Autor Tópico: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.  (Lida 13725 vezes)

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Offline Hold the Door

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #25 Online: 01 de Julho de 2010, 12:59:36 »
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Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.

Wishful thinking...
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Offline Anne

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #26 Online: 01 de Julho de 2010, 13:14:30 »
Tenho o livro A república de Platão, faz tempo que não leio, assim que tiver disponibilidade, vou ler e ver se encontro os tais códigos no meu livro. :?
Acho que você não vai achar... Deve ser algo válido apenas no original em grego.

Que chato...

Tenho um em espanhol, faz parte da linha "Obras Selectas", esperava encontrar algo... :|

Offline Dbohr

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #27 Online: 01 de Julho de 2010, 13:26:23 »
Dizer que a matemática não tem significado intrínseco é como dizer que a linguagem também não tem. A própria matemática é uma realidade da vida e conseguentemente do universo. Não entendi essa suposta falta de significado da matemática.

Podemos usar relações matemáticas para descrever as leis físicas que regem o Universo. Mas essas relações matemáticas, em si mesmas, não "significam" nada. O sentido que elas têm é dado por nós.

Exemplo bobo:

Seja o Universo várias bolinhas coloridas de tamanhos diferentes. Posso formar conjuntos com essas bolinhas, desde que as seguintes regras sejam obedecidas:

1 - Duas bolinhas do mesmo tamanho e da mesma cor não podem estar no mesmo conjunto;
2 - Cinza não é uma cor;
3 - Posso colocar tantas bolinhas quanto eu queira num conjunto, desde que obedeça às duas regras acima.

Se eu disser que as regrinhas acima representam um modelo tosco das regras de ocupação para férmions e bósons, não vou errar muito. Mas ora, bolas, são apenas uma abstração boba, e não muito precisa! Pode ser apenas um jogo de criança, para ajudar a identificar cores diferentes! Então, qual o significado das "regras" que expus, jogo ou mecânica quântica?

Nenhum. Não há significado, exceto o que eu escolher.

Offline Dbohr

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #28 Online: 01 de Julho de 2010, 13:32:03 »
Em tempo, sim, isso significa que a linguagem TAMBÉM NÃO TEM significado intrínseco. Não é à toa que mal-entendidos existem ;-)

Offline Lion

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #29 Online: 01 de Julho de 2010, 21:25:07 »
Tenho o livro A república de Platão, faz tempo que não leio, assim que tiver disponibilidade, vou ler e ver se encontro os tais códigos no meu livro. :?
Acho que você não vai achar... Deve ser algo válido apenas no original em grego.

Que chato...

Tenho um em espanhol, faz parte da linha "Obras Selectas", esperava encontrar algo... :|

Tenho um amigo que possui algumas obras do Patão em grego moderno, mas também não se poderia observar esse "código" visto que o grego da época de Platão é muito diferente do grego moderno.

Offline Johnny Cash

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #30 Online: 01 de Julho de 2010, 21:44:33 »
[...] a matemática, por si só, não mapeia a realidade, pois não possui nenhum significado intrínseco. [...]

O que é que, por si só, mapeia a realidade?

Offline Anne

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #31 Online: 01 de Julho de 2010, 22:18:29 »
Tenho o livro A república de Platão, faz tempo que não leio, assim que tiver disponibilidade, vou ler e ver se encontro os tais códigos no meu livro. :?
Acho que você não vai achar... Deve ser algo válido apenas no original em grego.

Que chato...

Tenho um em espanhol, faz parte da linha "Obras Selectas", esperava encontrar algo... :|

Tenho um amigo que possui algumas obras do Patão em grego moderno, mas também não se poderia observar esse "código" visto que o grego da época de Platão é muito diferente do grego moderno.

 :(

Offline Adriano

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #32 Online: 01 de Julho de 2010, 23:35:37 »
Dizer que a matemática não tem significado intrínseco é como dizer que a linguagem também não tem. A própria matemática é uma realidade da vida e conseguentemente do universo. Não entendi essa suposta falta de significado da matemática.

Podemos usar relações matemáticas para descrever as leis físicas que regem o Universo. Mas essas relações matemáticas, em si mesmas, não "significam" nada. O sentido que elas têm é dado por nós.

Exemplo bobo:

Seja o Universo várias bolinhas coloridas de tamanhos diferentes. Posso formar conjuntos com essas bolinhas, desde que as seguintes regras sejam obedecidas:

1 - Duas bolinhas do mesmo tamanho e da mesma cor não podem estar no mesmo conjunto;
2 - Cinza não é uma cor;
3 - Posso colocar tantas bolinhas quanto eu queira num conjunto, desde que obedeça às duas regras acima.

Se eu disser que as regrinhas acima representam um modelo tosco das regras de ocupação para férmions e bósons, não vou errar muito. Mas ora, bolas, são apenas uma abstração boba, e não muito precisa! Pode ser apenas um jogo de criança, para ajudar a identificar cores diferentes! Então, qual o significado das "regras" que expus, jogo ou mecânica quântica?

Nenhum. Não há significado, exceto o que eu escolher.
Em tempo, sim, isso significa que a linguagem TAMBÉM NÃO TEM significado intrínseco. Não é à toa que mal-entendidos existem ;-)
Então o termo "significado intrínseco" não possui um significado intrínseco. Se você quer derrubar a matemática ou outras linguagens através da própria linguagem, estará caindo em contradição.

Perceba o paradoxo do que está querendo expor, já que a origem da linguagem (matemática inclusa) está ligada a toda uma busca de significação do mundo. Neste mundo está incluido o conhecimento objetivo (Popper) formalizado nas bibliotecas e consequentemente na ciência. São soluções (criações) aos problemas históricos existentes.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Cientista

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #33 Online: 02 de Julho de 2010, 00:54:40 »
Dizer que a matemática não tem significado intrínseco é como dizer que a linguagem também não tem.
Exatamente e, como eu já disse antes (se você se lembra), a matemática é, apenas, uma linguagem HUMANA e, de modo algum, a "linguagem da natureza" (como se costuma pensar). Nenhuma linguagem tem significado intrínseco de forma que, para traduzir qualquer linguagem, é necessário ter o código gerado durante sua criação. Sem o código, qualquer linguagem nada significa.


