Seria a proposta do poliamorismo uma forma de relacionamento egoista?
Eu acho, afinal, pega-se a parte boa e deixa a responsabilidade e o comprometimento para trás. Ao menor sinal de adversidade, muda-se de "amor" e pronto. É bem típico da cultura das novas gerações.
Na verdade apresentei como uma pergunta retórica, para fomentar a discussão.
Pois bem, também penso que é por ai.
Um discurso bonito, mas não tão novo, para justificar a incapacidade de lidar com os limites e frustrações próprios da vida, a saber o mais imperativo deles: não se pode ter tudo.
Reflete a falta de desejo de comprometer-se. Além da questão da completude, há também a questão do compromisso.
Parece a manifestação de um desejo infantil de querer tudo, limitação que uma relação monogâmica, de uma ou outra forma propõe e admite.
Na defesa das premissas do poliamor, os que querem uma relação um-para-um são apontados direta ou indiretamente, como pessoas infantis que buscam no outro um "par perfeito, uma parte que lhe complete".
Bobagem. Miopia e preconceito.
Não é bem assim.
Bem como nada garante que no poliamorismo, por mais que você tenha mais de um parceiro/amor/companheiro, você não esteja buscando o que lhe complete. Na verdade parece que é muito mais isso do que em uma relação monogâmica. Pois parece ser sempre mais de um necessário , veja, para satisfazer suas necessidades (egoismo) as necessidades do outro, são consequência.
Outra hipocrisia do discurso é tentar colocar as coisas como se o sexo não estivesse envolvido na questão. Está.
Relação afetiva intensa, sem sexo, é amizade. Para isso não precisa ser poliamorista.
O que se está falando é da possibilidade de ter vários parceiros sexuais sem ser discriminados socialmente, quanto a isso, nada tenho a dizer contra.
Penso que é um dreito de quem quer viver assim.
Respeitadas as questões ligadas a moral, que são conquistas caras para a espécie humana em sua evolução, como por exemplo o respeito as crianças e adolescentes, nas questões ligadas a sexualidade, de acordo com a fase de seu desenvolvimento psico-biológico.
Mas dai a ser apresentado como algo que seja um passo adiante na evolução das relações intimas e sociais, não dá, por que não é.