Autor Tópico: O que respondo para minha filha?  (Lida 8760 vezes)

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Offline DehCapella

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #75 Online: 21 de Setembro de 2009, 23:18:56 »

Agora, em outra coisa. A todos os foristas: e se o seu filho se convertesse a alguma religião, o que fariam?



Meu filho tem apenas 2 anos e 3 meses. Sou ateia e meu marido é agnóstico. Quando o bebê nasceu decidimos não batizá-lo pensando exatamente que ele deve ter a oportunidade de construir sua própria orientação religiosa. Eu pelo menos entendo que não é meu papel (nem mesmo sendo mãe) influenciá-lo ou impor qualquer tipo de crença. Houve um certo desconforto por parte da família do meu marido, mas não se falou mais no assunto (para minha felicidade).

Temos como objetivo estimular o pensamento crítico e a curiosidade do nosso filho. Não pensamos em evitar que ele conheça o que sentir interesse em conhecer, desde que parta dele esse interesse, e não seja fruto de proselitismo. Então a ideia é respeitar a vontade dele. Eu e meus dois irmãos mais novos fomos obrigados por uma série de pressões sociais a frequentar catecismo, missa. Não durou muito tempo. Lembro-me de frequentar sem entender muito bem por que, mas sabia que as pessoas ficavam felizes por isso, então continuava. Um belo dia me aborreci, vi que não fazia sentido e não fazia falta, e deixei de ser religiosa. Não recebi qualquer crítica, não se falou mais nisso; minha irmã caçula decidiu, quase adulta, fazer primeira comunhão e crisma. Fiquei feliz porque aquilo me pareceu ser reflexo única e exclusivamente de sua vontade.

Quero que isso se repita com meu filhinho: que ele tenha abertura para escolher seu caminho e que seja respeitado. E que acima de tudo aprenda a questionar, criticar mas também a respeitar.

Offline Moro

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #76 Online: 21 de Setembro de 2009, 23:24:08 »
Deh, respondi a um problema semelhante aqui

Tenho um amigo que se diz ateu e em um casamento em que fomos juntos, ele se recusava a fazer o que o padre mandava (não fazia o sinal da cruz, não repetia aquelas rezas, não levantava quando pedia...)

Pensei comigo que isso não é realmente algo esperado em um cético, talvez seja mais esperado em alguém que tenha algo pessoal contra deus, as vezes até acreditando nele.

Se vou a uma festa celta em stonehenge e vejo aquelas baboseiras, vou repetir sem problema algum. Para mim não diz nada.
Se for a uma festa cristã, o mesmo. Canto, danço, rebolo em uma festa gospel e uso kipá na boa, porque para mim realmente não quer dizer nada.

Nesse contexto,Churrumino , se você não quer mentir para sua sogra, não o faça por uma pureza ideológica que você pode querer ter consigo mesmo.
Se for essa a questão, minta e pronto. Vai te economizar um monte de brigas, dores de cabeça, vai talvez evitar uma questão entre sua futura esposa e sua sogra ao fazer sua esposa tomar partido em uma discussão ... e vai ser uma merda.

Não minta apenas se você acha que deve respeito à quem você irá mentir, no caso os sogros. E respeito no sentido de querer que eles te conheçam, querer que eles participem da sua vida, etc..

Eu mentiria nesta questão. E você pode ir dando os sinais verdadeiros conforme você ganha a confiança deles, e quando você tenha certeza que eles não vão te estereotipar.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline André T.

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #77 Online: 21 de Setembro de 2009, 23:32:22 »
Eu (Idiota): Filha, se você quer achar deus, não vai ser aí que você vai encontrar esse cara. (PQP, porque ironia??????????)
Filha: Se segurando para não chorar.
Mãe: me dá um esporro na frente da filha.
Eu(coração destruído):  Amorzinho, agente tem que investigar um pouco mais para ter certeza

Não me lembro bem como, a menina sobe para seu quarto. Eu vou atrás.

Eu: Filha, se você quiser acreditar em deus, eu vou te dar o maior apoio. E se você falar que sabe que deus existe, eu vou acreditar em você.
Filha: Ele existe papai. Eu já vi.
Eu: Você tem certeza? Porque pode ter sido o Saci (o folclórico) que pegou o brinquedo. Como você sabe que não foi o Saci? Então o Saci também existe?
Filha: Existe papai. Eu já vi ele também.
Eu: Ahh... então tá bom. Vou contar para os meus amigos então, só toma cuidado para ter certeza senão todo mundo vai rir de mim.
Filha: Papai, ainda estou vendo se o saci existe.. Não tenho certeza ainda.. (com cara de malandra)
Eu: E posso dizer que deus existe?
Filha: Ainda to vendo também...


