Autor Tópico: Justiça distributiva  (Lida 11026 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Justiça distributiva
« Online: 11 de Março de 2010, 16:06:15 »
Justiça distributiva

Harry Gensler
John Carroll University, Cleveland, USA

Como devem ser distribuídos os bens numa sociedade? […] Serão consideradas aqui três perspectivas — primeiro o utilitarismo, e depois as perspectivas não consequencialistas de John Rawls e Robert Nozick.

O utilitarismo clássico diz que deves maximizar o prazer em detrimento da dor. Se a nossa acção maximiza o bem, não importa se a distribuição do bem é igual ou desigual. Logo, o utilitarismo justifica em princípio um grande fosso entre ricos e pobres.

Todavia, os utilitaristas afirmam que na prática a sua perspectiva prefere uma distribuição mais igual. Considera uma pequena sociedade de ilhéus constituída por duas famílias. A família rica ganha 100 000 euros por ano e tem bens em abundância; a família pobre ganha 5 000 e confronta-se com a possibilidade de passar fome. Supõe que 2 500 euros da família rica vão para a família pobre. A família pobre beneficiaria enormemente, e a família rica dificilmente sentiria a falta desse dinheiro. A razão para isto é a diminuição da utilidade marginal do dinheiro; à medida que enriquecemos, cada euro extra faz menos diferença no nosso bem-estar. Passar de 100 000 euros para 97 500 não faz diferença, mas passar de 5 000 para 7 500 euros faz uma grande diferença. Assim, argumentam os utilitaristas, uma certa quantidade de riqueza tende a produzir mais felicidade total se for repartida mais imparcialmente. A nossa sociedade de ilhéus provavelmente maximizaria a sua felicidade total se ambas as famílias partilhassem igualitariamente a riqueza.

Apesar de parecer sensato, os não consequencialistas têm dúvidas em relação a isto. Se uma família retira mais prazer do que outra de uma certa quantidade de dinheiro, deveria por isso ter mais dinheiro (uma vez que isto maximizaria o prazer total)? Será isso justo? E mesmo que o utilitarismo conduza a juízos correctos sobre a igualdade, será que o faz pelas razões certas? É a igualdade boa, não em si, mas meramente porque produz o maior total de felicidade?

John Rawls propôs uma influente abordagem não consequencialista à justiça. Como podemos decidir o que é justo? Rawls sugere que a pergunta a fazer é esta: que regras mereceriam o nosso acordo em certas condições hipotéticas (a posição original)? Imagina que somos livres, lúcidos e conhecemos todos os factos relevantes — mas não conhecemos o nosso lugar na sociedade (se somos ricos ou pobres, negros ou brancos, de sexo feminino ou masculino). A limitação do conhecimento tem o objectivo de assegurar a imparcialidade. Por exemplo, se não sabemos qual é a nossa raça, não podemos manipular as regras para favorecer uma raça e prejudicar outras. As regras de justiça são as regras que mereceriam o nosso acordo nestas condições de imparcialidade.

Que regras mereceriam o nosso acordo na posição original? Rawls argumenta que escolheríamos estes dois princípios básicos de justiça (e cuja formulação simplifiquei):

Princípio da liberdade igual: A sociedade deve assegurar a maior liberdade para cada pessoa compatível com uma liberdade igual para todos os outros.
Princípio da diferença: A sociedade deve promover uma distribuição igual de riqueza, excepto se as desigualdades servirem como incentivo para benefício de todos (incluindo os menos favorecidos) e estiverem abertas a todos numa base igual.
O princípio da liberdade igual assegura coisas como liberdade de religião e liberdade de expressão. Rawls diz que tais direitos não podem ser violados a favor da utilidade social. O princípio da diferença é acerca da distribuição de riqueza. Na posição original poderíamos sentir-nos atraídos pela perspectiva igualitária segundo a qual todos deveriam ter exactamente a mesma riqueza. Mas desse modo a sociedade estagnaria, uma vez que as pessoas teriam poucos incentivos para fazerem coisas difíceis (como tornarem-se médicos ou inventores) que acabam por beneficiar todas as pessoas. Por isso, preferiríamos uma regra que permite incentivos.

De uma maneira geral, todos teriam a mesma riqueza numa sociedade rawlsiana — excepto para desigualdades (como pagar mais a médicos) que são justificadas como incentivos que acabam por beneficiar todas as pessoas, e que estão abertas a todos numa base igual.

