Que proselitismo?
Bem, vou escrever aqui meu modelo lógico que mostra que micro-evolução não prova macro-evolução.
Eu postei ele no ReV e no Realidade. Ninguém até agora conseguiu refutar.
Vamos ver se há motivos para uma revolução científica nele.
Digamos que existe um animal A e outro Z. Entre eles haveria, segundo a doutrina evolucionista, uma série de elos: B, C...,K...,X e Y . (Estou colocando todo o alfabeto, mas deveria haver muito mais, dado que se passaram milhões de anos). Ocorre que ninguém achou nenhum elo. Aí um cara da religião ateísta/agnóstica/cética encontra um animal σ e tenta colocar no lugar do S. Ele diz “achei o transicional entre A e Z. Provei a evolução”. Questões:
1 – Onde estão B, C...,K...,X e Y (todo o alfabeto restante)?
Resposta do cara: Não precisa, para mim que uso a fé, um só já é suficiente, mesmo que σ nem se encaixe na série, eu darei um jeito de encaixar.
Minha resposta: Não existem
O problema aí é estar usando abstrações totalmente desconexas da realiadade, simplesmente letras e determinando que não são suficientes para provar qualquer parentesco.
Enquanto isso, na realidade, mesmo sem se recorrer aos fósseis, apenas a taxonomia e os conhecimentos sobre hereditariedade e desenvolvimento já são como um berro ensurdecedor em favor da evolução. Todos os seres, simplesmente todos, são perfeitamente compatíveis com o que se esperaria de uma árvore genealógica de toda vida. Ao passo que isso é uma improbabilidade absurda se supomos que o que quer que tenha originado os seres, não o fez sob restrições genealógicas.
A partir do momento em que uma linhagem se divide (principalmente após uma divisão definitiva, mas nem necessariamente) em duas, elas compartilham características herdadas da linhagem ancestral, e se originam novas características em cada uma, não compartilhadas uma com a outra. Ou, quando "compartilhadas", quando "a mesma" característica existe em linhagens distintas, ela tem estruturas distintas (analogia, em vez de homologia). Isso ocorre não apenas anatomicamente, mas até mesmo em nível simplesmente genético. Assim como as asas de morcegos, aves e pterodáctilos são modificações diferentes, para a mesma função, mas surgidas independentemente, dos membros dianteiros herdados de um ancestral comum quadrúpede, há casos de genes que poderiam ser simplesmente compartilhados entre parentes mais distantes para realizar a mesma função, mas não são.
Importante: isso não é simplesmente uma conjectura vazia e meramente teórica; é algo que acaba sendo refletido, que quase é a base da taxonomia, da classificação dos seres vivos em grupos de acordo com as suas similaridades. As características dos seres, sem exceção, permitem esse agrupamento nítidamente genealógico.
Essa distribuição das características num padrão genealógico é algo preciso e limitado. Não é razoável esperar que ocorresse por pura coincidência, sem ter como uma genealogia verdadeira a causa, tal como não se espera genótipos de "irmãos gêmeos" vindo de pais e mães diferentes, algo que, ainda que teoricamente possível, é absurdamente improvável.
Se supomos simplesmente que a biodiversidade não tem uma restrição genealógica verdadeira, sem nem especular qual seria a causa de terem as características que tem, um "embaralhamento" das características maior seria esperado, por ser mais provável do que a coincidência de uma genealogia falsa e perfeita.
Se é especulado que os seres foram inventados, que a forma serve à função, a disparidade entre o razoavelmente esperado e o observado é ainda maior. Não se esperaria analogias onde poderiam haver homologias. Se as aves e os morcegos tem o crânio, coluna vertebral e outros tantos pontos comuns da anatomia dos tetrápodes em comum, supostamente porque essas características são um mesmo projeto genérico servindo à mesma função, ambos poderiam ter também o mesmo modelo de asas, que tem a função de voar (isso sem nem se perguntar a razão de existirem ambos esses grupos de animais, que também seria um questionamento válido).
