência e Fé estão fadadas a caminharem juntas.
Na verdade, essas coisas que mencionou de modo geral não foram "descobertas" da mesma forma que está propondo existirem/terem sido descobertas almas ou deus(es).
E hipóteses muito diferentes, mas com igual grau de comprovação, podem ser inventadas. Pode ser que existam diversos deuses. Pode ser que exista vida após a morte, mas que ela não seja eterna, que os fantasmas eventualmente morram e deixem de existir, sem terem eles vida eterna e etc. Pode ser que nós é que sejamos os fantasmas de um outro "plano existencial" imaterial (ESSE era a "escola", ou a provação), e estamos vivendo os nossos respectivos céus e infernos aqui. Pode ser que sejamos o sonho de uma borboleta, ou de um sábio chinês sonhando que é uma borboleta que dorme e sonha. Etc.