Robert Nozick é o crítico mais duro do princípio da diferença de Rawls. A perspectiva que propõe é a da titularidade das posses justas. Esta perspectiva diz que tudo o que ganhas honestamente através do teu esforço e de acordos justos é teu. Se alguém ganhou legitimamente o que tem, então a distribuição que daí resulta é justa — independentemente de poder ser desigual. Ainda que outros tenham muito menos, ninguém tem o direito de se apropriar das tuas posses. Esquemas (como taxas diferenciadas de impostos) que forçam a redistribuição de riqueza são errados porque violam o teu direito à propriedade. Roubam o que é teu para dar a outros.

Quanto devem ganhar os médicos? Segundo Nozick, devem ganhar seja o que for que ganhem legitimamente. Numa sociedade podem ganhar praticamente o mesmo que qualquer outra pessoa; noutra, podem ganhar grandes somas de dinheiro. Nos dois casos, são titulares do que ganham — e qualquer esquema que lhes retire os seus ganhos para ajudar outros é injusto.

Que perspectiva devemos preferir, a de Rawls ou a de Nozick? Se apelarmos a intuições morais, ficaremos num impasse; as intuições liberais estão de acordo com Rawls, enquanto as intuições libertárias estão de acordo com Nozick. Contudo, eu afirmaria que a consistência racional favorece algo de parecido com a perspectiva de Rawls. Imagina uma sociedade organizada segundo a concepção de mercado livre de Nozick e na qual, depois de várias gerações, há um grande fosso entre ricos e pobres. Aqueles que nasceram numa família rica são ricos, e aqueles que nasceram numa família pobre sujeitam-se a uma pobreza que não podem vencer. Imagina que tu e a tua família sofrem desta pobreza. Se estiveres nesta situação, poderás desejar que os princípios de Nozick sejam seguidos?

Harry Gensler

Tradução de Faustino Vaz
Extraído de Ethics: A contemporary introduction, de Harry Gensler (Routledge, 1998)

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Citar
The veil of ignorance is a concept introduced by John Rawls in A Theory of Justice.[1][2] It is a method of determining the morality of a certain issue (e.g. slavery) based upon the following principle: imagine that societal roles were completely re-fashioned and redistributed, and that from behind your veil of ignorance you do not know what role you will be reassigned. Only then can you truly consider the morality of an issue. For example, whites in the southern United States, pre-Civil War, did indeed condone slavery, but they most likely would not have done so had there been a re-fashioning of society so that they would not know whether they would be the ones enslaved. An important feature of this thought-experiment is that you don't get to keep any aspects of your current role, even aspects that are an integral part of your self. As put by John Rawls himself ..."no one knows his place in society, his class position or social status; nor does he know his fortune in the distribution of natural assets and abilities, his intelligence and strength, and the like" (Rawls, A Theory of Justice). For example, in the imaginary society, you might or might not be intelligent, rich, or born into a preferred class. Since you may occupy any position in the society once the veil is lifted, this theory encourages thinking about society from the perspective of all members.

The veil of ignorance is part of the long tradition of thinking in terms of a social contract. See Thomas Hobbes, John Locke, Jean Jacques Rousseau, Thomas Jefferson and The Federalist Papers for examples of this tradition. It also has obvious roots in - and addresses some of the critiques of - the widespread ethical concept of The Golden Rule.

[...]

This veil of ignorance has been extended to an intergenerational veil of ignorance by "Kneese and Schulze 1985"[3], where also the generation in which you live is unknown. It is used in the context of environmental economics and the possibility of intergenerational compensation.

http://en.wikipedia.org/wiki/Veil_of_ignorance


Offline Buckaroo Banzai

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #1 Online: 03 de Outubro de 2010, 02:45:59 »
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Wealth Inequality in America

Perform the following thought experiment. Remove yourself for a moment from your present socioeconomic circumstances and imagine that you are to be replaced randomly into society at any class level.

Now, before you know your particular place in society you are told that it is within your powers to redistribute the wealth of that society in any way that you choose.  What distribution would you choose? This famous thought experiment is the basis of political philosopher John Rawls, as outlined in his highly influential 1971 work, “A Theory Of Justice,” in which he argues that the lowest class should be made as well off as possible. But this of course assumes that we all come to the same conclusion when we perform the thought experiment ourselves. To test this, Mike Norton and I recently conducted  a study in which we asked Americans to first guess at the distribution of wealth in the United States, and then we asked them to perform the thought experiment and lay out what they think would be the ideal distribution of wealth if they were to enter society and be placed randomly in a class.

