Autor Tópico: Justiça distributiva  (Lida 11028 vezes)

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Offline Barata Tenno

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #50 Online: 20 de Julho de 2011, 14:47:27 »
Pois é, por isso temos que passar a tecnologia do SUS para eles, afinal no nosso fantástico sistema ninguém morre nas portas do hospitais.

Obs: Não defendo a privatização total da saúde, pelo contrário, acredito que saúde é um dos poucos setores da economia onde o Estado tem a obrigação de se meter. Não critico o SUS por existir, mas sim por ser tão ruim.
Você poderia, por gentileza, me dizer o que entende por SUS? Sabe o que ele é? Pode me dizer quantos hospitais e UBS's o SUS administra diretamente?

Obs: o único país do mundo que privatizou parte importante de seu sistema de saúde foram os EUA. Como demonstrei, entre os países da OCDE é o que tem os piores indicadores em saúde. Saúde não é mercadoria para ser vendida. Não investir em saúde é uma baita burrice, já que os custos de não tratamento costumam superar os custos imediatos. O problema é que os ganhos de saúde ocorrem a longo prazo, coisas que meros governos não costumam suportar.
Assim como educação no Brasil, ninguém quer resultados daqui a 30 anos.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #51 Online: 20 de Julho de 2011, 15:08:03 »
Assim como educação no Brasil, ninguém quer resultados daqui a 30 anos.
Esse é exatamente o problema não só nos EUA como também aqui, nesta terra de Pindorama. Questões estruturais não podem ser resolvidas a curto prazo e não podem ficar sujeitas à vontade política de governos.
O Japão levou 25 anos para conseguir montar um sistema de saúde razoável e seu sistema educacional levou mais que isso para se tornar quase modelar. O mesmo ocorreu com seu sistema industrial (Fonte: O desafio mundial, de Jean Jacques Servan-Schreiber).
Se você procura uma solução mágica e milagrosa para esse tipo de problema, é melhor filiar-se a uma religião e começar a rezar.
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Offline Liddell Heart

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #52 Online: 20 de Julho de 2011, 15:37:09 »
o único país do mundo que privatizou parte importante de seu sistema de saúde foram os EUA. Como demonstrei, entre os países da OCDE é o que tem os piores indicadores em saúde. Saúde não é mercadoria para ser vendida. Não investir em saúde é uma baita burrice, já que os custos de não tratamento costumam superar os custos imediatos. O problema é que os ganhos de saúde ocorrem a longo prazo, coisas que meros governos não costumam suportar.

Os E.U.A são, dentre todos os países do globo, os que mais investem em saúde.  :ok:
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Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #53 Online: 20 de Julho de 2011, 15:50:24 »
Os E.U.A são, dentre todos os países do globo, os que mais investem em saúde.  :ok:
Você está certo. Eles investem US$ 7.200,00 por habitante. Deveriam, então, ter os melhores indicadores de saúde, não é mesmo?
http://www.globalhealthfacts.org/data/topic/map.aspx?ind=66
Não é isso o que acontece. Como já demonstrei, os EUA têm os piores indicadores entrre os países da OCDE, inclusive em relação à mortalidade infantil.
Sabe por que isso ocorre? Porque o sistema de saúde americano é elitista e não universalizado (como ocorre em todos os países do mundo). Além disso, os EUA tem a mais cara medicina do mundo, basicamente por questões legais e de gestão.
Saúde responde bem ao investimento colocado, desde que não tenha constraints em relação à acessibilidade, que foi justamente o que se fez nos EUA.

De toda forma, eu apontei fatos e só vejo retórica em troca.
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Offline Liddell Heart

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #54 Online: 20 de Julho de 2011, 16:19:39 »
Como se eles tivessem uma política econômica e social muito diferente.
Você poderia, por gentileza, mostrar onde elas sejam iguais? Curiosamente, os democratas e republicanos da terra do Milk and Honey pensam muito diferente de você.

Mesma política econômica, vide o BC, e mesmo política social, vide os projetos de investir na saúde.

Citar
[apelo ao sentimento]Seria muito interessante saber se você pensaria assim se necessitasse usar a saúde pública, sabendo que 50% de sua renda vai para esse serviço ineficiente.[/apelo ao sentimento]
Ah, sim! Esqueci o hábito que temos de apontar falácias, mesmo quando não temos argumento, mas eu posso refrasear: qual seria, em sua opinião, a solução para o caso de se necessitar cuidados vitais e não poder utilizá-los, apesar de serem disponíveis?