A própria matemática é uma realidade da vida e conseguentemente do universo.
A matemática pode ser uma realidade da vida cognitiva humana mas, definitivamente, não do universo. Esta ligação consequente que você estabeleceu entre a "vida" e o universo explicita um pensamento antropocêntrico e, até, antropomórfico universal incompatível com ceticismo.


Não entendi essa suposta falta de significado da matemática.
Não é suposta e, para perceber isso, você precisa libertar-se um pouco mais da filosofia.

Offline Micrômegas

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #34 Online: 02 de Julho de 2010, 01:08:16 »
Pesquisando pela net, olha o que eu encontrei, tudo prontinho!  Era exatamente o que eu queria expor. Tem várias coisas ai que eu gostaria de mudar, tirar algumas e acrescentar outras, entretando vou deixar como está, mesmo que algumas coisas poderia ser melhoradas e melhor explicadas, dando mais argumentos [pois são ifinitos] que corrobore esta ordem, essa Lei, esse Mecanismo do Universo, que alguns teimam em feixar os olhos;  vou manter os direitos autorais do autor e deixar como está.



As Leis da Natureza

(J.H.S. - A Natureza Secreta do Homem - 3ª Edição, 2002 - São Lourenço/MG, Editora SBE)



"O estudo da natureza demonstra que existe uma ordem natural, regida por leis, que o homem vai descobrindo pelo exame e comparação dos fatos. Esta ordem natural realiza-se pela harmonia, que é a relação adequada entre as partes e o todo. Por isto chama-se à natureza, em seu seu conjunto, de Uni-verso, ou seja, a realização do uno no vário.

Lancemos vista sobre as principais leis da natureza:

LEI DO MOVIMENTO:
O movimento é o modo de manifestação universal. A vida é movimento, a inércia é a morte. Tudo, em última análise, são vibrações, porque este movimento alterna com momentos de repouso. O movimento contínuo não existe. Assim, o dia e a noite, o sono e a vigília, a vida e a morte, a inspiração e a expiração, a sístole e a diástole, enfim, são grandes vibrações da natureza, análogas em tudo às do som, da luz, da eletricidade, etc.

LEI DO AMOR:
O amor, que é a atração de dois ou mais seres para se unificarem, é a lei de harmonia e, portanto, de criação e conservação da vida. O amor supõe a renúncia de si mesmo em benefício dos demais, e para manifestar-se requer a consciência de que todos os seres irmãos saídos da mesma Origem.
Amor é -- como dizer? -- reconhecimento da unidade do Todo. Nos astros, se manifesta em forma de força centrípeda. Todos os planetas se subordinam à unidade de seu sistema planetário. Nos minerais e substâncias químicas, se manifesta como afinidade; nos animais, como instinto, atração sexual; no homem, como carinho, simpatia e, em graus mais elevados, como verdadeiro amor espiritual, na forma de idealismo ou de sacrifício.
A existência da repulsão, da destruição e do ódio não implica na inexistência do amor, como veremos ao falar da lei dos contrários, mas sim, confirmam-na e a justificam. Tenham-se em consideração que o Universo se manifesta por meio de forças criadoras, conservadoras e destruidoras, naquilo que se refere à ordem física. O próprio Sol cria uma planta, conserva-a erguida um certo tempo e acaba por secá-la com os mesmos raios que lhe deram vida.

LEI DA EVOLUÇÃO:
Tudo o que existe leva em si imanente a tendência e a força para converter-se em algo superior. Filosoficamente, esta lei é hma consequência da lei do amor, que atrai todos os seres para a unidade de sua Origem. A evolução emprega como instrumento o mecanismo misterioso da vida e da morte. A inteligência e a vontade evoluem em formas materiais (corpos) que por sua vez também evoluem; mas, quando a forma deu o seu máximo de rendimento a favor da evolução espiritual, ela então se destrói (morre), passando o espírito (que é mentalidade e finalidade) a formas de categoria mais elevada.

LEI DOS CICLOS:
Tudo o que existe evolui por ciclos, representados por uma trajetória (movimento) no tempo e no espaço, no fim da qual os seres, ainda que em forma semelhante à do começo, avançaram um grau em sua evolução. As enfermidades têm seu ciclo, que termina com a saúde ou com a morte. As sementes germinam, nascem, formam uma planta que por sua vez formam outras sementes que contêm em seu potencial as novas experiências vitais da planta; o dia e a noite formam um ciclo terrestre que renasce noutro dia; o ano é outro ciclo que, começando na primavera, traz as madurezas do verão, as tristezas do outono e o sonho do inverno, renascendo em nova primavera; o ciclo da vida humana, começando na doce primavera da infância e continuando no épico período da idade adulta e no lírico da velhice, termina na morte (começo do ciclo puramente espiritual), para o reinício de novas manifestações.

LEI DA FINALIDADE:
A evolução tem um sentido finalista, isto é, a consecução de um objetivo de índole transcendente e metafísica. Efetivamente, a evolução tende a conseguir estados de consciência mais elevados, afinando e aperfeiçoando a matéria e a inteligência. A negação da finalidade na criação equivale a afirmar que, na natureza, com todas as suas dores e alegrias, tudo se move, gira e vive por mero capricho e sem outro motivo do que passar o tempo que a cada qual lhe cabe no mundo, o que é uma afirmação absurda até para o menos exigente dos filósofos.

LEI DA HIERARQUIA:
Todo ser ou coisa está subordinado a tudo aquilo que lhe é superior em grau evolutivo e tem poder sobre tudo aquilo que lhe é inferior na escala da evolução. Com efeito, o espírito rege a matéria; a inteligência, o corpo; o cérebro, os membros; os animais mais inteligentes vencem os menos inteligentes, o homem vence todos os animais e se sobrepõe a seus semelhantes menos dotados de faculdades, etc. Existe, pois, uma hierarquia evolutiva de ordem natural que garante o triunfo do melhor e do mais perfeito, e portanto, do progresso biológico.
No plano puramente humano da biologia social, falta-se frequentemente a esta lei, acontecendo que nas sociedades humanas não rege o superior na escala evolutiva (o mais sábio, o mais são), mas o que tem mais influência ou força. Isto traz a desarmonia da coletividade e degrada os homens verdadeiramente dignos.
Os homens são iguais em essência, não tanto em potência e desiguais em presença.

