Autor Tópico: Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee  (Lida 39176 vezes)

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Offline Zeichner

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Re: Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #25 Online: 08 de Março de 2009, 17:02:59 »
Humberto, se vc não reparou, estou aqui pra trocar conhecimento, e gostaria que explanasse mais sobre o entreposto do jambolão e diabete tipo 2....DOISSSSSSSS...entendeu? QUANTO  as ameaças de processo, estamos ai pra o que der e vier, e te afirmo, que o dia que a ANVISA  se meter a besta de me processar ela estará me fazendo um FAVOR, pois sou eu o maior interessado em processá-los e a todo este sistema imbecil, picareta  e financista de saúde que hoje opera, pois  são SUPER-DIGNOS DE MUITOS PROCESSOS CRIMINAIS (E EU SEI MUITO BEM O QUE ESTOU FALANDO) , mas minha preocupação é estudar cada vez mais pra ajudar cada vez mais AS PESSOAS, e isto tenho feito e ajudado a milhares ..então dê a sua contribuição para esta discussão se souber do que fala, pois estou muito interessado em ciência QUE AUXILIE A HUMANIDADE, ESTA É MINHA PRIORIDADE

Todo grande problema tem uma resposta clara, simples e... errada.

Se a fé resolve-se os problemas de saúde, não teria acontecido peste negra na idade média, que, aliás, é tranquilamente tratada por um antibiótico.

Parece simples atacar a carne vermelha como o mal a ser combatido, etc., mas a verdade é que o trigo, como temos hoje em dia, transfigurado em massas, bolos, bolachas, doces, tortas, lasanhas, entre outrasm causa mais estragos para a obesidade humana que a carne.

Pra mim é tentar achar uma solução mágica para um problema, sem enxergar as diferenças que existem entre os tipos de câncer e até mesmo as diferenças de cada indivíduo. Tratamentos não são iguais para todas as pessoas, e muitas vezes os médicos precisam ir testar até conseguir resultados.

O único que acerta sempre é o doutor House, mas só no final do episódio, depois de ter quase morto o paciente uma meia dúzia de vezes.

Agora, achar que estes papos psico-auto-ajudatórios vai resolver mais que um remédio ( feito pelas mãos dos malvados capitalistas que lucram com as doenças das pessoas ) é inútil e perigoso. S


Offline Contini

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Re: Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #26 Online: 08 de Março de 2009, 18:14:29 »
Humberto, se vc não reparou, estou aqui pra trocar conhecimento, e gostaria que explanasse mais sobre o entreposto do jambolão e diabete tipo 2....DOISSSSSSSS...entendeu? QUANTO  as ameaças de processo, estamos ai pra o que der e vier, e te afirmo, que o dia que a ANVISA  se meter a besta de me processar ela estará me fazendo um FAVOR, pois sou eu o maior interessado em processá-los e a todo este sistema imbecil, picareta  e financista de saúde que hoje opera, pois  são SUPER-DIGNOS DE MUITOS PROCESSOS CRIMINAIS (E EU SEI MUITO BEM O QUE ESTOU FALANDO) , mas minha preocupação é estudar cada vez mais pra ajudar cada vez mais AS PESSOAS, e isto tenho feito e ajudado a milhares ..então dê a sua contribuição para esta discussão se souber do que fala, pois estou muito interessado em ciência QUE AUXILIE A HUMANIDADE, ESTA É MINHA PRIORIDADE

Todo grande problema tem uma resposta clara, simples e... errada.

Se a fé resolve-se os problemas de saúde, não teria acontecido peste negra na idade média, que, aliás, é tranquilamente tratada por um antibiótico.

Parece simples atacar a carne vermelha como o mal a ser combatido, etc., mas a verdade é que o trigo, como temos hoje em dia, transfigurado em massas, bolos, bolachas, doces, tortas, lasanhas, entre outrasm causa mais estragos para a obesidade humana que a carne.

Pra mim é tentar achar uma solução mágica para um problema, sem enxergar as diferenças que existem entre os tipos de câncer e até mesmo as diferenças de cada indivíduo. Tratamentos não são iguais para todas as pessoas, e muitas vezes os médicos precisam ir testar até conseguir resultados.

O único que acerta sempre é o doutor House, mas só no final do episódio, depois de ter quase morto o paciente uma meia dúzia de vezes.

Agora, achar que estes papos psico-auto-ajudatórios vai resolver mais que um remédio ( feito pelas mãos dos malvados capitalistas que lucram com as doenças das pessoas ) é inútil e perigoso. S


Senão estaríamos agora "frente" a um potencial premio Nobel de Medicina/Biologia?! Ou seria a premiação da instituição Sueca parte da conspiração médica?...
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Offline Moro

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Re: Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #27 Online: 08 de Março de 2009, 23:59:16 »
sim... as industrias farmacêuticas tem um código semelhante ao da máfia.
Todas as pessoas que sairam porque não concordavam estão mortas... foram empalados.  E incrível como os malvados cientistas deixam milhões de pessoas se estreparem... já que a cura para diabete seria apenas um comprimido mágico e não um tratamento também...

Câncer, Aids, e outras doenças não curadas são por causa dessas conspiração. Todas as doenças que foram extirpadas tiveram sua fórmula descoberta em países socialistas, que não se corrompem por dinheiro.