Here is what we found:



As you can see from the figure, participants rather badly estimated the current state of wealth disparity! Furthermore, they offered an ideal wealth distribution (under a “veil of ignorance”) that was even more different (and more equal) relative to the current state of affairs.

What this tells me is that Americans don’t understand the extent of disparity in the US, and that they (we) desire a more equitable society.  It is also interesting to note that the differences between people who make more money and less money, republicans and democrats, men and women — were relatively small in magnitude, and that in general people who fall into these different categories seem to agree about the ideal wealth distribution under the veil of ignorance.

Maybe this suggests that when there are no labels, and we think about the core of our morality in abstract terms (and under the veil of ignorance), we are actually very similar?


http://danariely.com/2010/09/30/wealth-inequality/

Offline Adriano

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #2 Online: 03 de Outubro de 2010, 12:26:12 »
O que considero errôneo na justiça de Nozick é consider as posses legalmente constituídas de justas. O véu da ignorância é um exercício para ressaltar as injustiças que acontecem na sociedade. O meu grande alívio é que as políticas sociais, aos quais os libertários condenam, já estão se tornando práticas instituidas e sendo de grande alívio para a população mundial na consquista de uma sociedade mais justa.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Luiz Juliano

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #3 Online: 20 de Junho de 2011, 22:25:15 »
Citar
Wealth Inequality in America

Perform the following thought experiment. Remove yourself for a moment from your present socioeconomic circumstances and imagine that you are to be replaced randomly into society at any class level.

Now, before you know your particular place in society you are told that it is within your powers to redistribute the wealth of that society in any way that you choose.  What distribution would you choose? This famous thought experiment is the basis of political philosopher John Rawls, as outlined in his highly influential 1971 work, “A Theory Of Justice,” in which he argues that the lowest class should be made as well off as possible. But this of course assumes that we all come to the same conclusion when we perform the thought experiment ourselves. To test this, Mike Norton and I recently conducted  a study in which we asked Americans to first guess at the distribution of wealth in the United States, and then we asked them to perform the thought experiment and lay out what they think would be the ideal distribution of wealth if they were to enter society and be placed randomly in a class.

Here is what we found:



As you can see from the figure, participants rather badly estimated the current state of wealth disparity! Furthermore, they offered an ideal wealth distribution (under a “veil of ignorance”) that was even more different (and more equal) relative to the current state of affairs.

What this tells me is that Americans don’t understand the extent of disparity in the US, and that they (we) desire a more equitable society.  It is also interesting to note that the differences between people who make more money and less money, republicans and democrats, men and women — were relatively small in magnitude, and that in general people who fall into these different categories seem to agree about the ideal wealth distribution under the veil of ignorance.

Maybe this suggests that when there are no labels, and we think about the core of our morality in abstract terms (and under the veil of ignorance), we are actually very similar?


http://danariely.com/2010/09/30/wealth-inequality/

Muito interessante Banzai!

Calculei o gini da estimativa ideal dos homens e mulheres norte-americanos, segundo esse estudo...

Homens - 24,8
Mulheres - 18,8

E o impressionante é q não existe nenhum país no mundo com uma distribuição de renda tão igualitária!
http://hdrstats.undp.org/en/indicators/67106.html

Offline DDV

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #4 Online: 20 de Junho de 2011, 22:34:39 »
A distribuição de riquezas deveria ser a mais igual possível SE as riquezas caíssem do céu ou brotassem do chão prontinhas, cabendo a nós apenas juntá-las e distribuí-las entre todos.

Porém, as coisas não são assim. A produção de riquezas ocorre de forma pontual e independente por cada pessoa ou associação de pessoas. Nesse caso, a riqueza costuma ficar com o responsável pela sua criação*.


* Com exceção das riquezas naturais.


Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Luiz Juliano

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #5 Online: 20 de Junho de 2011, 22:49:06 »
A distribuição de riquezas deveria ser a mais igual possível SE as riquezas caíssem do céu ou brotassem do chão prontinhas, cabendo a nós apenas juntá-las e distribuí-las entre todos.

Porém, as coisas não são assim. A produção de riquezas ocorre de forma pontual e independente por cada pessoa ou associação de pessoas. Nesse caso, a riqueza costuma ficar com o responsável pela sua criação*.


* Com exceção das riquezas naturais.




