O José Saramago era ateu e teve grandes problemas em portugal por causa disso... E era prémio nobel.
Eu acho que há um enorme preconceito, gerado por ignorância mais do que por realismo, contra ateus em geral.
Eu pertenci a uma igreja evangélica baptista até final do ano passado. Virei ateu de um dia para o outro quando encontrei respostas para as dúvidas que tinha há muito tempo. Hoje admito que fui estúpido durante alguns anos, mas não culpo os meus pais, por exemplo. Apesar de achar que qualquer pessoa religiosa é hipócrita (como eu fui durante alguns anos), não culpo ninguém por esses anos perdidos. Sei que os meus pais me levaram desde pequeno para a igreja porque acreditavam (e acreditam) que era o melhor para mim.
Mas ninguém honesto consigo próprio e com os que o rodeiam pode (ou deve) ter uma crença apenas baseada na "fé". A fé não é, como nos querem fazer pensar, algo moralmente superior ou de superior valor para o ser humano. Como alguém que agora não me lembro do nome dizia, torna-nos iguais aos animais. Ter fé é não duvidar...e não duvidar de algo que é absolutamente incerto.
Que deus perferiria fé a provas? Só um deus inventado por homens, como são todos os deuses de todas as religiões.
Respeito os deístas, como foi o Einstein em determinada fase da vida (depois de ser pandeísta), porque não vivem em função dessa crença. A existência de um ser que tenha dado origem ao universo, por exemplo, é algo que não pode ser desprovado e, por isso, é uma possibilidade em aberto.
É tão conveniente dizer que só saberemos se deus existe depois de morrermos...lol
Qualquer deus das religiões monoteístas é completamente contraditório e ilógico. Talvez porque ter sido inventado por gente que nem sequer sabia que a terra era redonda ou o que eram doenças (eram maldições...ou demónios).
Eu acho que cristãos, judeus, muçulmanos, hindus, etc são pessoas hipócritas, não no dia-a-dia, mas em relação ao assunto "deus". Porque jogam a palavra fé como se isso resolvesse tudo. No entanto, se nós colocarmos um caso do dia-a-dia, já não vão achar a fé grande coisa.
Exemplo:
"Imagina que estás em casa e a polícia arromba a porta, és algemado, detido e levado a tribunal por teres matado a mulher do teu vizinho.
Na tua cabeça pensas: "Eles não têm provas, serei libertado e declarado inocente. Está tudo bem".
No entanto, tanto a polícia como o juíz tem "fé" nas declarações do teu vizinho que te acusa de teres assassinado a sua esposa.
Como é? Vais exigir provas ou não?"
O mesmo para deus. Quem crê, diz que ele é "acusado" de existir. Quem não crê, espera pelas provas para poder "condenar" a existência de deus.
Até lá (serem apresentadas provas), deus não é "acusado" de nada. É "inocente" (não existe).
É o problema do ónus da prova que os teístas tanto gostam de ignorar e inverter...