Pelo menos eu não sou cego nem dei a bunda...

“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline Ricardo RCB.

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Re: Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #28 Online: 09 de Março de 2009, 07:38:04 »
sim... as industrias farmacêuticas tem um código semelhante ao da máfia.
Todas as pessoas que sairam porque não concordavam estão mortas... foram empalados.  E incrível como os malvados cientistas deixam milhões de pessoas se estreparem... já que a cura para diabete seria apenas um comprimido mágico e não um tratamento também...

Câncer, Aids, e outras doenças não curadas são por causa dessas conspiração. Todas as doenças que foram extirpadas tiveram sua fórmula descoberta em países socialistas, que não se corrompem por dinheiro.

Pelo menos eu não sou cego nem dei a bunda...


[teoria da conspiração]

E esqueceu das doenças que elas criam para manter o mundo sobre controle. É a maligna conspiração Farmacêutica-Ateísta-Illuminati-Satanista-Financista-Carnívora-Midiática controlando o mundo.

[/teoria da conspiração]
« Última modificação: 09 de Março de 2009, 07:43:38 por Ricardo RCB. »
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Donald Kendall

Offline Orbe

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Re: Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #29 Online: 09 de Março de 2009, 13:46:19 »
sim... as industrias farmacêuticas tem um código semelhante ao da máfia.
Todas as pessoas que sairam porque não concordavam estão mortas... foram empalados.  E incrível como os malvados cientistas deixam milhões de pessoas se estreparem... já que a cura para diabete seria apenas um comprimido mágico e não um tratamento também...

Câncer, Aids, e outras doenças não curadas são por causa dessas conspiração. Todas as doenças que foram extirpadas tiveram sua fórmula descoberta em países socialistas, que não se corrompem por dinheiro.

Pelo menos eu não sou cego nem dei a bunda...


[teoria da conspiração]

E esqueceu das doenças que elas criam para manter o mundo sobre controle. É a maligna conspiração Farmacêutica-Ateísta-Illuminati-Satanista-Financista-Carnívora-Midiática controlando o mundo.

[/teoria da conspiração]

Esqueceu dos reptilianos.
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Ricardo RCB.

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Re: Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #30 Online: 09 de Março de 2009, 14:00:30 »
sim... as industrias farmacêuticas tem um código semelhante ao da máfia.
Todas as pessoas que sairam porque não concordavam estão mortas... foram empalados.  E incrível como os malvados cientistas deixam milhões de pessoas se estreparem... já que a cura para diabete seria apenas um comprimido mágico e não um tratamento também...

Câncer, Aids, e outras doenças não curadas são por causa dessas conspiração. Todas as doenças que foram extirpadas tiveram sua fórmula descoberta em países socialistas, que não se corrompem por dinheiro.

Pelo menos eu não sou cego nem dei a bunda...


[teoria da conspiração]

E esqueceu das doenças que elas criam para manter o mundo sobre controle. É a maligna conspiração Farmacêutica-Ateísta-Illuminati-Satanista-Financista-Carnívora-Midiática controlando o mundo.

[/teoria da conspiração]

Esqueceu dos reptilianos.

Droga, eu faltei na última reunião e esqueci deles. :D
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Donald Kendall

Offline HFC

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Re: Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #31 Online: 09 de Março de 2009, 19:51:40 »
Humberto, se vc não reparou, estou aqui pra trocar conhecimento, e gostaria que explanasse mais sobre o entreposto do jambolão e diabete tipo 2....DOISSSSSSSS...entendeu?

Diabete tipo 2 tem seu quadro evolutivo, geralmente definido pelo tempo de vida do paciente com a doença e idade inicial do surgimento da patologia. O jambolão é conhecido cientificamente por ser hipoglicêmico e por estimular céluas produtoras de insulina, quando estas funcionam. Pode ser sim, um excelente auxílio no tratamento, mas não é cura, mesmo para um diabético tipo 2. Deixe isso sempre claro aos colegas seus a quem vc "recomenda pessoalmente"  o uso, com a devida reserva.(espero que seja só isso, e que vc não se adjudique prescrição ou indicação de receituário, ainda que sejam "naturais")
 
Há pouco mais de dois anos médicos estabeleceram um algoritmo de tratamento para a diabetes tipo 2. Plantas com capacidade hipoglicêmica são uma excelente ajuda - talvez menos invasiva que medicamentos. A grande questão aqui é que para diabetes tipo 2, a solução é tratamento -acompanhamento médico e informação ao paciente (ou/e a familiares). Acho perigoso indicar tratamentos hipoglicêmicos a determinados grupos de pessoas (idosos com idade superior a 75 anos, ou com lucidez reduzida). 

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QUANTO  as ameaças de processo, estamos ai pra o que der e vier, e te afirmo, que o dia que a ANVISA  se meter a besta de me processar ela estará me fazendo um FAVOR, pois sou eu o maior interessado em processá-los e a todo este sistema imbecil, picareta  e financista de saúde que hoje opera, pois  são SUPER-DIGNOS DE MUITOS PROCESSOS CRIMINAIS (E EU SEI MUITO BEM O QUE ESTOU FALANDO) ,
Não será a ANVISA o órgão competente para isso. Será o MP mesmo. Tenha toda liberdade de processá-lo. Não sei se vc vai ter qq sucesso. Mas a vida é sua mesmo. Posso ser até seu advogado, mas aviso que sua chance de sucesso será mínima.

