Autor Tópico: Moralidade absoluta e relativa: o que é?  (Lida 21892 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline PedroAC

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.172
  • Sexo: Masculino
    • PedroAC
Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Online: 09 de Setembro de 2008, 16:43:33 »
Acolhemos um judeu fugitivo, perseguido por nazis na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Eles notam você à porta, e pergunta se viu algum judeu. Para se dizer que a moralidade é absoluta, devemos dizer a verdade? E depois o que acontece? Penso que moralidade absoluta quer dizer que as acções são boas ou más independentemente do contexto. Enquanto que moralidade relativa quer dizer que as acções são boas ou más relativamente a um contexto. Será que algum de nós acredita que o bem ou o mal depende da opinião de cada um? Mas não é por isso que se chama de relativo.

Ao usar um carro devemos decidir de que lado devemos conduzir. Ou então não ter lado algum - mas aí seria imoral, porque sem definir uma regra o risco de incidente rodoviário torna-se muito elevado, e podemos por isso a ser responsáveis por alguma morte. Não há nada no lado em si mesmo que torne moral ou imoral. A escolha é arbitrária, por isso o lado usado no Reino Unido não é melhor ou pior do que os outros. E estando no Reino Unido, é necessário conduzir num lado, e se estiver a conduzir em França, devo mudar. Isso não é uma decisão moral? Se fizer ao contrário das leis de cada país estou a cometer alguma imoralidade? Se é bom conduzir segundo as regras de trânsito de cada país, então a acção passa a ser boa ou má consoante o contexto. Mas isso não quer dizer que só por ser uma Lei de um país, não quer dizer que seja moral. Matar uma mulher à pedrada porque é obrigatório segundo a Constituição não faz essa acção uma boa acção. Num episódio do "Star Trek New Generation" o capitão Picard disse a um viajante do tempo que ele próprio quebra a regra que jurou cumprir de não interferir na evolução das sociedades de outros planetas. Pretendia quebrar essa regra para salvar todos os habitantes de um planeta. Ele reavaliava as suas crenças (inclusivamente as morais) com a experiência. Ou seja, a moral é aprendida de acordo com a experiência, como a ciência.

Se isso é moralidade absoluta e moralidade relativa, qual é o problema da segunda?
Se moralidade relativa fosse acreditar que as acções são boas ou más de acordo com a opinião pessoal, os ateus que são acusados disso acreditam mesmo nisso? E se ao mesmo tempo a moralidade absoluta fossem regras fixas ditadas por uma autoridade, não haveria outra alternativa?
Pedro Amaral Couto
 http://del.icio.us/pedroac/pedroac
 http://pedroac.deviantart.com
 http://crerparaver.blogspot.com

"Tudo o que podemos fazer é pesquisar a falsidade do conteúdo da nossa melhor teoria" -- Karl Popper
"Se um ser humano discorda de vós, deixem-no viver" -- Carl Sagan
"O problema com este mundo é que os estúpidos estão seguros de si e os inteligentes cheios de dúvidas" -- Bertrand Russell

Offline JUS EST ARS

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.128
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #1 Online: 09 de Setembro de 2008, 16:58:43 »


Não há resposta conhecida. Todo mundo sabe mais ou menos o que é moral, mas exatamente ninguém sabe.

Pessoalmente, baseio minha moral no seguinte:

Sou da opinião que "fazer a coisa certa" envolve dois passos:

1º - Respeitar Valores do Estado no qual se está inserido.
Crimes são as condutas mais repudiadas por um povo. Tudo quanto é considerado crime é algo que ofende a nação como um todo. Um vez que vivo no Brasil, não realizo nenhuma conduta que é considerada crime de acordo com a lei brasileira.

2º - Respeitar a "Regra de Ouro" das religiões.
Não fazer ao próximo o que não gostaria que lhe fizessem é lei em (quase) todas as religiões, é praticamente um denominador comum religioso. Aqui o parâmetro passa ser subjetivo, mas deve ser contraposto frente ao primeiro passo.