LEI DA HARMONIA:
A existência de todos os seres exige uma adequada relação entre as partes e o todo, que se manifesta pelo máximo de liberdade e rendimento na função de cada parte, juntamente com o máximo de ajuda mútua em favor do todo. Vemos que ninguém nem nada isolado tem valor por si mesmo, mas sim por suas relações com as demais partes. Tudo, segundo esta lei, coopera ordenadamente com o plano natural, cumprindo o papel correspondente a seu grau evolutivo. O egoísmo desmedido e o sacrifício extremado não podem conduzir a bons resultados; o segundo, porque destrói o indivíduo, o primeiro, porque destrói a coletividade.
Aplique-se esta lei ao corpo humano e ver-se-á que o segredo da saúde ou harmonia se estriba na justa cooperação de cada órgão no conjunto e na justeza de sua própria função. Aplique-se à vida social e ver-se-á como é impossível a vida normal e mesmo a existência de uma nação quando os indivíduos trabalham exclusivamente para o próprio bem e não pelo do conjunto.
As pessoas que conhecem as leis de harmonia na música compreenderão facilmente que não são outras senão as que regem a harmonia universal. A harmonia na partitura se fulcra na ordem, proporção, combinação e medida, segundo o tempo e ritmo das partes (notas) no todo. Se uma orquestra é capaz de efetuar um concerto, é pela ordem, proporção, combinação e medida, segundo a lei de tempo e compasso, da atuação de cada instrumento no conjunto, rigidamente subordinados à batuta do regente. Esta batuta diretora nos dá o exemplo da necessidade de um princípio de ordem superior que seja capaz de abarcar as leis do conjunto.

LEI DA ADAPTAÇÃO:
Todos os seres adaptam sua vida ao meio que os rodeia, para defender-se contra ele e aproveitá-lo em seu benefício. A pele exposta ao sol escurece não só para defender-se contra as radiações luminosas, mas também para aproveitá-las em benefício de sua saúde e vigor. As plantas muito expostas ficam mais verdes com o mesmo objetivo. O ferro exposto à interpérie cobre-se de uma camada de óxido, que o protege mais contra a ação da atmosfera. O micróbio dentro do organismo muda de forma, cobre-se de uma cápsula, segrega anti-fermentos... para defender-se da falta de substâncias nutritivas e contra as defesas orgânicas do corpo que o sustém. O indivíduo que vive em sociedade adapta-se às convenções para não ser eliminado e para realizar seus fins particulares.
A lei da adaptação acha-se condicionada pelos contrários e pelos ciclos, porque todos os seres vivos evoluem pela ação alternada de agentes contrários (trabalho/repouso, firo/calor, sono/vigília, vida/morte) ciclicamente, como vimos.

LEI DA SELEÇÃO:
Na luta que, para adaptar-se ao meio, mantêm os seres, prevalecem os mais sãos, mais fortes, mais inteligentes e melhores, garantindo deste modo o progresso evolutivo da natureza. Os estudos de Darwin e Lamark são os melhores testemunhos desta lei.
As próprias epidemias, varrendo toda a escória humana em determinadas ocasiões e deixando persistir os organismos mais vem defendidos, cumprem, às vezes tristemente, a lei de seleção. Pessoas que parecem vigorosas e positivamente cultas e virtuosas são arrastadas por esta lei, porque a natureza não se importa com as idéias e os espíritos (posto que estes não morrem), mas sim com os organismos físicos dentro dos quais se há de desenvolver a cultura e manifestar-se a verdade. Por isto, a seleção se faz com os corpos, pois em corpos sãos e vigorosos sempre pode operar-se a evolução e seleção da mente e do espírito, enquanto em corpos degenerados não podem encontrar-se mais do que dificuldades para a plena manifestação de elevados estados de consciência. A seleção física é, pois, em última análise, a arantia da seleção ética e intelectual.
Isto não quer dizer que não se possa dar uma alma grande num corpo miserável ou degenerado, pois não se deve esquecer que nos desígnios da natureza entra a dor como importante fator de sensibilização do espírito e de evolução da consciência. E, às vezes, como revelador do gênio. Mas esses atalhos pelos quais às vezes atua a seleção não tiram autenticidade à lei.

LEI DA HERANÇA:
Todos os seres adquirem ou herdam os caracteres físicos e psíquicos de seus progenitores. Esta lei se cumpre mediante determinadas sub-leis: aquelas que,referentes aos animais e plantas, foram genialmente descobertas por Mendel. Graças à Lei da Herança, o que foi adquirido pela Lei da Adaptação e depurado pela Lei da Seleção, mantém-se e se eleva através da vida.
Os caracteres psíquicos (paixões, instintos, pensamentos, capacidades emotivas) herdam-se também segundo leis concretas menos conhecidas. Todos temos o exemplo da continuação, em nossos filhos, de certas tendências psicológicas nossas.
O que é bom herda-se para o progresso das espécies, mas não é menos certo que também se recebe de herança o que é mau, conduzindo à degenerescência dos seres. Pensem, pois, bem os que hão de dar descendência ao mundo.

