Autor Tópico: Presos de Guantanamo  (Lida 10168 vezes)

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #100 Online: 15 de Fevereiro de 2009, 11:37:17 »

O tópico não seria o que fala sobre a possibilidade do Brasil receber presos de Guantânamo? Se for, é esse aqui: ../forum/topic=18970.0.html.

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Offline Luis Dantas

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #101 Online: 15 de Fevereiro de 2009, 12:50:13 »
Esse!  Talvez seja o caso de unir os dois.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #102 Online: 24 de Fevereiro de 2009, 04:04:41 »
Já que o assunto do tópico mudou...

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Etíope é libertado de Guantánamo após 4 anos de prisão

Um residente da Grã-Bretanha que passou mais de quatro anos preso na prisão americana na baía de Guantánamo, em Cuba, retornou ao país nesta segunda-feira.

Binyam Mohamed, um etíope de 30 anos, havia sido preso em 2002 no Paquistão acusado de envolvimento em um plano para detonar uma bomba nos Estados Unidos. As acusações, no entanto, foram retiradas no ano passado.

O etíope, que permanece sob custódia das autoridades da Grã-Bretanha, disse ter sido torturado para confessar que participou do plano e acusa autoridades do serviço de inteligência doméstica britânico (MI5) de cumplicidade nos abusos que sofreu.

Ele alega que foi enviado secretamente do Paquistão para o Marrocos, onde teria sido torturado, e que de lá teria sido transferido para o Afeganistão e depois para Guantánamo, onde estava desde 2004.

A procuradoria-geral da Grã-Bretanha está consultando o diretor da promotoria pública do país para decidir se deve ser aberta uma investigação criminal sobre as alegações de tortura.

A transferência de Binyam de Guantánamo é a primeira a ser autorizada pela administração do presidente americano, Barack Obama.

Futuro

A ONG jurídica Reprieve, que representa o prisioneiro, disse que ele não oferece riscos à Grã-Bretanha e que espera que o governo conceda sua liberdade "imediatamente".

"Ele apenas quer ir para algum lugar calmo e tentar se recuperar. Cada momento que ele ficar preso reviverá o que sofreu", disse o diretor da Reprieve, Clive Stafford Smith.

O analista da BBC Gordon Corera disse que em ocasiões anteriores, detentos transferidos de Guantánamo para a Grã-Bretanha foram interrogados pela polícia logo que chegaram ao país.

Mohamed vivia na Grã-Bretanha desde os 15 anos de idade até ser preso.

No início deste ano ele fez uma greve de fome de um mês na prisão e seus advogados afirmaram que ele chegou "perto da inanição".

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/02/090223_guantanamoprisioneiro.shtml

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #103 Online: 25 de Fevereiro de 2009, 02:34:48 »
Pentágono pede relaxamento de regras de Guantánamo

Um relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos recomenda que o regime de isolamento dos prisioneiros da base americana de Guantánamo, em Cuba, seja relaxado para que haja um maior "contato humano" entre os detentos.

O documento foi apresentado pelo almirante Patrick M. Walsh em uma entrevista coletiva no Pentágono nesta segunda-feira.

Walsh foi escolhido pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, para liderar uma equipe que produziria um relatório sobre as condições do campo de prisioneiros, após uma ordem para o fechamento da prisão no prazo de um ano ter sido assinada pelo presidente Barack Obama no último dia 22 de janeiro.

Segundo o relatório, o campo de prisioneiros "está de acordo com todos os padrões de tratamento humano e em conformidade com o artigo 3 das Convenções de Genebra", mas é "recomendável que haja maior contato humano, oportunidades de recreação, estímulo intelectual e orações coletivas" para os detentos.

"Socialização, ou interação entre os detentos, é importante por causa do longo período de tempo que eles estão presos", disse Patrick Walsh.

Informações dão conta de que os detentos do campo de prisioneiros passem 23 horas por dia confinados em suas celas.

Recursos

O almirante afirmou que as recomendações "não seriam um requisito para que o campo se adeque às condições das Convenções de Genebra", mas que "são itens para ajudar o comando a melhorar as condições da prisão".

"Até que a prisão seja fechada, as condições (dos detentos) devem estar de acordo com todos os padrões humanitários", disse Walsh.

O relatório ainda recomenda que, enquanto o campo de prisioneiros estiver aberto, ele deve receber os recursos necessários para seu funcionamento.

"É importante que o Departamento (de Defesa) continue a enviar recursos para Guantánamo até que todos os detentos saiam", disse o alemirante.

Tortura

O relatório do Pentágono foi divulgado no mesmo dia em que o novo titular da pasta da Justiça dos EUA, Eric Holder, fez sua primeira visita ao campo de prisioneiros em Cuba.

Holder visitou as instalações da prisão e está analisando as condições para o fechamento do campo no prazo de um ano, como foi ordenado por Obama.

Calcula-se que cerca de 250 pessoas estejam encarceradas na base americana em Cuba, muitas sem acusações formais.

Também nesta segunda-feira, um cidadão etíope que passou mais de quatro anos detido na prisão americana na baía de Guantánamo voltou à Grã-Bretanha, onde residia.