Creio que utilizando esses parâmetros as chances de se fazer "a coisa errada" ficam bastante diminuídas.

Longe de ser um critério absoluto, mas não é um mal começo.



Offline Galthaar

  • Nível 19
  • *
  • Mensagens: 596
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #2 Online: 09 de Setembro de 2008, 17:23:15 »


Por mais que muitas pessoas não queiram admitir, e que tenham medo das consequências de o saber, é fato: NÃO EXISTE MORAL ABSOLUTA.

Se eu matar uma mulher com uma pedrada, e o contexto achar que isto é legal, isto torna-se SIM uma coisa legal no contexto. O que ocorre é que há morais mais úteis que outras para objetivos específicos, especialmente para a boa convivência humana, mas não há nada que indique se um ato é correto ou não naturalmente.

Não existe moral absoluta nem mesmo no contexto humano pelo simples fato de a moral ser um julgamento social, e a sociedade muda no espaço e no tempo, e não sendo ela absoluta, a moral também não será.

"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #3 Online: 09 de Setembro de 2008, 17:38:27 »
A moral não é absoluta, mas muito menos é completamente arbitrária.

Ela deriva diretamente da capacidade de discernimento e abstração dos seres humanos que a exercem.  Eu não concordo que seja um julgamento social, porque social é o que é coletivo, e os julgamentos morais sempre são feitos pelo indivíduo (mesmo quando ele cede à pressão social, ainda é um indivíduo que cede à pressão).

Na minha opinião a melhor abordagem para a moral é a utilitarista: o valor moral de um ato é ditado pelas suas consequências.  E as consequências, é claro, só acontecem depois de cometido o ato.

Isso significa por um lado que nossa capacidade moral não é constante, e sim proporcional à nossa capacidade de discernimento.  E por outro lado, que temos a obrigação moral de cuidar e cultivar esse discernimento para que nossa capacidade de previr consequências seja tão acurada quanto possível.

Outro caminho seria não ter discernimento algum e ser portanto incapazes de atos morais.  Mas isso não é apenas limitante, é contrário ao Contrato Social.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline JUS EST ARS

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.128
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #4 Online: 09 de Setembro de 2008, 17:44:53 »


Apesar das críticas pertinentes do Galthaar e do Dantas, ainda acredito que, na prática, as leis criminais de um povo traduzem de um lado o julgamento social feito sobre a conduta (tanto que é considerado crime), e de outro, a repulsa às consequências do ato (tanto que é considerado crime).

Na prática, considerando o que é no útil ao dia-a-dia, e não um conceito absoluto de moral, parece que aquelas duas regras são o melhor que posso pensar.



Offline Eleitor de Mário Oliveira

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.502
  • Sexo: Masculino
    • Lattes
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #5 Online: 09 de Setembro de 2008, 17:48:18 »
Pedro, tome cuidado com o uso do termo "relativo", pois em disciplinas de humanidades ele geralmente se refere a "subjetividade de cada indivíduo ou cultura".
Se uma regra admite excessões ou só deve ser aplicada em circunstâncias específicas, isto pode ser objetivamente expresso na própria formulação da regra. Por exemplo, as três leis da robótica:

Citar
    * 1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal..
    * 2ª lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei.
    * 3ª lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #6 Online: 09 de Setembro de 2008, 17:49:32 »
as leis criminais de um povo traduzem de um lado o julgamento social feito sobre a conduta (tanto que é considerado crime), e de outro, a repulsa às consequências do ato (tanto que é considerado crime).

Concordo.  Realmente a lei tem esse papel, de procurar definir limites para o espaço moral dos cidadãos.

Nesse sentido, não acho exagero dizer que a Lei tenta ser a voz coletiva dos juízos morais da população.

Citar
Na prática, considerando o que é no útil ao dia-a-dia, e não um conceito absoluto de moral, parece que aquelas duas regras são o melhor que posso pensar.