LEI DA ANALOGIA:
O que é no mundo físico e tangível, também é como o que existe no mundo metafísico e invisível; e o que se realiza no grande, realiza-se também no pequeno, para que se efetue o fato do um no vário. Isto quer dizer que em todos os aspectos da vida, regem as mesmas leis naturais. Assim, os sistemas planetários são de análoga constituição dos átomos químicos. A mesma lei de ramificação rege o curso dos rios na terra e a corrente sanguínea e nervosa no corpo e os ramos das árvores e os sistemas de numeração na matemática. Analogamente, existem sete sons, sete cores... e todas as vibrações das energias cósmicas se desdobram em grupos setenários.
A transcedência do estudo e da aplicação desta lei é de uma ordem muito elevada. Por ela descobriu a ciência matemática de Adams e de Leverrier a existência do planeta Netuno, antes de ter sido visto pelo telescópio. Por ela descobriu a ciência química uma série de álcoois, hidrocarbonatos e outros corpos orgânicos seriados, antes de sua descoberta tangível. Por ela revelou Mendelejev, com sua famosa tábia das analogias químicas, fundamentais atos da evolução material. Por ela também têm sido solucionados muitos problemas biológicos, à vista dos processos maravilhosamente semelhantes do desenvolvimento embriogênico dos indivíduos (ontogenia) e das espécies (filogenia), na escala magna da evolução.
Ainda nas criações industriais do homem, vê-se a fatalidade com que atua esta lei. Temos por exemplo a máquina fotográfica, que é uma reprodução do olho dos vertebrados; o piano e a harpa são o fiel retrato do órgão de COrtil do ouvido interno; qualquer máquina a vapor ou gasolina está de acordo com o mesmo plano construtivo dos organismos naturais. Nada tem inventado o homem cujo mecanismo não preexista em algum ser da natureza.

LEI DOS CONTRÁRIOS
Para que todo ser ou coisa seja perceptível, torna-se necessário um contraste, uma diferença ou uma variação. Se não houvesse luz, não haveria sombras, se nao houvesse verdade, não existiria mentira, se não houvesse o vício, não existiria a virtude. A eletricidade manifesta-se como positiva e negativa, deixando de existir atualizada quando ambas se neutralizam, permanecendo, então, em estado potencial. Toda vibração (e o movimento vibratório, como já vimos, é o único meio de manifestação) é fruto das forças centrífuga e centrípeda. Desde que uma cesse, o movimento se anula. O trabalho e repouso, a noite e o dia, o sono e a vigília, a vida e a morte são agentes contrários que não podem existir separados. Formam pares de opostos, como os sexos, que se neutralizam em sua origem comum. E assim, por exemplo, suprimamos hipoteticamente o Sol do sistema planetário e terá desaparecido a luz, e com ela, a sombra e o dia, mas com ele, a noite; e a vida, mas com ela a morte... Ao desaparecer a vida, terá desaparecido a saúde, mas também sua contrária, a doença. Ao neutralizar o sexo masculino com o feminino tornam os dois suas energias na forma original de ambos: a infânca inocente e neutra do filho.
Poderiam apresentar-se infinitos exemplos, mas concluamos que a percepção de qualquer coisa exige a existência de seu contrário, que a compleya e constitui com ela uma unidade. É a Lei dos Opostos Complementares, que nos dá o claro-escuro da vida, digna de ser meditada pelos que crêem que da vida pode ser suprimido o mal sem que no mesmo instante deixemos de ser o que é o bem.

LEI DE CAUSA E EFEITO
Todo ato ou fenômeno tem uma causa produtora, como po sua vez também produz um efeito, o qual não é senão a causa produzida noutra forma. Como podemos imaginar que exista algo sem que haja uma causa de sua existência? A enfermidade existe oirque há causas construtoras; o Universo, porque há uma Causa criadora... A casualidade não existe, nem o destino cego tampouco.
Esta lei é a mesma da Ação e Reação. Todo ser, ao atuar como agente causal, produz uma modificação no meio universal que o rodeia, que é um efeito representado por uma reação no meio, proporcionada e condicionada à ação primitiva, e cuja finalidade é restabelecer o equilíbrio ou harmonia, alterado pela ação. A Física, no mundo da mecânica, estuda esta lei no chamado postulado de Newton, que diz: a reação é igual e contrária à ação. O mesmo vemos em biologia, como, por exemplo, a aplicação da água fria no organismo produz uma reação contrária (de calor) destinada a restabelecer o equilíbrio, que é sempre a finalidade desta lei. A ação do Sol produz uma reação de suor e pigmentação regulada pela Lei de Adaptação.
No plano intelectual e moral, esta lei se cumpre com a mesma maravilhosa exatidão. O que se chama sorte ou desgraça não é mais do que a reação do mundo à ação do próprio indivíduo (por isso que a ninguém devemos culpar de nossas desditas). Esta equitativa Lei de Ação e Reação ou de Causa e Efeito é a justiça da natreza. Aquele que coloca a mão em ácido sulfúrico queima os tecidos orgânicos em proporção ao tempo em que manteve dentro e sofre um mal de uma qualidade que corresponde, nem mais nem menos, à sua ignorância. Deste efeito, não pode culpar o ácido, mas sim a si mesmo e deve concluir uma lição e uma experiência para o futuro. Tudo isto, em sua diáfana simplicidade, é de uma justeza admirável. Os objetos das ações voltam-se sempre sobre o sujeito que as realiza. As causas originam efeitos, e esses efeitos são causas de outros, forjando-se, assim, o fio do Destino. A Lei de Causa e Efeito é fatal, matemática, mas não tira aos seres o livre arbítrio, pois fica reservado à sua vontade o fazer ou não fazer uma coisa ou outra. O que não se pode evitar é o efeito, uma vez cometido o ato.

LEI DA NECESSIDADE (ou da utilidade)
Todo ser ou ato responde a uma necessidade ou utilidade dentro do plano universal da Evolução. A natureza não cria nada de inútil. É econômica e justa em suas manifestações, ainda que pródiga em suas potencialidades, e faz desaparecer o já inservível ou inútil. Lembre-se o princípio biológico de que todo órgão que não funciona se atrofia. Vemos, com efeito, que tudo aquilo que não serve mais para nada é destruído, é incorporado à circulação da matéria elementar (os cadáveres se decompõem, o cordão umbilical se atrofia, seca e cai, uma vez cumprida sua missão, etc.).

