Na antropologia, o que seria explicado simplesmente com a repetição do óbvio (a criança é protegida porque faz parte da familia, porque tem uma mãe) ganha uma abordagem mais profunda (altruísmo nepotista ou de parentesco) quando pensamos nos aspectos mais profundos do comportamento (instintos, cálculos de soma zero, etc).
Oi Blues,
Não acredito que a explicação antropológica apenas constataria o óbvio nem que ela seria só isso aí.
Certamente entrariam questões de propriedade, alianças, lugar de parentesco que a criança ocupa... e coisas afins, que não são nada superficiais.
Como o Buckaroo exemplificou, reducionismo existe em qualquer área.
Cuidado para não acreditar no espantalho que você está criando nem para cair no conto do vigário de que a grama é mais verde no jardim do vizinho. :ok:ok?
Outra coisa que vi recentemente e achei meio interessante é "psicohistória", num sentido não-asimoviano. A idéia é uma espécie de "psicanálise da história" mas achei bastante mais interessante do que podia esperar por algo derivado da psicanálise. O que eu vi por acaso parece mais com psicologia do desenvolvimento do que psicanálise. Nada de sonhos e interpretações de portas como vaginas, postes como pênis, nem nada assim.
Só pra gastar um pouco

, um historiador legal nessa área é o Peter Gay.
Também é interessante ver Norbert Elias (Tanto o “Processo Civilizador” quanto “A sociedade dos Indivíduos” são os mais atraentes, que apesar de não citar Freud diretamente, tem clara influência do velho vienense).
Ou se atribui isso a uma alma (que não é provada) ou se atribui aos genes (que existem).
Oi Nina,
Isso não está excessivamente binário? (tem como ser binário sem ser excessivo? hehe)
Ou algo místico e improvável nos faz o que somos ou algo bioquímico nos faz o que somos?
Eu votaria no Tony Blair – terceira via, sacou?

Tá, a piada foi péssima, reconheço.

eu defendo a idéia de que características são moduladas pelo meio, mas não criadas por ele.
Já que todo ente vivo está em inserido em um determinado meio, a função “moduladora” do meio acaba por ser efetivamente a criadora das características comportamentais apresentadas, não?
Nesse caso, a barreira entre ‘modular’ e ‘criar’ não é nem pode ser muito clara.
Como toda variação selecionada é pré-existente, esta informação já pode estar em seus genes, mas o meio não era propício para expressar o comportamento.
“A informação já pode estar em seus genes”...
Às vezes parece que o genoma é como um programa de computador que gera opções fechadas, ou isso, ou aquilo, ou machos escolhem fêmeas ou fêmeas escolhem machos.
Não seria possível que o código genético fosse mais como a “constituição da Inglaterra” (– ei , a Inglaterra não tem constituição... – eu sei, e é essa a idéia.), uma Carta Magna que dá algumas garantias mas que não determina muita coisa, deixando para o meio não apenas a “modulação”, mas a liberdade para fazer todo tipo de coisa, desde que não contrarie as garantias básicas?
ao contrário de você eu não gosto da idéia do "determinismo social" que você acabou desenvolvendo. Prefiro o determinismo genético...
Talvez o problema não seja nem o “social” nem o “genético”, mas o “determinismo”.
quando comecei meu curso imaginei que teríamos um cuidado ou respeito em relação às explicações alternativas ou vindas de outras disciplinas para o comportamento humano
Blues,
nenhum curso vai ter cuidado ou respeito em relação a explicações vindas de outras disciplinas.