O espírito não pode ser destruído por ser imaterial (energia não é imaterial). Seria mais ou menos parecido com tentar destruir uma ideia, um pensamento, e só se pode concebê-la sendo destruída pelo próprio Deus por um eventual meio não conhecido. Mas aí seria preciso imaginar um motivo. Falta de espaço no universo, por exemplo? Não creio.
Mas a imortalidade não pode ser provada empiricamente, pois para isso teríamos que chegar lá no tempo infinito e constatar que a alma ainda vive, o que é impossível. De prático mesmo só é possível constatar-se que a alma sobrevive à morte física, mas a imortalidade absoluta da alma é uma questão puramente filosófica.
Ainda do ponto de vista prático, mesmo que a alma tivesse um fim num tempo bem a frente, esse tempo ainda nos estaria tão distante que na prática, hoje, seria como se fôssemos viver para sempre. Imagine se soubéssemos, por exemplo, que viveríamos mais 1 milhão de anos. Na prática isso hoje significaria uma perspectiva semelhante à da imortalidade.
E imagine que esse tempo fosse realmente fixado. Será que lá na perfeição e na felicidade a alma não optaria por viver mais um ano? O que impediria? E depois desse ano, mais um? O que o impede? Supondo-a feliz, o que faria supor-se que quisesse desaparecer um dia? Então em tese a alma poderia viver eternamente, porque não faria muito sentido a interrupção de uma existência feliz em qualquer tempo que fosse. Mas essa uma questão daquelas que não "nos toca de perto", e o máximo que se pode fazer é especular acerca desse futuro distante.
A imortalidade é então um fato, do ponto de vista prático, considerando-se que, ainda que não fosse eternamente, ao menos viveremos bastante tempo, ou do ponto de vista filosófico, considerando-se que não faria muito sentido a alma ter um fim num ponto qualquer da existência.
Um abraço.