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mas minha preocupação é estudar cada vez mais pra ajudar cada vez mais AS PESSOAS, e isto tenho feito e ajudado a milhares ..então dê a sua contribuição para esta discussão se souber do que fala, pois estou muito interessado em ciência QUE AUXILIE A HUMANIDADE, ESTA É MINHA PRIORIDADE
Pelo que sei, pesquisas já são feitas nas universidades e centros de pesquisa. Não vejo contribuição leiga no caso ... Informe as revistas de diabéticos ou de endocrinologistas para ver se elas aceitam, ou se toda a sua alegação não é só venda de marketing ...
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Offline Contini

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Re: Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #32 Online: 09 de Março de 2009, 19:55:02 »
Pelo menos a "troca de conhecimento" solicitada pelo Sodré aconteceu... do Humberto para ele...   bom, na verdade foi meio unilateral!! ::)
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Offline Gomésio Bautizta

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Re: Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #33 Online: 16 de Abril de 2009, 12:21:32 »
Citação de: Sodré
Apostamos mais numa idéia de ideologia dominante do sistema  , como elementos como  tradição cientifica muitas vezes resistente a conceitos holisticos da medicina alternativa e oriental
|(

Parei de ler nessa parte. Medicina oriental, holística, alternativa ou qualquer pataquada dessas não são só besteiras pseudo-científicas pra irritar quem faz ou gosta de ciência de verdade, também podem MATAR pessoas, e justamente aquelas que mais precisam de tramentos convencionais e que efetivamente trazem resultados.

Só um exemplo em um texto muito bom que lí ontem: Quando um governo embarca em pseudo-ciência

Abraços de um novato!
"Nunca atribua à malícia o que pode ser adequadamente explicado pela estupidez." Hanlon, outro bom barbeiro...

Offline SnowRaptor

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Re: Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #34 Online: 16 de Abril de 2009, 12:33:30 »
Seja Bem vindo. Por que não se apresenta no tópico de apresentações?
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

Offline Sodré

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #35 Online: 06 de Novembro de 2012, 02:08:42 »
http://super.abril.com.br/saude/verdades-inconvenientes-industria-remedios-622410.shtml

CONHEÇAM 10% DA CORRUPÇÃO

A reportagem da SUPER encontrou Antônio* na recepção do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Camisa social branca, sapatos engraxados, gel no cabelo e a malinha preta ao lado. Simpático e comunicativo, explicou seu trabalho ao repórter: Antônio é representante da indústria farmacêutica. Sua tarefa é levar aos médicos informações sobre remédios. Mais que isso: convencer os médicos a receitarem as marcas que ele representa.

Nessa missão, nem sempre dados científicos são suficientes: além das amostras grátis, ele leva brindes e, às vezes, convites para almoços ou ofertas de viagens a congressos com tudo pago. Bom papo também conta. "O mais importante é o relacionamento. O médico receita o meu produto porque gosta mais de mim do que de outro representante", diz ele.

Tanta proximidade pode parecer pro míscua, mas não é crime. Segundo o Código de Ética Médica, o problema começa quando, para fazer com que o médico goste mais dele do que dos outros, o propagandista propõe vantagens mais palpáveis. Dinheiro. "Se o médico ganha um cheque, ele se compromete a prescrever 3 vezes o valor em receitas de um medicamento", exemplifica Antônio. Médicos que não quiseram se identificar confirmam a prática. "Já recebi propostas de viagens em troca de prescrever remédios", diz um psiquistra. As farmácias asseguram o trato. "Há farmacêuticos e balconistas que são pagos para xerocar a receita ou anotar o nome do médico", diz Antônio. É o que eles chamam de "caderninho", escala final de um ciclo de propaganda, acordos e troca de interesses em que ganham médicos, farmacêuticos e os donos de laboratório.

Entre os profissionais de saúde, histórias como essa são tão conhecidas quanto difíceis de comprovar. Os representantes das indústrias afirmam agir dentro da lei. "Nós temos o direito legítimo de promover nossos produtos, como qualquer outro setor da economia", afirma Gabriel Tannus, presidente da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, que tem entre seus associados 8 dos 10 laboratórios que mais faturam no mundo.

Como qualquer outro setor da economia, a indústria farmacêutica visa o lucro. Nada de errado com isso, e tem dado certo: em 2008, ela movimentou US$ 725 bilhões - o Brasil faturou US$ 12 bilhões. Só a fabricação da aspirina movimenta US$ 700 bilhões por ano. Seu princípio ativo, o ácido acetilsalicílico, é considerado um dos produtos mais bem-sucedidos da história do capitalismo.

Para que isso seja possível, é preciso saber vender. "A indústria farmacêutica é tudo, menos uma instituição filantrópica", diz Fernando Italiani, autor do livro Marketing Farmacêutico. Fernando já foi gerente de marketing de laboratórios e hoje dá cursos de vendas e planejamento estratégico para funcionários de laboratórios e farmácias.

