Fato. Mas voce "esqueceu" de computar pelo menos dois parâmetros importantes. O primeiro é que a população do EUA é cerca de 2,2 vezes maior que o país mais populoso do G7. O segundo é que a taxa de crescimento da população no EUA é muito maior que em qualquer outro país do G7.
Isto significa que eles tem de criar riqueza capaz de absorver e sustentar uma massa enorme de pssoas e que cresce muito mais que países como Canadá, Austrália ou França. Isto sem falar dos países cuja população está diminuindo, como a Alemanha.
Fato: você esqueceu-se de estudar um pouco antes de formular sua opinião. Índice de Gini não tem nada a ver com tamanho ou velocidade de crescimento de uma população, fatores que não entram no cálculo do índice (o cálculo é feito sobre números relativos e não absolutos). Tem a ver como a riqueza se concentra ou não, dentro de um determinado país ou região (inclusive mundo todo).
http://pt.scribd.com/doc/379577/DesigualdadeVocê verificaria rapidamente que seu "raciocínio" é furado se simplesmente tivesse aberto a wikipedia e visto a lista de países por concentração de renda. Teria visto, por exemplo, que a Índia, com uma população quase 4 vezes maior que o paraíso dos chicletes tem um IG significativamente menor. Teria visto, também, que paraísos como Honduras, El Salvador, Haiti, com uma população significativamente menor, apresentam um IG maior.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_igualdade_de_riquezaUma maior igualdade de renda não tem a ver com tamanho ou taxa de crescimento populacional. Tem a ver com políticas que assegurem saúde e educação de qualidade, segurança alimentar, programas de renda mínima, saneamento básico, infra-estrutura de segurança e, sobretudo, uma política fiscal que assegure o custeio da sociedade.
O Nirvana do consumo e da "meritocracia" tem cerca de 4 milhões de homeless vagando pelo país.
Qual é a fonte para este número? Ou ele caiu do espaço profundo?
Se você costuma chutar suas opiniões sem base alguma, peço que não me confunda com você. Se quiser estatísticas, aí seguem:
http://en.wikipedia.org/wiki/Homelessness_in_the_United_States#2009_Annual_Homeless_Assessment_Report_to_Congresshttp://www.pbs.org/now/shows/526/homeless-facts.htmlhttp://www.washprofile.org/en/node/2295Em todo caso, eu arredondei o número para cima (até porque encontrar estatísticas desfavoráveis no paraíso do chiclé de bola não é fácil). As estatísticas oficiais fornecem um número menor: apenas 3,5 milhões.
Tem um sistema de educação que cada vez mais só permite que milionários cheguem a cursos superiores de primeira linha...
Segundo a THE, das 100 melhores universidades do planeta, 45 são do EUA e entre as 200, 79 são estadunidenses. Entre elas há universidades públicas, privadas e mistas. E entre as privadas há as fundadas por filantropos e as mantidas por instituições religiosas.
Até onde eu sei as universidades de primeiríssima linha tem bolsas de estudo para os mais capacitados (incluindo os alunos-atletas), mas que não tenham condições de pagar os cursos. E há uma gigantesca quantidade de boas universidades públicas no EUA e não passa de mito que somente os alunos graduados nas melhores é que conseguem emprego. Aliás, tal mito já 'caiu por terra' também aqui no Brasil.
Não se deve esquecer que no EUA, as fontes de financiamento das universidades é muito mais amplo que no Brasil, sendo que as doações continuam sendo muito, mas muito importantes.
Caso não tenha reparado, eu não fiz menção à qualidade do ensino nos EUA, embora eu conheça vários questionamentos a respeito, principalmente em relação ao ensino até o “undergraduate”, há que se reconhecer que o sistema americano de ensino é eficaz, principalmente em relação à produção científica (o que, para mim, falseia um bocado os rankings de reputação).
O que eu escrevi é que o sistema de ensino superior nos EUA é fortemente elitista e o reafirmo! Você mesmo esbarra na resposta.