Você sabe que eu sou de complicar mesmo, então não se choque: embora eu não discorde do que você acabou de dizer, acho importante lembrar que cultivar a melhor moral individual possível é pelo menos tão útil e importante no dia-a-dia.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Galthaar

  • Nível 19
  • *
  • Mensagens: 596
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #7 Online: 09 de Setembro de 2008, 19:43:30 »

Eu diria que a única abordagem possível para a moral é a utilitarista, ela só existe com sentido de utilidade, mesmo que a análise da utilidade seja equivocada.

Dantas,

Cultivar a melhor moral individual possível, não dependeria intrinsecamente do julgamento externo, de qualquer forma? Senão, poderia-se justificar um psicopata, que segue sua moral individual. Caso queira-se argumentar que deve-se ter uma boa índole individual, já há um julgamento implícito em vista de uma moral preexistente.

"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #8 Online: 09 de Setembro de 2008, 21:20:53 »
Sempre há um grau de interação com os valores externos.  Mas não, eu não vejo esse fator como primário na formação de valores morais.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Galthaar

  • Nível 19
  • *
  • Mensagens: 596
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #9 Online: 09 de Setembro de 2008, 21:34:33 »

Você quer dizer no sentido de a escolha moral do indivíduo independer da moral geral, ainda que tomando ela como referência? No sentido de analisar de forma neutra as consequências dos atos e valores, para somente após, escolher os adequados? Se for isto, eu concordo. O que eu penso é que embora seja útil, e eu concorde com isto, ao fazê-lo, estamos apenas pitando um auto-retrato dentro de uma moldura moral social, mesmo inconscientemente.
"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #10 Online: 09 de Setembro de 2008, 21:41:46 »
Todas as morais dependem umas das outras, isso é inevitável exceto talvez em situações de isolamento extremo.

Ainda assim, as escolhas morais continuam sendo individuais e criam responsabilidades que são igualmente individuais.

Não se deve tentar isolar as morais individuais da coletiva, muito menos superestimar a influência desta naquelas.  Basta apreciar a forma como aquelas formam e moldam esta.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline FxF

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.720
  • Sexo: Masculino
  • Yohohoho!
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #11 Online: 09 de Setembro de 2008, 21:58:27 »
A moral coletiva é rara. Geralmente existe o moralismo. Moralismo é quando as pessoas taxam de "moral" aleatóriamente.

Por exemplo, homossexualismo:
- Cria famílias onde certamente não haverá filhos indesejados;
- Maior facilidade de compreensão comportamental assim como relacionamentos sexuais onde há maior entendimento do corpo do parceiro;
- A falta de lubrificação do ânus incentiva o uso de camisinhas contra a disseminação de DSTs;
- Etc;

O ponto de vista da lógica, só trás vantagens, assim é definido como bem.
Ainda sim a moral de muitos (moralismo) taxa de mal sem motivo aparente.

Talvez seja por isso que alguns religiosos dizem que a noção de bem/mal é algo mágico e inexplicável, também, dizem o que é bem/mal quando vão ou não com a cara de algo, sem julgar se é benéfico ou prejudicial.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.502
  • Sexo: Masculino
    • Lattes
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #12 Online: 09 de Setembro de 2008, 21:58:39 »
Acolhemos um judeu fugitivo, perseguido por nazis na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Eles notam você à porta, e pergunta se viu algum judeu. Para se dizer que a moralidade é absoluta, devemos dizer a verdade? E depois o que acontece? Penso que moralidade absoluta quer dizer que as acções são boas ou más independentemente do contexto. Enquanto que moralidade relativa quer dizer que as acções são boas ou más relativamente a um contexto. Será que algum de nós acredita que o bem ou o mal depende da opinião de cada um? Mas não é por isso que se chama de relativo.

