hehe, estou como uma bolinha de ping-pong.
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Seu volúvel!
Aqui os critérios científicos pesam muito pouco, ao meu ver. (...)
Bem dito. A seu ver.
Mas não para a comunidade médico / científica, e quer você queira ou não, felizmente é ela que pesa sim.
Ok, não sei se faria diferença, mas você entendeu mal a minha frase e,
sim, a culpa foi minha. Ao usar a forma verbal “pesam” eu tornei a frase ambígua sendo possível que se lesse “devem(deveriam) pesar” quando na verdade eu queria dizer “têm pesado”.
Então no lugar da frase quotada leia-se “Aqui os critérios científicos têm pesado muito pouco, ao meu ver (...)
E, se me permitem: parece que há um esforço para não se tocar no ponto crucial da discussão, como já disse o Herf, aí atrás, que é:
Em que termos; baseado em que evidências, trabalhos acadêmicos comparativos, etc e tal... se chegou a conclusão de que a insatisfação com o tamanho dos seios ou o tamanho do pênis são quadros clínicos absolutamente diferentes (e mais desimportantes) em relação ao quadro clínico de quem acredita profundamente que deveria ter pênis no lugar de vagina?
Porque por mais que eu me esforce eu só vejo semelhanças: alega-se que uma pessoa transexual pode sofrer fortes crises depressivas por conta de sua sensação de inadequação física; que pode perder vínculos sociais; que pode desenvolver sintomas como síndromes compulsivas, disturbios endócrinos... e que tudo isto pode acabar resultando em suicídio, comportamento patologicamente agressivo,
et cetera... eu, do alto da minha
alegada ignorância, só faço concordar; mas (raios!!!!) qual a diferença deste quadro em relação ao de uma mulher com seios tipo pêra (lindos!!!) que se sente extremamente humilhada por não ter as bolas de basquete da “mulher melão” e que por conta disso evita aproximações sexuais (temerosa de ser ridicularizada por um possível parceiro) e que em função disso se torna solitária (pelo menos do ponto de vista erótico-afetivo) e que, conseqüentemente, desenvolve surtos depressivos e sindromes compulsivas e etc e tal?
Como leigo bem abusado que sou eu aposto toda a minha fortuna (com qualquer um) na hipótese de que a diferença – tanto no que diz respeito as causas, quanto no que diz respeito ao desenvolvimento, quanto no que diz respeito às conseqüências de ambos os quadros - é simplesmente NENHUMA! Todavia eu nunca ví ninguém propor cirurgias de aumento de seios gratuitas pelo SUS.
A alegação de que implante de silicone é meramente estética não me convence; é claro que muitas mulheres que gostariam de aumentar os seios mas que não têm condições lidam bem com a impossibilidade. Mas há, sim, as que surtam por terem seios pequenos e que desenvolvem quadros clínicos graves em função disso. Para estas, entretanto, costuma-se indicar acompanhamento psicológico/psiquiátrico, não o implante de silicone gratuito.
Vamos aos fatos: o transexualismo existe, é um distúrbio reconhecido pela OMS. Critérios científicos são essenciais para enquadrar alguém como transexual partindo-se de um estudo de seu histórico de vida e dos problemas ocasionados pelo distúrbio. Não acredito que se trate de um delírio psicótico; admitir isso seria estender o critério e admitir que homossexuais também vivenciam o mesmo tipo de delírio, embora com consequências diversas.
Infelizmente (como o Luiz Souto já mencionou), é impossível separar corpo e mente e dizer que ambos existem independentemente um do outro e não influenciam a vida de um indivíduo. Sinceramente, dizer isso seria desconsiderar os potenciais prejuízos de determinados problemas psicológicos.
Lua, se uma mulher tem seios de determinado formato e simplesmente diz: “Ah, como eu gostaria de ter aqueles “melõesões” da Sabrina Sato... qualquer dia eu compro um pra mim também!” não me parece que haja evidência de nenhum distúrbio, assim também não vejo evidência de nenhuma doença num homossexual satisfeito com seus órgãos genitais de nascença e nem em um homossexual que considere trocar o pinto por um xana (ou vice-versa) quando tiver oportunidade.
Mas se uma mulher ou um homossexual decide se isolar do mundo porque seus seios não correspondem à sua individualidade ou porque seu pinto está no lugar onde deveria estar a vagina(ou vice-versa); e/ou se eles têm surtos depressivos em função disso; e/ou se eles tentam suicídio ou passam a agredir seus parentes alegando que seus “defeitos anatômicos” estão lhes tirando o controle sobre suas ações... aí temos um problema de saúde (aliás, o consenso é este mesmo: problema de saúde só com a ocorrência de tais sintomas). A questão então fica sendo só definir se o problema é exatamente com os seios pequenos ou com a existência de pênis/vagina no lugar de vagina/pênis.
Eu sei que disfunções do corpo podem afetar o psique e , ao contrário, disfunções originadas na mente podem se refletir no corpo, no balanceamento hormonal... a questão é: em uma pessoa que tem um surto que a faz acreditar que só seria completa se tivesse dois litros de seio é mais sensato tratar o surto ou dar a ela um par de seios extra-large? Acho que se o tópico fosse este seríamos unânimes em declarar correta a primeira opção e absolutamente equivocada a segunda...