Autor Tópico: Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira  (Lida 15041 vezes)

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Re: Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #125 Online: 16 de Maio de 2011, 18:00:57 »
Dados de caixas-pretas do voo AF 447 foram recuperados, diz França

Após dois anos de buscas, descobertas podem ajudar a esclarecer acidente que matou 228 pessoas em maio de 2009

Os dados das duas caixas-pretas do voo AF 447 da Air France, que caiu no Atlântico em 2009, foram preservados e puderam ser recuperados pelos investigadores franceses durante o fim de semana, anunciou nesta segunda-feira, 16, o Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês), que apura as causas do acidente.

As leituras permitiram recolher a integralidade dos dados contidos no gravador de parâmetros técnicos do voo, como também a integralidade das gravações sonoras das duas últimas horas do voo. A expectativa é que a análise das informações explique as circunstâncias exatas do acidente com o avião que fazia a rota Rio-Paris quando caiu, em 31 de maio de 2009, matando as 228 pessoas a bordo.

Segundo um comunicado do BEA, a análise do material deve durar várias semanas. Um relatório será redigido e divulgado nos próximos meses. As operações foram efetuadas na presença de uma equipe internacional de investigadores de acidentes aéreos, entre os quais dois brasileiros do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

No fim de semana, os investigadores limparam (retirando vestígios de sal) e secaram os cartões de memória internos das caixas-pretas. Por se tratarem de provas em uma investigação judicial, a operação foi também acompanhada por um oficial da polícia judiciária francesa.

As duas caixas-pretas permaneceram durante quase dois anos submersas no Atlântico a 3,9 mil metros de profundidade. Elas chegaram na semana passada à França. Uma das caixas-pretas contém os parâmetros técnicos do voo, como altitude e velocidade, e a segunda grava as conversas dos pilotos ou qualquer outro som emitido na cabine.

Os investigadores franceses também resgataram outras peças do Airbus da Air France, como parte da cabine de pilotagem, o joystick dos pilotos e seus assentos e também os calculadores do motor, que gravam inúmeros parâmetros "preciosos", segundo o BEA. O resgate de peças e eventualmente de corpos, se os testes para tentar extrair o DNA das duas vítimas já retiradas do mar forem positivos, deverá ser retomado por volta do dia 21 de maio.



http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,dados-de-caixas-pretas-do-voo-af-447-foram-recuperados-diz-franca,719778,0.htm

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Re: Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #126 Online: 27 de Maio de 2011, 09:51:48 »
Queda do voo 447durou três minutos e meio, dizem investigadores franceses

Escritório de Investigações e Análises divulgou nesta sexta-feira análise parcial das caixas-pretas e diálogo da tripulação

O Escritório de Investigações e Análises (BEA), órgão responsável pelas investigações do acidente com o Airbus da Air France, divulgou nesta sexta-feira (27) um relatório preliminar do voo que partiu do Rio de Janeiro com destino a Paris e caiu no Oceano Atlântico, matando todas as 228 pessoas a bordo.

Segundo o BEA, novos fatos puderam ser esclarecidos com os dados obtidos com as caixas-pretas, em relação aos relatórios divulgados em 2 de julho e 17 de dezembro de 2009. O documento divulgado nesta manhã revelou que a composição da tripulação estava de acordo com os procedimentos e que, no momento do evento, os dois copilotos estavam na cabine. O comandante de bordo estava de repouso e retornou para a cabine cerca de 1 minuto após o alarme de perda soar.

Ainda segundo o relatório parcial, o detalhamento do conteúdo das caixas-pretas mostra que a queda da aeronave, que estava a 11.600 metros de altitude, durou cerca de três minutos e trinta segundos - durante a descida, o airbus permaneceu em situação de perda, girando da esquerda para a direita. Quando houve o aumento da incidência, o avião estava posicionado a 35 graus.

Outro ponto esclarecido pelo estudo é que houve uma inconstância entre as velocidades indicadas no painel do controle - a velocidade indicada no lado esquerdo e a indicada no instrumento de resgate (ISIS), no lado direito, oscilaram em "pouco menos de um minuto".

A BEA não detalha o que teria causado esta insconsistência nem se ou como ela teria influenciado na queda. Informa apenas que a "nota descreve de maneira factual a sequência dos acontecimentos que levaram ao acidente, e apresenta fatos novos estabelecidos. As primeiras análises serão apresentadas no relatório de etapa, cuja publicação está prevista para finais de julho".

O órgão afirma ainda que só "depois de um trabalho longo e minucioso de investigação é que as causas do acidente serão determinadas e as recomendações de segurança serão emitidas, o que é a principal missão do BEA. Elas constarão do relatório final".