Eu responderia isso se tivesse os dados da média dos usuários de saúde pública. Há tempos procurei e não achei.


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1°-O que é neoliberalismo para você?
Eis a minha visão sincera sobre esse tipo de pensamento econômico:

Para entender o que venha a ser neoliberalismo, é necessário entender o que é liberalismo econômico, da forma como foi empregado até 1929.
O liberalismo econômico, surgido de idéias de filósofos como Locke, Ricardo, Malthus e Adam Smith é, na verdade, um sistema metafísico-religioso onde se espera que entidades não demonstradas e imateriais como “mão invisível do mercado”, lei de Say, “lei de oferta e procura” regulem a atividade da sociedade.

Não, é a descrença em seres antropomórficos de sapiência superior com capacidade de clarividência.

Citar
Na prática, os liberais afirmam que o estado não deve interferir na economia, já que os deuses sagrados do mercado o controlarão, gerando riquezas, leite e mel para toda a população. Na prática, para os liberais os governos não deveriam nem existir.

De todos liberais que você citou, TODOS aceitavam ampla interferência do governo (não como os mercantilistas ou intervencionistas). E eles não curtiam muito as tarifas impostas ao comércio internacional, principalmente naquela ocasião que os irlandeses passavam fome por serem obrigados a usar produtos ingleses.

Citar
Embora o verdadeiro Nirvana dos liberais tenha ocorrido na Inglaterra, durante a revolução industrial – saudosos tempos, em que os funcionários, inclusive crianças, trabalhavam 20 horas por dia, não tinham nenhum direito a não ser demissão sumária, dispunham de colônias onde havia monopólio, quase não havia concorrência – foi no país do chiclete de bola que os liberais tiveram seu maior sucesso. Prosseguiram dominando a cena até que quebraram o brinquedinho, em 1929, e saíram correndo para as barras da saia da mamãe Estado, para poderem se recuperar.

Saudosos tempos aonde a expectativa de vida teve seu maior salto, aonde a miséria teve sua maior diminuição. Aliás, essa miséria só foi causada pela política do cercamento, mas não conte para ninguém, viu?! Não queremos livrar os porcos capitalistas dessa.


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O Estado, na época, adotou uma solução keynesiana (pensamento que, na verdade, surgiu pouco depois) e conseguiu, algum tempo depois, corrigir a cagada que os liberais haviam feito.

Aquelas medidas anti-crise de 29 que causaram a crise de 36 e 45? Perfeito, bem melhor do que fizeram na recessão de 22-23, pois nessa última não teve grupos beneficiados nem miséria em massa.  :ok:

Citar
O liberal, entretanto, é, antes de tudo, um forte! Passada a tormenta que eles mesmos criaram, voltaram rapidamente à carga, atacando Keynes e a intervenção do estado.

Tá achando o que, liberais tem sangue espartano. Conhece a vala que Leônidas jogou o enviado de Xerxes? Então, aquele era "O caminho da servidão" (ok, essa foi muuuiitttoo ruim).

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Nisto, tiveram a inspiração de Hayek (devidamente inspirado pelo barão von Schnaps) e Milton Friedman (inspirado pelos filósofos Jim Bean e Jack Daniels). Segundo eles, a crise, na verdade, havia sido prolongada pela intervenção (como é comum aos economistas, eles só sabem, realmente, criticar algo depois  de realizado, tendo sido incapazes de sair da armadilha que eles próprios criaram). Essa escola tão inspirada é chamada de neoliberalismo, que é o velho liberalismo econômico, agora mais virulento em críticas e com sabor limão!

Concordo, economistas são péssimos, principalmente aqueles Lord's ingleses. Ok, mas que época de Hayek? Antes ou depois da "desestatização da moeda"? E Friedman, é da época conservadora, escolha pública ou "Vamos abolir o FED"?


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Os neoliberais são homens de princípios, a saber (apenas alguns mero exemplos):
1.   O estado não deve interferir em nenhum aspecto da vida econômica, a menos que seja chamado a socorrer os neoliberais, durante as crises.