Mas o observado é que só são "usados" projetos em comum para a mesma função quando "coincidentemente" é perfeitamente compatível com uma herança de um ancestral comum com aquela característica, e que nunca são quando seria "coincidentemente" impossibilitado pela separação de linhagens, que não herdaram a mesma característica. Sem exceção.
O interessante é que não ocorre apenas em coisas funcionais, mas em detalhes sem importância para a fisiologia e sobrevivência dos seres, como retrovírus endógenos. Retrovírus endógenos inserem-se no genoma dos hospedeiros, e, tal como expliquei agora há pouco sobre a essência da distribuição genealógica de características, são encontrados também coincidentemente dentro desse padrão. Humanos e os grandes primatas compartilham inserções de retrovírus, mas mais ou menos de acordo com o grau de parentesco inferido por outras características:
2 – Uma evolução de B1 para B2 serve?
Resposta do cara: serve
Minha resposta: Não, pois não é representativa. Trata-se apenas de uma mudança micro, comum na natureza, que não prova que B evoluiu para C e daí para D e assim por diante, até chegar a Z.
Novamente, a abstração serve apenas para definir como inválidas as observações e estudos sem nem se dar ao trabalho de lidar com mundo real, e provar essa distinção supostamente fundamental entre mudanças "micro" evolutivas e "macro" evolutivas.
A distinção entre micro e macro evolução é como uma distinção entre micro e macro soma e subtração. É como se fosse argumentado que nunca se pode somar um até dez, ou que, até dez talvez, mas dificilmente até cem, e com certeza não até mil, porque na maior parte do tempo que se soma um com um nunca dá dez, ou não representa uma mudança de dezena. Só uma em cada dez vezes - se excluirmos as subtrações, que atrasam ainda mais o hipotético processo "macro-somatório".
Em vez de ficar apenas numa abstração contrária, é interessante substanciar com a realidade. As espécies aparentadas são diferentes em uma pequena fração de seus genes. Humanos e chimpanzés diferem em torno de 1 a 6%, dependendo do critério de diferenciação que se usar. Mas simplesmente não há qualquer mecanismo conhecido que sugira que as diferenças genéticas que existem entre as espécies aparentadas não poderiam ter surgido através de mudanças genéiticas ao longo de múltiplas gerações, tal qual as mudanças entre linhagens distintas de uma mesma espécie. As diferenças genéticas entre uma espécie e outra aparentada não são de natureza fundamentalmente diferente das diferenças dentro de uma mesma espécie. São só diferenças genéticas, originadas por mutação, imperfeições nas cópias dos genes.
3 – Alguém já observou, reproduziu, ou provou que houve pelo menos uma transformação B para C ao longo de A até Z?
Resposta do cara: Não precisa de provas porque eu uso a fé;
Minha resposta: Não. E se ninguém nunca viu reproduziu ou provou, é uma mentira.
Novamente, algo bastante abstrato, que mal lida com a realidade, para facilitar o espantalho. Apesar da observação da "macro" evolução ser obviamente mais limitada pela questão do tempo e etc, há sim observações de algumas instâncias. Isso não é, de qualquer forma, crucial para ser uma questão de "fé" ou não. Da mesma forma que não se diz que tem "fé" quem acredita na história da humanidade (em vez de aceitar qualquer confabulação como igualmente válida) apesar de não se poder reproduzí-la, de ter uma documentaçao imperfeita e etc.
"Nunca se observou um índio inventando um computador. No máximo, se observa a alguém inventar uma ponta de flecha melhor, ou um celular com calculadora, ou algo assim. Isso é só microevolução tecnológica, apenas se combinou a calculadora com o celular. Logo, é impossível a evolução cultural do modo de vida selvagem até a era tecnológica. Fomos ajudados por ETs".
É essa a essência do "ceticismo" contra a evolução biológica com base na distinção falsa entre micro e macro evolução e falta de observação. Na verdade, é perfeitamente razoável se concluir a ancestralidade comum universal a partir do que se sabe de micro evolução e de estudos gerais sobre os seres vivos, que mostram como espécies aparentadas não tem nada que não poderia ter surgir da mesma forma que surgem diferenças entre populações da mesma espécie.