Muito pelo contrário. A falta de perspectiva de qualquer idéia de comando ou de consequências (boas ou más) dos nossos atos é que gera problemas. Os bons, por exemplo, se acham nas mãos do acaso. Se são bem sucedidos, é a sorte que os favoreceu, se não são, foram azarados. O mérito tem pouca ou nenhuma influência e qualquer esforço empreendido, no final das contas, resultará em nada. Deve ser desesperador, aliás, ver os justos serem injustiçados e os maus levando a melhor o tempo todo e crer que tudo vai ficar por isso mesmo... Isso nos faz entender a revolta de alguns.
Já os maus que não crêem em nada... esses não têm qualquer freio que os impeça de praticar o mal, porque simplesmente não crêem em punições, não há lei para eles; o importante é sempre levar a melhor, a qualquer preço.
A religião tem sim, portanto, a sua utilidade, desde que livre das "exceções" que a falseiam.
A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porquanto Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra. A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de idéias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, Aliança da Ciência e da Religião)
Um abraço.