Minha impressão é de q se isso fosse verdade, a curva de distribuição da riqueza seria aproximadamente uma gaussiana, já que as características humanas tem essa distribuição. Acho que a remuneração, na prática, não é proporcional ao potencial das pessoas pq o acúmulo de riquezas, ao longo das gerações, gera uma distorção da oferta de oportunidades.

Offline DDV

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #6 Online: 20 de Junho de 2011, 23:10:32 »
A distribuição de riquezas deveria ser a mais igual possível SE as riquezas caíssem do céu ou brotassem do chão prontinhas, cabendo a nós apenas juntá-las e distribuí-las entre todos.

Porém, as coisas não são assim. A produção de riquezas ocorre de forma pontual e independente por cada pessoa ou associação de pessoas. Nesse caso, a riqueza costuma ficar com o responsável pela sua criação*.


* Com exceção das riquezas naturais.




Minha impressão é de q se isso fosse verdade, a curva de distribuição da riqueza seria aproximadamente uma gaussiana, já que as características humanas tem essa distribuição. Acho que a remuneração, na prática, não é proporcional ao potencial das pessoas pq o acúmulo de riquezas, ao longo das gerações, gera uma distorção da oferta de oportunidades.

Concordo.

Mas eu desconheço qualquer mecanismo que minimize o impacto da riqueza herdada e a concorrência que ela faz aos não-favorecidos, que não traga consequências econômicas piores para todos.

Por tudo o que eu já li e vi, acredito que o fator cultural (tanto das sociedades quanto dos indivíduos) seja o fator mais importante a pesar nas desigualdades de riquezas (ao menos no curto prazo e em áreas relativamente pequenas). As instiuições também têm impacto fortíssimo, mas elas quase sempre são também culturalmente determinadas.
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Offline DDV

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #7 Online: 20 de Junho de 2011, 23:12:04 »
Considerando que a riqueza não é estática, as riquezas herdadas não impedem outras pessoas de também obterem mais riquezas (com a única possível exceção dos bens naturais).

 
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Offline Luiz Juliano

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #8 Online: 21 de Junho de 2011, 00:06:17 »
A distribuição de riquezas deveria ser a mais igual possível SE as riquezas caíssem do céu ou brotassem do chão prontinhas, cabendo a nós apenas juntá-las e distribuí-las entre todos.

Porém, as coisas não são assim. A produção de riquezas ocorre de forma pontual e independente por cada pessoa ou associação de pessoas. Nesse caso, a riqueza costuma ficar com o responsável pela sua criação*.


* Com exceção das riquezas naturais.




Minha impressão é de q se isso fosse verdade, a curva de distribuição da riqueza seria aproximadamente uma gaussiana, já que as características humanas tem essa distribuição. Acho que a remuneração, na prática, não é proporcional ao potencial das pessoas pq o acúmulo de riquezas, ao longo das gerações, gera uma distorção da oferta de oportunidades.

Concordo.

Mas eu desconheço qualquer mecanismo que minimize o impacto da riqueza herdada e a concorrência que ela faz aos não-favorecidos, que não traga consequências econômicas piores para todos.

Por tudo o que eu já li e vi, acredito que o fator cultural (tanto das sociedades quanto dos indivíduos) seja o fator mais importante a pesar nas desigualdades de riquezas (ao menos no curto prazo e em áreas relativamente pequenas). As instiuições também têm impacto fortíssimo, mas elas quase sempre são também culturalmente determinadas.
Praticamente todos os países usam taxas de impostos progressivos sobre a propriedade, a renda e o consumo, também com o intuito de redistribuição. Um exemplo ótimo disso é a Suécia, pois fez isso explicitamente.

Considerando que a riqueza não é estática, as riquezas herdadas não impedem outras pessoas de também obterem mais riquezas (com a única possível exceção dos bens naturais).

 
Não impede, mas se uma pessoa com um potencial maior ou igual o de outra recebe menos pq teve menos oportunidades, isso é injusto. E muito mais, se não é só uma pessoa, mas a maior parte de uma população. Não é injusto pq não recebem igual, mas sim pq não recebem proporcionalmente ao seus méritos.

E, se a distribuição estimada ideal desse estudo citado pelo Banzai é mais aproximada da distribuição do potencial das pessoas, isso me faz pensar se as pessoas não tem uma idéia instintiva do q seria mais justo, segundo suas experiências diárias. Lembrando que o gini da distribuição gaussiana é aproximadamente 20.

