Como se eles tivessem uma política econômica e social muito diferente.
Você poderia, por gentileza, mostrar onde elas sejam iguais? Curiosamente, os democratas e republicanos da terra do Milk and Honey pensam muito diferente de você.
Mesma política econômica, vide o BC, e mesmo política social, vide os projetos de investir na saúde.
[apelo ao sentimento]Seria muito interessante saber se você pensaria assim se necessitasse usar a saúde pública, sabendo que 50% de sua renda vai para esse serviço ineficiente.[/apelo ao sentimento]
Ah, sim! Esqueci o hábito que temos de apontar falácias, mesmo quando não temos argumento, mas eu posso refrasear: qual seria, em sua opinião, a solução para o caso de se necessitar cuidados vitais e não poder utilizá-los, apesar de serem disponíveis?
Eu responderia isso se tivesse os dados da média dos usuários de saúde pública. Há tempos procurei e não achei.
1°-O que é neoliberalismo para você?
Eis a minha visão sincera sobre esse tipo de pensamento econômico:
Para entender o que venha a ser neoliberalismo, é necessário entender o que é liberalismo econômico, da forma como foi empregado até 1929.
O liberalismo econômico, surgido de idéias de filósofos como Locke, Ricardo, Malthus e Adam Smith é, na verdade, um sistema metafísico-religioso onde se espera que entidades não demonstradas e imateriais como “mão invisível do mercado”, lei de Say, “lei de oferta e procura” regulem a atividade da sociedade.
Não, é a descrença em seres antropomórficos de sapiência superior com capacidade de clarividência.
Na prática, os liberais afirmam que o estado não deve interferir na economia, já que os deuses sagrados do mercado o controlarão, gerando riquezas, leite e mel para toda a população. Na prática, para os liberais os governos não deveriam nem existir.
De todos liberais que você citou, TODOS aceitavam ampla interferência do governo (não como os mercantilistas ou intervencionistas). E eles não curtiam muito as tarifas impostas ao comércio internacional, principalmente naquela ocasião que os irlandeses passavam fome por serem obrigados a usar produtos ingleses.
Embora o verdadeiro Nirvana dos liberais tenha ocorrido na Inglaterra, durante a revolução industrial – saudosos tempos, em que os funcionários, inclusive crianças, trabalhavam 20 horas por dia, não tinham nenhum direito a não ser demissão sumária, dispunham de colônias onde havia monopólio, quase não havia concorrência – foi no país do chiclete de bola que os liberais tiveram seu maior sucesso. Prosseguiram dominando a cena até que quebraram o brinquedinho, em 1929, e saíram correndo para as barras da saia da mamãe Estado, para poderem se recuperar.
Saudosos tempos aonde a expectativa de vida teve seu maior salto, aonde a miséria teve sua maior diminuição. Aliás, essa miséria só foi causada pela política do cercamento, mas não conte para ninguém, viu?! Não queremos livrar os porcos capitalistas dessa.
O Estado, na época, adotou uma solução keynesiana (pensamento que, na verdade, surgiu pouco depois) e conseguiu, algum tempo depois, corrigir a cagada que os liberais haviam feito.
Aquelas medidas anti-crise de 29 que causaram a crise de 36 e 45? Perfeito, bem melhor do que fizeram na recessão de 22-23, pois nessa última não teve grupos beneficiados nem miséria em massa.

O liberal, entretanto, é, antes de tudo, um forte! Passada a tormenta que eles mesmos criaram, voltaram rapidamente à carga, atacando Keynes e a intervenção do estado.
Tá achando o que, liberais tem sangue espartano. Conhece a vala que Leônidas jogou o enviado de Xerxes? Então, aquele era "O caminho da servidão" (ok, essa foi muuuiitttoo ruim).
Nisto, tiveram a inspiração de Hayek (devidamente inspirado pelo barão von Schnaps) e Milton Friedman (inspirado pelos filósofos Jim Bean e Jack Daniels). Segundo eles, a crise, na verdade, havia sido prolongada pela intervenção (como é comum aos economistas, eles só sabem, realmente, criticar algo depois de realizado, tendo sido incapazes de sair da armadilha que eles próprios criaram). Essa escola tão inspirada é chamada de neoliberalismo, que é o velho liberalismo econômico, agora mais virulento em críticas e com sabor limão!