Um dos tópicos-chave de suas aulas é a fidelização dos médicos. Para Fernando, aquela tática clássica de dar brindes, viagens e inscrições em congressos já está ultrapassada. "Os médicos estão mal-acostumados. Isso já não diferencia nenhum laboratório", afirma. Fernando propõe investir em educação. "Muitos médicos não têm formação em gestão nem em finanças. Fornecer esse conhecimento é ouro. Quando eu percebi que uma viagem para a Costa do Sauípe não tinha dado certo, fiz eventos focando o conhecimento técnico. Gastei 1/3 do valor e tive o dobro do retorno." É o que Fernando chama de marketing "sustentável": mais difícil de ser copiado e com resultado garantido e prolongado.

O que acontece na indústria farmacêutica é o que acontece em qualquer grande negócio em que a recomendação de alguém é fundamental para o êxito do negócio: para que toquem sua música, as gravadoras assediam as rádios; para que falem bem de seu produto, as empresas cercam os jornalistas de regalias. É a prática conhecida como jabá. Não necessariamente a oferta de gentilezas influenciará o dj, o jornalista ou o médico. Mas convenhamos: se não servisse para nada, as empresas não gastariam com isso. Às vezes, o profissional é influenciado sem perceber. Em 2001, uma pesquisa feita com 105 médicos do Centro Médico para Veteranos de Guerra de São Francisco, na Califórnia, mostrou que 61% dos entrevistados não se consideravam influenciados pela promoção da indústria. "É difícil incutir uma consciência crítica nos médicos para que eles não se deixem seduzir por essa propaganda", diz Roberto Luiz D’Ávila, corregedor do Conselho Federal de Medicina. Quando isso acontece, a base de todo o tratamento é colocada em risco: a confiança no médico. Com o agravante de que, no limite, o que está em risco não é o dinheiro desperdiçado com um cd ruim. É a sua saúde.

Mais complicado ainda é a relação entre farmácias e laboratórios. No ano 2000 foi instaurada uma CPI dos Medicamentos que analisava, entre outras coisas, a prática da "bonificação", uma manobra acordada entre laboratório e farmácias que permite às lojas lucrar 3 vezes mais que o permitido pelo Ministério da Fazenda. A expressão "remédio bonificado" também pode ser compreendida como a comissão, em espécie ou em agrados, paga ao balconista ou farmacêutico por unidade vendida. Sabe quando o farmacêutico lhe indica um remédio mais em conta de outro fabricante? Pois bem, talvez ele não esteja interessado só em ajudar o seu bolso.

O x da questão
Os produtos da indústria farmacêutica são especialmente difíceis e caros de ser fabricados. Até um remédio chegar à farmácia, são consumidos cerca de 15 anos com pesquisa (ver infográfico) e um investimento quase 3 vezes maior que a média da indústria, segundo estudo publicado na revista Nature em 2005. É o que se chama de negócio de alto risco: de 10 mil compostos que entram para ser pesquisados, apenas um é comercializado.

É preciso ainda considerar a quebra da patente. Depois de 20 anos, qualquer empresa pode usar a fórmula, sem ter gasto um centavo em pesquisa. Como se não bastasse, em 1999 chegaram os genéricos, um concorrente desleal sob o ponto de vista dos laboratórios que investem em pesquisa: além de os seus gastos serem muito menores, eles não são submetidos aos mesmos controles de qualidade. "No caso dos genéricos, o teste é feito em um único lote. Uma vez recebida a autorização para vender, os lotes subsequentes não precisam ser analisados", diz Anthony Wong, chefe do Centro de Toxicologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. No fim das contas, quando um genérico chega à prateleira, a venda do remédio original cai cerca de 50%. Para sobreviver, é preciso mexer no preço: o antibiótico amoxicilina, por exemplo, ficou 45% mais barato desde a chegada do primeiro genérico. Não é difícil entender por que cada venda precisa ser tão batalhada.

Para não perder mercado, os grandes fabricantes de remédios passaram a produzir também os seus genéricos. Assim, saem na frente dos concorrentes e economizam na hora de promover seu produto. Lembra do homem da maleta? Ele aproveita a visita ao médico para falar também dos genéricos da sua empresa. "Nós fazemos um trabalho de fortalecimento da marca que não foca no medicamento especificamente, mas na instituição. Investimos na exposição da marca, para que ela fique na cabeça do médico", diz Telma Salles, diretora de relações externas do laboratório EMS.

Primeiro os médicos
Para ter uma ideia, de 30 a 40% de tudo o que se ganha com a venda de remédios é reinvestido em ações de marketing, a maioria destinada à classe médica. Além de conquistar a simpatia dos doutores, os representantes procuram identificar os formadores de opinião e convidá-los para dar palestras aos seus colegas falando sobre a eficácia de um novo produto.

Em 2007, o jornal The New York Times publicou um depoimento do médico Daniel Carlat contando sua experiência como garoto-propaganda de um laboratório. No ano de 2001, Carlat, psiquiatra e professor da Universidade de Boston, recebeu uma proposta da Wyeth, uma das 10 maiores indústrias farmacêuticas do mundo: discutir com médicos de sua cidade o efeito do Effexor XR, um novo antidepressivo da companhia. Ele ganharia US$ 750 por apresentação. Carlat já havia prescrito o remédio para alguns pacientes e sua avaliação era de que ele funcionava igual a outros da mesma categoria.

Decidiu aceitar a proposta e viajou - tudo pago - para um encontro de treinamento em Nova York. No hotel, recebeu um folder do encontro, convites para vários jantares e dois ingressos para um musical da Broadway. Ao voltar para Boston, apresentou o remédio durante um ano para médicos em clínicas e hospitais.