Binyam Mohamed foi preso em 2002 no Paquistão acusado de envolvimento em um plano para detonar uma bomba nos Estados Unidos. As acusações, no entanto, foram retiradas no ano passado.

O etíope, que permanece sob custódia das autoridades da Grã-Bretanha, disse ter sido torturado para confessar que participou do plano e acusa autoridades do serviço de inteligência doméstica britânico (MI5) de cumplicidade com os abusos que sofreu.

Ele alega que foi enviado secretamente do Paquistão para o Marrocos, onde teria sido torturado, e que de lá teria sido transferido para o Afeganistão e depois para Guantánamo, onde estava desde 2004.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/02/090224_gauntanamo_cq.shtml

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #104 Online: 26 de Fevereiro de 2009, 17:23:27 »
UE pede fichas de detidos em Guantánamo antes de aceitar transferência

Bruxelas, 26 fev (EFE).- A União Europeia (UE) anunciou hoje que pedirá aos Estados Unidos todas as informações disponíveis sobre os detidos em Guantánamo, inclusive as de caráter secreto, para se certificar de que os reclusos que por ventura receber não representam perigo.

Os ministros de Interior do bloco europeu debateram a possibilidade de receber alguns dos detidos e, assim, ajudar o presidente dos EUA, Barack Obama, a cumprir sua promessa de fechar o centro de detenção, localizado em Cuba.

"Antes de tomar uma decisão, precisamos de toda a informação complementar", afirmou o ministro de Interior tcheco, Ivan Langer, cujo país exerce atualmente a Presidência rotativa da UE e que, em entrevista coletiva, reconheceu que há alguns ministros preocupados com os riscos do acolhimento aos detidos.

"Os EUA nos fizeram um pedido relativo aos detidos que não apresentam perigo algum, mas é preciso verificar isso", disse o comissário europeu de Justiça e Segurança, Jacques Barrot.

Langer e Barrot visitarão Washington entre 16 e 18 de março para obter mais detalhes das autoridades americanas. Só depois haverá uma proposta concreta.

O ministro tcheco disse que o bloco pedirá aos EUA toda a informação existente, já que, segundo afirmou, "nada pode ser mantido em segredo quando um país acolhe um detido".

Por sua vez, o ministro de Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, declarou que a transferência de detentos do centro de Guantánamo aos países da UE acarreta "problemas legais de todo tipo", os quais o bloco europeu terá que resolver para poder aceitar o pedido americano.

Trata-se de "um problema muito difícil" do ponto de vista jurídico, já que é preciso que a UE estabeleça um marco comum sobre questões como o status legal destas pessoas, assim como seus direitos e obrigações ante as autoridades nacionais, acrescentou Rubalcaba.

Uma questão é definir se os detidos serão recebidos como refugiados, por exemplo. Outra é se lhes será restrito o direito à livre circulação pelo bloco.

Para Barrot, imagina-se que os detidos de Guantánamo recebidos pela UE ficarão limitados a se deslocar apenas pelo território do país ao qual serão enviados.

De qualquer maneira, a decisão de receber ou não os reclusos do centro de detenção caberá a cada país, mas dentro de um princípio de "transparência e de compartilhamento de informações" entre todas as nações da UE, disseram a Presidência e a Comissão Européia (CE, órgão executivo do bloco) numa nota.

Segundo organizações humanitárias, atualmente há em Guantánamo 244 detidos, dos quais cerca de 30 podem ser julgados nos EUA e 60 não têm pendências com a Justiça americana, mas também não podem voltar a seus países de origem porque podem ser torturados ou perseguidos.

Até agora, nove países da UE (França, Alemanha, Portugal, Espanha, Finlândia, Irlanda, Estônia, Letônia e Lituânia) se mostraram dispostos a receber alguns dos detidos.

O ministro espanhol disse que depois de a UE pressionar tanto os EUA para que fechem Guantánamo, é "razoável" que agora os europeus ajudem Obama a desativar o centro.

"À proposta que os EUA nos fazem, ao pedido de cooperação, a Espanha responde 'sim'", afirmou Rubalcaba.

De quatro a seis dos detidos estariam interessados ser enviados à Espanha, segundo a ONG Reprieve, mas Rubalcaba afirmou que as autoridades não têm informação oficial sobre o assunto.

O coordenador antiterrorista da UE, Gilles de Kerchove, disse que ainda é preciso esperar a decisão das autoridades de Washington, onde vários grupos de trabalho examinam a situação de cada detido.

Segundo ele, o bloco europeu cogita receber os reclusos considerados inocentes, categoria distinta à dos fichados como perigosos mas contra os quais não há processos legais, já que as provas contra estes foram obtidas de forma ilícita.

De Kerchove prevê que o diálogo sobre os detidos entre Washington e Bruxelas se estenderá por meses.

