A diferença entre espíritos e os predadores ou sacis-pererês, como foi citado ironicamente por alguém mais atrás aqui no tópico, é que todo mundo sabe que eles não existem.
"Todo mundo sabe" não é muito científico. Como o Contini falou, no meio da roça você vai encontrar muita gente que acha que Saci existe. E em um fórum cético como este a opinião predominante é que "todo mundo (aqui pelo menos) sabe que espíritos são crendices".
E tudo bem que o predador foi um exemplo irônico de um personagem de filme, mas você não captou o que eu quis dizer: qualquer coisa que eventualmente fosse descoberta poderia ter uma miríade de outras explicações além de espíritos. Poderia ser desde um fenômeno natural ainda desconhecido até algo que você acharia risível, como um dragão invisível daqueles que costumam assombrar garagens (se você não captou a referência, leia aqui:
O Dragão na minha garagem - Carl Sagan), passando por outras possíveis explicações amalucadas, como, por exemplo, um teste militar de um traje invisível desenvolvido pelas forças armadas (sim, existem pesquisas sérias sobre essa tecnologia. Duvida?
Clique aqui!) quem sabe algum cientista maluco não achou que o teste final de seu invento seria se passar por um fantasma?
Para provar que se trata de um espírito em vez de qualquer outra coisa é preciso criar um teste que prove isso além de qualquer dúvida. E isso é muito difícil se nós não sabemos nem mesmo quais propriedades os espíritos deveriam ter. Quem sabe se as psicografias fossem verdade um espírito mais sagaz não poderia nos revelar algumas informações verificáveis e colaborar em experimentos controlados? Infelizmente os fantasmas que assombram os médiuns espíritas não parecem ter muita noção de como funciona o método científico.
Os primeiros são personagens de filmes e os últimos são personagens do folclore brasileiro. Uma pessoa precisa ter uma crendice muito grande para dizer que viu saci-pererê, mula-sem-cabeça, lobisomens e coisas do tipo. Para mim, espíritos e esses personagens folclóricos são coisas completamente diferentes. Considero que há grandes chances de espíritos existirem, coisa que descarto totalmente no caso dos personagens folclóricos.
Para mim espíritos não são melhores que personagens folclóricos. Uma crendice não é mais verossímil só porque existe uma religião em volta dela.