Airbus comenta relatório

A Airbus afirmou que as informações preliminares divulgadas pelas autoridades francesas sobre o acidente no voo Rio-Paris são um "passo significante" para entender as causas da queda do avião A330 no oceano Atlântico. "O trabalho do BEA constitui um passo significante para a identificação completa da cadeia de eventos que levou ao trágico acidente do voo 447 da Air France em 2009", disse a Airbus em comunicado.

http://ultimosegundo.ig.com.br/voo447airfrance/investigadores+franceses+divulgam+historico+do+voo+af+447/n1596982078105.html

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Offline André Luiz

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Re: Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #127 Online: 28 de Maio de 2011, 00:07:46 »
Putz, tres minutos e meio de queda, pense no terror pelo qual as pessoas passaram

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #128 Online: 28 de Maio de 2011, 19:04:18 »
Putz, tres minutos e meio de queda, pense no terror pelo qual as pessoas passaram

Foi divulgado que os corpos encontrados estavam com os cintos afivelados, quer dizer que os passageiros receberam um aviso de emergência antes da queda.

Citar
Outro ponto esclarecido pelo estudo é que houve uma inconstância entre as velocidades indicadas no painel do controle - a velocidade indicada no lado esquerdo e a indicada no instrumento de resgate (ISIS), no lado direito, oscilaram em "pouco menos de um minuto".

Será que receberam leituras contraditórias e tentaram corrigir algo que na verdade estava certo ?

Offline Moro

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Re: Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #129 Online: 29 de Maio de 2011, 01:32:43 »
Hoje em dia praticamente só se voa de cinto, o tempo todo. Mas durou muito tempo mesmo, deve ter sido aterrador.

Uma coisa nao entendi ao ler a reportagem, o avião nao possui GPS para medir a velocidade?
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #130 Online: 29 de Maio de 2011, 02:27:41 »
Hoje em dia praticamente só se voa de cinto, o tempo todo. Mas durou muito tempo mesmo, deve ter sido aterrador.

Uma coisa nao entendi ao ler a reportagem, o avião nao possui GPS para medir a velocidade?

Quando aconteceu um acidente parecido há uns tempos atrás, lembro que vi em algum lugar que os dados registrados na caixa preta são os apontados pelos instrumentos, então se houver o tal entupimento das sondas, ela não registra a velocidade real.

Imagino que devam existir os dados de algum gps a bordo para comparação.
« Última modificação: 29 de Maio de 2011, 08:19:05 por Arcanjo Lúcifer »

Offline Moro

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Re: Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #131 Online: 29 de Maio de 2011, 11:18:45 »
se não soubesse que há gente muito mais capaz em aviônicos do que esse que vos fala, iria falar.. KCT, ninguém colocou uma P.. de um GPS lá??
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #132 Online: 29 de Maio de 2011, 11:34:03 »
se não soubesse que há gente muito mais capaz em aviônicos do que esse que vos fala, iria falar.. KCT, ninguém colocou uma P.. de um GPS lá??

Sei lá...

Eu costumava assistir a um programa sobre desastres aéreos, vi o caso de um avião que caiu no mar porque um funcionário da limpeza tampou a sonda com uma fita adesiva cor prata ao invés da vermelha que estava em falta, se esqueceu de retirar e o piloto não a viu em uma verificação antes da decolagem porque a estrutura era de alumínio polido prateado, então decolou e os instrumentos ficaram doidos no início do vôo noturno onde o piloto não tinha a visão do horizonte.

Outro avião caiu porque a empresa aérea não instalou um equipamento de segurança que permitiria pilotar mesmo com flaps ou controles danificados que pesava 200 quilos mas preferiu instalar monitores de LCD em cada poltrona  da primeira classe com um peso e custos finais muito maiores.

Toda grande cagada começa com alguma pequena mesquinharia.

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Re: Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #133 Online: 16 de Junho de 2011, 09:24:27 »
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Navio com corpos das vítimas do voo AF 447 chega à França

Embarcação com mais de 100 corpos do acidente aéreo atracou na manhã desta quinta-feira no porto de Bayonne

O navio que realizou a última operação de busca de corpos de vítimas do acidente com o voo 447 da Air France chegou nesta quinta-feira à França. O "Ile de Sein" atracou no começo da manhã no porto de Bayonne trazendo peças da aeronave e os corpos de 104 vítimas.

Autoridades francesas reservaram um píer afastado das áreas mais movimentadas do porto para evitar a presença de curiosos durante os trabalhos de descarga, informou a emissora de rádio "France Info".

A embarcação, que finalizou sua missão de rastreamento no oceano Atlântico no último dia 3, transportou até Bayonne três contêineres com destroços do Airbus modelo A330 da Air France, que há dois anos caiu no mar com 228 pessoas a bordo, e um com os 104 corpos que puderam ser resgatados nesta fase de buscas.