Ok, então Friedman nem Hayek são neoliberais, pois eles foram os pais (na verdade foi um liberal inglês do séc.XIX) do Bolsa Família, Renda cidadã e afins.

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2.   O Estado deve adquirir uma postura de responsabilidade fiscal e reduzir seus gastos, a fim de que tenha dinheiro disponível para socorrer os neoliberais quando estes fazem uma enorme cagada.
Os neoliberais são economistas ou empresários? Ah, sim, são economistas, mas investem na bolsa nos tempos vagos. Aliás, neo-keynesianos e pós-keynesianos também são neoliberais, por essa descrição.

Citar
3.   Todo neoliberal é radicalmente contrário ao welfare state e pensa que esse é o “caminho da servidão”. Como exemplo, temos os escravos hoje existentes na Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Holanda, Suíça, etc.

Ok, agora cita um governo não neoliberal (Dinamarca é o país mais neoliberal que eu conheço). Estou aguardando.

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4.   Deve haver uma total abertura de mercado: mercado consumidor, seja bem dito! Afinal, por que eu, neoliberal do país de Oliúde, deveria abrir meu mercado para os produtores de laranja ou de álcool do Brasil? Tarifas neles, ou então, criem-se barreiras através de tecnicalidades. Não devo comprar cacau da Nigéria porque lá os trabalhadores não usam desodorante...

Agora Hamilton e Colbert são neoliberais.

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6.   Por que a pobreza que fede deve ter direitos trabalhistas como férias remuneradas, aposentadoria, assistência médica ou proteção contra dispensa imotivada. O único direito da ralé é trabalhar, de preferência 20 horas por dia como ocorria no tempo da saudosa revolução industrial. Entretanto, todo bom neoliberal é favorável a que o funcionário possa se aposentar aos 92 anos de idade (sem salário, é claro)!

Ops, Friedman e Hayek nasceram pobres e Keynes era ricaço. Comofas? Ah é, eles não são neoliberais.

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7.   Todo bom neoliberal é radicalmente contrário à existência de qualquer tipo de marco regulatório. Afinal, eu devo ser regulado apenas pela “mão invisível do mercado” e tenho todo o direito a formar meus cartéis, zonas de monopólio e, inclusive, fixar o preço a ser pago pelas matérias primas que necessito.

Galera do PT precisa saber disso.

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Esses são apenas alguns dos princípios adotados pelos neoliberais. Por outro lado, especula-se que, após a crise de 2008 (onde a mamãe Estado teve que comparecer com cerca de US$ 1,5 trilhão) e com o reconhecimento do fracasso da receita contida no Consenso de Washington, esteja surgindo uma nova escola: os neo-neoliberais, que insistirão que as crises só existem porque os governos não adotam medidas suficientemente neoliberais.

O fato das empresas estatais americanas estarem devendo 6 trilhões de dólares e o FED ter interferido no mercado, abaixando o juros, é mentira?

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Antes que me esqueça: em nenhum lugar do mundo uma receita neoliberal conseguiu debelar uma crise.

Agora Thatcher, Reagan e Pinochet são keynesianos. Aliás, a Estagflação dos anos 70 foram vencidas com medidas keynesianas.  :ok:

Citar
[2°-Quais desses países não são neoliberais?
Se você imagina que eu caio fácil em armadilhas semânticas ou conceituais, tire seu equídeo da perturbação pluviométrica. Eu sei muito bem a diferença entre um sistema econômico e um sistema político.

 :histeria: :histeria: :histeria:
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Offline Cumpadi

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #55 Online: 20 de Julho de 2011, 16:22:22 »
Nossa em, ainda bem que você sabe muito bem o que é melhor para as pessoas. Aliás, o Brasil está cheio de pessoas assim, que sabem muito melhor que os outros o que é felicidade, o que é arte, o que é saúde, o que é igualdade, o que é justiça, em que as pessoas deveriam gastar seu dinheiro, o que é inteligência e, principalmente, como o dinheiro público deveria ser utilizado. Engraçado como isso me lembra facilmente a maior parte dos ditadores da história.

