A idéia de que um ser humano possa entender o estado absoluto da realidade sempre me pareceu engraçada, crenças à parte. Quem é esse tal absoluto para sentir tanta obrigação para conosco? 
Eu acho que para entender o Absoluto, o individuo tem que deixar de ser apenas humano.
O que é o ser humano? É um complexo de corpo, mente, sentidos, percepções, ego e consciência, e isso é o não-eu segundo o budismo certo?
Então o que é o Eu? Não é o corpo, nem as sensações, nem as percepções, nem o ego e nem a consciência.
Não é isso que o Buda ensina?
O Atman, etmologicamente pelo menos, é exatamente o que Anatta / Anatman NÃO é.
Isso, mas o Atman ser diferente do Anatman não nega a existência do Atman.
A grande diferença entre Atman e Anatman é que um nega a essência pessoal e outro a afirma
- o que, como qualquer outro dualismo filosófico, é completamente artificial.
Mas que dualismo? O Vedanta afirma que a Realidade é não-dual, o Atman é Brahman, então continuo não vendo contradição alguma entre o budismo e o vedanta.
Exemplo:
The soul or the self (Atman) is identical with Brahman. It is not a part of Brahman that ultimately dissolves into Brahman, but the whole Brahman itself. Now the arguers ask how the individual soul, which is limited and one in each body, can be the same as Brahman? Adi Shankara explains that the Self is not an individual concept. Atman is only one and unique. Indeed Atman alone is {Ekaatma Vaadam}. It is a false concept that there are several Atmans {Anekaatma Vaadam}
O Atman único aparece como múltiplo devido à variedade de seus invólucros exteriores. Quando esses invólucros irreais se dissolvem, só o Atman existe. Que o homem sábio, pois, se devote à realização do nirvikalpa samadhi para que os invólucros possam dissipar-se de sua consciência.O que separa uma crença válida de outra inválida não são os conceitos básicos tanto quanto a forma como eles são desenvolvidos, com qual maturidade, lucidez e sabedoria. Por isso que os literalistas e fundamentalistas são tão nocivos em qualquer religião; eles preservam exatamente o que não faz falta...
Também concordo contigo, é por isso que se afirma que não se deve acreditar, e sim ver por si mesmo, embora eu ache que nós podemos sim, ouvindo os ensinamentos budistas por exemplo, verifica-los e aplica-los a nossa vida para que surja a sabedoria.