As políticas afirmativas são, muitas vezes, calcadas em cima de estereótipos. O marido sempre será o agressor e a mulher sempre será vítima. Quando existe o contrário, e aí entram os casos de mulheres que perseguem os ex-maridos, a lei não se pauta pela realidade, e sim pela suposição de que ela é vítima. Claro que isso não é regra, mas imagine você, um juiz, tendo de analisar centenas de processos, a sua percepção de realidade acaba aceitando o estereótipo da mulher como sendo o sexo frágil, ou seja, a vítima.
É lógico que existem mulheres, e tudo indica que são a maioria, que sofrem ameaças, violência, penam para criar os filhos, sem nenhuma ajuda financeira do ex, porém, existem homens que saem de casa, devido a uma série de fatores e, muitas das vezes, são perseguidos apenas pelo simples desejo de vingança da mulher. Um amigo escrivão me dizia assim:
- B.O (boletim de ocorrência) não prova nada, mas eu cansei de ver os B.Os anexados em processos da vara de família, basta o cara falar uma besteira, tipo "vou te quebrar a cara", a mulher vai até a delegacia e sai dali com uma "prova" para o advogado dela pressionar o sujeito.
Eu não sei avaliar até que ponto o "Pato", esse amigo meu, estava dizendo a verdade, pois não sou da área judiciária; mas, vendo as dezenas (são dezenas mesmo) de amigas de minha irmã, ela inclusive, falando sobre seus ex e os procedimentos que tomaram para "ferrarem" com eles, acredito que ele não estava longe da realidade.
A mulher ser impedida de parar o processo (retirar a queixa) é uma tentativa de evitar que o agressor a pressione para fazer isso, porém, existem mulheres que sofrem caladas para manter a integridade de sua família. É raro homens sofrerem violência física por parte de suas companheiras, o mais comum são o assédio moral, xingamentos e traições. Sem falar que não fica bem para um "macho" ir até a delegacia prestar queixa porque chegou em casa e deu de cara com o Ricardão, em plena atividade.