Bem, como prometido, estou enviando o post com a resenha do Kobo Glo. Nunca fiz uma resenha antes, por isso perdoem qualquer falta que venha a conter o texto, o que tentarei esclarecer no tópico. Quem acompanhou o tópico sabe que eu tinha um Sony Reader PRS 600, então meus parâmetros de comparação são com esse modelo, que sei se tratar de uma tecnologia bem mais antiga que os modelos da Kobo e da Amazon. Bem, então vamos à resenha.
Primeiras Impressões e descrição do produtoA embalagem do Kobo não é o que se poderia chamar de bonita, faltou talvez a mão de um designer (ou mesmo bom gosto) na sua produção e o que remete à Livraria Cultura é apenas uma faixa de papel. Ao abrir, vemos que o que pouparam no design da caixa gastaram no aparelho: ele é muito bonito. O que comprei foi o modelo preto, mas existe em outras cores, branco com a traseira azul, lilás ou rosa. O corpo é emborrachado, o que, para mim, é uma certa preocupação. Tenho um GPS da NDrive com o corpo emborrachado e depois de alguns anos ele ficou nojento e pegajoso, com a borracha derretida (é claro que ele fica o dia todo no porta-luvas do carro, debaixo de um sol quente, o que deve ter contribuído para a deterioração).

Uma coisa logo me chamou a atenção: o tamanho. Ele é bem pequeno quando comparado com o Sony PRS 600 (e bem mais leve), mas ambos apresentam uma tela de mesmo tamanho: 6”. Isso se deve à eliminação dos botões do Kobo. Ele é totalmente touch, sem o botão Home que consta no modelo Kobo Touch (e o seu sistema touch merece uma atenção mais a frente). Botões mesmo somente na borda superior, onde constam um botão deslizante para ligar (com um led indicar) e outro para ligar a luz. Na lateral esquerda está a ranhura para inserção do cartão Mirco-SD e na borda inferior estão o botão de reset e a entrada micro-USB, que também é a entrada de alimentação. Na caixa, além do aparelho, apenas a garantia, um manual de iniciação rápida e um cabo USB/micro-USB. Não vem nem com um alimentador de parede e nem com capa de proteção. O alimentador de parede, contudo, pode ser usado o de celulares com micro-USB, como os da série Galaxy da Samsung. A capa já é um problema, já que não há muitas opções no site da Livraria Cultura, apenas uma de neoprene (que foi a que comprei), que acompanha um pano para limpar a tela. Sei, contudo, que existe uma capa com formato de livro que automaticamente coloca o Kobo em modo Stand by quando fechada (chamada Sleepcover), mas ainda não está disponível para venda aqui.

Outra coisa que também logo chama a atenção é a tela. Quando abrimos a caixa, existe um plástico protetor sobre ela e um desenho de um e-reader sorrindo e um cabo USB para ligar ao computador, como uma espécie de guia visual do que deve ser feito. O interessante é que achei que fosse uma impressão do plástico, mas era a própria tela do Kobo mesmo. A sensação de que parece impressão em papel (ou em plástico) é muito grande. O fundo é bem mais claro que no Sony PRS 600 e os caracteres bem mais escuros, havendo um contraste excelente. É o resultado da tela e-ink Pearl com alta resolução (mais alta que nos outros modelos da kobo). O fundo, porém, ainda não é branco. É de um cinza bem claro ou um branco azulado (nada que atrapalhe a leitura).

Ligando o aparelhoQuando ligamos o aparelho é apresentada duas formas de inicia-lo: conectando-o ao computador e utilizando o Kobo desktop (que deve ser baixado do site da Kobo
http://www.kobobrasil.com ) ou através da rede sem fio. Escolhi a última opção. O que se segue é uma atualização do sistema que dura cerca de dez minutos, quando então reinicia já como Kobo Livraria Cultura. O próximo passo é logar com sua conta da Livraria Cultura e sua conta Kobo. Aqui tem um bug no sistema que não sei se apresenta na inicialização pelo desktop ou quando não se possui ainda conta nesses lugares. O fato é que eu já tinha conta na Livraria Cultura e na Kobo (já usava o App Kobo no tablet), quando loguei com a Livraria Cultura ele automaticamente identificou que havia uma conta na Kobo e pediu para logar com essa conta também, porém... não reconheceu o login, retornando ao login da Livraria Cultura que, quando novamente inserido, pedia para logar com a conta Kobo. Depois de alguns minutos dando voltas, retornei à tela inicial e loguei com a conta Kobo, o que fez com que prosseguisse a configuração, sincronizando todos os livros que já possuía no App Kobo.