Pedro, aqui você está fazendo uma confusão com condicionais. Pode ser que P e Q não sejam verdades absolutas, mas sim P+%5Cto+Q. Por exemplo, o 5º Postulado de Euclides não é uma verdade absoluta, visto que existem sistemas consistentes de geometria que o negam. O mesmo vale para o teorema de Pitágoras, dado que ele é um teorema específico da geometria euclidiana. Agora, que do 5º Postulado derivas-se o teorema de Pitágoras, isto sim é uma verdade absoluta.

Portanto, seu argumento não prova que não haja valores morais absolutos (tanto quanto o meu não prova que haja). Pois pode ser que todas as obrigações morais absolutas tenham formulações condicionais.


Ao usar um carro devemos decidir de que lado devemos conduzir. Ou então não ter lado algum - mas aí seria imoral, porque sem definir uma regra o risco de incidente rodoviário torna-se muito elevado, e podemos por isso a ser responsáveis por alguma morte. Não há nada no lado em si mesmo que torne moral ou imoral. A escolha é arbitrária, por isso o lado usado no Reino Unido não é melhor ou pior do que os outros. E estando no Reino Unido, é necessário conduzir num lado, e se estiver a conduzir em França, devo mudar. Isso não é uma decisão moral? Se fizer ao contrário das leis de cada país estou a cometer alguma imoralidade? Se é bom conduzir segundo as regras de trânsito de cada país, então a acção passa a ser boa ou má consoante o contexto.

Oras, vamos supor que a razão possa determinar o que é absolutamente obrigatório, proibido e indiferente.
Se determinamos que dirigir por um determinado lado não é absolutamente obrigatório nem proibido, então é indiferente. Como não se pode dirigir dos dois lados, algum terá que ser escolhido de forma aleatória ou arbitrária.
Não vejo como isto reforça a tese relativista.

Mas isso não quer dizer que só por ser uma Lei de um país, não quer dizer que seja moral. Matar uma mulher à pedrada porque é obrigatório segundo a Constituição não faz essa acção uma boa acção. Num episódio do "Star Trek New Generation" o capitão Picard disse a um viajante do tempo que ele próprio quebra a regra que jurou cumprir de não interferir na evolução das sociedades de outros planetas. Pretendia quebrar essa regra para salvar todos os habitantes de um planeta. Ele reavaliava as suas crenças (inclusivamente as morais) com a experiência. Ou seja, a moral é aprendida de acordo com a experiência, como a ciência.

Isto é uma posição contrária ao relativismo.


Offline Eleitor de Mário Oliveira

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.502
  • Sexo: Masculino
    • Lattes
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #13 Online: 09 de Setembro de 2008, 22:23:20 »
A moral não é absoluta, mas muito menos é completamente arbitrária.

Como utilitarista, não digo que haja uma moral absoluta, mas objetiva.
As pessoas agem com vista a atingirem fins. Se não houvesse um único denominador comum entre a vontade das pessoas, ao menos poderíamos expressar nossa desaprovação àqueles que agem de forma inócua ou contra-produtiva em relação aos fins que eles próprios escolheram. Mas o fato é que há vários denominadores comuns entre as vontades individuais. Por exemplo, nenhuma pessoa sã quer que sua vida ou integridade física sejam ameaçadas. Seria, então, muito pedir, se não for para zelar pela vida e integridade física uns dos outros, que ao menos não sejamos uma ameaça a estas?

Offline PedroAC

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.172
  • Sexo: Masculino
    • PedroAC
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #14 Online: 10 de Setembro de 2008, 12:27:24 »
Dante, the Wicked,

