Comecei em um novo emprego recentemente.E, para meu desprazer, tive a "feliz" notícia de que os proprietários e 99% dos funcionários são evangélicos.(...)
Curiosidade, em que ramo vc trabalha ?
Eu sou analista de sistemas, todo mundo sabe que sou ateu, conheço e trabalho bem com os 'política, religião e futebol não se discute', também com os espíritas, quase-espíritas e gosto-de-espíritas, com os que vão na igreja porque a patroa-noiva vai, e assim por diante.
Em geral diria que a grande maioria, inclusive os católicos, têm suas convicções e ao mesmo tempo ojeriza a toda instituição religiosa.
O único que sei que é evangélico no trabalho é uma gracinha de pessoa, não fala em religião no trabalho (eu sei porque sou observador) e é super prestativo com todos, desde o boy até o diretor da empresa.
Então realmente esse problema eu não tenho.
Eu acho que se tiver saco e estiver disposta a perder o emprego, vc deveria dizer que é ateísta (atéia me lembra a aranha, desculpe), e não permitir esse tipo de constrangimento ilegal e preconceituoso. Obviamente é um caminho onde vc vai em direção ao desgaste da relação, então teria que pensar muito antes de tomar este caminho. Seria o caminho onde você falaria a verdade, mas vc bem sabe que o preço é caro.
Outro caminho é escrever para o Hélio Schartzmann ou ainda para Max Gehringer, que fala na CBN todas as manhãs sobre gerência, administração no mundo corporativo. Talvez vc inclusive consiga que leiam ou ouçam a resposta.
Concordo em que a opção de dar a opinião que eles querem a livra de constrangimentos, mas também me parece que não é uma solução a longo prazo. Pouco a pouco seu estômago vai secretar mais bile, e um dia vc pode explodir, e usualmente isso acontece no dia errado. Como vc já experimentou outra decepção falando o que pensa, é razoável que desta vez tente preservar o seu emprego, só me pergunto até quando você conseguiria essa façanha. No momento em que começar a se destacar, você já saberia que não conseguiria subir na empresa sem participar mais do dia-a-dia com a gerência, e com isso com os proprietários. É por isso que perguntei qual é o seu ramo, capaz que no seu caso isso nunca aconteça.
Emfim, quem vai decidir o que vai acontecer vai ser um cabo de guerra entre sua bile e sua capacidade de discrição (eu também desenvolvi uma para não 'subir' para cargos gerenciais, que detesto, e não ser um humilde programador até o fim da vida).