Que valor terapeutico?
Células-tronco mesenquimais da placenta para o tratamento do Diabetes tipo 2
Carlos Eduardo Barra CouriCarlos Eduardo Barra Couri
Endocrinologista
Pesquisador da Equipe de Transplante de Células-tronco do Hospital das Clínicas da USP- Ribeirão Preto
Coordenador do Departamento de Novas Terapias e Biotecnologia da Sociedade Brasileira de Diabetes
É com grande prazer que venho dividir com todos um dos primeiros artigos científicos sobre terapia celular no diabetes tipo 2 (DM2). Apesar de ser de um grupo pouco conhecido da China, este grupo utilizou pioneiramente uma linhagem de células multipotenciais chamada células-tronco mesenquimais.
Como todos sabemos, o DM2 é uma interessante alvo para terapia celular, especialmente para o uso de células mesenquimais. Neste sentido, as células-tronco mesenquimais tornam-se extremamente atraentes por terem algumas características marcantes:
Possibilidade ainda não totalmente comprovada de regeneração de células beta;
Migração por quimiotaxia para tecidos inflamados;
Propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias;
Baixa imunogenicidade, pois não apresenta HLA classe 2, podendo ser infundida em indivíduos diferentes sem rejeição.
Células da placenta apresentam grande capacidade de divisão celular
Com todas estas características atraentes acima citadas, é fácil imaginarmos que com este tipo de célula poderemos vislumbrar a sua atuação tanto na resistência insulínica quanto na disfunção de células beta. Neste artigo de Jiang e colaboradores, ele mostrou dados preliminares da aplicação endovenosa sistêmica de células-tronco mesenquimais de placenta infundidas mensalmente por 3 meses na dose de cerca de 1,5 x 106 células/kg de peso. Dez pacientes diabéticos tipo 2 de longa duração em insulinoterapia se submeteram ao procedimento que se mostrou seguro e ainda mostrou importante redução nas doses diárias de insulina e elevação da função pancreática medida pelos níveis de peptídeo-C.
FontePs. Alguém aí acertou. Foi o "doutor" que falou.