Concordo, economistas são péssimos, principalmente aqueles Lord's ingleses. Ok, mas que época de Hayek? Antes ou depois da "desestatização da moeda"? E Friedman, é da época conservadora, escolha pública ou "Vamos abolir o FED"?
Os neoliberais são homens de princípios, a saber (apenas alguns mero exemplos):
1. O estado não deve interferir em nenhum aspecto da vida econômica, a menos que seja chamado a socorrer os neoliberais, durante as crises.
Ok, então Friedman nem Hayek são neoliberais, pois eles foram os pais (na verdade foi um liberal inglês do séc.XIX) do Bolsa Família, Renda cidadã e afins.
2. O Estado deve adquirir uma postura de responsabilidade fiscal e reduzir seus gastos, a fim de que tenha dinheiro disponível para socorrer os neoliberais quando estes fazem uma enorme cagada.
Os neoliberais são economistas ou empresários? Ah, sim, são economistas, mas investem na bolsa nos tempos vagos. Aliás, neo-keynesianos e pós-keynesianos também são neoliberais, por essa descrição.
3. Todo neoliberal é radicalmente contrário ao welfare state e pensa que esse é o “caminho da servidão”. Como exemplo, temos os escravos hoje existentes na Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Holanda, Suíça, etc.
Ok, agora cita um governo não neoliberal (Dinamarca é o país mais neoliberal que eu conheço). Estou aguardando.
4. Deve haver uma total abertura de mercado: mercado consumidor, seja bem dito! Afinal, por que eu, neoliberal do país de Oliúde, deveria abrir meu mercado para os produtores de laranja ou de álcool do Brasil? Tarifas neles, ou então, criem-se barreiras através de tecnicalidades. Não devo comprar cacau da Nigéria porque lá os trabalhadores não usam desodorante...
Agora Hamilton e Colbert são neoliberais.
6. Por que a pobreza que fede deve ter direitos trabalhistas como férias remuneradas, aposentadoria, assistência médica ou proteção contra dispensa imotivada. O único direito da ralé é trabalhar, de preferência 20 horas por dia como ocorria no tempo da saudosa revolução industrial. Entretanto, todo bom neoliberal é favorável a que o funcionário possa se aposentar aos 92 anos de idade (sem salário, é claro)!
Ops, Friedman e Hayek nasceram pobres e Keynes era ricaço. Comofas? Ah é, eles não são neoliberais.
7. Todo bom neoliberal é radicalmente contrário à existência de qualquer tipo de marco regulatório. Afinal, eu devo ser regulado apenas pela “mão invisível do mercado” e tenho todo o direito a formar meus cartéis, zonas de monopólio e, inclusive, fixar o preço a ser pago pelas matérias primas que necessito.
Galera do PT precisa saber disso.
Esses são apenas alguns dos princípios adotados pelos neoliberais. Por outro lado, especula-se que, após a crise de 2008 (onde a mamãe Estado teve que comparecer com cerca de US$ 1,5 trilhão) e com o reconhecimento do fracasso da receita contida no Consenso de Washington, esteja surgindo uma nova escola: os neo-neoliberais, que insistirão que as crises só existem porque os governos não adotam medidas suficientemente neoliberais.
O fato das empresas estatais americanas estarem devendo 6 trilhões de dólares e o FED ter interferido no mercado, abaixando o juros, é mentira?
Antes que me esqueça: em nenhum lugar do mundo uma receita neoliberal conseguiu debelar uma crise.
Agora Thatcher, Reagan e Pinochet são keynesianos. Aliás, a Estagflação dos anos 70 foram vencidas com medidas keynesianas.

[2°-Quais desses países não são neoliberais?
Se você imagina que eu caio fácil em armadilhas semânticas ou conceituais, tire seu equídeo da perturbação pluviométrica. Eu sei muito bem a diferença entre um sistema econômico e um sistema político.