no final pergunto quais são realmente significados de moralidade absoluta e relativista, e questiono também se deve ser aplicada a nós se tiver determinado significado, como nos acusam:
http://ktreta.blogspot.com/2008/09/costumes.html
Citar
Para piorar as coisas, como ateu que não acredita em valores morais absolutos, mas só em valores morais que as pessoas fzem para si próprias, qual é a tua base para criticares muçulmanos ou cristãos? Afinal, se o ateísmo está certo, a moral é o que cada um inventa, e nhuma moral é superior a outra. No entanto, tu assumes que a tua moral é superior à moral do KKK, dos jihadistas, ou de quem quer que seja.
Citar
Já nem digo isso sobre o mundo ateu, uma vez que a moralidade no mundo ateu é o que cada um pensa; cada ateu pode justificar o que quiser uma vez que não há forma absoluta de separar o Bem do Mal, para além do subjectivismo individual.
As diferenças de definições não me chocam (desde que o próprio use de forma a tornar a comunicação fácil), mas essas acusações incomodam-me (no seu contexto, são falácias ad hominem).

Num artigo sobre Peter Singer (no caso em particular, sobre o conteúdo de "Ética Prática"):
http://www.peterberkowitz.com/otherpeoplesmothers.htm
Citar
Singer begins his book by stating what he believes ethics is not. (...) Nor is ethics "relative or subjective" in the sense that it reflects our culture's point of view or our own personal judgments, because then we could have no rational basis for moral praise or blame, thereby "making nonsense of the valiant efforts of would-be moral reformers.

Ontem não tive tempo de fazer o trabalho de casa, por isso deixei a questão pendente com o que achava e o que outros acham.
No entanto as definições de "relativo", "subjectivo", "absoluto" e objectivo são (http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx):
relativo
Citar
referente, respeitante a;
que indica ou está em relação com;
avaliado por comparação;
condiciona
l;
acidental;
que não é tomado em sentido absoluto;
limitado;
imperfeito;

subjectivo
Citar
relativo ao sujeito;
existente no sujeito;
que se passa na consciência;
que é próprio de um ou de vários sujeitos e que não é válido para todos
;

absoluto
Citar
que não é relativo;
independente
;
livre;
ilimitado;
soberano;

objectivo
Citar
relativo a objecto;
que tem realidade fora do nosso espírito;
que se fundamenta na experiência;
que trata apenas do objecto, da questão em si, sem misturar ideias ou sentimentos pessoais;

Na Wikipedia inglesa está:
http://en.wikipedia.org/wiki/Moral_absolutism
1) «Moral absolutism is the belief that there are absolute standards against which moral questions can be judged, and that certain actions are right or wrong, devoid of the context of the act
2) «"Absolutism" is often philosophically contrasted with moral relativism, which is a belief that moral truths are relative to social, cultural, historical or personal references, and to situational ethics, which holds that the morality of an act depends on the context of the act
Mas também está: «In a minority of cases, moral absolutism is taken to the more constrained position that actions are moral or immoral regardless of the circumstances in which they occur. Lying, for instance, would always be immoral, even if done to promote some other good (e.g., saving a life). This rare view of moral absolutism might be contrasted with moral consequentialism—the view that the morality of an action depends on the context or consequences of that action.» Parece contradizer 1) ("certain actions are right or wrong, devoid of the context of the act") Só que é esclarecido com isto:
* «"Moral absolutism: There is at least one principle that ought never to be violated."»
(se fosse "não fazer X, excepto quando Y", o "nunca deve ser violado" deixa de fazer sentido)
Ou seja, "there are" é importante na definição (existem padrões absolutos, quer dizer, basta existir um - só se não houver nem um, é que não é absoluto). No caso de moralidade objectiva:
«Moral objectivism or moderate moral realism is the position that certain acts are objectively right or wrong, independent of human opinion

De qualquer modo, esquecendo as definições, acreditam que "só em valores morais que as pessoas fzem para si próprias", "a moral é o que cada um inventa, e nhuma moral é superior a outra" e que não há "forma absoluta de separar o Bem do Mal, para além do subjectivismo individual" (aqui "forma absoluta" deveria ser "forma objectiva" de acordo com as definições que indiquei).
Pedro Amaral Couto
 http://del.icio.us/pedroac/pedroac
 http://pedroac.deviantart.com
 http://crerparaver.blogspot.com

