O Labour Party foi fundado por sindicalistas, socialistas e liberais(aliás, o LP é "filho" da ala mais a esquerda do Liberal Party). Trabalhistas como Richard Bell e Philip Snowden eram liberais, sendo que o ultimo era defensor ferrenho do livre mercado; a guinada dos trabalhistas para o keynesianismo se deu com Ramsay MacDonald e, pasmem, com os conservadores(Ramsay, primeiro ministro na época, foi expulso do partido por tal aliança).
O partido trabalhista inglês, em momento algum, traiu suas origens, como andam apontando. Muito pelo contrário, foram condizentes com seu utilitarismo, já que o "neoliberalismo"(sic) de Thatcher funcionou muito bem. O mesmo fez o partido trabalhista neozelandês e o partido socialista chileno, que viram nas beneficies das políticas de livre-mercado uma forma de combater a miséria e otimizar a economia(Chile, por exemplo, é o país latino mais próximo do desenvolvimento).
Quem falou em “traição”?

Seguinte, historicamente o trabalhismo define-se pela busca da conciliação entre Capital e Trabalho, diferentemente dos partidos socialistas, que propõem a ruptura, seja pela via revolucionária seja pela via democrática.
Pondo-se o socialismo à esquerda, o trabalhismo é um movimento à direita.
Assim, deixando as coisas claras, o
Labour nunca foi propriamente um partido de esquerda (apenas esta à esquerda dos conservadores na Inglaterra). Como vc mesmo apontou, o Labour nasceu de uma dissidência que incorporou de tudo, até socialistas. Aliás, a palavra ‘socialismo’ constava da definição do partido até os anos 1990, se a memória não me engana. Mas é inegável que o Labour, ao longo do tempo, aproximou-se dos
Tories.
O PT, no Brasil, nasceu à esquerda, já que possuía comunistas históricos entre seus fundadores, mas já tinha sinalizações trabalhistas (o Lula, por exemplo, egresso do sindicalismo, nunca foi socialista, mas um trabalhista). Com a chegada de Lula à presidência, o PT na prática abandonou o viés socialista de sua origem, adotando de vez uma postura conciliatória – trabalhista. Nesse contexto, bandeiras socialistas, como a estatização, perdem força. Vide o caso aqui discutido da concessão dos aeroportos.
Nesse sentido, o PT segue na direção de ficar cada vez mais parecido ao
Labour e a qualquer outro partido de viés trabalhista do mundo, equilibrando-se na corda bamba de pregar justiça social e defender o livre-mercado.
E, nesse caso, ter a palavra socialista no nome do partido não quer dizer nada, os socialistas franceses, por exemplo, também acabam por ser um partido de tipo trabalhista.
O que não é nem um elogio nem uma crítica.
PSDB fez uma privataria, e não privatização, como ocorreu na Nova Zelândia.
Nisso, novamente, concordamos.
O setor da telefonia, por exemplo, está longe de ser livre, como se vê em Hong Kong(Isso é livre comércio).
Só não compartilho de sua fé no livre-comércio.