Em primeiro lugar, é bom lembrar que não existe ensino superior gratuito, nos EUA. Mesmo as State Universities (as públicas) são pagas e quase ¾ dos alunos dependem de bolsas de estudo ou do sistema de caridade e filantropia. Embora o sistema devesse considerar questões como “mérito” e “necessidade” para a concessão das bolsas, a verdade é que o sistema varia de unidade para unidade, inclusive influenciado por questões locais, religiosas e políticas. Na prática, isso resulta no fato de que muitas faculdades funcionam, na verdade, como “clubinhos ideológicos” (se não acredita nisso, tente apresentar uma tese socialista em Harvard). A filantropia funciona como funding para educação até o momento em que não ocorre uma crise econômica. A partir daí é pega pra capar.
Por outro lado, se você sabe jogar basquete ou futebol americano, consegue fácil entrar em uma universidade de primeira linha, mesmo que seu QI elevado ao cubo ainda seja insuficiente para ganhar um jogo da velha contra uma ostra saudável.
Ainda por outro lado, como o filtro para entrada nas universidades (o SAT) é considerado quase ridículo, filhos de gente abastada, que tenham dinheiro para pagar integralmente o curso, entram em uma universidade de primeira linha com total facilidade, mesmo que sejam desprovidos de cérebro.
Você afirma que a relação entre empregabilidade e renome das universidades é um mito. Por gentileza, apresente suas fontes. Ao que eu saiba, qualquer empresa multinacional ou nacional de porte dispõe de listas de universidades aceitáveis para contratação de funcionários, inclusive no Brasil
http://en.wikipedia.org/wiki/Education_in_the_United_States#Costhttp://www.brazilexporters.com/estudar.html e um sistema de saúde absolutamente falido, que os faz invejar nosso SUS.
Sistema de saúde falido? Se voce quer dizer que o EUA não possui um sistema de saúde similar ao brasileiro, então eu concordo. Mas lembre-se de que 84,00% da população é coberta com algum tipo de sistema de saúde.
Sem querer me valer de argumento de autoridade, mas apenas me credenciando: eu sou farmacêutico-bioquímico e farmacologista e trabalho na área de saúde há 40 anos; Trabalhei principalmente nas áreas estratégicas e de inteligência de diversas empresas. Uma de minhas funções era conhecer em detalhe os sistemas de saúde de todos os países. E acredite: eu fiz muito bem minha lição de casa.
Primeiro, vamos ver o que venha a ser o “maravilhoso” sistema de saúde dos EUA, o único do mundo em que a saúde deixou de ser um direito para ser um artigo de compra e venda:
1. A grande maioria dos americanos é coberta pelo sistema de Health Insurance, geralmente fornecido pelos empregadores exclusivamente aos empregados, sem cobertura do resto da família.
2. Nesse sistema, todos os procedimentos têm limites definidos de gastos anuais. Uma vez excedidos os limites, os custos correm por conta dos pacientes. Caso o paciente não possa pagar, o tratamento é simplesmente interrompido. Se estiver em um hospital, o paciente é, simplesmente, posto para fora.
3. Existem sistemas complementares de cobertura de despesas de saúde, financiados parcialmente pelo governo: Medicare – destinado a idosos, portadores de deficiências e doenças crônicas consideradas incapacitantes; Medicaid – destinado a famílias com renda até US$ 50.000,00/ano; SCHIPS – para crianças que não se enquadrem no Medicaid (é comum, nos EUA, os pais não poderem pagar planos para seus filhos); Tricore – para militares e funcionários públicos; Veterans – para atendimento dos veteranos das inúmeras guerras que os EUA promovem e participam. Os sistemas têm as mesmas limitações de gastos e consequências do Health Insurance.
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,entenda-sistema-de-saude-dos-eua-exclui-46-milhoes,431943,0.htmhttp://en.wikipedia.org/wiki/Health_care_in_the_United_States4. 46 milhões de pessoas não se qualificam a nenhum programa de cobertura do governo e não dispõem, por vários motivos, de cobertura dos planos privados. Com o aumento do desemprego no Nirvana neoliberal, a tendência desse número é simplesmente aumentar.