Os corpos serão levados ao Instituto Médico Legal de Paris. As peças da aeronave, por sua vez, irão a um hangar de Toulouse (sul da França), onde especialistas continuarão suas pesquisas sobre as causas do acidente. Na quarta-feira, o secretário de Estado francês de Transportes, Thierry Mariani, recebeu membros do comitê de informação das famílias das vítimas do voo 447, além de responsáveis do organismo francês responsável pela investigação, o BEA.

http://ultimosegundo.ig.com.br/voo447airfrance/navio+com+corpos+das+vitimas+do+voo+af+447+chega+a+franca/n1597031647774.html
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Começa a identificação de 104 vítimas do voo AF 447

Os restos mortais de 104 vítimas do acidente com o voo AF 447, que fazia o trajeto Rio-Paris, são aguardados na quinta-feira na França, onde terá início um longo processo de identificação, mais de dois anos após a catástrofe ainda não explicada.

As associações das famílias das vítimas francesas e estrangeiras, divididas quanto à oportunidade de 'recuperar' os corpos, foram recebidas na quarta-feira pelo secretário de Estado dos Transportes, Thierry Mariani, para serem informadas sobre as investigações mais recentes e as modalidades de identificação.

O navio Ile de Sein, que recolheu os corpos perto da costa brasileira, deve chegar ao porto de Bayonne na manhã da quinta-feira. O navio Lucent, da Alcatel, está levando pedaços do avião, um Airbus A330 da Air France.

As operações de recuperação dos corpos foram concluídas em 3 de junho, depois da descoberta dos destroços da aeronave. Os 104 corpos içados somam-se aos 50 encontrados nos dias seguintes ao acidente, que deixou 228 vítimas de 32 nacionalidades, na madrugada de 31 de maio para 1o de junho de 2009.

Os outros corpos vão continuar nos destroços do avião.

A polícia do transporte aéreo, encarregada da investigação, acredita que a identificação dos 104 corpos ainda é possível, apesar de terem passado tanto tempo a 3.900 metros de profundidade, no fundo do oceano Atlântico.

As peças do Airbus recuperadas serão transportadas para um hangar da Direção Geral de Armamentos em Toulouse. Os corpos serão encaminhados para o instituto médico-legal do hospital de Rangueil, também em Toulouse.

As autópsias serão realizadas sob a direção dos dois magistrados instrutores parisienses Sylvie Zimmermann e Yann Daurelle, encarregados da investigação da catástrofe, pela qual a Air France e a Airbus foram indiciadas por homicídios involuntários.

O coronel François Daoust, chefe do Instituto de Pesquisas Criminais da Polícia Nacional (IRCGN), explicou na rede Europe 1 que a primeira fase da identificação consistirá em criar dossiês 'ante mortem' das vítimas, colhendo as informações necessárias junto às famílias (registros médicos, especialmente odontológicos, etc.).

Em seguida, esses dossiês serão comparados, com a ajuda de um software, aos dados 'post mortem' recolhidos das vítimas. A identificação será validada por uma comissão de peritos.

As famílias das vítimas estão novamente condenadas a esperar. No Brasil, a identificação dos primeiros 50 corpos levou dois meses.

Graças às caixas-pretas recuperadas em maio, o Escritório de Investigações e Análises (BEA) conseguiu reconstituir o roteiro dos últimos minutos do voo, mas as causas do acidente ainda não foram elucidadas, embora tenha sido confirmado o papel desencadeador de uma pane das sondas Pitot, que medem a velocidade do avião.

O BEA determinou que o aparelho já estava desligado, enquanto os pilotos recebiam informações contraditórias sobre a velocidade, e que caiu por 3,5 minutos antes de afundar no Atlântico.

Esse roteiro deu lugar a interpretações contraditórias por parte da companhia aérea, do fabricante do avião e diversos especialistas.

A Air France insiste no papel preponderante das sondas Pitot, que desencadearam a desconexão do piloto automático e a perda das proteções de pilotagem associadas. O SNPL, principal sindicato de pilotos, também incriminou as sondas Pitot.