LEI DA DESIGUALDADE
O movimento tem por única origem uma desigualdade (ou excitação). A igualdade é estável. Se não houvesse uma desigualdade de tensão elétrica entre duas fontes unidas por um condutor, não se estabeleceria a corrente; se não houvesse uma diferença química entre os alimentos e o corpo, não haveria digestão, nem nutrição, nem fenômenos derivados, isto é, não haveria vida por não haver excitação; se não houvesse divergência de idéias, não haveria movimento intelectual nem progresso, etc. É, pois, a desigualdade a origem do movimento e, portanto, da vida. O movimento tende a anular a desigualdade, conduzindo o sistema ao ponto de repouso ou momento estável, do qual sairá uma nova variação. Basta uma variação de temperatura num lugar determinado para que seja seguida de uma variação de pressão e de correntes de ar. É suficiente que varie levemente a concentração salina do soro do sangue para que se estabeleçam correntes aquosas endosmóticos ou exosmóticas, segundo a variação, através dos vasos, para restabelecer o equilíbrio químico de sua dissolução. Poderiam multiplicar-se os exemplos até ao infinito. E como a desigualdade ou excitação está na atividade dos seres animais e vegetais e nas alterações químicas dos minerais, como também nas combinações químicas dos minerais, como também nas combinações de forças magnéticas e elétricas, vitais, radiantes... de uns e de outros facilmente se compreende que, quanto maior dor a iniciativa e vontade original de cada ser, mais estpa em suas mãos ser dono e senhor das mudanças que originam as desigualdades excitatórias da vida e que, por conseguinte, como já dissemos, o meio ambiente será, em sua maior parte, o criado pela atividade dos seres de mais iniciativa e vontade intrínsecas."

Aqui terminamos a súmula das Leis da Natureza formulada pelo Dr. Eduardo Alfonso, em sua notável obra "Curso de Medicina Natural en Cuarenta Lecciones" (Editora Kier, 6ª edição, 1960). Estamos certos de que, meditando sobre elas, terá o leitor elementos para uso pessoal na vida diária.


(J.H.S. - A Natureza Secreta do Homem - 3ª Edição, 2002 - São Lourenço/MG, Editora SBE)
____________________
"Toda filosofia aspira a difundir-se, a ser uma propaganda. Ter a mão cheia de verdades e conservá-la fechada é de espíritos tacanhos. O que seria, pois, uma verdade que não quisesse comunicar-se?"

Todas as vezes que um fato novo se revela no campo da Ciência, logo o averbam de apócrifo; depois, que é contrário à Religião; e, por fim, que há muito era sabido. Efetivamente, a verdade tem duas espécies de adversários: os cépticos do materialismo, e os céptico do dogma.

Offline Cientista

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #35 Online: 02 de Julho de 2010, 01:18:22 »
Então o termo "significado intrínseco" não possui um significado intrínseco. Se você quer derrubar a matemática ou outras linguagens através da própria linguagem, estará caindo em contradição.
E não possui mesmo. Não me pareceu que o objetivo do Dbohr fosse "derrubar" a matemática ou qualquer outra linguagem específica (tenho impressão de que você tomou a coisa como pessoal).


Eu já disse antes, mais de uma vez (procure analisar BEM isso): o problema maior da ilusão é que ela não pode ser observada diretamente pelo iludido. Só pode ser percebida indiretamente. No caso específico das linguagens humanas, este problema da ilusão é o maior de todos pois a mente humana *É* a linguagem. É preciso entender isso para que seja possível "libertar-se" dela, o que é muito difícil, me parece (tem me parecido aqui, pelo menos).


Perceba o paradoxo do que está querendo expor, já que a origem da linguagem (matemática inclusa) está ligada a toda uma busca de significação do mundo. Neste mundo está incluido o conhecimento objetivo (Popper) formalizado nas bibliotecas e consequentemente na ciência. São soluções (criações) aos problemas históricos existentes.
A "significação do mundo" não precisa, não pode e não deve ser "buscada", mas a mente pode cometer erros ao (tentar) "interpretá-la". É aí que entra todo o problema da filosofia, inclusive na matemática.

Offline Adriano

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #36 Online: 02 de Julho de 2010, 01:50:54 »
Dizer que a matemática não tem significado intrínseco é como dizer que a linguagem também não tem.
Exatamente e, como eu já disse antes (se você se lembra), a matemática é, apenas, uma linguagem HUMANA e, de modo algum, a "linguagem da natureza" (como se costuma pensar). Nenhuma linguagem tem significado intrínseco de forma que, para traduzir qualquer linguagem, é necessário ter o código gerado durante sua criação. Sem o código, qualquer linguagem nada significa.
O que eu fiz foi pegar o conceito que mais teve significado na mensagem dele e destacar. É uma recursividade possível na linguagem. No seu caso está usando o termo código com uma certa propriedade que poderia ser equiparada a linguagem, como no caso da linguagem científica. Por exemplo, os genes são o código da vida.

A própria matemática é uma realidade da vida e conseguentemente do universo.
A matemática pode ser uma realidade da vida cognitiva humana mas, definitivamente, não do universo. Esta ligação consequente que você estabeleceu entre a "vida" e o universo explicita um pensamento antropocêntrico e, até, antropomórfico universal incompatível com ceticismo.
Um universo "morto" não quer dizer que seja diferente do qual temos. Somos nós mesmos, seres vivos, que nos diferenciamos dos seres não-vivos. Eu posso não ter sido bem claro no meu post, o que nem sempre é possível, devido ao reduzido espaço utilizado.

Não entendi essa suposta falta de significado da matemática.
Não é suposta e, para perceber isso, você precisa libertar-se um pouco mais da filosofia.
Liberdade é um dos conceitos mais amplamente empregados e utilizados na filosofia. E conselhos comportamentais e cognitivos são uma grande marca da religião e da auto-ajuda. Você se torna muito repetitivo com esse discurso e demonstra mais sobre você mesmo.

Então o termo "significado intrínseco" não possui um significado intrínseco. Se você quer derrubar a matemática ou outras linguagens através da própria linguagem, estará caindo em contradição.
E não possui mesmo. Não me pareceu que o objetivo do Dbohr fosse "derrubar" a matemática ou qualquer outra linguagem específica (tenho impressão de que você tomou a coisa como pessoal).