Offline Cumpadi

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #9 Online: 21 de Junho de 2011, 00:32:05 »
Seu erro começou no: pessoas com "mais potencial". Se você acha que os ricos que vão estudar na Ivy League são mais burros que os pobretões maconheiros socialistas daqui do Brasil, você tem de rever alguns conceitos.

E, o dinheiro que está circulando é o que importa de fato, não o que está guardado no bolso de um magnata rico. Dinheiro não tem valor se não é/vai ser usado.

Mas aproveitando o problema de economia, como qu funciona o "aumento" do dinheiro mundial? Alguém me passa um texto para eu saber para quem esse dinheiro extra vai? Pois eu nunca vi alguém criar dinheiro (fora o estado, claro, mas mesmo assim, nunca ganhei dinheiro "de graça").
« Última modificação: 21 de Junho de 2011, 16:52:27 por parcus »
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline Adriano

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #10 Online: 21 de Junho de 2011, 01:08:06 »
Muito interessante Banzai!

Calculei o gini da estimativa ideal dos homens e mulheres norte-americanos, segundo esse estudo...

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E o impressionante é q não existe nenhum país no mundo com uma distribuição de renda tão igualitária!
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O problema maior é a desigualdade global. A distribuição de renda é mais perversa ainda neste contexto maior, do que em qualquer país em separado.

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Offline Sergiomgbr

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #11 Online: 21 de Junho de 2011, 02:52:31 »
O único sistema correto é aquele que preserva  este indivíduo que investe em si mesmo e no trabalho e consegue amealhar riquezas ante a sanha daquele que não faz o mesmo mas quer o mesmo!
Portanto, a este, que não se omite, que provenha a bonança! A aquele o que dele advindo nada, nada de nada.
Porém com regras estabelecidas, poderá este ser o provedor daquele enquanto aquele se arrazoar deste como seu mentor e seguir suas prerrogativas.
Iguais no direito, diferentes no mérito!
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« Última modificação: 21 de Junho de 2011, 03:03:21 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #12 Online: 21 de Junho de 2011, 08:35:54 »
Muito interessante Banzai!

Calculei o gini da estimativa ideal dos homens e mulheres norte-americanos, segundo esse estudo...

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E o impressionante é q não existe nenhum país no mundo com uma distribuição de renda tão igualitária!
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A verdade é que o paraíso dos liberais tem um dos piores índices de Gini do mundo ocidental.
O Nirvana do consumo e da "meritocracia" tem cerca de 4 milhões de homeless vagando pelo país. Tem um sistema de educação que cada vez mais só permite que milionários cheguem a cursos superiores de primeira linha e um sistema de saúde absolutamente falido, que os faz invejar nosso SUS.
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Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #13 Online: 21 de Junho de 2011, 08:48:21 »
O único sistema correto é aquele que preserva  este indivíduo que investe em si mesmo e no trabalho e consegue amealhar riquezas ante a sanha daquele que não faz o mesmo mas quer o mesmo!
Este é o princípio da meritocracia e não passa de uma belíssima estorinha para bebês neoliberais dormirem. Será que Hobbes seria capaz de me demonstrar que uma criança nascida em uma favela qualquer daqui de São Paulo tem a mesma oportunidade (chance estatística) de crescimento e progresso que um bebê nascido nos Jardins? Se resolver tentar, por favor, utilize critérios estatísticos, já que de excessões o inferno neoliberal está cheio.

Portanto, a este, que não se omite, que provenha a bonança! A aquele o que dele advindo nada, nada de nada.
Uma visão simplista, que ignora totalmente o fato de que aos "bem nascidos" quase tudo é assegurado simplesmente por herança. Ou seja: a aristocracia sempre se perpetua e às custas dos "mal nascidos".

Porém com regras estabelecidas, poderá este ser o provedor daquele enquanto aquele se arrazoar deste como seu mentor e seguir suas prerrogativas.
No atual paraíso neoliberal, os impostos pagos pelos "mal nascidos" são amplamente usados para usufruto dos "bem nascidos".

Iguais no direito, diferentes no mérito!
Sim, claro! Os "mal nascidos" tem exatamente os mesmos direitos dos "bem nascidos"...

Meritocracia é uma das mais perversas piadas atualmente existentes...
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Offline Luiz Juliano

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #14 Online: 21 de Junho de 2011, 13:09:14 »
Seu erro começou no: pessoas com "mais potencial". Se você acha que os ricos que vão estudar na Icy League são mais burros que os pobretões maconheiros socialistas daqui do Brasil, você tem de rever alguns conceitos.