Durante esse período, Carlat aumentou em mais de 20% sua renda anual. Sentia-se muito à vontade para defender o Effexor, até que teve acesso a dados de pesquisas que mostravam uma incidência comparativamente alta de hipertensão em pessoas tratadas com a droga. Foi quando ele parou para pensar: quantos pacientes haviam sido prejudicados por sua causa?

Os conselhos de medicina acreditam que esse drama de consciência pode ser evitado se o médico manifestar o conflito de interesse antes de cada apresentação. Em outras palavras, avisar à plateia se ele ou o estudo é financiado por algum laboratório. "Isso é fundamental para uma interpretação crítica de qualquer estudo", afirma Reynaldo Ayer, da Comissão de Ética do Conselho Regional de Medicina de São Paulo. Só não está determinado o que fazer em relação ao paciente. Você já foi informado por algum médico de que ele recebe para divulgar entre colegas o remédio que está receitando para você? Ou que recebeu uma viagem de presente do fabricante? E, se fosse, continuaria acreditando nele?

Conflitos desse tipo estão presentes também entre pesquisadores, que podem ganhar centenas de milhares de dólares por ano para conduzir estudos e prestar consultoria para a indústria. Revistas e jornais científicos procuram garantir sua credibilidade acrescentando no início do estudo o nome do laboratório patrocinador, mas entendem que não dá para prescindir da grana dos laboratórios em um processo de pesquisa. "Eles são uma fonte de recursos indispensável", diz Florentino Cardoso, da Associação Médica Brasileira. Até aí, tudo bem. Só não vale omitir dados importantes, como os efeitos colaterais de um princípio ativo, para favorecer o lançamento de um produto. Foi o que aconteceu no caso do antidepressivo Paxil. Em 2004, a Glaxo Smith Kline foi processada nos EUA por não publicar informações que demonstravam que o remédio aumentava a ocorrência de pensamentos suicidas em pacientes com menos de 18 anos. Os fabricantes sabiam disso desde 1998.

Depois você
Tanto esforço destinado aos médicos tem uma explicação muito simples: a maior parte dos remédios não pode ser anunciada diretamente a você. No Brasil, a propaganda de medicamentos possui uma legislação mais rigorosa que a de outros produtos. Só os medicamentos de venda livre, como analgésicos e ácidos para indigestão, podem ser comercializados sem prescrição médica e anunciados ao consumidor. Esses remédios são responsáveis por cerca de 30% do faturamento da indústria no Brasil. Os outros 70% vêm dos "medicamentos éticos", aqueles com a advertência "Venda sob prescrição médica" e que só podem ser anunciados para os médicos.

Para o público leigo, os laboratórios usavam estratégias menos diretas, como investir na campanha sobre uma determinada doença para aumentar a demanda por medicamentos (campanhas sobre impotência, depressão, obesidade ou diabete), mas esse tipo de propaganda foi proibida pela Anvisa no ano passado. Resta usar as técnicas de marketing para tornar a imagem de um remédio mais atraente. Como aconteceu com o Prozac nos anos 80. A pílula trazia um novo princípio ativo para o combate da depressão, é verdade. Mas essa não é a única explicação do seu sucesso: depois de contratar uma agência de imagem, o laboratório Eli Lilly decidiu dar um nome de fantasia ao produto - algo sonoro, que caísse bem em qualquer língua. Parece bobagem, mas até então a maior parte dos medicamentos tinha nomes derivados dos princípios ativos, difíceis de memorizar e associados a efeitos colaterais. A chegada de Prozac transformou o batizado de um remédio em um estudo complexo: Viagra, por exemplo, é composto de "Vi", de vitalidade, e "agara", de Niagara falls, que remete a força descomunal, volume de águas incontrolável e ininterrupto, características desejadas por pacientes com disfunção erétil.

Some ao marketing o aumento do acesso ao sistema de saúde e o resultado é claro: a gente nunca tomou tanto remédio. E isso é bom. "As vacinas e os medicamentos são os principais responsáveis pelo prolongamento da nossa vida", diz Anthony Wong. Mas também há outra notícia: a gente nunca tomou tanto remédio sem precisar. A OMS estima que metade do consumo mundial é feito de forma irracional, ou seja, em dose, tempo ou custo maior que o necessário. Na lista das possíveis causas estão incluídas políticas de preços e atividades promocionais irregulares e falta de informação e educação sobre o uso correto de medicamentos.

É injusto, porém, colocar a culpa só nos laboratórios. "O aumento no consumo de medicamentos é um problema sociológico. Hoje, as pessoas buscam soluções imediatas para tudo, tendo como objetivo a felicidade", diz Wong. "E não há nada mais imediato do que um remédio."

Misturando tantos fatores de risco, uma dor de cabeça vira uma enxaqueca das bravas, bem difícil de tratar. Mas algumas iniciativas têm sido tomadas para melhorar esse prognóstico. Uma delas é a participação ativa das empresas na revisão do código que regulamenta a publicidade do setor, ao lado da Anvisa e dos Conselhos de Medicina e de Farmácia. Outra é o aumento do número de laboratórios envolvidos em ações sustentáveis e em campanhas preventivas. É um comprimidinho da receita. Pra engolir os outros é preciso uma dose de prudência e bom senso. Ou você pode se intoxicar.