Eu já disse antes, mais de uma vez (procure analisar BEM isso): o problema maior da ilusão é que ela não pode ser observada diretamente pelo iludido. Só pode ser percebida indiretamente. No caso específico das linguagens humanas, este problema da ilusão é o maior de todos pois a mente humana *É* a linguagem. É preciso entender isso para que seja possível "libertar-se" dela, o que é muito difícil, me parece (tem me parecido aqui, pelo menos).
Parece os escolhidos de deus dizendo que somente os escolhidos podem saber de deus, tinha um recentemente aqui assim, não me recordo o nick dele. Ilusão é o conceito que está usando para proferir sua idéia do que é correto e o que não é correto. Claro que não é só sua, existem idéias para dar e vender no universo. Ainda bem que você comprou a do ceticismo e está até defendendo o ceticismo de "verdade".


Perceba o paradoxo do que está querendo expor, já que a origem da linguagem (matemática inclusa) está ligada a toda uma busca de significação do mundo. Neste mundo está incluido o conhecimento objetivo (Popper) formalizado nas bibliotecas e consequentemente na ciência. São soluções (criações) aos problemas históricos existentes.
A "significação do mundo" não precisa, não pode e não deve ser "buscada", mas a mente pode cometer erros ao (tentar) "interpretá-la". É aí que entra todo o problema da filosofia, inclusive na matemática.
A mente é mais uma dessas significações filosóficas. Problemas é outra conceituação referente a realidade observada e a prospecção de uma realidade melhor mediante a construção de soluções modificadoras desta.
« Última modificação: 02 de Julho de 2010, 01:53:15 por Adriano »
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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #37 Online: 02 de Julho de 2010, 10:16:03 »
Ocupado com mil coisas aqui, mas é basicamente o que o Cientista disse ali em cima. Eu posso criar um código cifrado, uma palavra-senha, etc., que vai fazer sentido para alguém que conheça o código, mas parecerá uma outra coisa qualquer para um desinformado. Ou seja, as palavras não possuem um significado intrínseco além daquele convencionado por quem o utiliza.

E os próprios modelos matemáticos que os cientistas usam para descrever o mundo são válidos somente até certo ponto. Os epiciclos de Ptolomeu explicavam muito bem os movimentos dos astros até que um modelo mais simples e mais poderoso apareceu.

Parafraseando o físico brasileiro Mario Novello, modelos matemáticos são o mapa, mas o mapa não é o território.

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #38 Online: 02 de Julho de 2010, 11:34:50 »
Pesquisando pela net, olha o que eu encontrei, tudo prontinho!  Era exatamente o que eu queria expor. Tem várias coisas ai que eu gostaria de mudar, tirar algumas e acrescentar outras, entretando vou deixar como está, mesmo que algumas coisas poderia ser melhoradas e melhor explicadas, dando mais argumentos [pois são ifinitos] que corrobore esta ordem, essa Lei, esse Mecanismo do Universo, que alguns teimam em feixar os olhos;  vou manter os direitos autorais do autor e deixar como está.

Esse texto é a sua resposta as perguntas que lhe foram feitas ou tratasse de outra coisa?   :hein:  Não entendi. 

Vídeo - Entrevista com o físico Marcelo Gleiser --> http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1567324-17665,00-FISICO+MARCELO+GLEISER+SUGERE+MUDANCAS+NAS+LEIS+SOBRE+O+UNIVERSO.html

O Pensador Profundo  de  “O Guia dos Mochileiro das Galáxias”  faz uma pequena participação neste vídeo  :lol:

Citar
Livro de Marcelo Gleiser tenta tirar resquícios de religião da ciência 'Criação imperfeita' desmistifica a ideia de que há ordem sob o Universo.

Físico brasileiro defende que devemos celebrar as imperfeições da natureza.

Uma das cenas mais marcantes do cinema é momento em que o personagem Neo, no filme Matrix, começa a entender as regras que regem o Universo e passa a ver o mundo como um punhado de números e letras que interagem entre si.
Desde a Grécia Antiga, cientistas e filósofos vêm buscando algo parecido com isso: uma regra básica que possa explicar o funcionamento de tudo. Nessa jornada, já foram descobertos os átomos e a Via Láctea, mas nunca se chegou a uma resposta racional sobre a razão de ser do Universo.
Para um dos maiores nomes da ciência brasileira, o físico Marcelo Gleiser, deve-se parar de procurar essa fórmula secreta, que ele chama de "código oculto da natureza" ou "teoria final".
Em seu novo livro, "Criação Imperfeita", Gleiser argumenta que a crença de pesquisadores de que exista algum sentido oculto no Universo é uma contaminação da religião sobre a ciência, um ato de fé incompatível com a racionalidade.
Ele afirma que a natureza tem nos mostrado o contrário: suas leis são complexas, seus elementos são irregulares, assimétricos, e a vida na forma como conhecemos só surgiu devido a uma série de acontecimentos cósmicos que culminaram em um planeta habitável, com água no estado líquido e uma atmosfera protetora das radiações mortais que circulam pelo espaço.
"Eu quero mostrar ao leitor que esse mito de que o mundo é perfeito, de que a natureza é uma obra divina, tem que cair", afirmou o autor em entrevista ao G1.

Para chegar a essa conclusão, Gleiser viaja pela história da astronomia e mostra desde experiências de Nicolau Copérnico – que derrubou a ideia de que a Terra era o centro do Universo – até a noção de matéria escura – um tipo especial de matéria invisível responsável pelo movimento das galáxias.
"Sentido" da vida
Apesar de arrasar a ideia de que exista um sentido oculto no Universo, Gleiser propõe um "sentido" para a vida baseado na descrença, na ideia de que a beleza está na imperfeição.
Analisando uma série de probabilidades, o físico argumenta que a vida é algo muito raro em um ambiente cósmico extremamente hostil. Exatamente por isso nossa existência deveria ser valorizada. Também por isso, Gleiser diz que o homem deveria dar mais valor ao seu planeta, até agora o único oásis de vida conhecido pela ciência.

Confira, abaixo, alguns trechos da conversa que o G1 teve por telefone com Marcelo Gleiser:

G1 - O que é o tal "código oculto da natureza", usado no subtítulo do seu livro?