E, o dinheiro que está circulando é o que importa de fato, não o que está guardado no bolso de um magnata rico. Dinheiro não tem valor se não é/vai ser usado.

Mas aproveitando o problema de economia, como qu funciona o "aumento" do dinheiro mundial? Alguém me passa um texto para eu saber para quem esse dinheiro extra vai? Pois eu nunca vi alguém criar dinheiro (fora o estado, claro, mas mesmo assim, nunca ganhei dinheiro "de graça").
O único sistema correto é aquele que preserva  este indivíduo que investe em si mesmo e no trabalho e consegue amealhar riquezas ante a sanha daquele que não faz o mesmo mas quer o mesmo!
Portanto, a este, que não se omite, que provenha a bonança! A aquele o que dele advindo nada, nada de nada.
Porém com regras estabelecidas, poderá este ser o provedor daquele enquanto aquele se arrazoar deste como seu mentor e seguir suas prerrogativas.
Iguais no direito, diferentes no mérito!
Um pouco "Thomas Hobbles"!
Parcus, vc interpretou errado o que eu escrevi.
Sérgio, estou defendendo justamente a meritocracia.
No entanto, as características humanas tem uma distribuição gaussiana. Vide o QI, a altura, o peso, a velocidade, as horas de sono... Suspeito q as características da personalidade também...
Sendo assim, espero uma distribuição da riqueza proporcional ao potencial das pessoas, portanto também gaussiana.
E, por fim, portanto, a distribuição meritocrática da riqueza deveria ser gaussiana, surpreendentemente produzindo um gini de aproximadamente 20.
Não estou defendendo a igualdade de rendas, mas a proporcionalidade entre a renda e o potencial. Concordo q as pessoas são diferentes e merecem rendas diferentes. Minha crítica é de que uma parcela da população recebe muito mais do que merece, de acordo com seu potencial, e vice versa.

Offline Osler

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #15 Online: 21 de Junho de 2011, 15:04:13 »
Continuo achando que a pedra no sapato do Liberalismo e correlatos é a falta de igualdade de oportunidades.
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #16 Online: 21 de Junho de 2011, 15:22:16 »
Continuo achando que a pedra no sapato do Liberalismo e correlatos é a falta de igualdade de oportunidades.
Não só você, como o mundo inteiro pensa assim!
Achar que em um país sem proteção social o noinha que nasce na favela e que consome muito menos calorias que precisa para sobreviver por dia tem a mesma oportunidade social que o filho do bacana que consome leite em pó importado da Suíça é, no mínimo, uma ingenuidade tocante.
Por que será que países que perceberam isso, no início do século XX e tomaram medidas corretivas têm, hoje, os melhores IDH´s?
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Offline Sergiomgbr

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #17 Online: 21 de Junho de 2011, 15:51:14 »
Seu erro começou no: pessoas com "mais potencial". Se você acha que os ricos que vão estudar na Icy League são mais burros que os pobretões maconheiros socialistas daqui do Brasil, você tem de rever alguns conceitos.

E, o dinheiro que está circulando é o que importa de fato, não o que está guardado no bolso de um magnata rico. Dinheiro não tem valor se não é/vai ser usado.

Mas aproveitando o problema de economia, como qu funciona o "aumento" do dinheiro mundial? Alguém me passa um texto para eu saber para quem esse dinheiro extra vai? Pois eu nunca vi alguém criar dinheiro (fora o estado, claro, mas mesmo assim, nunca ganhei dinheiro "de graça").
O único sistema correto é aquele que preserva  este indivíduo que investe em si mesmo e no trabalho e consegue amealhar riquezas ante a sanha daquele que não faz o mesmo mas quer o mesmo!
Portanto, a este, que não se omite, que provenha a bonança! A aquele o que dele advindo nada, nada de nada.
Porém com regras estabelecidas, poderá este ser o provedor daquele enquanto aquele se arrazoar deste como seu mentor e seguir suas prerrogativas.
Iguais no direito, diferentes no mérito!
Um pouco "Thomas Hobbles"!
Parcus, vc interpretou errado o que eu escrevi.
Sérgio, estou defendendo justamente a meritocracia.
No entanto, as características humanas tem uma distribuição gaussiana. Vide o QI, a altura, o peso, a velocidade, as horas de sono... Suspeito q as características da personalidade também...
Sendo assim, espero uma distribuição da riqueza proporcional ao potencial das pessoas, portanto também gaussiana.
E, por fim, portanto, a distribuição meritocrática da riqueza deveria ser gaussiana, surpreendentemente produzindo um gini de aproximadamente 20.
Não estou defendendo a igualdade de rendas, mas a proporcionalidade entre a renda e o potencial. Concordo q as pessoas são diferentes e merecem rendas diferentes. Minha crítica é de que uma parcela da população recebe muito mais do que merece, de acordo com seu potencial, e vice versa.
Concordo com voce. Fico feliz que tenha lido as entrelinhas.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Sergiomgbr