As partes ainda discutem se os EUA pagarão alguma indenização aos detidos libertados, se assumirão parte das despesas com os reclusos (tratamento psicológico, por exemplo) ou o que aconteceria se os ex-detidos, depois de transferidos, resolvessem processar o Governo americano por detenção ilegal ou torturas.

http://br.noticias.yahoo.com/s/26022009/40/politica-ue-pede-fichas-detidos-guantanamo.html

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #105 Online: 26 de Fevereiro de 2009, 21:16:38 »
Ao oferecer receber presos, Espanha busca melhor relação com EUA

A promessa feita pela Espanha de considerar receber presos de Guantánamo coincide com uma melhora nas relações com os Estados Unidos sob o governo de Barack Obama, disse o ministro das Relações Exteriores espanhol nesta quarta-feira.

Miguel Angel Moratinos disse à rádio La Ser que "há uma boa atmosfera, uma boa disposição" em Washington, em relação a um encontro entre Obama e o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, que era ignorado por George W. Bush.

As relações da Espanha com os Estados Unidos esfriaram depois que Zapatero cumpriu a promessa de campanha de retirar as tropas espanholas do Iraque quando tomou posse pela primeira vez, em 2004.

Zapatero, que critica abertamente a guerra no Iraque, nunca foi convidado para visitar Bush nos Estados Unidos, o que levou críticos a sugerirem que a quarta maior economia da Europa estava perdendo influência política.

As autoridades do governo espanhol não escondem seu entusiasmo com o governo de Obama, que se volta um pouco mais para a esquerda em relação ao antecessor. Em particular, expressaram esperança de aumentar a influência internacional da Espanha graças às afinidades com Washington.

Moratinos disse que seu encontro com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, na terça-feira, estabeleceu boas bases para o futuro. No encontro, ele afirmou que a Espanha pode aceitar presos de Guantánamo.

"A nova secretária de Estado, Hillary Clinton, com suas palavras e mensagens, marcou uma nova fase, na qual a Espanha poderá ter um papel ativo e muito mais intenso no mundo", disse Moratinos.

Autoridades espanholas esperam que o governo Obama favoreça uma abordagem mais multilateral para a política internacional, além de ser favorável à Espanha em áreas que considera de interesse especial, como a América Latina e o norte da África.

http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/090225/mundo/mundo_espanha_relacoes_eua_1

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #106 Online: 16 de Março de 2009, 19:57:05 »
Ex-preso em Guantánamo se torna comandante do Talebã

Representantes do Talebã no Afeganistão confirmaram nesta quinta-feira que um homem que estava detido pelos Estados Unidos na prisão da base militar da Baía de Guantánamo se tornou um dos principais comandantes da milícia no sul do país.

O mulá Abdullah Zakir tem comandado batalhas contra as tropas britânicas na província de Helmand, de acordo com o Talebã.

O ex-prisioneiro de Guantánamo estaria comandando militarmente o grupo na região e em outras províncias do sul do Afeganistão.

Abdullah ficou detido em Guantánamo por seis anos até dezembro de 2007, quando foi entregue a oficiais afegãos e depois solto.

Impunidade

O correspondente da BBC em Cabul, Martin Patience, diz que o comando do Talebã afirmou que a libertação de Abdullah foi bastante positiva para o movimento.

No mês passado, o governo da Grã-Bretanha havia dito à BBC que Abdullah seria um dos responsáveis por ataques a tropas britânicas e da Otan no Afeganistão.

Segundo integrantes do governo britânico, ele comandaria as operações a partir da cidade paquistanesa de Quetta, de onde atua impunemente.

Abdullah é originário de Helmand, província violenta, considerada o maior reduto do Talebã e onde a maior parte das tropas britânicas está localizada.

Repatriação

No início da semana, o comandante americano no Afeganistão, David McKiernan, disse que a coalizão liderada pelos Estados Unidos não está vencendo a guerra em vastas áreas do sul afegão.

O governo americano pretende enviar milhares de soldados a mais para a região nos próximos meses para reforçar a luta contra o Talebã.

O Pentágono afirma que mais de 10% dos 520 detidos em Guantánamo que já foram liberados voltaram a exercer atividades consideradas "terrorismo" pelos Estados Unidos - o que dificulta os esforços para libertar e repatriar os ainda detidos.

Logo após assumir o cargo, em janeiro, o presidente americano, Barack Obama, assinou um decreto que determina o fechamento dentro de um ano da polêmica prisão de Guantánamo.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090312_guantanamo_taleban_rc.shtml

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #107 Online: 17 de Abril de 2009, 03:09:18 »
Obama rejeita punições a agentes da CIA por interrogatórios

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na quinta-feira que os funcionários da CIA não serão punidos por terem submetido suspeitos de terrorismo a simulações de afogamento e a outros métodos agressivos de interrogatório durante o governo de George W. Bush. "Este é um tempo de reflexão, não de castigo", disse em nota Obama, que logo após tomar posse determinou o fim dessas práticas, condenadas internacionalmente.
Ao autorizar a divulgação de memorandos do governo Bush que permitiam as práticas violentas na prisão militar de Guantánamo e em centros secretos de detenção, Obama deu garantias a funcionários da CIA de que eles não enfrentarão acusações penais.

"Ao divulgar esses memorandos, é nossa intenção garantir que aqueles que cumpriram suas tarefas confiando de boa fé no aconselhamento jurídico do Departamento de Justiça não serão submetidos a processos", afirmou o presidente.