Que situaçãozinha ingrata :/

Eu me lembro de que eu via coisas quando era pequeno. Tinha um amigo imaginário (não lembro se eu _via_ ele realmente, não sei) e de vez em quando, na igreja, eu via as imagens de santos cantando. Mas mesmo na época eu sabia que era ilusório, porque era só quando eu olhava meio de relance e, quando tentava fixar os olhos, todas ficavam quietinhas.

Uma vez eu contei isso pro meu pai, que era ministro da Eucaristia, e ele queria contar pro padre e tudo (acreditanto que fosse um milagre). Eu não deixei, só tinha comentado com ele porque achei que fosse algo comum que todo mundo visse.

A minha sobrinha que hoje é atéia (acho) também via anjos e etc no quarto dela. Deve ser algum tipo de fase do desenvolvimento, não sei.
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Offline Moro

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #78 Online: 21 de Setembro de 2009, 23:36:59 »
A questão é não magoar a menina, e principalmente, não utilizar a capacidade de argumentação imensamente superior de um adulto para criticar a visão de mundo de uma criancinha. É estupidez.

Então, precisamos lembrar que o mundo não acaba amanha. Isso é, se ela vier amanha e me disser que é teísta, isso representa muito pouco em relação ao que vai acontecer ainda durante os anos.
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Offline DehCapella

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #79 Online: 21 de Setembro de 2009, 23:37:28 »
Deh, respondi a um problema semelhante aqui

Tenho um amigo que se diz ateu e em um casamento em que fomos juntos, ele se recusava a fazer o que o padre mandava (não fazia o sinal da cruz, não repetia aquelas rezas, não levantava quando pedia...)

Pensei comigo que isso não é realmente algo esperado em um cético, talvez seja mais esperado em alguém que tenha algo pessoal contra deus, as vezes até acreditando nele.

Se vou a uma festa celta em stonehenge e vejo aquelas baboseiras, vou repetir sem problema algum. Para mim não diz nada.
Se for a uma festa cristã, o mesmo. Canto, danço, rebolo em uma festa gospel e uso kipá na boa, porque para mim realmente não quer dizer nada.

Nesse contexto,Churrumino , se você não quer mentir para sua sogra, não o faça por uma pureza ideológica que você pode querer ter consigo mesmo.
Se for essa a questão, minta e pronto. Vai te economizar um monte de brigas, dores de cabeça, vai talvez evitar uma questão entre sua futura esposa e sua sogra ao fazer sua esposa tomar partido em uma discussão ... e vai ser uma merda.

Não minta apenas se você acha que deve respeito à quem você irá mentir, no caso os sogros. E respeito no sentido de querer que eles te conheçam, querer que eles participem da sua vida, etc..

Eu mentiria nesta questão. E você pode ir dando os sinais verdadeiros conforme você ganha a confiança deles, e quando você tenha certeza que eles não vão te estereotipar.

Eu não cheguei a ser confrontada com essa questão de "vc crê ou não" em começo de namoro, noivado, etc. Em situações de comparecer a missas ou cultos eu não faço nada, só acompanho mesmo, é um momento importante pra pessoa e gosto de estar presente, mas não me sinto confortável comigo mesma fazendo sinal da cruz, etc.
Jamais escondi meu posicionamento religioso e não me senti mal em dizer "mas veja, eu como carne normalmente na sexta-feira santa. Eu não sou religiosa e não acredito em deus, mas respeito quem não come carne, quem acredita, etc". Não vou dizer que não foi um momento saia-justa. Mas não fui questionada. Na verdade acho que meu interlocutor nessa situação deixou pra lá mas não acreditou no que eu disse...

Offline DehCapella

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #80 Online: 21 de Setembro de 2009, 23:41:15 »
A questão é não magoar a menina, e principalmente, não utilizar a capacidade de argumentação imensamente superior de um adulto para criticar a visão de mundo de uma criancinha. É estupidez.

Então, precisamos lembrar que o mundo não acaba amanha. Isso é, se ela vier amanha e me disser que é teísta, isso representa muito pouco em relação ao que vai acontecer ainda durante os anos.