"Tudo o que podemos fazer é pesquisar a falsidade do conteúdo da nossa melhor teoria" -- Karl Popper
"Se um ser humano discorda de vós, deixem-no viver" -- Carl Sagan
"O problema com este mundo é que os estúpidos estão seguros de si e os inteligentes cheios de dúvidas" -- Bertrand Russell

Offline Galthaar

  • Nível 19
  • *
  • Mensagens: 596
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #15 Online: 10 de Setembro de 2008, 13:07:58 »

Realmente, nenhuma moral é superior a outra, assim como o ser humano não é superior aos outros animais, a não ser sob pontos de vista específicos, determinados comumente em função de utilidade. Não há forma absoluta de separar bem e mal, até mesmo porque as próprias idéias de bem e mal são relativas.

«Moral objectivism or moderate moral realism is the position that certain acts are objectively right or wrong, independent of human opinion.»

Esta posição não faz nenhum sentido.
Como é que um ato será certo ou errado independente da opinião humana, sendo que o que é certo ou errado são definidos exclusivamente por ela, individualmente ou em grupo? Isto é uma contradição total...

O ser humano pode, faz e sempre fará, escolhas relacionadas à sua potência. As justificativas para os atos morais humanos são simplesmente o conforto que se tem com elas. Em verdade, o que guia a moral são o MEDO e a VONTADE, ainda que racionalizados.

"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #16 Online: 10 de Setembro de 2008, 13:19:16 »
Realmente, nenhuma moral é superior a outra,

Discordo.  Não é apenas possível comparar morais, elas de fato mudam com o tempo, amadurecem, avançam e até mesmo decaem.

Citar
assim como o ser humano não é superior aos outros animais, a não ser sob pontos de vista específicos, determinados comumente em função de utilidade. Não há forma absoluta de separar bem e mal, até mesmo porque as próprias idéias de bem e mal são relativas.

Esse ponto é um tanto mais controverso.  Eu no entanto estou satisfeito em classificar como "boas" atitudes que tendem a preservar e manter sua própria base de sustentação e como "más" as que a põem em risco.  Parece egocêntrico e individualista, mas não é: na prática atitudes excessivamente individualistas sabotam a si próprias, porque falham em conseguir cooperação e tolerância do meio externo.

Citar
«Moral objectivism or moderate moral realism is the position that certain acts are objectively right or wrong, independent of human opinion.»

Esta posição não faz nenhum sentido.
Como é que um ato será certo ou errado independente da opinião humana, sendo que o que é certo ou errado são definidos exclusivamente por ela, individualmente ou em grupo? Isto é uma contradição total...

Não, você é que usa uma premissa incompatível com o objetivismo moral.  Certo e errado não são definidos exclusivamente pela opinião humana; há fatos objetivos que a orientam e a limitam.  Pelo menos segundo o objetivismo moral e segundo eu próprio.

Citar
O ser humano pode, faz e sempre fará, escolhas relacionadas à sua potência. As justificativas para os atos morais humanos são simplesmente o conforto que se tem com elas. Em verdade, o que guia a moral são o MEDO e a VONTADE, ainda que racionalizados.

Em um primeiro momento, sim.  Mas o ser humano tem a capacidade de transcender essa moral primitiva e pensar adiante e em prol do bem comum.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Galthaar

  • Nível 19
  • *
  • Mensagens: 596
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #17 Online: 10 de Setembro de 2008, 13:31:11 »

Como eu falei, é possível comparar morais somente com pontos de vista específicos, como por exemplo, escolher entre várias, qual se adequa ao melhor desenvolvimento humano. Elas amadurecem e decaem de acordo com um ponto de vista muito pessoal, o que pode ser amadurecer para você, pode ser decair para mim (não que isto ocorra necessariamente).

Ainda que se defina boas atitudes com base na preservação, será uma escolha relativa ao próprio ser humano. Quais são os fatos objetivos que delimitam o que é certo ou errado e independem do ser humano?