"Os homens e mulheres da nossa comunidade de inteligência servem corajosamente nas linhas de frente de um mundo perigoso. Devemos proteger suas identidades tão diligentemente quanto eles protegem nossa segurança, e devemos fornecer a eles a confiança de que podem fazer seu trabalho."

Mas o presidente deixou claro que a decisão não reverte a sua reprovação às táticas adotadas pelo governo Bush como parte da sua "guerra ao terrorismo", e que foram consideradas formas de tortura por diversas entidades de direitos humanos.

"Em um dos meus primeiros atos como presidente, proibi o uso dessas técnicas de interrogatório pelos Estados Unidos porque elas abalam nossa autoridade moral e não nos deixam mais seguros", afirmou.

"Alistar nossos valores para a proteção do nosso povo nos deixa mais seguros. Uma democracia tão resistente quanto a nossa deve rejeitar a falsa escolha entre nossa segurança e nossos ideais, e por isso esses métodos de interrogatórios já são coisa do passado."

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/04/16/obama+rejeita+punicoes+a+agentes+da+cia+por+interrogatorios+5586929.html

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #108 Online: 15 de Maio de 2009, 20:19:51 »
Obama anuncia reabertura de tribunais militares da era Bush

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira que vai reabrir os tribunais militares para suspeitos de atos terroristas que se encontram detidos na prisão da base naval americana de Guantánamo, em Cuba.

As comissões militares para julgar acusados de praticar atos de terror contra alvos americanos foram estabelecidas pelo ex-presidente George W. Bush, em 2001, assim que os militares dos Estados Unidos começaram a prender suspeitos durante o conflito no Afeganistão.

Mas eles foram criticados por organizações de direitos humanos e de direitos civis que alegavam que os julgamentos privavam os suspeitos de direitos básicos que eles teriam em um julgamento civil ou mesmo em uma corte marcial militar.

Os julgamentos militares haviam sido suspensos pelo presidente americano logo que ele tomou posse, em janeiro deste ano, mas, na ocasião, ele não descartou a hipótese de retomá-los após um período de revisão, em que modificações pudessem ser introduzidas.

Segundo revés

Durante a campanha presidencial, Obama chegou a chamar os tribunais de ''um enorme fracasso''.

Ao anunciar a decisão, o presidente dos Estados Unidos afirmou que a decisão se deu por esta ser ''a melhor maneira de proteger o nosso país e garantir nossos valores mais profundos''.

O restabelecimento dos tribunais militares despertou críticas de pessoas ligadas à ala esquerda do Partido Democrata e ativistas de direitos civis. Foi o segundo revés sofrido por eles durante esta semana.

Na quarta-feira, Obama também voltou atrás em sua decisão de divulgar fotos de métodos de interrogatório considerados extremos e praticados por forças americanas contra supostos terroristas.

Mas o governo americano também introduziu mudanças em relação às comissões militares, como a de restringir o uso de boatos como evidência contra detidos, oferecer maior flexibilidade para que os suspeitos possam escolher os seus advogados e vetar provas obtidas através de tratamento considerado cruel ou desumano.

Um total de 13 prisioneiros já estão sendo submetidos às comissões militares, entre eles cinco suspeitos de haver planejado os atentados de 11 de setembro de 2001, inclusive o militante Khalid Sheikh Mohammed, tido como o principal cérebro por trás dos ataques.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090515_eua_tribunal_rc.shtml

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #109 Online: 15 de Maio de 2009, 22:19:15 »
O Unknown postou o que vi a pouco na TV (fiquei de cabelos em pé).

Offline Zeichner

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #110 Online: 17 de Maio de 2009, 22:23:37 »
Ha-Ha
Realpolitik é foda!

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #111 Online: 21 de Maio de 2009, 16:47:15 »
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Prisioneiro de Guantánamo deve ser julgado por civis em Nova York

Um réu apontado como membro da rede terrorista Al-Qaeda detido na prisão de Guantánamo será julgado em Nova York, passando a ser o primeiro prisioneiro do local a ser processado em um tribunal civil, informou a rede de notícias "CNN".

Ahmed Khalfan Ghailani, nascido na Tanzânia e acusado dos atentados de 1998 contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, seria o primeiro prisioneiro de Guantánamo a enfrentar uma corte civil nos Estados Unidos.

O presidente americano Barack Obama deve fazer o anúncio nesta quinta-feira, durante um discurso sobre segurança nacional, segundo a CNN.

Em 1998, 224 pessoas morreram em dois atentados terroristas simultâneos contra as embaixadas dos Estados Unidos na Tanzânia e Quênia.

Ghailani foi detido no Paquistão em 2004. A base naval americana de Guantánamo, na ilha de Cuba, foi transformada em centro de detenção dos Estados Unidos, onde 240 suspeitos de terrorismo estão presos, a maioria sem julgamento civil.