Como você disse ali em cima, é complicado chocar a pessoa/criança. E se você tem se esmerado em proporcionar a ela uma formação crítica então é questão de acompanhar e continuar estimulando esse tipo de comportamento. Ainda que ela se defina com o tempo como alguém que crê vai carregar consigo essa formação.

Offline Anne

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #81 Online: 22 de Setembro de 2009, 00:38:10 »
A questão é não magoar a menina, e principalmente, não utilizar a capacidade de argumentação imensamente superior de um adulto para criticar a visão de mundo de uma criancinha. É estupidez.

Então, precisamos lembrar que o mundo não acaba amanha. Isso é, se ela vier amanha e me disser que é teísta, isso representa muito pouco em relação ao que vai acontecer ainda durante os anos.

Deve ter sido constrangedor.

Mas vou dar o mesmo conselho q dei ao Juca: Compre pra ela aquelas coleções de livretos pra colorir e outros relacionados com a ciência, existem muitos, leia pra ela. Eu te indicaria um sobre astronomia, pra começar, são infantis, mas q explicam a criação do universo, a formação dos planetas e estrelas etc. Não toque no tema "deus", por enquanto, deixe q ela assimile um pouco o conteúdo q vc vai passar pra ela, se ela gostar, compre outros.
Sei q não há uma receita para educar nossos filhos, mas a leitura desde muito cedo com certeza faria parte se tal receita existisse.
Não seja imparcial, se vc não traçar uma linha, pela qual sua filha irá caminhar e não enraizar nela agora o senso crítico, outras pessoas farão, e se forem religiosos, vc sabe q senso crítico (no q concerne à religião) será a última coisa q ela terá quando crescer.

 :ok:

Offline Renato T

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #82 Online: 22 de Setembro de 2009, 09:03:59 »
A questão é não magoar a menina, e principalmente, não utilizar a capacidade de argumentação imensamente superior de um adulto para criticar a visão de mundo de uma criancinha. É estupidez.

Então, precisamos lembrar que o mundo não acaba amanha. Isso é, se ela vier amanha e me disser que é teísta, isso representa muito pouco em relação ao que vai acontecer ainda durante os anos.

Pela primeira vez eu sinto que devo te parabenizar, Agnóstico. Não são todos que tem esse respeito pela visão de mundo de uma criança.

Gostaria que meus tios tivessem essa atitude de não dogmatizar uma criança conseguirem argumentar melhor.
« Última modificação: 22 de Setembro de 2009, 09:11:37 por Renato T »

Offline Moro

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #83 Online: 22 de Setembro de 2009, 09:50:35 »
A questão é não magoar a menina, e principalmente, não utilizar a capacidade de argumentação imensamente superior de um adulto para criticar a visão de mundo de uma criancinha. É estupidez.

Então, precisamos lembrar que o mundo não acaba amanha. Isso é, se ela vier amanha e me disser que é teísta, isso representa muito pouco em relação ao que vai acontecer ainda durante os anos.

Deve ter sido constrangedor.

Mas vou dar o mesmo conselho q dei ao Juca: Compre pra ela aquelas coleções de livretos pra colorir e outros relacionados com a ciência, existem muitos, leia pra ela. Eu te indicaria um sobre astronomia, pra começar, são infantis, mas q explicam a criação do universo, a formação dos planetas e estrelas etc. Não toque no tema "deus", por enquanto, deixe q ela assimile um pouco o conteúdo q vc vai passar pra ela, se ela gostar, compre outros.
Sei q não há uma receita para educar nossos filhos, mas a leitura desde muito cedo com certeza faria parte se tal receita existisse.
Não seja imparcial, se vc não traçar uma linha, pela qual sua filha irá caminhar e não enraizar nela agora o senso crítico, outras pessoas farão, e se forem religiosos, vc sabe q senso crítico (no q concerne à religião) será a última coisa q ela terá quando crescer.

 :ok:

gostei da dica
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


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Offline Contini

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #84 Online: 22 de Setembro de 2009, 10:02:18 »
Quando eu tiver um filho, pretendo ensiná-lo que pensar não é pecado, duvidar não é pecado e que devemos buscar nossas próprias respostas e da maneira correta.