Pensar em prol do bem comum ainda é depender do medo e da vontade para analisar os fatos, elas são simplesmente extendidas e mais desenvolvidas, mas ainda terão a autopreservação (e não falo somente em nível de indivíduo) como meta.

Enfim, o que penso é que não há um guia universal ou uma lei que definam o que é certo ou errado. Pode-se compará-las, de fato, mas o próprio conceito de superioridade envolve uma opinião ou um objetivo.

"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #18 Online: 10 de Setembro de 2008, 13:39:06 »
Como eu falei, é possível comparar morais somente com pontos de vista específicos, como por exemplo, escolher entre várias, qual se adequa ao melhor desenvolvimento humano.

Discordo completamente.

Citar
Elas amadurecem e decaem de acordo com um ponto de vista muito pessoal, o que pode ser amadurecer para você, pode ser decair para mim (não que isto ocorra necessariamente).

Ainda que se defina boas atitudes com base na preservação, será uma escolha relativa ao próprio ser humano. Quais são os fatos objetivos que delimitam o que é certo ou errado e independem do ser humano?

Algumas coisas, como causar sofrimento em outros seres humanos, são objetivamente más independentemente de convicção pessoal.  Outras, como evitar destruição ecológica, independem inclusive da natureza humana.

Citar
Pensar em prol do bem comum ainda é depender do medo e da vontade para analisar os fatos, elas são simplesmente extendidas e mais desenvolvidas, mas ainda terão a autopreservação (e não falo somente em nível de indivíduo) como meta.

Autopreservação é de fato o germe do conceito de bem, assim como autodestruição é a raiz do mal.

Isso não envolve necessariamente medo.  Vontade, porém, é sem dúvida um elemento necessário.

Citar
Enfim, o que penso é que não há um guia universal ou uma lei que definam o que é certo ou errado. Pode-se compará-las, de fato, mas o próprio conceito de superioridade envolve uma opinião ou um objetivo.

Isso é verdade, e não impede que se venha a definir um padrão universal de moralidade.  Embora ele certamente seja complexo demais para ser universalmente compreendido, caso exista.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline JUS EST ARS

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.128
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #19 Online: 10 de Setembro de 2008, 13:44:16 »


Um jurista (não lembro quem), considerando os valores da Constituição e das leis brasileiras, chegou à conclusão que por aqui existe um único Direito Fundamental absoluto, que se sobrepõe a todos os demais: Tortura.

De fato, no Brasil, qualquer que seja o motivo, não há tortura permitida.

Diferente dos Estados Unidos, onde é permitida em alguns casos, aqui nem mesmo em caso de guerra declarada a tortura é permitida.

Aqui matar (ex. legítima defesa), furtar (ex. para matar a fome), usar de violência (ex. para repelir uma invasão súbita em sua casa) etc., são permitidos em alguns casos. O direito de não ser torturado, de outro lado, é absoluto, não comporta exceções, sendo que sua violação é inclusive considerada assemelhada  a crime hediondo.

Isso se deu em razão do nosso histórico da ditadura, em que a tortura era prática comum, de maneira que o constituinte de 1988 deu especial atenção à esta situação.

Assim, no Brasil, se existe um valor moral absoluto, é o direito de não ser torturado.

Aqui é objetivamente certo não torturar, e objetivamente errado torturar.



Offline Galthaar

  • Nível 19
  • *
  • Mensagens: 596
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #20 Online: 10 de Setembro de 2008, 13:48:06 »
Como eu falei, é possível comparar morais somente com pontos de vista específicos, como por exemplo, escolher entre várias, qual se adequa ao melhor desenvolvimento humano.

Discordo completamente.


Por quê?

Citar
Algumas coisas, como causar sofrimento em outros seres humanos, são objetivamente más independentemente de convicção pessoal.  Outras, como evitar destruição ecológica, independem inclusive da natureza humana.

Algo pode ser considerado maligno sem um contexto humano? Do ponto de vista de algumas pessoas, por menos que eu goste deles, causar sofrimento é um ato bom.