Mas alguns pilotos criticam a companhia por não ter adquirido um sistema batizado de Buss (Back Up Speed Scale), que teria permitido recuperar o avião mesmo em caso de pane das sondas. Enquanto isso, especialistas ligados à Airbus destacam a má gestão do desligamento por parte dos pilotos.

http://noticias.br.msn.com/mundo/come%c3%a7a-a-identifica%c3%a7%c3%a3o-de-104-v%c3%adtimas-do-voo-af-447

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Re: Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #134 Online: 29 de Julho de 2011, 18:20:27 »
"A situação era salvável", afirma diretor do BEA sobre acidente do voo 447

Em coletiva, órgão revela que acidente foi causado por falhas técnicas e humanas. Relatório final será divulgado no primeiro semestre de 2012


Entevista coletiva do BEA sobre as causas do acidente da Air France

Os pilotos do voo 447 da Air France, que caiu no Atlântico em 2009, podiam ter salvo a situação depois que o avião perdeu os dados de velocidade, disse o Escritório de Investigação e Análise (BEA), agência francesa que investiga acidentes aéreos. "A situação era salvável", afirma Jean-Paul Troadec, diretor do órgão, a repórteres durante a divulgação do relatório atualizado sobre o acidente. O Airbus 330 mergulhou no Atlântico, em meados de 2009, quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, matando todas as 228 pessoas a bordo.

"É difícil saber a partir de qual momento nada mais poderia ser feito. Os pilotos não entenderam o que estava acontecendo. No último minuto de voo, eles ouviram o alarme de proximidade do solo", explica Troadec durante coletiva de imprensa realizada em Paris, na França.

"Segundo exame de incidentes anteriores, quando a inclinação é bem medida, o avião continua a voar, ele tem a velocidade, o motor, o controle’, afirma Alain Bouillard, responsável no BEA pelas investigações do acidente. "Em outros casos, os pilotos reagiram de acordo com os procedimentos normalmente aplicados."

Segundo Troadec, "todos os dados obtidos exigem uma análise mais sistemática que demanda muito tempo" e "o relatório final não será divulgado neste ano, mas provavelmente no primeiro semestre do próximo ano".

O órgão divulgou nesta manhã um resumo do terceiro documento. A última parte da investigação foi elaborada com as informações obtidas das caixas-pretas e revelaria as causas do acidente (Veja o relatório completo em francês). Com as definitivas causas do acidente divulgadas, o BEA emitiu dez novas recomendações de segurança, reforçando a necessidade de treinamentos para o comando manual de aeronaves em altas altitudes.

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Leia a cobertura completa do acidente com o voo da Air France e veja vídeo

O documento apontou ainda que a equipe na cabine não tinha treinamento específico para lidar com a situação de perda de velocidade do avião e que em nenhum momento a tripulação percebeu problema com a aeronave. A manobra recomendada para situações de estresse seria "simples" para uma tripulação experiente. No caso da equipe do Airbus, devido a falta de treinamento adequado, a monobra escolhida pelo copiloto - de puxar o Airbus para cima e não para baixo - condenou a aeronave. "Os copilotos não receberam nenhum treinamento de alta altitude com procedimento e comando manual na altitude que estava", diz o relatório.

Segundo o BEA, com a incongruência nas indicações de velocidade do avião, o piloto automático foi desligado e os copilotos assumiram o comando da aeronave. Em seguida, não conseguiram identificar o alarme que indicava a perda de sustentação da aeronave e mantiveram o bico elevado, sendo que a orientação para que a situação fosse normalizada era contrária.

Além disso, ao perceberem que a aeronave estava com perda de velocidade, mesmo com índices incoerentes, os pilotos não adotaram o procedimento chamado de "IAS questionável", quando a leitura de velocidade apresentada pelo sistema não é confiável.

O relatório cita ainda a saída do comandante de bordo, que foi "feita sem recomendações operacionais claras", a incoerência entre as velocidades medidas, "resultado da obstrução das sondas Pitot", e que "nenhum anúncio foi feito aos passageiros". ‘O comandante designou implicitamente o copiloto à direita (menos experiente) como suplente. Nesse momento, ainda tentamos entender a relação entre o copiloto que não foi designado e esse copiloto mais jovem", explica Troadec.

Bouillard diz que o comandante "era um homem experiente". "Mas não podemos de jeito nenhum confabular sobre a continuidade da situação caso ele estivesse na cabine no início da sequência. Ele voltou, ele não entendeu, mas não podemos saber, caso ele estivesse em seu posto, se a situação teria sido controlada. É impossível afirmar isso." "Estamos fazendo a relação entre o fato do Pitot mostrar incoerência de velocidade e a reação do piloto que parece ter errado a inclinação adequada a 30 mil pés. Ele não tinha treinamento, mas suas ações me parecem excessivas e é isso que procuramos entender. É algo que parece contrário à lógica e que nós procuramos explicar. São atitudes que não parecem racionais nessa situação’, completa Bouillard.

Outro ponto destacado na entrevista coletiva foi o alarme de queda que, por alguns instantes, parou de  soar. ‘O comandante, pouco antes da sua volta ao posto de pilotagem, provavelmente ouviu esse alarme de queda. Esse alarme parou alguns segundos depois e esse pode ter sido um fator de confusão, que não o ajudou a identificar a situação’, afirma Troadec.