338 multas foram aplicadas pela Anvisa em 2007 como punição a propagandas ilegais de medicamentos.

0,06 do montante investido em marketing pelas indústrias farmacêuticas em 2006 seria suficiente para pagar a punição.

A pílula do poder

- 61% dos médicos americanos não se consideram influenciados pelas promoções da indústria.*
- 84% deles acreditam que seus colegas, sim, são facilmente convencidos.*
- 30% de todos os casos de envenenamento registrados no Brasil em 2007 foram provocados por remédios.
- 70% das despesas do SUS decorrem da assistência às doenças que poderiam ser tratadas com mudança de comportamento.
- 70% do faturamento da indústria farmacêutica vem dos medicamentos vendidos sob prescrição médica.
- 23% dos balconistas de farmácia recebem bonificação pela venda de remédios similares**.
- 5% recebem o bônus pela venda dos genéricos**.

- Pesquisa feita com 105 médicos do Centro Médico para Veteranos de Guerra de São Francisco, na Califórnia (2001).

- Pesquisa da Anvisa feita em 1 231 farmácias de 24 estados.

 
Top de vendas
Remédios contra dor e impotência são os que mais faturam no Brasil

1. DORFLEX - Dor

2. CIALIS - Impotência

3. NEOSALDINA - Dor

4.VIAGRA - Impotência

5. LIPTOR - Colesterol alto

6. TYLENOL - Dor e febre

7. CRESTOR - Colesterol

8. DIOVAN - Hipertensão

9. YASMIN - Contracepção

10. NEXIUM - Refluxo

 
Do tubo de ensaio à cura
A busca por um novo remédio é um funil que pode consumir 15 anos de pesquisa e US$ 1 bilhão

1. Planejamento e pesquisa:

De 5 mil a 10 mil compostos são selecionados para entrar em estudo.

Duração média: um ano.

2. Testes pré-clínicos:

Cerca de 250 substâncias são selecionadas para esta etapa, onde se testa sua eficácia e a segurança em animais. Se os resultados forem bons, são feitas pílulas que passarão pelo conselho de ética.

Duração média: 5 anos.

Investimento das etapas 1 e 2: US$ 500 milhões (50% do orçamento).

3. Testes clínicos:

Os poucos remédios que passam para esta fase são testados em pessoas, para verificar segurança, eficácia, interações com outras substâncias, dosagem e efeitos colaterais.

Duração média: 8 anos.

Investimento: US$ 500 milhões (50% do orçamento).

4. Aprovação:

O laboratório solicita o registro do remédio na agência reguladora de medicamentos (no caso do Brasil, a Anvisa).

Duração média: 6 meses.

Investimento: US$ 50 milhões (5% do orçamento).

5. Comercialização:

Depois de 15 anos e cerca de US$ 1 bilhão, apenas um remédio chega às prateleiras das farmácias. No processo de distribuição ainda serão gastos US$ 150 milhões (15% do orçamento).

TEMPO DE PESQUISA - 15 ANOS

INVESTIMENTO - US$ 1 BILHÃO



Para saber mais

A Verdade sobre os Laboratórios Farmacêuticos
Marcia Angell, Record, 2007.

Origens e Trajetória da Indústria Farmacêutica no Brasil
Monica Musatti Cytrynowicz (org.), Narrativa Um, 200
Tecido mole com elasticidade em fossil datado em 66 milhões de anos DERRUBA confiança em métodos de datação radiometricos www.sodregoncalves.rede.comunidades.net

Offline Correio

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #36 Online: 06 de Novembro de 2012, 09:12:16 »
Toma cachaça que tudo quanto é doença desaparece, experiência própria. :ok:
Quando se tem pouco, pouco se tem a perder.

Offline Osler

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #37 Online: 06 de Novembro de 2012, 11:05:17 »
Essa matéria é de 2009
Esse ano foi assinado um acordo entre o CFM e as indústrias farmacêuticas, em Fevereiro.
Principais pontos:

Citar
CONHEÇA AS PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES
 
·        Organização de eventos
 
O patrocínio pela indústria será possível por contrato escrito com a empresa ou entidade organizadora.
 
O apoio da indústria não pode estar condicionado à interferência na programação, objetivos, local ou seleção de palestrantes.
 
·        Participação de médicos
 
A presença de médicos em eventos a convite da indústria deve ter como objetivo a disseminação do conhecimento técnico-científico e não pode ser condicionada a qualquer forma de compensação por parte do profissional à empresa patrocinadora.
 
As indústrias farmacêuticas utilizarão critérios objetivos e plurais para identificar os médicos que serão convidados a participar de eventos, não podendo usar como base critérios comerciais.
 
·        Sobre despesas e reembolsos
 
As indústrias farmacêuticas que convidarem médicos para eventos somente poderão pagar as despesas relacionadas a transporte, refeições, hospedagem e taxas de inscrição cobradas pela entidade organizadora.
 
O pagamento de despesas com transporte, refeições e hospedagem será exclusivamente do profissional convidado e limitado ao evento.

Fica proibido o pagamento ou o reembolso de despesas de familiares, acompanhantes ou convidados do profissional médico.