Jus Est Ars,

Quando você fala de um valor moral absoluto dentro de um lugar, ele já não é mais absoluto, e sim relativo ao lugar.

« Última modificação: 10 de Setembro de 2008, 13:54:49 por Galthaar »
"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

Offline JUS EST ARS

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.128
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #21 Online: 10 de Setembro de 2008, 13:53:18 »


Sim, por isso que disse que no Brasil este valor é absoluto, e inclusive citei um caso  onde não é, como nos EUA.

Por isso que acho relevante considerar, onde quer que se esteja, aqueles 2 passos que mencionei antes: um para se definir o contexto territorial, os valores do lugar; e o segundo que se aplica em qualquer lugar, mas é subjetivo.


« Última modificação: 10 de Setembro de 2008, 13:57:20 por JUS EST ARS »

Offline Eleitor de Mário Oliveira

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.502
  • Sexo: Masculino
    • Lattes
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #22 Online: 10 de Setembro de 2008, 14:07:35 »
Como eu falei, é possível comparar morais somente com pontos de vista específicos, como por exemplo, escolher entre várias, qual se adequa ao melhor desenvolvimento humano. Elas amadurecem e decaem de acordo com um ponto de vista muito pessoal, o que pode ser amadurecer para você, pode ser decair para mim (não que isto ocorra necessariamente).

Errado! Como eu disse acima, se houvesse uma única coisa que pudessemos repreender nos outros, esta seria deles agirem em desacordo com os fins que eles próprios estabeleceram.

Por exemplo, na década de 30 a URSS tinha um sério problema de produção agrícola, o que acarretava em fome. Na época o Diretor de Biologia da Academia de Ciências da URRS era o agronomo Trofim Lysenko. Este se opunha arduamente à teoria mendeliana da hereditariedade, a qual ele alegava ser incondizente com o materialismo dialético. Com este argumento, ele convenceu o partido a perseguir os mendelianos (resultando em prisões e sentenças de morte) e adotar outras teorias para aumentar a produtividade agrícola. Precisa dizer que a produtividade não aumentou?

Nesta história temos uma sociedade que almejava resolver um problema por meio da ciência. Contudo, eles praticaram censura e perseguição, o que a história já mostrou inúmeras vezes que atravanca o desenvolvimento científico.
Sob qualquer perspectiva, o que Lysenko e os membros do partido mancomunados com ele fizeram é imoral.

Offline Galthaar

  • Nível 19
  • *
  • Mensagens: 596
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #23 Online: 10 de Setembro de 2008, 14:11:04 »

O ser humano, definidor que é de mal e bem, justo e injusto, certo e errado, tem o poder de moldar o ambiente (incluindo aí a si próprio) conforme as suas necessidades. Não é que ele tenha o direito de escolher o que é o que, ele simplesmente PODE.

Há morais boas para um indivíduo, e algumas, boas para vários, estas serão selecionadas positivamente. A moral é útil, mas utilidade só significa correção para o utilizador; e nem isto é obrigatório.

O problema de se definir uma moral universal, é que ela não poderá nunca ser imutável, deverá estar em eterno estado experimental, pois abriga e depende de organismos em mutação.
"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

Offline JUS EST ARS

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.128
  • Sexo: Masculino
Re: Moralidade absoluta e relativa: o que é?
« Resposta #24 Online: 10 de Setembro de 2008, 14:13:11 »


Citação de: Dante, the Wicked
Errado! Como eu disse acima, se houvesse uma única coisa que pudessemos repreender nos outros, esta seria deles agirem em desacordo com os fins que eles próprios estabeleceram.
Para isso ser verdade os interesses humanos teriam que ser estáveis, e não volúveis como é o que acontece.

Ademais, como fica impossível você saber o que uma pessoa estabeleceu para si,    tal hipótese, apesar de supostamente verdadeira, é inútil.


 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!