É mais ou menos o caminho que fiz por conta própria para chegar ao que eu cheguei hoje...
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

"Eu não tenho medo de morrer, só não quero estar lá quando isso acontecer"  - Wood Allen

    “O escopo da ciência é limitado? Sim, sem dúvida: limitado a tratar daquilo que existe, não daquilo que gostaríamos que existisse.” - André Cancian

Offline Mr. Mustard

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #85 Online: 22 de Setembro de 2009, 10:07:34 »
Meu filho de 9 anos (que infelizmente não mora comigo) frequenta a Sinagoga desde os 4 anos.
Muitas vezes ele me pergunta sobre religião, Deus e afins.

Minha única resposta é a seguinte: "Meu filho, há assuntos que você só deve aprender depois de uma determinada idade... Hoje, você precisa brincar muito, muito mesmo e deixe os assuntos de adulto, para adultos."

Ele se satisfez com a resposta e seguiu meu conselho... O moleque é o capeta! hahahaha! Tenho que ficar de olho sempre que ele me visita, pois ele é bem arteiro.

Assim como a pornografia, religião na minha casa, só depois dos 18 anos (ou quando se sentirem capazes de entender o que é). Se um dos meus filhos se interessar por religião, a escolha é deles.

Na minha casa, não há conceito de pecado. Apenas o que é certo ou errado. Bater no coleguinha é errado, pois violência gera violência e perde-se a amizade. Convidar os amigos para jogar bola é correto, pois reforça os laços de amizade, exercita o corpo a mente, etc... E por aí vai.

Offline André T.

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Offline ronysalles

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #87 Online: 23 de Setembro de 2009, 19:45:10 »

Bom, como vcs viram, não fui categórico, deixei a dúvida....

O que vcs acham??



A princípio eu acho que você está se saindo bem. Depois, quando ela tiver mais entendimento dos fatos em volta, eu sugiro que você a ensine sobre cultura, etnocentrismo, mitos, opiniões etc. é óbvio que será necessário a linguagem adequada para que ela entenda, assim, eu suponho, ela mesma poderá formar sua própria opinião, por meio da educação e, principalmente, por meio da sinceridade.

Um abraço!
“A maior decepção de um crente fervoroso seria, ao chegar no céu, vê um ateu”. ronysalles

Offline Geotecton

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Re: O que respondo para minha filha?
« Resposta #88 Online: 28 de Março de 2010, 18:11:57 »
Amigos

Minha filha tem 4 anos e meio. E desde pequena ensinei-a a questionar as coisas. Por exemplo, nunca falei que o coelhinho da páscoa não existe, mas quando ela me contou que o coelhinho foi para escola e que viu as pegadinhas dele e me perguntou se era de verdade, eu pedi para que ela investigasse e me dissesse o que achava. E ela veio com uma teoria muito boa sobre a distancia entre as pegadas, que o coelhinho não tinha a chave da sala, etc...

Só que agora ela me veio com a questão de deus. Um dia ela começou a falar para minha esposa que tem certeza que deus não existe. Eu nunca disse isso para ela.

A única coisa de prático que acho que uma criança tem com deus é em uma morte dos país. Se acontece algo comigo, a noção de deus iria ajudar muito ela, com aquela expectativa de me tornar a ver, de eu ser um anjo que vai seguir a vida dela, etc.. Nessa idade não sei como minha filha iria reagir a minha morte e acho que sem deus iria ficar pior. Ela já havia me questionado sobre o que acontece quando agente morre.

O que respondi sobre deus foi:
- O papai nunca viu
- Tem muita gente que acredita
- Nunca fale "não acredito em deus" na frente dos amiguinhos, pois eles podem ficar chocados
- Nós não sabemos uma série de coisas
- Se alguém algum dia te falar que sabe a resposta, não acredite.
- deus existir ou não tem nada a ver com agente se tornar um anjinho ou não quando morre (o que ela quer que aconteça)

Bom, como vcs viram, não fui categórico, deixei a dúvida....

O que vcs acham??

A minha conduta é semelhante com meu filho de quase 5 anos.

Escolhi uma escola onde não fazem menções de deuses, mas ainda ssim é uma missão difícil tendo em vista que a maioria das demais crianças, ao emularem seus pais, já carregam uma grande carga de doutrinação.

A grande saída é o diálogo e o conhecimento. Ele tem um profundo respeito por plantas e animais (toda a vez que vê um inseto ou uma aranha diferente ele me chama para mostrar). Aliás ele não tem medo ou nojo de sapos, besouros, baratas, ou o que for.

Ele reconhece perfeitamente a representação do planeta Terra e sempre apresento alguma coisa nova das minhas coleções de rochas, minerais e fósseis (estes coletados com autorização).
Foto USGS

 

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