Experiência de leituraO próximo passo para começarmos a usá-lo é inserir os livros. Previamente ele já vem com uma amostra de um ou dois livros em inglês, mas no primeiro sincronismo já carrega os livros que possui na sua conta Kobo, seja no site, no Kobo desktop ou no App Kobo, todos apresentam os mesmos livros e as mesmas marcações de página, permitindo que se retome a leitura em qualquer dispositivo (computador, smartphone, tablete ou e-reader). Ele, contudo, não sincronizou uma HQ do Doctor Who que tinha no tablet (imagino que seja devido ao formato utilizado). Claro, queria também inserir os e-books que já possuía no Sony, para isso tentei utilizar o Kobo Desktop, mas ele não possui uma forma de inserir outros livros que não sejam aqueles adquiridos na Kobo ou na Livraria Cultura. Conectando ao computador, ele reconhece como um dispositivo de armazenamento de massa, então bastaria transferir os e-books para ele pelo Windows Explorer. Mas... em qual pasta? O Kobo possui dois diretórios: o .kobo, onde estão armazenados os livros adquiridos pelo site da kobo, e um outro que parece ser do sistema. Na dúvida onde inserir os e-books, utilizei o Calibre. Simples, rápido, eficiente e muito melhor que o Kobo Desktop.
A tela home apresenta os cinco últimos livros consultados, com tamanhos diferentes da capa, conforme o último livro consultado (apresentado como maior) e um consultado mais antigo (apresentado como menor). Nessa tela também se acessa a Livraria, o sincronismo, a biblioteca e o Reading Life. Esse último consiste em uma série de “prêmios” que vai se conquistando, como “amante de leitura” ou “eu amo minha biblioteca”, que podem ser publicados no Facebook. Sinceramente acho algo totalmente desnecessário (para não dizer inútil), mas deve ter quem goste. Melhor no Reading Life são as estatísticas de leitura, como porcentagem do livro lido, minutos em cada sessão, horas lidas, páginas viradas, livros concluídos, total de horas lidas e percentagem da biblioteca lida.
A biblioteca permite que se vejam os livros, revistas e jornais (sendo estes últimos ainda não disponíveis internacionalmente), amostras de livros e prateleiras, que são criadas como forma de organizar seus livros (e, dependendo da quantidade de livros, é algo muito útil). Os livros podem ser mostrados como uma lista (apresentando capa, autor, título, percentagem lido, formato e tamanho do arquivo) ou como uma grade de capas. Clicando no menu, você pode selecionar para ler, ver detalhes do livro, sugestões de livros similares na Livraria Cultura, compartilhamento de atividade no Facebook, adicionar a uma prateleira, marcar como concluído ou eliminá-lo. Interessante que nos livros que adicionei que encontravam-se no Sony, as opções do facebook e sugestões de livros não aparecem e quando se visualiza detalhes aparece o seguinte na sinopse: “Comentários removidos devido à incapacidade do leitor SONY de manejá-los...”. (EDIT: parece que essa mensagem é incorporada pelo Calibre, quando converteu um arquivo PDF, quando abri um arquivo que estava no Sony e era um epub original, a sinopse estava normal).
Em qualquer tela pode-se ter acesso às configurações do aparelho, bastando apenas clicar no menu superior. E as configurações são muitas, desde as contas até alguns extras (que não sei o que fazem em configurações), como xadrez, sudoku, um “caderno de desenhos” (sketch pad) e um navegador básico. Este último chama a atenção pela descrição “Vá de uma rampa até uma estrada de informações, tudo no seu eReader”. Se já é difícil achar um navegador dentro dos extras das configurações, fica ainda mais difícil saber do que se trata com uma descrição dessas.
Ainda no menu (que a título de localização fica junto ao ícone da bateria), fica a pesquisa do eReader, que pode ser feita por título, autor ou palavra-chave na Biblioteca ou na Livraria, de uma forma rápida e dinâmica (como na busca do Google).