Com base nos registros dos últimos minutos do voo, o documento aponta que ficou claro que a tripulação falhou e teve dificuldades em "identificar formalmente a perda de altitude" da aeronave - mesmo com o alarme de queda tocando por quase um minuto.

‘Estamos estudando o funcionamento desse alarme de queda nessas condições e qual pode ter sido a compreensão, a essa altura do voo, de um alarme que reaparece assim que se reduz a incidência, que desativa-se assim que puxa-se o manche, já que nesse momento os parâmetros de velocidade eram inválidos. A ação no manche influi na resposta do alarme, e estamos estudando o que o piloto pode ter entendido nesse momento’, diz Bouillard.

Bouillard acrescenta que estão sendo analisadas todas as possíveis circunstâncias do dia do acidente. "Criamos um grupo sobre o fator humano para observar toda essa problemática, em circunstâncias muito específicas, de noite, de nuvens, de estresse, de incompreensão, para tentarmos entender qual pode ser o comportamento de um piloto. Em quais condições um piloto, um ser humano, não percebe a existência de um alarme em situação de estresse."

Diante da repercussão da responsabilidade do acidente ser atribuída aos pilotos, a Air France continua afirmando, entretanto, que eles foram induzidos ao erro por um indicador de velocidade do avião, que apresentou falhas. Segundo nota divulgada nesta sexta pela companhia aérea, "nada permite colocar em dúvida as competências técnicas da tripulação". "Durante esta sequência de acontecimentos, a tripulação no comando, reunindo as competências dos dois copilotos e do comandante, fez prova de consciência profissional e comprometimento até o fim na condução do voo."

Sequência dos fatos

O relatório divulgado pelo BEA no fim de maio deste ano, produzido após a análise das caixas-pretas, permitiu reconstituir os últimos instantes de voo, mas as causas exatas do acidente ainda eram desconhecidas. Segundo a sequência dos fatos, cerca de dois minutos após o início dos problemas - os incidentes na cabine ocorreram entre 2h10 (23h10 do dia anterior em Brasília) e 2h14 (23h14) - o avião, que estava a uma altitude de 35 mil pés (cerca de 11 mil metros), começou a cair a uma velocidade vertical de 10 mil pés (3 mil metros) por minuto. A aeronave também começou a oscilar, subindo e descendo devido às rajadas de vento. Leia o diálogo dos pilotos e o histórico do voo.
Com o piloto automático desligado, os pilotos, por três minutos e meio, tentaram, por meio de manobras no manche, reverter a queda. O copiloto empurrou o manche para frente quando deveria tê-lo puxado, segundo relatório. Isso faria com que o avião descesse e não subisse. Desta forma,  o Airbus chegou a subir a 38 mil pés (11,5 mil metros), até que o alarme de perda da altitude disparou e o avião começou a cair novamente. Ainda segundo o relatório parcial, a queda da aeronave durou cerca de três minutos e trinta segundos - durante a descida, o airbus permaneceu em situação de perda de altitude, girando da esquerda para a direita. Neste momento, o avião estava posicionado a 35 graus (inclinação de queda).

Os últimos valores registrados pelas caixas-pretas são velocidade vertical de -10.912 pés/min, velocidade de solo de 107 nós (estava a 197,95 quilômetros por hora quando bateu no mar), altitude de 16,2 graus de elevação do nariz (bico da aeronave inclinado para cima), rolagem (curva) de 5,3 graus à esquerda e um rumo magnético de 270 graus (direção da aeronave apontava para oeste. Pela rota original, Paris fica a leste).

Até então, as investigações apontavam que um defeito nas sondas de velocidade (sensores) Pitot foi um dos fatores do acidente, mas sempre afirmou que a explicação definitiva só poderia ser conhecida quando fossem totalmente analisadas as caixas-pretas. Segundo as autoridades, o mau funcionamento das sondas não explicava por si só o acidente.

Após o acidente, a Justiça francesa abriu uma investigação judicial na qual o construtor aeronáutico europeu Airbus e a Air France foram acusados em março por homicídio culposo.

As duas caixas pretas - que registram os parâmetros de voo e as conversas na cabine dos pilotos - foram trazidas à superfície no início de maio deste ano, depois de passar 23 meses a 3.900 metros de profundidade no Oceano Atlântico. Elas foram encontradas durante a quarta operação de buscas dos destroços, quando o navio americano Alucia chegou à área das operações com previsão de explorar uma área de 10 mil quilômetros quadrados. As três operações de buscas realizadas anteriormente já haviam vasculhado outras áreas que totalizaram cerca de 7 mil quilômetros quadrados.

Cinquenta corpos foram resgatados logo após o acidente. Outros 104 chegaram à França em meados de junho. Entre as vítimas, de 32 nacionalidades, estão 72 franceses e 59 brasileiros.

