Olho por olho, dente por dente. A lei de Hamurabi, reinventada pelos espíritas.
A lei de Talião tem suas origens nos primórdios da civilização Suméria.
Estudos arqueológicos trouxeram à nossa vista, milhares de tábuas de argila, contendo quase toda a História do povo Sumério, sobre política, religião, costumes, culinária e leis.
A versão mais antiga da lei do olho por olho, dente por dente, está registrada em tábuas de argila que remontam ao início da fundação das cidades de Laghash, Ur e Sipar, distantes no tempo, de nossos dias atuais, em nada mais nada menos que 8.000 anos...
E, agora, vocês podem estar se perguntando: Mas o que é que essas leis, criadas na infância de nossa civilização, tem há ver com o Espiritismo?
Tem tudo há ver, como será exposto a seguir.
A lei de talião foi uma das primeiras tentativas de se impor ordem em uma civilização que ao se desenvolver e crescer, criava atritos entre os pobres e ricos, entre os poderosos e os fracos, entre os Homens de 1000 shekels (moeda suméria) e os homens de 100 shekels.
Versava sobre a proteção de crianças e viúvas, para que fossem protegidas pelo Estado.
E também, haviam as leis punitivas para os crimes, punições que eram cobradas de acordo com o delito praticado.
Se um homem ferisse o olho de outro homem, tornando-o cego, este homem teria seu olho cegado como punição, por exemplo.
8.000 anos depois, um imbecil. Chamado kardek, moldou e adaptou essas mesmas leis, que se encontravam no talmud judaico, que nada mais era que, uma cópia mal xerocada das leis Sumérias.
Após essa nova roupagem, kardek deu a essas leis o nome de “Leis Carmicas”, que explicariam o por que, de existirem tamanhas desigualdades entre a humanidade: pessoas ricas e pobres, pessoas saudáveis e pessoas doentes, pessoas que sofriam e não sofriam, etc.
Basicamente, a lei do carma propõe que todas as mazelas que um indivíduo sofre, acontecem para reparar um erro cometido em uma vida passada e dessa forma, ao saldar a dívida sobre um ato ruim numa vida passada, o indivíduo “evolui” para uma forma espiritual mais avançada.
Dessa forma, se um indivíduo cometeu algum ato hediondo em uma vida passada, ao reencarnar em uma nova vida, ela deverá sofrer o mesmo ato hediondo que ela causou na vida passada, através de um outro indivíduo, para assim saldar sua dívida cármica.
Isso é nada mais nada menos, a restauração da lei de Talião, para os nossos dias.
Mas, acontece que essa lei carmica, se fosse real, levaria o indivíduo a um moto-contínuum eterno.
Ele causa um dano, e tem que pagar esse dano em outra vida. Nessa outra vida ele causa outro dano, e pagará a dívida em uma outra encarnação e assim, sucessivamente e eternamente...
Ora, não há como escapar desse ciclo infinito da pagamento de dívidas, uma vez que o ser humano, não é perfeito e sempre cometerá algum ato ao longo de sua vida, que causará a cobrança de uma dívida em uma vida futura.
Para esclarecer isso de uma forma mais entendível, vamos supor um determinado evento:
Uma menina ou um menino de 03 anos de idade, sofre um estupro.
Segundo a tal lei cármica, essa menina/menino sofreu o estupro, porque em sua vida passada, ela teria sido um pedófilo que estuprava crianças.
Dessa forma, ao sofrer o estupro, ela teria pagado essa dívida cármica de sua vida passada e estaria estão, pronta para continuar evoluindo espiritualmente...
Primeiro, gostaria de ver um espírita, explicar para a menina ou para o menino de apenas 03 anos de idade, que ela foi um estuprador na vida passada e que ela sofreu o estupro para saldar essa divida...
Bom, continuando a argumentação sobre o moto-contínuum, de que é impossível escapar desse “deve, paga” na mesma moeda, vamos esmiuçar um pouco mais profundamente, o problema da Pedofilia.
Vários estudos feitos nos EUA e na Europa, nos informam sobre uma síndrome: Uma porcentagem dos indivíduos que sofreram estupro passa a praticar esse mesmo delito ao tornarem-se adultos.
Deu-se a essa síndrome, o nome de “Síndrome do vampirismo”, em alusão ao mito de que toda pessoa mordida por um vampiro, torna-se também, um vampiro, porque a mesma relação se encontra na maioria dos casos de estupro.
Fiz uma pesquisa sobre o assunto para a nossa língua portuguesa, mas infelizmente constatei que nossos centros de psiquiatria, tem pouco ou nenhum conhecimento ou estudo relativo a essa síndrome, paciência, somos um país de terceiro mundo mesmo...
Então, tendo por base as poucas informações desse estudo, mas que nos fazem dimensionar a amplitude do problema da pedofilia, vamos então observá-la a luz da “lei carmica” dos espíritas:
Uma pessoa em uma vida passada era pedófila, e dessa forma, estupradora de crianças. Ela morre, reencarna e algum tempo depois, ela sofre um estupro, para pagar a dívida por ter sido pedófila em sua vida passada.
Por ter sofrido esse estupro, ao crescer, ela também se torna pedófila e por esse motivo, só encontra prazer sexual, ao fazer sexo com crianças, estuprando-as.
Essa mesma pessoa morre, e em sua nova vida, algum tempo depois, ela sofre um estupro, para pagar a dívida por ter sido um estuprador em sua vida passada, mas ela foi um estuprador em sua vida passada, porque quando era criança, havia sofrido abuso sexual, mas, ele sofreu esse abuso, porque em outra vida passada, ela foi um pedófilo estuprador, e por aí vai, um círculo vicioso que não tem fim, muito menos escapatória, impossibilitando uma pessoa de “evoluir espiritualmente”.
É a lei de talião, uma lei criada nos primórdios da civilização, revivida por uma pessoa com a mentalidade de uma pessoa que vivia nos primórdios da civilização, mesmo vivendo há apenas 200 anos atrás.
Que beleza que é a teologia kardecista, como ela é evoluida...
Gilgha