Sem verbas para fechar a prisão

Na última quarta-feira, o Senado dos Estados Unidos votou contra o projeto de destinar US$ 80 milhões para fechar a prisão de Guantánamo, o presídio de segurança máxima americano mantido em uma base militar situada em território cubano. O veto, que uniu os democratas do presidente Barack Obama aos membros da oposição rebublicana, representou uma derrota para o líder dos Estados Unidos.

Obama havia pedido o fechamento do presídio até janeiro de 2010 e soliticara que os US$ 80 milhões fossem incluídos na verba destinada ao financiamento das guerras do Iraque e do Afeganistão.

A prisão de Guantánamo abriga 240 prisioneiros de 30 países suspeitos de ter praticado supostos atos terroristas contra alvos americanos.

O veto se deu por 90 votos contra 6 e impede o uso de dinheiro federal para ''transferir, soltar ou encarcerar'' os detidos em Guantánamo para outros presídios em território americano.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/05/21/prisioneiro+de+guantanamo+sera+julgado+em+ny+6252913.html
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Um em cada sete presos de Guantánamo voltam à luta

Aproximadamente um em cada sete dos 534 presos transferidos para o exterior da prisão de Guantánamo voltou ao terrorismo ou às atividades de militância, informa nesta quinta-feira o New York Times.

Este dado, de um relatório do Pentágono que não foi divulgado, pode criar um obstáculo no futuro aos esforços do presidente Barack Obama por fechar a controversa prisão antes do prazo fixado, 22 de janeiro de 2010 - que foi criticado pelos dois partidos.

Relatórios anteriores do Departamento de Defesa sobre a reincidência de prisioneiros em Guantánamo, a base naval americana que hoje abriga 240 suspeitos, foram questionados pela falta de detalhes, e considerados meros esforços para manter a prisão aberta.

No último relatório, o Pentágono afirma que 74 presos liberados do acampamento no sul de Cuba voltaram para o terrorismo ou o ativismo, uma taxa de reincidência de cerca de 14%.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/05/21/guantanamo+um+em+casa+sete+presos+voltam+a+luta+6259918.html
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Obama reafirma promessa de fechar Guantánamo e ressalta mudanças na política externa americana

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quinta-feira que o país "perdeu o rumo" ao combater o terrorismo nos últimos oito anos e reafirmou a promessa de fechar a prisão de Guantánamo até janeiro de 2010, apesar da oposição no Congresso.

Segundo Obama, a criação e a manutenção da prisão de Guantánamo foi um duro golpe à reputação dos Estados Unidos. O presidente disse que, no lugar de servir como um instrumento contra terroristas, Guantánamo se tornou "um símbolo" que ajudou a Al-Qaeda a recrutar terroristas para sua causa. "A existência de Guantánamo provavelmente criou mais terroristas pelo mundo", disse o presidente dos EUA.

Obama, que sucedeu o presidente George W. Bush no dia 20 de janeiro, prometeu em seus primeiros dias na presidência fechar Guantánamo até janeiro de 2010. No país, há receios de que com o fechamento do campo de detenção na base naval dos EUA em Guantánamo, Cuba, alguns suspeitos de terrorismo presos no local possam ser libertados nos EUA.

Em seu discurso, Obama mostrou as linhas gerais de seu plano para desmantelar Guantánamo, onde permanecem 240 homens. O presidente americano disse que transferirá alguns deles para prisões de máxima segurança nos Estados Unidos e os julgará nos tribunais federais ou nos tribunais antiterroristas especiais criados em Guantánamo pelo governo de George W. Bush, com uma mudança nas normas que dê mais direitos aos acusados.


Obama discursa nesta quinta-feira em Washington / AP

Obama afirmou que as decisões tomadas durante o governo de seu antecessor, George W. Bush, estabeleceram uma pauta de abordagem ao terrorismo que "não foi efetiva nem sustentável", e que não confiou nas instituições nem nos valores americanos. "Por isso perdemos nosso rumo", afirmou.

Em uma dura crítica ao governo Bush, Obama disse que é "inaceitável" o uso de táticas agressivas de interrogação de presos de guerra. "Táticas de tortura em interrogatórios não produzem informações melhores e são inaceitáveis do ponto de vista moral", disse. "Temos que deixar esses métodos no passado", afirmou Obama, que foi aplaudido por jornalistas, advogados e políticos presentes.

Ao mesmo tempo, Obama disse que não aceita os pedidos para uma investigação independente dos métodos anti-terroristas implementados durante o governo Bush. "Acredito que nossas instituições são fortes o bastante para julgar os abusos", disse Obama.

Obama ressaltou que a guerra contra o terror irá requerer um aparato militar moderno, um regime de não-proliferação de armas de destruição em massa, fronteiras mais protegidas e uma nova abordagem na diplomacia dos Estados Unidos.

Com a presença da secretária de Estado, Hillary Clinton, do secretário da Defesa, Robert Gates, e do diretor da CIA, Leon Panetta, Obama fez seu discurso na manhã desta quinta-feira diante de uma platéia de advogados militares, em um palco colocado em frente à Constituição dos Estados Unidos e à Declaração de Independência do país.