Sem contar que, mais da metade das atitudes que você atribui aos neoliberais não são defendidas por estes, mas sim, criticadas duramente.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline Liddell Heart

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #56 Online: 20 de Julho de 2011, 16:24:46 »
Os E.U.A são, dentre todos os países do globo, os que mais investem em saúde.  :ok:
Você está certo. Eles investem US$ 7.200,00 por habitante. Deveriam, então, ter os melhores indicadores de saúde, não é mesmo?
http://www.globalhealthfacts.org/data/topic/map.aspx?ind=66
Não é isso o que acontece. Como já demonstrei, os EUA têm os piores indicadores entrre os países da OCDE, inclusive em relação à mortalidade infantil.
Sabe por que isso ocorre? Porque o sistema de saúde americano é elitista e não universalizado (como ocorre em todos os países do mundo). Além disso, os EUA tem a mais cara medicina do mundo, basicamente por questões legais e de gestão.
Saúde responde bem ao investimento colocado, desde que não tenha constraints em relação à acessibilidade, que foi justamente o que se fez nos EUA.

Na verdade, os gastos dos governos em saúde criam uma demanda artificial, que eleva o preço dos produtos, fora que o mau direcionamento estatal cria um certo oligopólio e abre as portas para a corrupção. Por isso é tão caro (aliás, esse é o problemas dos vouchers).
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Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #57 Online: 20 de Julho de 2011, 16:52:19 »
Na verdade, os gastos dos governos em saúde criam uma demanda artificial, que eleva o preço dos produtos, fora que o mau direcionamento estatal cria um certo oligopólio e abre as portas para a corrupção. Por isso é tão caro (aliás, esse é o problemas dos vouchers).
Não sei se você é economista, mas, se for, está falando uma das maiores idiotices que eu li nos últimos tempos. Se o que aprendi está correto, gastos com saúde estão entre os mais inelásticos que existem, caso não haja demanda reprimida (que é o que ocorre no Brasil). Ninguém acorda de manhã e diz:

- Oba! O governo está pagando... vou fazer uma cineangiocoronariografia! Vai ser um barato!!!

Quanto ao dito oligopólio estatal, peço que se lembre que este é o sistema adotado praticamente em todo o mundo.

Por outro lado, você se engana bagarai quando diz que a saúde estatal eleva os custos. Pegando um exemplo extremo, Cuba - que tem, reconhecidamente, inclusive pelos EUA, um dos melhores sistemas de saúde do mundo - investe apenas 7% per capita do que os EUA e tem uma medicina universalizada e de qualidade. Poderia citar outros exemplos, como o da França - tido como o melhor sistema mundial - onde se investe muito menos que nos EUA. A questão não é de culhões, mas de cérebro.

Quanto à corrupção, a maior que tenho notícia é a fraude contra o Medicare, de apenas US$ 2 trilhões.
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Offline Liddell Heart

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #58 Online: 20 de Julho de 2011, 17:17:28 »
Na verdade, os gastos dos governos em saúde criam uma demanda artificial, que eleva o preço dos produtos, fora que o mau direcionamento estatal cria um certo oligopólio e abre as portas para a corrupção. Por isso é tão caro (aliás, esse é o problemas dos vouchers).
Não sei se você é economista, mas, se for, está falando uma das maiores idiotices que eu li nos últimos tempos. Se o que aprendi está correto, gastos com saúde estão entre os mais inelásticos que existem, caso não haja demanda reprimida (que é o que ocorre no Brasil). Ninguém acorda de manhã e diz:

- Oba! O governo está pagando... vou fazer uma cineangiocoronariografia! Vai ser um barato!!!

O subsídio estatal interfere na utilidade ordinal/preferência do consumidor. Quem não iria ao médico é incentivado a ir. Daí, aumenta a demanda.


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Quanto ao dito oligopólio estatal, peço que se lembre que este é o sistema adotado praticamente em todo o mundo.

Não é oligopólio estatal, é um oligopólio de empresas privadas que recebem verbas estatais. Pelo que eu sei, isso já vem ocorrendo nos laboratórios farmacêuticos americanos.

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Por outro lado, você se engana bagarai quando diz que a saúde estatal eleva os custos. Pegando um exemplo extremo, Cuba - que tem, reconhecidamente, inclusive pelos EUA, um dos melhores sistemas de saúde do mundo - investe apenas 7% per capita do que os EUA e tem uma medicina universalizada e de qualidade. Poderia citar outros exemplos, como o da França - tido como o melhor sistema mundial - onde se investe muito menos que nos EUA. A questão não é de culhões, mas de cérebro.