Marcelo Gleiser - É a noção de que existe um segredo por trás das coisas. Há várias buscas pelo código secreto da natureza. Você pode falar disso de uma forma religiosa, científica, filosófica. No caso da ciência, seria você acreditar, primeiro, que existe uma espécie de fórmula secreta que consegue explicar tudo o que existe no mundo, do mais simples ao mais complexo. Segundo, é preciso acreditar que a gente seja capaz de alcançar esse conhecimento. São dois atos de fé bastante intensos.

G1 - O livro se chama "Criação imperfeita", mas ao longo da obra são dados vários exemplos de dogmas religiosos (como o de que a terra é seria centro do Universo) que foram vencidos por descobertas científicas. Por que usar o termo "Criação"?

Marcelo Gleiser - É um modo de trazer a atenção do leitor para o fato de que eu estou falando sobre o que existe no mundo. Eu penso em Criação, com "C" maiúsculo, no sentido que as pessoas religiosas têm por obra de Deus, tudo o que existe no Universo. Talvez seja um pouco de sarcasmo chamar Criação – o que é uma coisa que por definição é perfeita, sendo obra de Deus – de imperfeita. Mas a ideia é justamente essa. Eu quero mostrar ao leitor que esse mito que a gente tem de que o mundo é perfeito, de que a natureza é uma obra divina, tem que cair.

G1 - Em certo momento, você diz que tememos a assimetria (na ciência, na estética etc.) porque ela revelaria a ausência de Deus. No final do livro, você defende a beleza da assimetria. Indiretamente, é uma defesa da ausência de Deus?


Marcelo Gleiser - Exatamente. A gente não gosta da assimetria porque, se a natureza é assimétrica, como a gente pode justificá-la sendo uma obra de Deus? Esse é um argumento que teologicamente é meio simplista, mas tudo bem. Eu não sou teólogo. A ideia aqui é mostrar que é só olhar para o mundo que a gente vê que o mundo, de perfeito, não tem nada. A natureza, a diversidade toda que existe no mundo desde a física das partículas elementares até o fato de que o rosto humano ser assimétrico, e por isso é mais belo, para mim isso é que é importante. É um livro bastante iconoclasta, nesse sentido. Eu estou propondo um jeito diferente de pensar sobre a natureza e sobre o nosso lugar no mundo.

G1 - A procura pela "teoria final" sempre foi uma boa motivação para novas descobertas. Desistir disso não vai "esfriar" a busca por conhecimento nas áreas mais fronteiriças da ciência?

Marcelo Gleiser - Pode-se continuar buscando. Eu não tenho nada contra procurar por teorias unificadas que tentam descrever como as várias forças da natureza podem se comportar de uma maneira única a altas energias. O problema é achar que existe uma explicação final das coisas, que existe uma "teoria final". Isso para mim é mais religião do que ciência.

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/04/livro-de-marcelo-gleiser-tenta-tirar-resquicios-de-religiao-da-ciencia.html

Ainda não li o livro, mas está na minha lista.  :)

Offline Adriano

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #39 Online: 02 de Julho de 2010, 12:50:42 »
Ocupado com mil coisas aqui, mas é basicamente o que o Cientista disse ali em cima. Eu posso criar um código cifrado, uma palavra-senha, etc., que vai fazer sentido para alguém que conheça o código, mas parecerá uma outra coisa qualquer para um desinformado. Ou seja, as palavras não possuem um significado intrínseco além daquele convencionado por quem o utiliza.

E os próprios modelos matemáticos que os cientistas usam para descrever o mundo são válidos somente até certo ponto. Os epiciclos de Ptolomeu explicavam muito bem os movimentos dos astros até que um modelo mais simples e mais poderoso apareceu.

Parafraseando o físico brasileiro Mario Novello, modelos matemáticos são o mapa, mas o mapa não é o território.
Até mesmo o conceito de território já é um significado "intrínseco" dissecado pela filosofia da informação. Desterritorialidade é um exemplo de como essa dinâmica ocorre na geografia. O virtual e o atual na filosofia exercem grande influêcia. E todos através de um nome marcante, Gilles Deleuze, um filósofo que muito influenciou um dos maiores nomes da cibercultura, Pierre Levy. Este auto-intitulado engenheiro do conhecimento.

O conhecimento humano sobre o mundo (mapa) nos aproxima do mundo natural. As lacunas, que podem mostrar os desentendimentos humanos, não tiram a verdade ou a maior proximidade da verdade que este saber amplamente acessível nos traz. A cartografia evoluiu  :)
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Offline Dbohr

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #40 Online: 02 de Julho de 2010, 12:59:40 »
Ué, sim. Mas foi exatamente o que eu disse :-)

Offline Geotecton

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #41 Online: 02 de Julho de 2010, 14:00:50 »
[...]
LEI DO MOVIMENTO:
O movimento é o modo de manifestação universal. A vida é movimento, a inércia é a morte. Tudo, em última análise, são vibrações, porque este movimento alterna com momentos de repouso. O movimento contínuo não existe. Assim, o dia e a noite, o sono e a vigília, a vida e a morte, a inspiração e a expiração, a sístole e a diástole, enfim, são grandes vibrações da natureza, análogas em tudo às do som, da luz, da eletricidade, etc.
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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #42 Online: 02 de Julho de 2010, 14:24:38 »
Para não, mas já te adianto que é a mesma lenga-lenga, uma mistura de conceitos científicos, sentimentalismo e misticismo.

Offline Dbohr

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #43 Online: 02 de Julho de 2010, 16:57:02 »
[...]
LEI DO MOVIMENTO:
O movimento é o modo de manifestação universal. A vida é movimento, a inércia é a morte. Tudo, em última análise, são vibrações, porque este movimento alterna com momentos de repouso. O movimento contínuo não existe. Assim, o dia e a noite, o sono e a vigília, a vida e a morte, a inspiração e a expiração, a sístole e a diástole, enfim, são grandes vibrações da natureza, análogas em tudo às do som, da luz, da eletricidade, etc.
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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #44 Online: 02 de Julho de 2010, 18:58:21 »
Citação de: Micrômegas
[...]
LEI DO MOVIMENTO:
O movimento é o modo de manifestação universal. A vida é movimento, a inércia é a morte. Tudo, em última análise, são vibrações, porque este movimento alterna com momentos de repouso. O movimento contínuo não existe. Assim, o dia e a noite, o sono e a vigília, a vida e a morte, a inspiração e a expiração, a sístole e a diástole, enfim, são grandes vibrações da natureza, análogas em tudo às do som, da luz, da eletricidade, etc.
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Quanta conveniência! Está claro que ele  se refere ao 5º estado da matéria, o zero absoluto, no qual todos os átomos tivessem parado de se movimentar.