Sem verbas para fechar a prisão

Na última quarta-feira, o Senado dos Estados Unidos votou contra o projeto de destinar US$ 80 milhões para fechar a prisão de Guantánamo, o presídio de segurança máxima americano mantido em uma base militar situada em território cubano. O veto, que uniu os democratas do presidente Barack Obama aos membros da oposição republicana, representou uma derrota para o líder dos Estados Unidos.

Obama havia pedido o fechamento do presídio até janeiro de 2010 e soliticara que os US$ 80 milhões fossem incluídos na verba destinada ao financiamento das guerras do Iraque e do Afeganistão.

O veto se deu por 90 votos contra 6 e impede o uso de dinheiro federal para ''transferir, soltar ou encarcerar'' os detidos em Guantánamo para outros presídios em território americano.


Detentos de Guantánamo rezam dentro da prisão / AP

A prisão de Guantánamo foi criada depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, para manter suspeitos de terrorismo capturados principalmente no Afeganistão. Suspeitas de maus tratos a presos no local contribuíram para prejudicar a imagem dos EUA no exterior, e Obama determinou nos primeiros dias de seu mandato, em janeiro, que a prisão fosse desativada.

A prisão de Guantánamo abriga atualmente 240 prisioneiros de 30 países suspeitos de ter praticado supostos atos terroristas contra alvos americanos.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/05/21/obama+reafirma+promessa+de+fechar+guantanamo+6258950.html

Leia o discurso de Barack Obama na íntegra (em inglês)

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #112 Online: 10 de Junho de 2009, 02:35:32 »
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Prisioneiro de Guantánamo diz ser inocente em julgamento nos EUA

O tanzaniano Ahmed Khalfan Ghailani, primeiro prisioneiro de Guantánamo a ser julgado nos Estados Unidos, se declarou inocente das acusações de terrorismo nesta terça-feira, em um tribunal de Nova York.
Ahmed Jalfan Ghailani, da Tanzânia, detido desde 2006 na prisão da base militar americana de Guantánamo, em Cuba, foi levado para a penitenciária metropolitana de Nova York, acusado de participação em 1998 nos ataques contra as embaixadas dos Estados Unidos em Dar es Salaam e Nairóbi.

O tanzaniano estava preso desde setembro de 2006 na base de Guantánamo, que fica encravada em Cuba. Ele é acusado por 286 crimes, inclusive o de conspirar com Osama bin Laden e outros membros da Al-Qaeda para matar norte-americanos em algum lugar do mundo, e também especificamente por cada uma das 224 mortes resultantes dos atentados de 7 de agosto de 1998 contra as embaixada dos EUA na Tanzânia e no Quênia.

Vários dos crimes atribuídos ao réu podem acarretar a pena de morte ou de prisão perpétua.

Ghailani foi levado a julgamento nos EUA por decisão de uma comissão que revê a situação dos 240 supostos militantes ainda mantidos em Guantánamo. Ele é suspeito de ter comprado um caminhão e os tanques de oxigênio e acetileno usados no atentado da Tanzânia, que matou 85 pessoas, e de ter ajudado fisicamente nos preparativos para o ataque nas semanas anteriores à sua realização. O outro atentado do mesmo dia, no Quênia, matou 213 pessoas.

Presos em solo americano

Desde que em janeiro o presidente Barack Obama determinou a desativação da prisão de Guantánamo, vários parlamentares se mostram preocupados com a transferência de suspeitos de terrorismo para o território norte-americano.

Tentando afastar os temores, o secretário de Justiça, Eric Holder, disse na nota que o Departamento tem "um longo histórico de deter com segurança e de julgar com sucesso suspeitos de terrorismo no Judiciário, e vamos empregar essa experiência na busca por justiça nesse caso."

Entrevista de ex-detento

O argelino Lakhdar Boumediene, libertado após sete anos preso em Guantánamo, fez um relato de sua detenção e reafirmou sua inocência em ao canal de televisão americano ABC, na última segunda-feira divulgou trechos de uma entrevista exclusiva na internet.

"Sou um homem normal, não sou um terrorista", disse Boumediene, de 42 anos, que foi libertado e viajou para a França no mês passado, após dois anos de greve de fome.

Preso em 2001 junto com outros cinco argelinos na Bósnia, onde residia legalmente, Boumediene foi entregue às autoridades americanas sob suspeita de ter organizado um atentado contra uma embaixada dos Estados Unidos em Sarajevo. Pouco depois, foi transferido para Guantánamo, logo que a prisão foi inaugurada na base americana em Cuba, em 2002.

Boumediene pensou na época que sua prisão não duraria muito tempo, por se tratar de um erro, uma vez que até as autoridades bósnias já haviam anulado as acusações que constavam contra ele.

"Achei que os Estados Unidos, um grande país que tem a CIA, o FBI (...) se daria conta, talvez após uma ou duas semanas, de que eu era inocente e podia voltar para casa", contou à ABC News.

Ao invés disso, no entanto, o argelino foi mantido acordado por 16 dias e submetido a violência física por várias vezes. Perguntado pela ABC se acreditava ter sofrido tortura, respondeu: "Não acho, tenho certeza disso".