Eu não disse que saúde estatal eleva os custos. Eu disse que a explicação do serviço americano ser caro é que há muitos gastos do governo. Eu falo da saúde "terceirizada" americana, e não da saúde socializada (que, aliás, é mais problemática).

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Quanto à corrupção, a maior que tenho notícia é a fraude contra o Medicare, de apenas US$ 2 trilhões.

 :)
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Offline guicn

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #59 Online: 20 de Julho de 2011, 17:18:26 »
Putz, citaram o mito de Cuba como a melhor medicina do mundo. Estava demorando...

Offline Liddell Heart

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #60 Online: 20 de Julho de 2011, 17:21:10 »
Antes da Rev. de Fidel, a saúde cubana era a 13ª melhor do mundo. Hoje está lá para o 50° lugar.
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Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #61 Online: 20 de Julho de 2011, 17:29:25 »
O subsídio estatal interfere na utilidade ordinal/preferência do consumidor. Quem não iria ao médico é incentivado a ir. Daí, aumenta a demanda.
Errado! Isso só ocorre se existe demanda reprimida. Pessoas vão ao médico por necessidade e não por desejo puro e simples. O sistema francês estimula as pessoas a procurarem o médico nos mais simples sintomas e, ao que eu saiba, o índice de procura a médicos por lá é constante há muitos anos.

Não é oligopólio estatal, é um oligopólio de empresas privadas que recebem verbas estatais. Pelo que eu sei, isso já vem ocorrendo nos laboratórios farmacêuticos americanos.
Eu trabalhei 40 anos na indústria farmacêutica e, ao que eu saiba, nenhuma empresa de saúde ou laboratório recebe verbas por lá, exceto as organizações que fazem a gerência dos sistemas governamentais e algumas instituições de caridade, que recebem de acordo com os serviços prestados (quase do mesmo tipo que as APAC's, no Brasil). De novo: o único lugar do mundo em que se tentou uma privatização da saúde foi os EUA. Os fatos estão aí para mostrar o que colheram.

Eu não disse que saúde estatal eleva os custos. Eu disse que a explicação do serviço americano ser caro é que há muitos gastos do governo. Eu falo da saúde "terceirizada" americana, e não da saúde socializada (que, aliás, é mais problemática).
A saúde americana é, basicamente, privatizada e não terceirizada. Saúde socializada é o que se utiliza em todo o resto do mundo. A saúde americana é cara pelos custos de gestão, custos legais e, sobretudo, pelo lobby de seguradoras e entidades médicas.

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Quanto à corrupção, a maior que tenho notícia é a fraude contra o Medicare, de apenas US$ 2 trilhões.
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:)
O interessante, nesse caso, é que uma das principais parceiras da fraude foi a igreja adventista, uma institjuição técnicamente sem fins lucrativos.
« Última modificação: 20 de Julho de 2011, 17:37:10 por Luiz Fabris »
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Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #62 Online: 20 de Julho de 2011, 17:31:08 »
Putz, citaram o mito de Cuba como a melhor medicina do mundo. Estava demorando...
Leia direito! Onde foi que eu citei que cuba tem a melhor medicina do mundo? Você tem fatos a discutir ou o que te move é o mero preconceito?
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Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #63 Online: 20 de Julho de 2011, 17:32:56 »
Antes da Rev. de Fidel, a saúde cubana era a 13ª melhor do mundo. Hoje está lá para o 50° lugar.
Fonte?
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Offline guicn

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #64 Online: 20 de Julho de 2011, 17:37:49 »
Inclusive um dos médicos desse sistema "maravilhoso" de saúde postou fotos e vídeos sobre a real situação dos hospitais para a maioria esmagadora da população (hospitais caindo aos pedaços e condições de higiene precárias), porque há um e outro hospital de muita qualidade, mas é pontual e foi esse bullshit que o Michael Moore mostrou no seu documentário, sem citar que os bons hospitais é só pra amiguinhos da ditadura. Fora que o ensino lá é MUITO fraco e boa parte dos médicos cubanos que tentam revalidar seu diploma aqui acabam reprovados.

Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #65 Online: 20 de Julho de 2011, 17:41:30 »
Inclusive um dos médicos desse sistema "maravilhoso" de saúde postou fotos e vídeos sobre a real situação dos hospitais para a maioria esmagadora da população (hospitais caindo aos pedaços e condições de higiene precárias), porque há um e outro hospital de muita qualidade, mas é pontual e foi esse bullshit que o Michael Moore mostrou no seu documentário, sem citar que os bons hospitais é só pra amiguinhos da ditadura. Fora que o ensino lá é MUITO fraco e boa parte dos médicos cubanos que tentam revalidar seu diploma aqui acabam reprovados.
Fonte?
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Offline guicn

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #66 Online: 20 de Julho de 2011, 17:43:57 »
Saiu na Época na semana retrasada. Além disso há um tópico aqui destrinchando bem o assunto.
Tente achar pela busca. Já quanto a Época, não sei se liberam as reportagens para não assinantes.

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #67 Online: 20 de Julho de 2011, 17:56:47 »
O subsídio estatal interfere na utilidade ordinal/preferência do consumidor. Quem não iria ao médico é incentivado a ir. Daí, aumenta a demanda.
Errado! Isso só ocorre se existe demanda reprimida. Pessoas vão ao médico por necessidade e não por desejo puro e simples.

Necessidade é subjetivo, campeão. O que normalmente não levaria alguém para o pronto-socorro pode levá-lo se não houver custos. É claro, você pode dizer que é sempre bom uma consulta preventiva, mas é inegável que essas consultas aumentam o preço.


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O sistema francês estimula as pessoas a procurarem o médico nos mais simples sintomas e, ao que eu saiba, o índice de procura a médicos por lá é constante há muitos anos.

Fonte?


Citar
Não é oligopólio estatal, é um oligopólio de empresas privadas que recebem verbas estatais. Pelo que eu sei, isso já vem ocorrendo nos laboratórios farmacêuticos americanos.
Eu trabalhei 40 anos na indústria farmacêutica e, ao que eu saiba, nenhuma empresa de saúde ou laboratório recebe verbas por lá, exceto as organizações que fazem a gerência dos sistemas governamentais e algumas instituições de caridade, que recebem de acordo com os serviços prestados (quase do mesmo tipo que as APAC's, no Brasil). De novo: o único lugar do mundo em que se tentou uma privatização da saúde foi os EUA. Os fatos estão aí para mostrar o que colheram.

Segundo Richard J. Roberts, diversas empresas de saúde e laboratórios são subsidiados pelo governo. E os E.U.A já tiveram saúde estatal?

Citar
Eu não disse que saúde estatal eleva os custos. Eu disse que a explicação do serviço americano ser caro é que há muitos gastos do governo. Eu falo da saúde "terceirizada" americana, e não da saúde socializada (que, aliás, é mais problemática).
A saúde americana é, basicamente, privatizada e não terceirizada. Saúde socializada é o que se utiliza em todo o resto do mundo; A saúde americana é cara pelos custos de gestão, custos legais e, sobretudo, pelo lobby de seguradoras e entidades médicas.

Se fosse privatizada, o governo não gastaria tanto com saúde.

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #68 Online: 20 de Julho de 2011, 17:57:31 »
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« Resposta #69 Online: 20 de Julho de 2011, 17:59:51 »
Saiu na Época na semana retrasada. Além disso há um tópico aqui destrinchando bem o assunto.
Tente achar pela busca. Já quanto a Época, não sei se liberam as reportagens para não assinantes.
Por .favor poste suas fontes, já que não há nada disso disponível no site da Época e, pelo que vi, não achei nada "destrinchando" o assunbto aqui neste fórum.
Só para lembrar: a mortalidade infantil, em Cuba, é menor que a dos EUA (a fonte que eu uso é da CIA). Mortalidade infantil é um dos melhores índices para se avaliar o sistema de saúde de um país.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_pa%C3%ADses_por_%C3%ADndice_de_mortalidade_infantil
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Offline Cumpadi

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« Resposta #70 Online: 20 de Julho de 2011, 18:01:32 »
Não, nem sempre é bom uma consulta preventiva, principalmente se não há precedentes de nada na família.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #71 Online: 20 de Julho de 2011, 18:03:40 »
Antes da Rev. de Fidel, a saúde cubana era a 13ª melhor do mundo. Hoje está lá para o 50° lugar.
Fonte?