Na tela de leitura, os menus e ícones podem ser acessados tocando no meio da tela, permitindo configurações como tamanho e tipo da fonte, alinhamento de parágrafos, tamanho das margens. Tocando em uma palavra aparece seu significado (e ele possui vários dicionários em várias línguas, além de dicionários de tradução, como um inglês-português) em uma pop-up e há a possibilidade de marcar o texto e fazer uma anotação, que podem ser enviados pelo Facebook, ou traduzir se estiver em inglês (ou outro idoma que tenha o dicionário bilíngue instalado). Para passar a página, basta tocar em um lado ou outro da tela (para ir para frente ou para trás). A resposta é muito rápida (para uma tela e-ink) e o toque também reponde bem. Aqui vem um esclarecimento sobre o sistema touch do Kobo: ao contrário de tablets e smartphones, não é utilizada uma tela capacitiva, mas sim um sistema IR, o que permite que você nem precise tocar de fato a tela para já ter uma resposta e poder usar qualquer objeto para realizar a resposta, não somente o dedo ou uma caneta capacitiva. Algumas críticas eu li na internet sobre a resposta da tela do Kobo e sobre a dificuldade que tinham para acessar algumas características do dispositivo, mas acho que seja mais um problema de interface cadeira-dispositivo, já que esses usuários lidam com ele como se fosse um tablete e querem ficar arrastando o dedo, por exemplo. Pessoalmente achei o sistema dele fácil e intuitivo.
Por fim o grande diferencial dele que é a luz, chamado de sistema comfort light. Em uma frase: é uma mão na roda! É ótimo para ler a noite, ilumina de uma forma homogênea e possui uma regulagem para o nível de iluminação (o mínimo é mais que suficiente). Nem incomodei a patroa de noite, quando lia na cama

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Uma coisa interessante: quando está em stand by aparece uma tela escrito (preto sobre branco): kobo Livraria Cultura. Quando está desligado, a mesma mensagem aparece em negativo (branco sobre preto). O legal é que pode ser configurado essa tela de descanso para apresentar a capa do livro que está lendo, com a porcentagem já lido. O que distingue o modo descanso do desligado é apenas uma mensagem dizendo em que modo se encontra.
Outros formatos de arquivo ainda não testei, porém ele não conta a função reflow para PDF, que existia no meu Sony, mas, como já disse o Snow, blablabla Calibre blablabla.
Sobre a bateria, ela dura muito (segundo o fabricante, cerca de um mês), devido à tela e-ink, que apenas gasta energia na mudança de estado. Quando chega, ele já vem com meia carga. Carreguei no início da semana e ainda apresenta 67% de carga. O que consome energia é a WiFi e acho que somente chegou a esse nível de carga por causa dos testes que fiquei fazendo. Para comparação, meu Sony pedia nova carga a cada semana.
Experiência de compra de livrosComprar um livro pelo aparelho é bem fácil. Basta entrar na livraria que ele já apresenta alguns livros baseados nos seus hábitos de leitura. Oferece também uma busca por categorias (incluindo uma só de ebooks gratuitos), um sistema de listas, onde constam, por exemplo, a lista da Veja e do NYT, mas pode-se também fazer uma pesquisa direta do que você procura (título, autor ou palavra-chave). Existe então duas funções interessantes. A primeira é a possibilidade de baixar uma amostra gratuita do livro, com o primeiro capítulo, por exemplo, que após ler você decide se compra o livro ou não. Essas amostras ficam armazenadas na Biblioteca, em uma área específica. A outra função é a possibilidade de criar uma lista de desejos, você acrescenta o livro nessa lista para depois compra-lo, o que aparece na tela Home. Na primeira compra, deve-se fornecer algumas informações, como endereço de cobrança, nome e número do cartão de crédito, mas em outras compras, basta clicar no botão comprar e confirmar a compra. Feito isso, o livro já é baixado e um e-mail é enviado com o recibo.
Uma outra opção é comprar pelo site da Livraria Cultura ou da kobo e o livro é baixado na sincronização. Uma coisa interessante é que o acervo da Kobo é diferente do acervo da Livraria Cultura. Outra coisa é que livros em inglês ou em português luso são muito mais baratos que em português brasileiro.
Bem, é isso. Para terminar, apenas as especificações técnicas do aparelho:
Tamanho 114 x 157 x 10mm
Peso 185g
Processador 1GHZ
Tela 6" Pearl E-Ink touch screen
Plus XGA High Resolution
16 níveis de cinza
Luz ComfortLight embutida
Conexão Conexão Super fast Wi Fi 802.11 b/g/n
Armazenamento 2GB (até 1000 eBooks)
Cartão SD Micro SD até 32GB
Bateria Até 1 mês de duração
PS: as fotos eu tirei com o celular e pouca iluminação, acabaram não ficando boas...
