A questão é, e se não for contra a vontade dos indivíduos, e se eles acham que essa forma de casamento é a correta? Casar com 12 anos pragente é um absurdo, mas pra cultura deles pode ser muito bom, e a criança deve ficar muito bem com isso. Problemas de desenvolvimento pode-se ter ou pode-se não ter, assim como um casamento aos 40 anos pode promover um beneficio ou malefício no desenvolvimento do sujeito.
Moral é relativa, no caso do casamento, principalmente, se eles não estão inflingindo sofrimento e prejuízos a ninguém, por que nos incomodaria? Só porque é diferente? Daí você está contradizendo alguns artigos da DDHO.
André, quando se nasce em uma cultura que prega determinados tipos de comportamento, é inevitável que as pessoas pouco ou nunca se voltem contra ela. Isso é ainda mais frequentes em culturas regidas por ideais religiosos que pregam uma postura comportamental rígida. Em casos como esse, quando se cresce em um ambiente em que a vontade é desrespeitada, não há como perceber que existe esse desrespeito.
Não estamos dizendo aqui que a moral ocidental é mais evoluída que as demais. O que estamos dizendo é que a evolução do Estado teve como base a evolução dos direitos, a concessão de maior proteção a estes. Um Estado Democrático de Direito é aquele em que o indivíduo é visto como sujeito de direitos que se pautam na preservação à vida, à liberdade, ao direito de ir e vir e expressar-se, entre outros. Não consigo relativizar o direito à vida ou o direito à liberdade. Você consegue?
A concessão de maior liberdade individual é fruto de uma evolução histórica, não é natural, como muitos dizem. É uma tendência evolutiva, basta observar sociedades que atingiram um maior grau de desenvolvimento social e laicismo.
Mas diga-me, nossa democracia e nosso direito são tão livres assim? Você realmente acredita que tem a liberdade de expressão que dizem que tem? O mesmo argumento que usou serve para nós, meros céticos ateus, somos céticos e ateus porque nosso contexto permitiu que desenvolvêssemos isso, mas só somos até certo ponto, assim como em qualquer cultura.
E assim como todo e qualquer pensamento que obtemos são frutos de uma apropriação da sociedade em que vivemos. Podemos sim transformar esse pensamento baseado em certas carecterísticas particulares, mas ainda continua baseada no seu desenvolvimento social.
Estamos presos ao nosso contexto, não criamos coisas do nada, e não desenvolvemos coisas do nada, assim como na nossa cultura casar com uma mulher de 90 anos é absurdo! Assim como na nossa cultura mulher sem bunda é feia. Posso concordar que a liberdade de escolher seu próprio cônjuge, seja algo que me interesse, mas pode ser também que numa sociedade não seja, e se passarmos a crer(enfatizo o termo que usei propositalmente) que ser céticos, ser ateus, ser "democratas"(somos mesmo?), ser "ocidentais" é melhor do que outras formas de se viver, putz, estamos agindo como cristãos, estamos sendo inquisicionistas.
Existem culturas que sobrevivem mesmo à demonstração da nossa cultura, porque pra eles é ruim ser como nós. E eles evitam isso ao máximo, não querem agir e ter as mesmas coisas que temos, eles querem expressar suas vontades da forma como a cultura que eles viveram os ensinaram, e isso não podemos trespassar, temos de respeitar e nos por no devido lugar, pra eles nós somos os inferiores, isso é o direito deles pensarem, o direito deles se expressarem que temos que respeitar! A não ser que queiram e acham justo evangelizar a cultura ocidental por aí.