Pô cara, até parece que você nunca assistiu filmes americanos de Tribunal
O discurso advogado dele será mais ou menos assim:
"Promotor de justiça, excelentíssimo juiz, senhores jurados. O Estado criou o tribunal do júri para ter certeza de que os cidadãos julguem seus pares, atribuindo a vocês, que hoje representam aqui a justiça, a grandiosa incumbência de resolver o destino de Ludemberg. Cabe a vocês analisar a trágica conduta de um jovem apaixonado. Um amor que atravessou todas barreiras, da vida e da morte. Se há algo que não é explicável, é o amor. Esse jovem, que possuía ficha limpa até dia do evento, estudioso e amigo, como os senhores viram na televisão, sofreu os males que uma decepção amorosa causa. Ele é tão inofensivo que até a amiga da vítima, voluntariamente, reingressou no local dos fatos voluntariamente após ter sido libertada. Eu pergunto a vocês: fosse ele dono de uma personalidade agressiva, teria ela retornado? Ou ficaria com medo e se recusaria a voltar, como é o que se espera de alguém diante do perigo? Não, senhoras e senhores, o quadro pintado sobre ele na televisão não é aquele. Estamos falando de alguém que poderia ser seu melhor amigo, um jovem sem antecedentes criminais, apaixonado e que ficou cinco dias sem dormir e se alimentar direito, em uma situação que nunca tinha se encontrado antes. Ele estava acuado, senhoras e senhores. Um homem acuado, apaixonado, com fome e sem dormir. Esse não era o estado normal do Lundemberg, era uma stuação extremada. Ele não possui esse perfil. Portanto, ao proferir seu voto, o façam de forma justa, analisem uma situação de normalidade desse menino que é o que o define, e não a situação excepcional e única. Esse menino se mostrou arrependido, e é alguém a ser recuperado. Nunca antes ele se viu nessa situação, e como viram, nunca mais pretende estar nela. Façam justiça. Julguem como se julgassem um filho de vocês. Muito obrigado."
Me diga, você acha algum absurdo isso?