PM diz que tiro motivou invasão para libertar refém em Santo André; meninas saem baleadas da Folha Online
A Polícia Militar afirmou na noite desta sexta-feira que decidiu invadir o apartamento onde Lindemberg Fernandes Alves, 22, mantinha a ex-namorada e uma amiga dela reféns após ouvir um tiro e porque o comportamento de Alves, durante a tarde, era muito agressivo. As duas meninas saíram baleadas do apartamento. Alves foi preso.
"Nós não sabemos exatamente se ela já estava ferida. O risco da entrada era calculado. Ouvimos tiro e de imediato ligamos para ele que disse que estava tudo bem. O que levou à invasão foi, justamente após as negociações, o comportamento dele, isso está gravado, e em seguida o disparo", afirmou o coronel Eduardo Félix, comandante do Batalhão de Choque da PM.
Segundo a assessoria do hospital municipal de Santo André, onde as meninas estão internadas, a ex-namorada de Alves foi baleada na cabeça e na virilha. O estado de saúde da garota é grave. A amiga foi ferida no rosto e não corre risco de morte.
Invasão Foi o mais longo caso de cárcere privado em São Paulo.
Por volta das 18h10, houve uma explosão --aparentemente, uma bomba de efeito moral foi jogada no apartamento. Pouco depois, policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) entraram no apartamento --alguns pela janela. Foram ouvidos três estampidos, semelhantes a tiros.
Lindemberg Fernandes Alves sai de apartamento após manter a ex-namorada refém por cem horas em Santo André, Grande SP
Pouco depois, as meninas foram retiradas do apartamento, e Alves foi levado em um carro da polícia para uma delegacia da região.
RefénsO rapaz estava inconformado com o fim da relação de três anos com a garota. Segundo familiares, o namoro terminou há aproximadamente um mês.
Alves havia invadido o apartamento onde a ex-namorada estudava com três amigos por volta das 13h30 de segunda-feira (13). Dois garotos foram libertados na noite de segunda. Uma amiga da adolescente ficou 33 horas em cárcere privado, mas voltou ao apartamento na manhã de quinta (16) porque a polícia aceitou uma exigência do criminoso. Ele havia se comprometido a soltar as duas em seguida, o que não aconteceu.
A estratégia foi criticada. O procedimento quebra as regras para esse tipo de situação, segundo o especialista em segurança pública José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da PM de São Paulo e ex-secretário Nacional de Segurança Pública.
IntegridadePor volta das 14h10 desta sexta, o promotor Augusto Rossini e o advogado Eduardo Lopes, que defende Alves, afirmaram que seria dada garantia de integridade física para que o rapaz libertasse a ex-namorada e a amiga dela.
De acordo com ambos, a garantia de integridade física foi uma exigência de Alves para libertar as meninas. Ele também teria pedido redução de pena para se render.
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u457572.shtml