Os médicos convidados não podem receber qualquer espécie de remuneração (direta ou indireta) pelo acompanhamento do evento, exceto se houver serviços prestados fixados em contrato.

As indústrias farmacêuticas não poderão pagar ou reembolsar qualquer despesa relacionada a atividades de lazer, independente de estarem ou não associadas à organização do evento científico.

·        Brindes e presentes

Os brindes oferecidos pelas indústrias farmacêuticas aos profissionais médicos deverão estar de acordo com os padrões definidos pela legislação sanitária em vigor.

Esses materiais devem estar relacionados à prática médica, tais como:  publicações, exemplares avulsos de revistas científicas (excluídas as assinaturas periódicas), modelos anatômicos etc.

Os objetos devem expressar valor simbólico, de modo que o valor individual não ultrapasse 1/3 (um terço) do salário mínimo nacional vigente.

Produtos de uso corrente (canetas, porta-lápis, blocos de anotações etc.) não são considerados objetos relacionados à prática médica e, portanto, não poderão ser distribuídos como brindes.

·        Regras para visitação

O relacionamento com profissionais da saúde deve ser baseado na troca de informações que auxiliem o desenvolvimento permanente da assistência médica e farmacêutica.

O objetivo das visitas é contribuir para que pacientes tenham acesso a terapias eficientes e seguras, informando os médicos sobre suas vantagens e riscos.

As atividades dos representantes das indústrias farmacêuticas devem ser pautadas pelos mais elevados padrões éticos e profissionais.

Não pode haver ações promocionais de medicamentos dirigidas a estudantes de medicina ainda não habilitados à prescrição, observadas as normas do estatuto profissional em vigor.

FOnte:  http://portal.cfm.org.br/option=com_content&view=article&id=22679:assinado-acordo-com-parametros-eticos-para-relacao-medico-industria-farmaceutica&catid=3

Documento original em PDF:  http://portal.cfm.org.br/images/stories/pdf/protocolo%20cfm%20interfarma%20final.pdf

Críticas do Conselho Regional de Medicina de São Paulo:

Citar
Posição do Conselho
Cremesp critica acordo CFM-Interfarma sobre o relacionamento entre médicos e indústria farmacêutica

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) discorda do protocolo assinado no dia 14 de fevereiro pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), que aborda o relacionamento entre os médicos e a indústria de medicamentos.

Conforme deliberação da Sessão Plenária de 23/02/2012, os conselheiros do Cremesp encaminharam ao CFM as seguintes considerações:

1- O acordo representa um retrocesso ao sedimentar práticas que são eticamente inaceitáveis. Dentre outras distorções, o documento autoriza o recebimento pelos médicos de presentes e brindes oferecidos pelas empresas farmacêuticas, estipulando valores e periodicidade de difícil aferição; autoriza o patrocínio de viagens e participações em congressos e eventos sem apontar os critérios para escolha dos médicos beneficiados; submete os médicos a propagandistas de laboratórios visando, inclusive, o registro de efeitos adversos de medicamentos, tema de relevância sanitária que requer total autonomia profissional.

2- É inadequada a parceria entre um órgão federal julgador e disciplinador da classe médica e uma entidade representativa de empresas privadas com interesses particulares nas áreas de Medicina e Saúde. Cabe ao CFM normatizar o exercício ético da profissão e cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regular as práticas das empresas farmacêuticas na promoção comercial de medicamentos.

3- O relacionamento entre médicos e farmacêuticas pode influenciar, de forma negativa ou desnecessária, as prescrições de medicamentos e as decisões de tratamento. Os gastos com ações dirigidas aos médicos são repassados ao preço final dos medicamentos e têm impacto no bolso dos cidadãos e nos custos do sistema de saúde. Nenhum fator deve impedir que as prescrições sejam decididas pelos médicos exclusivamente de acordo com as credenciais científicas dos medicamentos e as necessidades de saúde dos pacientes.

4- O Cremesp solicita ao CFM que seja reaberta a discussão sobre a necessidade de revisão e de aprimoramento das normas éticas que envolvam a relação entre médicos e indústria farmacêutica.

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, 5 de março de 2012

fonte:  http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=NoticiasC&id=2407
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Hold the Door

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #38 Online: 06 de Novembro de 2012, 12:34:15 »
O fato de laboratórios tentarem "comprar" a preferência dos médicos com favorecimentos não significa que os medicamentos que eles produzem não funcionem e só sejam prescritos inutilmente pelos médicos em troca de presentes, como você quer fazer crer, Sodré. De fato, a própria reportagem deixa isso claro, em meio às críticas a prática dos laboratórios:

Citar
Some ao marketing o aumento do acesso ao sistema de saúde e o resultado é claro: a gente nunca tomou tanto remédio. E isso é bom. "As vacinas e os medicamentos são os principais responsáveis pelo prolongamento da nossa vida", diz Anthony Wong.

Aliás, se desejava sugerir a "ineficiência dos medicamentos", essa parte da própria reportagem foi um tiro no seu próprio pé, Sodré:

Citar
Do tubo de ensaio à cura
A busca por um novo remédio é um funil que pode consumir 15 anos de pesquisa e US$ 1 bilhão

1. Planejamento e pesquisa:

De 5 mil a 10 mil compostos são selecionados para entrar em estudo.

Duração média: um ano.