http://super.abril.com.br/cotidiano/fidel-castro-deu-educacao-saude-ao-povo-cubano-620289.shtml
Acho que você não leu o link que postou. Poderia, por favor, apontar onde o texto embasa aquilo que você escreveu?
A diferença entre a inteligência e a ignorância é que a inteligência tem limite

Offline Liddell Heart

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #72 Online: 20 de Julho de 2011, 18:11:30 »
Antes da Rev. de Fidel, a saúde cubana era a 13ª melhor do mundo. Hoje está lá para o 50° lugar.
Fonte?

http://super.abril.com.br/cotidiano/fidel-castro-deu-educacao-saude-ao-povo-cubano-620289.shtml
Acho que você não leu o link que postou. Poderia, por favor, apontar onde o texto embasa aquilo que você escreveu?
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SAÚDE
MORTALIDADE INFANTIL (mortos por 1000 nascidos)
1957 - 32 / 1º na América Latina 13º no mundo
HOJE - 5,82 / 1º na América Latina 43º no mundo

O avanço de Cuba foi enorme - redução de 82% na taxa de mortalidade. Mas isso ocorreu em quase todos os países do mundo. No ranking internacional, os cubanos caíram 30 posições da década de 1950 para cá.



MÉDICOS E DENTISTAS (para cada 100 mil habitantes)
1957 - 128 / 3º lugar na América Latina
Hoje - 680 / 1º lugar na América Latina

Nos últimos 50 anos, o país multiplicou por 5 o número de profissionais de saúde. Nos últimos anos, o problema tem sido a exportação dos profissionais mais capacitados para trabalhar no exterior.



CONSUMO DE CALORIAS (per capita/diário)
1957 - 2 730 (3º da América Latina)
Hoje - 2 291 (11º da América Latina)

Para os defensores do regime, a alimentação piorou nas últimas 5 décadas por culpa do embargo econômico. Mas para os críticos o verdadeiro problema é outro: ineficiência crônica da agricultura.
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Voltaire

Offline Barata Tenno

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #73 Online: 20 de Julho de 2011, 18:20:47 »
Eu não usaria Cuba como referencia, o Japão vai muito bem, obrigado, com um grande investimento governamental em saude.
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Offline Luiz Fabris

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Re: Justiça distributiva
« Resposta #74 Online: 20 de Julho de 2011, 18:21:37 »
Necessidade é subjetivo, campeão. O que normalmente não levaria alguém para o pronto-socorro pode levá-lo se não houver custos. É claro, você pode dizer que é sempre bom uma consulta preventiva, mas é inegável que essas consultas aumentam o preço.
Necessidade, em medicina, não é subjetiva, campeão! Além disso, existem mecanismos muito eficazes para separar o que é necessário do que não é. Você já ouviu falar em medicina baseada em evidência (deveria! O Brasil esté bem adiantado nisso)? Consultas preventivas são realizadas em aparelhos de atenção primária e têm custo muito baixo e sua eficácia - inclusive na redução de custos posteriores - está mais que estabelecida, no mundo todo. É melhor gastar uma consulta com um paciente que esteja com uma glicemia borderline do que pagar o tratamento de um diabético crônico.

Fonte?
http://saudeweb.com.br/2038/sistema-de-saude-frances-e-o-melhor-da-uniao-europeia/


Segundo Richard J. Roberts, diversas empresas de saúde e laboratórios são subsidiados pelo governo. E os E.U.A já tiveram saúde estatal?
Ué!!! Eu conheço bem o trabalho do britânico Richard J. Roberts, que é um colega de profissão, mas jamais o vi afirmar tal coisa. Poderia, por favor, indicar a fonte?

Se fosse privatizada, o governo não gastaria tanto com saúde.
Se a parcela do que o governo americano gasta com saúde fosse privatizada, talvez nem a metade dos americanos teriam acesso à saúde.

Você encara apenas o gasto, mas foge, como todo bom economista preocupado apenas com questões de curtíssimo prazo, das questões principais:
- as pessoas devem ter direito à saúde?
- zelar por esse direito é obrigação do estado ou não?
- como os custos da não saúde devem ser geridos, no médio e longo prazos?
- como governante, você tem o direito de permitir que parte da população morra sem assistência médica?
-
« Última modificação: 20 de Julho de 2011, 18:27:31 por Luiz Fabris »
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