<a href="http://i0.ig.com/infograficos/tragedia-air-france-447/main.swf?v=1.02" target="_blank" class="new_win">http://i0.ig.com/infograficos/tragedia-air-france-447/main.swf?v=1.02</a>




http://ultimosegundo.ig.com.br/voo447airfrance/a+situacao+era+salvavel+afirmou+diretor+do+bea/n1597106856607.html

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Re:Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #135 Online: 07 de Novembro de 2011, 19:44:20 »
Corpos de 103 vítimas de voo que caiu no Atlântico são identificados

Foram identificados 103 dos 104 corpos encontrados este ano das vítimas do avião da Air France que caiu no Atlântico em junho de 2009, quando levava 228 pessoas do Rio de Janeiro a Paris, informou nesta segunda-feira a associação 'Entraide et Solidarité'.

O presidente do grupo dedicado à memória das vítimas, Robert Soulas, afirmou à Agência EFE que as famílias das vítimas serão informadas sobre a identificação nas próximas horas, e a entrega dos corpos está prevista para as próximas duas semanas.

A associação acrescentou em comunicado que não vai fazer nenhum comentário adicional, e pediu a imprensa 'que nestes momentos de lembrança e recolhimento preservem a intimidade das famílias, dolorosamente intimidadas por estes longos meses de espera'.

No total, foram recuperados 104 corpos este ano, que se somam aos 50 encontrados no mar dias após a tragédia. O Tribunal de Grande Instância de Paris vai decidir sobre a realização de uma nova etapa de buscas para localizar o restante dos corpos.

A última fase desta operação terminou no início de junho, e de acordo com o Ministério de Transportes francês custou 6 milhões de euros (US$ 8,2 milhões).

As autoridades francesas decidiram retirar os corpos dos ocupantes do avião após comprovar que eram identificáveis a partir de testes de DNA, apesar de estarem há quase dois anos em uma profundidade de cerca de 4 mil metros.

O Escritório de Investigações e Análises (BEA), encarregado das pesquisas, divulgará no primeiro trimestre de 2012 seu relatório definitivo sobre as causas do acidente, mas as pesquisas indicam que um problema técnico impediu os pilotos de ter acesso a informações que evitariam a queda do avião.

http://noticias.br.msn.com/mundo/corpos-de-103-v%c3%adtimas-de-voo-que-caiu-no-atl%c3%a2ntico-s%c3%a3o-identificados

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Re:Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #136 Online: 07 de Novembro de 2011, 20:07:49 »
Eu não sei se iria querer o corpo de algum parente. Já fazem quase 3 anos, acho que seria meio doloroso remexer nisso.
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Re:Avião com 228 a bordo desaparece perto da costa brasileira
« Resposta #137 Online: 05 de Julho de 2012, 14:59:08 »
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Perícia vê falhas humana e técnica na queda do AF-447

Peritos independentes contratados pela Justiça da França indicaram no relatório entregue ao Ministério Público de Paris que pelo menos três fatores foram decisivos para a queda do voo AF-447, Rio-Paris, no Atlântico, em 31 de maio de 2009: falhas técnicas, deficiência de treinamento e erros de pilotagem.

As conclusões, reveladas por um sindicato de pilotos da França, lançam dúvidas sobre as companhias envolvidas e sobre agências de aviação civil da Europa e devem nortear o processo judicial, no qual Air France e Airbus respondem por homicídio culposo, não intencional. Hoje, uma segunda perícia será conhecida: o relatório do Escritório de Investigação e Análises para a Aviação Civil (BEA).

Mil e cem dias foram necessários para que a opinião púbica conhecesse enfim as causas da queda do Airbus A330. O documento indica que o piloto Marc Dubois, de 58 anos, e seus copilotos, David Robert, de 37, e Pierre-Cedric Bonin, de 32, teriam tomado decisões erradas durante os quatro minutos de queda, mas essas ações teriam sido causadas por falhas mecânicas e eletrônicas no avião e por falta de treinamento apropriado. O papel das autoridades de aviação civil da França e da Europa também será questionado.

O relatório dos peritos contratados pela Justiça foi entregue na segunda-feira aos advogados das famílias de vítimas, mas não podia ser revelado antes de ser encaminhado aos parentes. Ontem à noite, o Sindicato Nacional de Pilotos de Linha (SNPL France Alpa) divulgou uma nota oficial no qual comenta as conclusões. "O relatório judiciário questiona a concepção do avião, os procedimentos utilizados pelo A330 no momento do acidente, a formação da tripulação por sua companhia, o funcionamento imperfeito da tripulação, assim como falhas gritantes no acompanhamento pelas autoridades dos múltiplos incidentes similares que precederam o acidente", diz em nota o presidente do SNPL, Yves Deshayes.