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #18 Online: 21 de Junho de 2011, 15:58:19 »
"Adão e Eva" foram os indivíduos mais ricos que jamais antes ou depois a humanidade já viu! Tanto que não precisaram de contextualização... :smartass:
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Sergiomgbr

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #19 Online: 21 de Junho de 2011, 16:07:37 »
Continuo achando que a pedra no sapato do Liberalismo e correlatos é a falta de igualdade de oportunidades.
Não só você, como o mundo inteiro pensa assim!
Achar que em um país sem proteção social o noinha que nasce na favela e que consome muito menos calorias que precisa para sobreviver por dia tem a mesma oportunidade social que o filho do bacana que consome leite em pó importado da Suíça é, no mínimo, uma ingenuidade tocante.
Por que será que países que perceberam isso, no início do século XX e tomaram medidas corretivas têm, hoje, os melhores IDH´s?
Certamente o filho do bacana que consome leite em pó importado da Suíça pode ou está distribuindo riqueza para um grande sistema produtivo o qual o noinha nunca vai ingressar.
Porque o noinha é o elemento que não se insere no sistema. Um mutante do sistema que o "professor Xavier" quer canalizar seu poder.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Geotecton

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #20 Online: 21 de Junho de 2011, 16:15:33 »
Muito interessante Banzai!

Calculei o gini da estimativa ideal dos homens e mulheres norte-americanos, segundo esse estudo...

Homens - 24,8
Mulheres - 18,8

E o impressionante é q não existe nenhum país no mundo com uma distribuição de renda tão igualitária!
http://hdrstats.undp.org/en/indicators/67106.html
A verdade é que o paraíso dos liberais tem um dos piores índices de Gini do mundo ocidental.

Fato.

Mas voce "esqueceu" de computar pelo menos dois parâmetros importantes. O primeiro é que a população do EUA é cerca de 2,2 vezes maior que o país mais populoso do G7. O segundo é que a taxa de crescimento da população no EUA é muito maior que em qualquer outro país do G7.

Isto significa que eles tem de criar riqueza capaz de absorver e sustentar uma massa enorme de pssoas e que cresce muito mais que países como Canadá, Austrália ou França. Isto sem falar dos países cuja população está diminuindo, como a Alemanha.


O Nirvana do consumo e da "meritocracia" tem cerca de 4 milhões de homeless vagando pelo país.

Qual é a fonte para este número? Ou ele caiu do espaço profundo? :)


Tem um sistema de educação que cada vez mais só permite que milionários cheguem a cursos superiores de primeira linha...

Segundo a THE, das 100 melhores universidades do planeta, 45 são do EUA e entre as 200, 79 são estadunidenses. Entre elas há universidades públicas, privadas e mistas. E entre as privadas há as fundadas por filantropos e as mantidas por instituições religiosas. 

Até onde eu sei as universidades de primeiríssima linha tem bolsas de estudo para os mais capacitados (incluindo os alunos-atletas), mas que não tenham condições de pagar os cursos. E há uma gigantesca quantidade de boas universidades públicas no EUA e não passa de mito que somente os alunos graduados nas melhores é que conseguem emprego. Aliás, tal mito já 'caiu por terra' também aqui no Brasil.

Não se deve esquecer que no EUA, as fontes de financiamento das universidades é muito mais amplo que no Brasil, sendo que as doações continuam sendo muito, mas muito importantes.


e um sistema de saúde absolutamente falido, que os faz invejar nosso SUS.

Sistema de saúde falido? Se voce quer dizer que o EUA não possui um sistema de saúde similar ao brasileiro, então eu concordo. Mas lembre-se de que 84,00% da população é coberta com algum tipo de sistema de saúde. E dos supostos 16,00% que não tem (cerca de 46 milhões de pessoas), há uma controvérsia grande pois agrupa pessoas com condições muito distintas conforme o texto a seguir:

Citação de: Ultimo Segundo
Alguns de seus críticos, contudo, dizem que este dado é enganoso pois inclui imigrantes ilegais, americanos que ganham mais de US$ 50 mil por ano e os que se qualificam para o Medicaid ou S-Chip e que poderiam obter uma cobertura alternativa se quisessem. Ele também inclui pessoas que podem ter ficado temporariamente sem emprego e, portanto, ficaram sem cobertura por um período breve.