2. Testes pré-clínicos:

Cerca de 250 substâncias são selecionadas para esta etapa, onde se testa sua eficácia e a segurança em animais. Se os resultados forem bons, são feitas pílulas que passarão pelo conselho de ética.

Duração média: 5 anos.

Investimento das etapas 1 e 2: US$ 500 milhões (50% do orçamento).

3. Testes clínicos:

Os poucos remédios que passam para esta fase são testados em pessoas, para verificar segurança, eficácia, interações com outras substâncias, dosagem e efeitos colaterais.

Duração média: 8 anos.

Investimento: US$ 500 milhões (50% do orçamento).

4. Aprovação:

O laboratório solicita o registro do remédio na agência reguladora de medicamentos (no caso do Brasil, a Anvisa).

Duração média: 6 meses.

Investimento: US$ 50 milhões (5% do orçamento).

5. Comercialização:

Depois de 15 anos e cerca de US$ 1 bilhão, apenas um remédio chega às prateleiras das farmácias. No processo de distribuição ainda serão gastos US$ 150 milhões (15% do orçamento).

TEMPO DE PESQUISA - 15 ANOS

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Offline Sodré

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #39 Online: 06 de Novembro de 2012, 15:55:13 »
oxi..quem disse que sou contra os plagios sintéticos? eles funcionam apesar dos efeitos colaterais de qualquer concentração sintética, o que digo é que muitas intervenções não fazem parte da cultura médica, não são subsidiadas por ninguem e por nada, simplesmente porque não dão lucro. O que dá lucro é o que há no sistema: remedios, cirurgias & consignados nos hospitais, quimioterapias & remedios bem pagos pelo SUS ou planos, exames e mais exames, radioterapias ...todo mundo ganha, todo mundo investe, todo mundo recomenda bem mais. A saúde é em grande parte um faz de conta que te tratei  , uma manutenção de doentes semi-tratados, uma burocracia sem fim e uma lucratividade infinita
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Offline Contini

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #40 Online: 06 de Novembro de 2012, 16:06:23 »
Citar
o que digo é que muitas intervenções não fazem parte da cultura médica, não são subsidiadas por ninguem e por nada, simplesmente porque não dão lucro
Não dão lucro porque não funcionam... se funcionassem já teria gente comercializando.
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

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Offline Geotecton

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #41 Online: 06 de Novembro de 2012, 16:30:45 »
Eu li, no começo dos anos 2000, uma reportagem no NYT mostrando o problema nesta relação entre as grandes indústrias de fármacos e os membros da área de saúde, especialmente médicos e dentistas.
Foto USGS

Offline Sodré

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #42 Online: 06 de Novembro de 2012, 16:43:14 »
Contini, funcionam !
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Offline Barata Tenno

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #43 Online: 06 de Novembro de 2012, 17:28:03 »
Claro que funciona, a prima da colega de trabalho da irmã da minha vizinha usou e ficou curada.
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Offline Contini

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #44 Online: 06 de Novembro de 2012, 17:31:08 »
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

"Eu não tenho medo de morrer, só não quero estar lá quando isso acontecer"  - Wood Allen

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Offline Barata Tenno

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #45 Online: 06 de Novembro de 2012, 17:33:00 »
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Fabi

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #46 Online: 06 de Novembro de 2012, 19:54:48 »
Citar
o que digo é que muitas intervenções não fazem parte da cultura médica, não são subsidiadas por ninguem e por nada, simplesmente porque não dão lucro
Não dão lucro porque não funcionam... se funcionassem já teria gente comercializando.
Isso é verdade. Quando a medicina praticava essas intervenções populares a expectativa de vida era em torno de 40 anos, hoje com remédios e pesquisas médicas seguindo o método científico, a expectativa de vida é de 80 até 87 anos.
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Offline Derfel

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #47 Online: 06 de Novembro de 2012, 21:23:08 »
Fabi, não foram apenas medicações e técnicas que foram responsáveis pelo prolongamento da vida na população. Isso também foi o resultado de medidas sanitárias que foram adotadas no correr dos últimos cem anos.

Offline Derfel

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #48 Online: 06 de Novembro de 2012, 21:28:56 »
Porém, existe financiamento de técnicas alternativas no SUS. É a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares que, a despeito de algumas críticas pessoais que eu tenho, financia tratamentos como fitoterapia e acupuntura.

Offline JohnnyRivers

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Re:Uma Saída para o Câncer - Sodré / Sang Lee
« Resposta #49 Online: 06 de Novembro de 2012, 22:00:17 »
oxi..quem disse que sou contra os plagios sintéticos? eles funcionam apesar dos efeitos colaterais de qualquer concentração sintética, o que digo é que muitas intervenções não fazem parte da cultura médica, não são subsidiadas por ninguem e por nada, simplesmente porque não dão lucro...

Quais? Possuem resultados práticos mais eficientes que os métodos padrões atuais?

Caso apresente fundamentos válidos, todos nós concordaremos com você. Do contrário, é apenas achismo ou apologia à algum tipo de curanderismo, que pode levar ao charlatanismo, e que também pode levar a crimes piores.



"Que homem é um homem que não torna o mundo melhor?"

"What do we need? Where do we go when we get where we don't know?
  Why should we doubt the virgin white of fallen snow when faith's our shelter from the cold?"
- Skid Row

 

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