Sob suspeita

Entre os órgãos questionados, estão a Direção-Geral de Aviação Civil (DGAC) da França e a Agência Europeia de Segurança Aérea (Easa), que teriam menosprezado a importância das falhas apresentadas pelos tubos de Pitot - os sensores de velocidade -, que congelaram durante o voo.

No caso dos aviões fabricados pela Airbus, esses equipamentos orientam todos os instrumentos eletrônicos de navegação, que auxiliam os pilotos. Os sensores fabricados pela companhia francesa Thales, que equipavam os Airbus da Air France, apresentaram falhas similares mais de uma dezena de vezes antes da queda do voo Rio-Paris, que matou 228 passageiros e tripulantes, entre os quais 58 brasileiros.

Essa "falha de acompanhamento" dos incidentes é denunciada como inadmissível pelo sindicato. A reportagem tentou contatar a Easa, mas não obteve retorno. A juíza de instrução do caso, Sylvia Zimermman, não fala a respeito do caso. Nem a Airbus nem a Air France fazem comentários sobre os relatórios antes de sua divulgação oficial. O documento entregue à Justiça só será apresentado às famílias de vítimas em 10 de julho.

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/per%c3%adcia-v%c3%aa-falhas-humana-e-t%c3%a9cnica-na-queda-do-af-447
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Pilotos do voo 447 nunca entenderam que o avião estava caindo, diz perito

O relatório final sobre o voo AF-447 foi apresentado a familiares nesta quinta-feira, 5, pelo BEA, Escritório de Investigações e Análises para a Aviação Civil da França. De acordo com o documento, resultado de uma segunda perícia sobre o acidente que deixou 228 mortos em 2009, uma combinação de fatores humanos e técnicos é responsável pela tragédia.

O investigador chefe Alain Bouillard disse que os dois pilotos que estavam no controle nunca entenderam que o avião estava caindo. Ele afirmou que a tripulação não teve controle nenhum da situação durante a emergência. A perícia mostra que a tragédia foi ocasionada por erro de pilotagem, problemas técnicos, treinamento inadequado e supervisão fraca. Em função disso, a BEA fez 25 recomendações sobre segurança, incluindo um treinamento melhor para os pilotos, com base nas falhas cometidas no voo 447, e alterações no design do cockpit.

Sindicatos comerciais dos pilotos e a Air France tiveram em desacordo com a fabricante Airbus sobre quem ou o que causou a pior perda da companhia aérea. Com o documento, a BEA confirma as descobertas anteriores, de que a tripulação lidou erroneamente com a perda de leitura de velocidade - ocasionada por sensores defeituosos que ficaram congelados com a turbulência sobre o sul do Atlântico.

A aeronave mergulhou na escuridão por quatro minutos em uma parada aerodinâmica enquanto suas asas buscavam ar, e os pilotos não conseguiram reagir aos repetidos alarmes de paralisação, de acordo com registros do voo recuperados dois anos após o acidente. "O acidente resultou de um avião ter sido retirado de seu ambiente operacional normal por uma equipe que não tinha entendido a situação", disse o diretor do BEA, Jean-Paul Troadec.

O relatório também descobriu que os sensores de velocidade dos A330, chamados de sondas pitot e desenhados pela francesa Thales, só foram atualizados após o desastre. O relatório instou a Airbus a rever o sistema de alerta de paralisação da aeronave após críticas ao comportamento do alarme quando o avião estava em mergulho de 38.000 pés. Também pediu uma revisão na maneira como a indústria da aviação e as companhias aéreas da França são supervisionadas.

Familiares das vítimas criticaram o relatório. Para eles, há pouca pressão sobre a indústria aeroespacial, e a discussão sobre a responsabilidade pelo acidente deve permanecer enquanto Air France e Airbus enfrentam uma investigação de homicídio na França. "Parece que os pilotos foram induzidos ao erro pelos problemas com as sondas pitot", disse Robert Soulas, chefe de uma associação de familiares das vítimas a bordo do voo 447.

Acidente
A aeronave que fazia o voo AF-447 caiu sobre o Atlântico após decolar do Rio de Janeiro, na noite de 31 de maio de 2009, com 228 pessoas a bordo. O avião deveria pousar na capital francesa às 6h15 (horário de Brasília). No entanto, o último contato foi uma mensagem automática transmitida às 23h14, cerca de quarto horas depois da decolagem, notificando um curto-circuito após ter atravessado uma forte turbulência.