O escritório responsável pelo censo confirma que entre os 46,3 milhões estão 9,2 milhões de pessoas que ganham mais de US$ 50 mil por ano.

Fonte
« Última modificação: 21 de Junho de 2011, 19:46:12 por Geotecton »
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Offline Geotecton

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #21 Online: 21 de Junho de 2011, 16:38:00 »
O único sistema correto é aquele que preserva  este indivíduo que investe em si mesmo e no trabalho e consegue amealhar riquezas ante a sanha daquele que não faz o mesmo mas quer o mesmo!
Este é o princípio da meritocracia e não passa de uma belíssima estorinha para bebês neoliberais dormirem. Será que Hobbes seria capaz de me demonstrar que uma criança nascida em uma favela qualquer daqui de São Paulo tem a mesma oportunidade (chance estatística) de crescimento e progresso que um bebê nascido nos Jardins? Se resolver tentar, por favor, utilize critérios estatísticos, já que de excessões o inferno neoliberal está cheio.

Primeiro. O sistema econômico brasileiro é predominatemente capitalista mas não é e nem nunca foi liberal. Nem no período de FHC.

Segundo. Nunca existiu e não existe uma sociedade perfeita onde todos tem as mesmas chances. Então de seu discurso sobre 'crianças e oportunidades' eu aviso que o inferno também está repleto das boas intenções estatistas e socialistas.


Portanto, a este, que não se omite, que provenha a bonança! A aquele o que dele advindo nada, nada de nada.
Uma visão simplista, que ignora totalmente o fato de que aos "bem nascidos" quase tudo é assegurado simplesmente por herança. Ou seja: a aristocracia sempre se perpetua e às custas dos "mal nascidos".

O conceito do "Soma Zero" não é válido para muitos casos. Então há a necessidade de um bom comedimento na aplicação deste conceito pois do contrário ele não passará de um espantalho ideológico.   


Porém com regras estabelecidas, poderá este ser o provedor daquele enquanto aquele se arrazoar deste como seu mentor e seguir suas prerrogativas.
No atual paraíso neoliberal, os impostos pagos pelos "mal nascidos" são amplamente usados para usufruto dos "bem nascidos".

Claro, claro. O "Bolsa-Família" que o diga. ::)

O que significa, exatamente, 'liberalismo' e 'neoliberalismo' para voce?


Iguais no direito, diferentes no mérito!
Sim, claro! Os "mal nascidos" tem exatamente os mesmos direitos dos "bem nascidos"...

Meritocracia é uma das mais perversas piadas atualmente existentes...

Eu sou testemunha ocular de muitos casos de pessoas nascidas em berço extremamente humilde que, ao invés de ficarem reclamando e pedindo ajuda ao deus-estado, foram "à luta" e hoje são pessoas profissional e financeiramente bem-sucedidas.

Então, há de se contextualizar para não se cair na falácia da generalização.
« Última modificação: 21 de Junho de 2011, 21:45:48 por Geotecton »
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Offline Cumpadi

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #22 Online: 21 de Junho de 2011, 16:47:59 »
Eis o que ocorre, sai um vídeozinho nos EUA mostrando problemas pontuais no sistema deles, daí os brasileiros inflam o peito para falar do SUS, que tem problemas generalizados. Esquecem-se que boa parte dos livros que usamos tem autores americanos, que a maior parte da produção científica de qualidade na medicina é feita lá, etc.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline DDV

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #23 Online: 21 de Junho de 2011, 18:20:27 »
Eis o que ocorre, sai um vídeozinho nos EUA mostrando problemas pontuais no sistema deles, daí os brasileiros inflam o peito para falar do SUS, que tem problemas generalizados. Esquecem-se que boa parte dos livros que usamos tem autores americanos, que a maior parte da produção científica de qualidade na medicina é feita lá, etc.

Isso é verdade.

Não entendo como pode alguém abrir a boca para falar da saúde do país responsável pela esmagadora maioria da tecnologia e conhecimento médicos produzidos e usados no mundo inteiro.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Adriano

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #24 Online: 21 de Junho de 2011, 19:37:29 »
Casa de ferreiro, espeto de pau!

Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

 

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