5. As HMO´s (empresas de saúde) dispõem de profissionais especializados em buscar tecnicalidades para evitar pagamento de despesas. Por exemplo: se uma pessoa tem um parente distante com diabetes e se esqueceu de mencionar esse fato em sua ficha de admissão, o tratamento será negado por que os técnicos entendem que a predisposição à doença era prévia ao contrato firmado.
Para entender claramente o problema, é bom saber que a medicina, nos EUA é, disparadamente, a mais cara do mundo e o gasto com saúde é muito maior que o dos demais países da OCDE. O hábito do americano em procurar um culpado pela morte de alguém (não importando o motivo) os leva a processar médicos pelas menores tecnicalidades (por exemplo: se alguém morre em consequência de um linfoma não Hodgkin, mesmo que devidamente diagnosticado e tratado e se o médico não realiza, por exemplo, um exame de exceção como um PET Scan – que custa cerca de US$ 10.000,00 por lá – ele pode ser processado pelos parentes em alguns milhões de dólares). Por isso os médicos dispõem de seguros contra esses processos e, obviamente, repassam os custos. Outro fator é o custo dispendido pelos hospitais com hotelaria, que chega a custar mais caro que os procedimentos realizados.
Diferentemente do que ocorre em educação, onde resultados são obtidos a longo prazo, em saúde, os resultados do investimento é quase imediato, para o bem ou para o mal.
O resultado dessa brilhante medicina privatizada, onde a saúde é tratada como qualquer mercadoria e não como direito se fazem sentir imediatamente. Alguns fatos:
1. Os EUA têm a maior taxa de mortalidade infantil entre os países da OCDE. Os wasps dizem que esse número é provocado pela morte de filhos de imigrantes ilegais, mas, como todos bons neoliberais apenas estão mentindo e distorcendo fatos, já que filhos de imigrantes ilegais, nascidos nos EUA, são americanos.
http://www.mindfully.org/Health/2007/US-Death-Rate1may07.htm2.A esperança de vida ao nascer, nos EUA, é a menor entre todos os países da OCDE.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000300004http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2007/05/15/ult1806u6063.jhtm3. Nos EUA, as pessoas físicas podem se declarar falidas. Despesas médicas que extrapolam o seguro saúde são a causa de mais de 60% dessas falências.
http://www.businessweek.com/bwdaily/dnflash/content/jun2009/db2009064_666715.htmhttp://www.diabetes.org.br/colunistas-da-sbd/pontos-de-vista/1109E dos supostos 16,00% que não tem (cerca de 46 milhões de pessoas), há uma controvérsia grande pois agrupa pessoas com condições muito distintas conforme o texto a seguir:
Alguns de seus críticos, contudo, dizem que este dado é enganoso pois inclui imigrantes ilegais, americanos que ganham mais de US$ 50 mil por ano e os que se qualificam para o Medicaid ou S-Chip e que poderiam obter uma cobertura alternativa se quisessem. Ele também inclui pessoas que podem ter ficado temporariamente sem emprego e, portanto, ficaram sem cobertura por um período breve.
O escritório responsável pelo censo confirma que entre os 46,3 milhões estão 9,2 milhões de pessoas que ganham mais de US$ 50 mil por ano.
Fonte
Este é o argumento dos republicanos e do lobby das empresas de seguro saúde para tentar barrar a reforma que Barak Obama pretende. Basta abrir alguns dos links postados e verificar que o argumento é simplesmente idiota. Os imigrantes ilegais não são levados em conta já de saída na estatística, já que não possuem documento da seguridade social. A maior parte dos 46 milhões de não segurados são de pessoas que trabalham em empresas de pequeno porte, que não podem pagar seguro saúde a seus funcionários.
Em resumo: Os EUA, no período da Reagonomics, resolveu tratar a saúde como mercadoria (afinal, medicina universalizada é coisa de comunista) e criou o úniclo sistema totalmente privatizado de cobertura de saúde. Deu no que deu e, se não for mudado, vai piorar muito.
Para aqueles que acham que o sistema de saúde na terra do leite, mel e coca-cola é melhor que o existente no resto do mundo, sugiro que retirem suas tuberosidades isquiáticas da cadeira e escrevam ao Barak Obama, mencionando que ele está fazendo uma besteira, ao tentar reformar o sistema.