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/pilotos-do-voo-447-nunca-entenderam-que-o-avi%c3%a3o-estava-caindo-diz-perito
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Familiares criticam relatório final sobre queda de AF447

Familiares e especialistas ouvidos pela BBC Brasil que se reuniram na manhã desta quinta-feira com os investigadores das causas do acidente com o voo AF 447 da Air France criticaram as conclusões finais do órgão sobre o ocorrido.

Segundo eles, o órgão francês não dá destaque para as falhas nos sensores de velocidade do avião no relatório, divulgado nesta quinta-feira. O conteúdo do relatório foi apresentado aos parentes das vítimas antes de ser divulgado, no início da tarde (horário francês).

O relatório diz que a queda do Airbus, que resultou na morte de todas as 228 pessoas a bordo, foi causada por uma combinação de erros humanos e falhas técnicas.

O documento afirma que o piloto automático se desligou duas horas após o início das turbulências. Em seguida houve falhas no altímetros e nos sensores de velocidade.

Seguindo os investigadores, o comandante e os co-pilotos não reagiram de maneira adequada à situação que o avião enfrentava.

Para muitos familiares e também pilotos e especialistas, o principal fator que desencadeou a tragédia foi o congelamento das sondas pitot (sensores de velocidade) em alta altitude, que provocaram a perda dos indicadores de velocidade do voo e o desligamento do piloto automático.

'O entupimento das sondas pitot por cristais de gelo não é uma pane e sim um defeito de fabricação resultante de normas de certificação obsoletas', disse o ex-piloto e especialista Gérard Arnoux.

Nelson Marinho, presidente da associação de familiares AFVV447, diz que o relatório final do BEA (Escritório de Investigações e Análises, na sigla em francês) minimiza as falhas nas sondas pitot e diz que boa parte das conclusões apontam que 'os pilotos foram culpados de tudo porque não tinham treinamento adequado'.

'Não foi falha humana e sim do equipamento da Airbus. Culpar o piloto é muito fácil. Esperava que a França fosse falar abertamente a verdade: que a Airbus falhou e que eles vão corrigir esse avião', diz Marinho.

Pilotos

Corinne Soulas, esposa do presidente da associação francesa de vítimas, que participou da reunião com o BEA nesta manhã, também afirma que o papel das sondas pitot na tragédia não é destacado pelo BEA em seu relatório final.

Mas, assim como Arnoux, que foi piloto de aviões Airbus durante 17 anos e comandante da Air France, ela acha que o BEA atenuou os erros dos pilotos em relação ao relatório preliminar anterior, divulgado em julho passado.

'O BEA reconhece agora que algumas falhas dos pilotos foram causadas por erros nos equipamentos, como no diretor de voo (que mostra ao piloto a rota a ser mantida), que não transmitia os dados corretos aos pilotos e por isso eles agiram daquela forma', disse Arnoux à BBC Brasil.

As conclusões técnicas do BEA divulgadas nesta quinta resultam da análise aprofundada das duas caixas pretas do avião (com parâmetros técnicos do voo e de sons da cabine) e também de equipamentos do Airbus resgatados no ano passado, como os computadores de bordo e parte da cabine de pilotagem.

O voo AF 447 da Air France caiu no Atlântico no dia 31 de maio (pelo horário brasileiro) menos de quatro horas após decolar do Rio com destino a Paris, matando 228 pessoas.

Em julho do ano passado, no terceiro relatório preliminar sobre as causas do acidente, o BEA já havia apontado falhas nas ações dos pilotos após o congelamento das sondas pitot em alta altitude, que provocaram a perda dos indicadores de velocidade do voo e o desligamento do piloto automático.

O avião perdeu a sustentação e despencou de uma altura de 11 mil metros a uma velocidade vertical de 200 Km/h. A queda do Airbus A330-200 durou apenas três minutos e meio.

A decisão do co-piloto de elevar o nariz do avião para ganhar altitude, após o início da pane e da perda de sustentação do avião, não corresponde aos procedimentos normalmente seguidos nesse caso.

Especialistas apontam que o correto seria baixar o nariz do avião para que ele recuperasse a velocidade e, dessa forma, retomasse a sua sustentação.

Mas especialistas também afirmam que a ação dos pilotos pode ter sido afetada pela perda dos indicadores de velocidade e por problemas no alarme de perda de sustentação do avião, que disparou e foi suspenso várias vezes, o que pode ter confundido os pilotos.

Muitos familiares diziam que as conclusões finais do BEA, criticado por sua falta de independência (o Estado francês é acionista da Air France e da Airbus), dariam destaque aos erros dos pilotos, o que eles contestam.

'O entupimento das sondas pitot por cristais de gelo não é uma pane e sim um defeito de fabricação resultante de normas de certificação obsoletas', diz Arnoux.

http://noticias.br.msn.com/mundo/familiares-criticam-relat%c3%b3rio-final-sobre-queda-de-af447

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

 

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