Eu disse que tinha algumas coisas que era preciso explicar melhor; como é um texto de um livro, eu não modifiquei nada. além disso nem perdi o trabalho de procurar picuinhas que podem ser interpretadas, convenientimente, de várias formas,  porque o texto em si não é um texto que usa o rigor ciêntífico, é empírico.



« Última modificação: 02 de Julho de 2010, 19:04:38 por Micrômegas »
____________________
"Toda filosofia aspira a difundir-se, a ser uma propaganda. Ter a mão cheia de verdades e conservá-la fechada é de espíritos tacanhos. O que seria, pois, uma verdade que não quisesse comunicar-se?"

Todas as vezes que um fato novo se revela no campo da Ciência, logo o averbam de apócrifo; depois, que é contrário à Religião; e, por fim, que há muito era sabido. Efetivamente, a verdade tem duas espécies de adversários: os cépticos do materialismo, e os céptico do dogma.

Offline Geotecton

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #45 Online: 02 de Julho de 2010, 22:08:03 »
Quanta conveniência!

A conveniência é de quem Micrômegas?

Minha por mostrar um erro conceitual do autor?

Sua por fazer a defesa de um texto confuso e prosélito?

Do autor que usa e abusa de uma linguagem não-científica a pseudo-científca em uma coletânea de textos com muitos erros conceituais e permeada de clichês?


Está claro que ele  se refere ao 5º estado da matéria, o zero absoluto, no qual todos os átomos tivessem parado de se movimentar.

Onde, precisamente, voce consegue determinar ou "ver" que o autor se refere ao Condensado de Bose-Einstein no excerto que eu mencionei?


Citação de: J. H. S. transcrito por Micrômegas
[...]
LEI DO MOVIMENTO:
O movimento é o modo de manifestação universal. A vida é movimento, a inércia é a morte. Tudo, em última análise, são vibrações, porque este movimento alterna com momentos de repouso. O movimento contínuo não existe. Assim, o dia e a noite, o sono e a vigília, a vida e a morte, a inspiração e a expiração, a sístole e a diástole, enfim, são grandes vibrações da natureza, análogas em tudo às do som, da luz, da eletricidade, etc.
[...]

Não há nada que lembre, sequer vagamente, ao que voce afirma.


Eu disse que tinha algumas coisas que era preciso explicar melhor; como é um texto de um livro, eu não modifiquei nada. além disso nem perdi o trabalho de procurar picuinhas que podem ser interpretadas, convenientimente, de várias formas,  porque o texto em si não é um texto que usa o rigor ciêntífico, é empírico.

a) Aqui quem interpreta de modo conveniente é o autor apresentado por voce Micrômegas. E o faz em abundância!

b) O rigor científico também se vale do empirismo.
« Última modificação: 04 de Julho de 2010, 12:57:20 por Geotecton »
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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #46 Online: 03 de Julho de 2010, 08:13:45 »
Errado de novo. Mesmo no zero absoluto ainda haveria um mínimo de movimento.

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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #47 Online: 03 de Julho de 2010, 09:21:41 »
Eh.

Números são ideias abstratas sem significado intrínseco. Você pode criar aritméticas e geometrias diferentes, todas elas válidas e todas elas lógicas, entratanto incompatíveis entre si. Não há um único significado isomórfico entre a abstração matemática e a "realidade".

De fato, eu acho que foi por isso que Pitágoras não foi muito longe na questão dos números irracionais.

Li de segundas versões que Pitágoras teria mandado matar o discípulo (leia-se aluno) que fez a demonstração de raíz quadrada de 3 ser irracional. Li de Simon Singh, não lembro se cita a referência.
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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #48 Online: 03 de Julho de 2010, 09:25:06 »
"Nada do que é humano me é estranho", já ciências exatas...
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Re: Código de Platão é decifrado e abre novos conceitos para ciência e religião.
« Resposta #49 Online: 03 de Julho de 2010, 09:39:32 »
Dizer que a matemática não tem significado intrínseco é como dizer que a linguagem também não tem. A própria matemática é uma realidade da vida e conseguentemente do universo. Não entendi essa suposta falta de significado da matemática.

(deixa eu ver se entendi onde DBhor quer chegar)

Primeiro que qualquer coisa que você pense sobre 'a vida' diz respeito a seres biológicos, e matemática é uma linguagem para expressar relações na natureza independente da vida biológica. Mas muito da matemática é em definitiva um tipo de linguagem para expressar essas relações, mas como por exemplo sua demonstração está relacionada a sua notação, é difícil separar uma coisa da outra. precisamos de certas convenções para chegar a alguma conclusão útil, e essas convenções só fazem sentido para nós !

Tentando exemplificar: talvez uma espécie fora da Terra tenha demonstrado Pi, ou que há uma relação entre uma circunferência e o seu diâmetro. Provavelmente jamais humanos *entendam* a demonstração, mas o fato de que possa haver outra forma de explicar o fenômeno demonstra dois fatos :

-> há outras formas de expressar essas relações
-> essas relações são universais

Como suspeitamos fortemente serem universais, imaginamos que outros seres as descubram, mesmo que seja de um jeito totalmente diferente. Mas a notação e inclusive a demonstração humana não seria intrinsecamente matemática, <modoPelé>entende</modoPelé> ? Por exemplo, ponto, reta, circunferência são coisas que fazem sentido para nós humanos, que vemos certo espectro da luz, de certa, forma, etc.

Embora haja evidências de Pi em toda a natureza, com certeza a demonstração que outra espécie faça estará relacionada ao modo com que essa espécie interage com o mundo e não com a matematica em si, <modoPelé>entende</modoPelé> ?

:)
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