Entre outras coisas, Boumediene descreveu como o levantaram de uma cadeira segurando-o pelas axilas enquanto seus pés permaneciam acorrentados ao chão, e como o obrigaram a correr com alguns guardas até ser arrastado por eles quando já não aguentava mais ficar em pé.

Boumediene foi autorizado a se instalar com sua família na França, que se tornou o primeiro país da União Europeia a receber um ex-detento de Guantánamo que não era seu residente ou cidadão.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/06/09/prisioneiro+de+guantanamo+diz+ser+inocente+em+julgamento+nos+eua+6634948.html

Só gostaria que me explicassem como o cara ficou dois anos em greve de fome.

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #113 Online: 10 de Junho de 2009, 09:51:49 »
 :hihi:

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #114 Online: 25 de Julho de 2009, 21:39:11 »
Só gostaria que me explicassem como o cara ficou dois anos em greve de fome.
E o pior é que tem explicação (sublinhada):
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Médicos em Guantánamo violam ética profissional, diz relatório

Um relatório publicado nesta sexta-feira na revista científica Lancet afirma que a participação de médicos em interrogatórios e práticas de alimentação forçada de prisioneiros na prisão americana em Guantánamo é uma violação dos códigos de ética da profissão.

O relatório critica o Departamento de Defesa por empregar profissionais de saúde nessas práticas, que qualificou de "brutais" e "inconsistentes com a ética médica", e afirma que o histórico da base na ilha de Cuba "arranhou a integridade dos médicos que trabalham para as Forças Armadas e a Agência de Inteligência Americana (CIA)".

"Médicos militares desenvolveram e implementaram métodos de interrogatório, incluindo privação de sono, isolamento, ameaças, nudez e posições de estresse", afirmam os autores do texto, os diretores-executivos das ONGs Médicos pelos Direitos Humanos, Leonard S. Rubinstein, e da Advogados e Médicos Globais, George J. Annas.

"A divulgação de memorandos até então secretos do Departamento de Justiça mostra o envolvimento de médicos que trabalham para a CIA criando, utilizando e monitorando métodos de interrogatório, incluindo a simulação de afogamento. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha estabeleceu que esses métodos configuram tortura."

Em uma carta enviada à revista Lancet em março, médicos de diversos países já haviam protestado contra as práticas de Guantánamo. Na ocasião, o Pentágono respondeu que "declarações de organizações profissionais de médicos, advogados, dentistas etc. não são tratados internacionais e, portanto, não são de cumprimento obrigatório e não são aplicáveis a Estados-nações soberanos".

Leia mais sobre os métodos de interrogatório usados pela CIA

Alimentação forçada

No documento publicado nesta sexta-feira, Rubinstein e Annas criticam duramente o chamado Relatório Walsh, uma revisão da situação dos presos de Guantánamo apresentada em fevereiro deste ano pelo almirante Patrick M. Walsh e encaminhada ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Walsh avalizou a prática de alimentar prisioneiros em greve de fome à força como um gesto necessário para poupar a vida e a saúde dos detidos.

A prática consiste em administrar uma substância nutritiva por meio de sondas nasais a prisioneiros que são imobilizados por até duas horas
, amarrados com correntes na altura dos braços, das pernas e no peito.

"A equipe de Walsh não questionou os princípios éticos do uso desse protocolo", dizem Rubinstein e Annas. Eles expressaram sua oposição ao fato de um profissional não-médico (no caso o comandante da base) ser o responsável por determinar o procedimento.

Além disso, notaram, o uso de coerção e imobilização física é condenado pela Associação Médica Mundial como "tratamento desumano e degradante".

Interrogatórios sem ética

Rubinstein e Annas também criticam a participação de psicólogos e psiquiatras em sessões de interrogatório.

"A participação de especialistas em ciências comportamentais viola os princípios éticos das profissões de saúde. Interrogatórios quase sempre incluem maneiras de elevar os níveis de estresse dos prisioneiros, e são inconsistentes com o dever da beneficência", afirmaram.

Para eles, "mesmo na ausência de tortura", a prática "é uma violação do seu dever de não infligir dano, e portanto antiética".

Em outras ocasiões, o governo americano já expressou seu apoio à participação de profissionais de saúde em práticas da prisão de Guantánamo, afirmando que os médicos operam dentro das "políticas e procedimentos" do governo.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090724_guantamano_lancet_pu.shtml

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Re: Presos de Guantanamo
« Resposta #115 Online: 26 de Abril de 2011, 08:36:43 »
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Pelo menos 150 presos em Guantánamo eram inocentes, diz WikiLeaks


Pelo menos 150 suspeitos que ficaram detidos na prisão americana de Guantánamo desde 2002 são inocentes, indicam documentos confidenciais do governo dos EUA vazados pelo site WikiLeaks. Os arquivos, publicados em jornais da imprensa estrangeira como The New York Times, Washington Post, El País e The Guardian, revelam uma análise de todas as 780 pessoas que passaram pela prisão de segurança máxima desde 2002.

Independentemente de serem inocentes ou culpados, os prisioneiros são classificados de acordo com a qualidade das informações que podem prover e o risco que representam para a segurança americana. As autoridades militares americanas consideraram 220 dos prisioneiros de Guantánamo como militantes extremistas de alto risco. Outros 380 presos foram classificados como pessoal de baixo escalão do Talebã.

