Eu acho impossível ser infiel sem ser desleal com o cônjugue.
Sim, por definição. Se duas pessoas combinam, se há a expectativa de que nenhuma delas deve tomar guaraná com limão, se uma faz isso pelas costas da outra, é sim, deslealdade/infidelidade (sinônimos).
A questão não é só a definição.
O fato é que quando duas pessoas se casam, se supõe que o fazem porque se amam. E o amor é de fato muito complexo, deve ser reconstruído a cada dia, renovado. Só assim a relação se torna duradoura. É aí que entra a fidelidade e a lealdade.
Em uma relação aberta, como seria isso?
Imagine, hipoteticamente, que vc conhece alguém, se interesse por esse alguém e decide manter uma relação constante com ela, com o tempo vcx decidem casar, mas fazem um "acordo" prévio: Cada um poderá dormir com quem quizer, quando quizer ou sentir a necessidade de fazê-lo. Passados alguns meses, um dos dois sente tal necessidade de "escapar", informa isso ao seu parceiro que por sua vez, aceita "numa boa", pois fez um acordo prévio.
O que acha que aconteceria depois de um ano, no máximo, com essa relação?
Não estou dizendo que banque o vidente, não é isso, apenas considere o fator ação/reação, tão ardentemente incrustado no comportamento humano.
Imagine vc dormir com alguém que a noite passada esteve nos braços de outro, e com seu "consentimento"...
Obviamente, essa relação terminaria (poderia imaginar muitas formas trágicas ou amigáveis). Nós seres humanos somos dependentes de afeto, carinho, consideração, lealdade, fidelidade... (a lista é grande) e em uma relação aberta, não vejo como encaixar tais quesitos, independente da interpretação semântica, mesmo em um prévio acordo.