Pelo menos 150 deles são cidadãos afegãos ou paquistaneses inocentes - motoristas, fazendeiros e cozinheiros - capturados durante operações de inteligência em zonas de guerra. Em muitos casos os suspeitos foram detidos após serem confundidos com pessoas procuradas ou simplesmente porque estavam no lugar errado e na hora errada, afirmam os memorandos.

O Pentágono qualificou o vazamento dos documentos como "infeliz" e disse que as avaliações foram feitas como "raios-X" que podem estar desatualizados.

Planos de ataques
Os documentos também revelaram detalhes de supostos planos de ataques terroristas a alvos na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Sob interrogação, os presos teriam mencionado a suposta existência de uma arma nuclear a ser detonada na Europa em caso de prisão do líder da rede extremista Al-Qaeda, Osama Bin Laden.

Entre outros supostos planos, estaria o de impregnar o sistema de ar condicionado de edifícios públicos americanos com cianeto, um veneno mortal, e recrutar militantes no aeroporto londrino de Heathrow, o mais movimentado da Europa.

O repórter da BBC em Washington Jonny Dymond disse que parte das histórias contidas nos documentos já era conhecida, mas os detalhes nunca vieram através de uma fonte oficial do governo americano.

A prisão de Guantánamo, localizada em uma base naval americana na ilha de Cuba, abriga hoje cerca de 180 prisioneiros. O presidente americano, Barack Obama, prometeu em 2009 fechar a prisão no seu primeiro ano de governo. Entretanto, não apenas isto não aconteceu como, recentemente, a Casa Branca anunciou a retomada dos julgamentos militares no local.

Apesar disso, o governo Obama diz que não abandonou a ideia de fechar Guantánamo.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5093079-EI8141,00-Pelo+menos+presos+em+Guantanamo+eram+inocentes+diz+WikiLeaks.html

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Trinta presos de Guantánamo sofriam de doenças psiquátricas, revelam documentos divulgados pelo WikiLeaks


RIO - Pelo menos 30 presos mantidos no centro de detenção da base americana de Guantánamo, em Cuba, sofriam de doenças psiquiátricas, revelaram novos documentos divulgados pelo site WikiLeaks e publicados pelo jornal espanhol "El País" nesta terça-feira. De acordo com o material, vários detentos da guerra contra o terror tentaram o suicídio no complexo de segurança dos EUA e ao menos três conseguiram completar o intento em 2006.

Os detentos com problemas psiquiátricos padeciam de depressão e graves transtornos de personalidade, entre outras enfermidades. Apesar disso, eles foram mantidos anos encarcerados antes de ser enviados aos seus países de origem. A busca obsessiva por informações fez com que agentes passassem por cima do delicado quadro de saúde dos presos. A investigação só foi posta de lado quando se comprovou que o estado dos dentetos impedia que fossem obtidas informações de inteligência confiáveis sobre a al-Qaeda e grupos associados à rede terrorista de Osama bin Laden.

Foi o caso de Modulah Abdul Raziq, de 40 anos. Ele permaneceu oito meses em Guantánamo até ser devolvido ao Afeganistão, em 2002. O detento comia as próprias fezes, bebia xampu e passava o dia nu em sua cela com excrementos espalhados pelo corpo. O afegão ganhou a liberdade porque os americanos reconheceram o equívoco da sua prisão. O estado psiquiátrico dele "dificulta a obtenção de informação durante os interrogatórios", revelou o informe secreto em que o general Michael R. Lehnert, do Corpo de Fuzileiros dos EUA, pede a repatriação de Raziq.

Raziq foi detido no Afeganistão por uma força antitalibã e enviado a Guantánamo em janeiro de 2002. De acordo com o documento assinado por Lehnert, nos primeiros interrogatórios foram diagnosticados sintomas de esquizofrenia e outras anomalias psicóticas. O afegão se tornou um problema, segundo o informe do general, já que "suas ações agitam outros detidos e obrigam o pessoal (da segurança) a se concentrar nele". Lehnert afirmou que um tribunal declararia o detento incapaz e que seria "improvável que as autoridades do Afeganistão permitisse que ele voltasse a se unir ao inimigo".

Já o detento Juma Muhamed Abd al Latif al-Dosari, de 38 anos, nascido no Bahrein, passou muito mais tempo campo de prisioneiros. Um documento atribui a ele dezenas de tentativas de suicídio - na última, cortando o pescoço, em dezembro de 2005. O diagnóstico: "Importante desordem depressiva e personalidade limitada". Sua ficha foi fechada em julho de 2006. Dosari passou cinco anos em Guantánamo, onde era considerado de alto risco e de grande valor de inteligência, sendo identificado por um outro detento como cozinheiro da al-Qaeda. Ele foi transferido para a Arábia Saudita.

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/04/26/trinta-presos-de-guantanamo-sofriam-de-doencas-psiquatricas-revelam-documentos-divulgados-pelo-wikileaks-924321023.asp

 

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