No entanto, o caráter de ateu não é de todo uma desvantagem...
A COMUNICAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO
A mediação do conhecimento formal é o desafio primordial do magistério. A emissão, transmissão e recepção de informação, entretanto, é apenas uma das funções da comunicação entre professores e alunos. Da boa comunicação dependem, não só a aprendizagem. Mas, também, o desenvolvimento do respeito mútuo, a cooperação, a criticidade e a criatividade.
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Os déficits na comunicação entre professores e alunos, geralmente estão ligados à dinâmica da linguagem e insensibilidade do emissor sobre os respectivos problemas, que têm muito a vê com a mera e pragmática preocupação de explanar o conteúdo da matéria. E não a de compreender as limitações, como bem as potencialidades do receptor, e fazer-se compreendido, sob a prepotência protecionista e decerto equivocada, de detentor de um conhecimento fechado, em detrimento do Construtivismo. Talvez devido à má compreensão do status que ostenta, o professor possa esquecer-se que, dentro de uma sala de aula, ele também é aprendiz. Contudo, não é justo atribuir toda responsabilidade da deficiência na comunicação à figura do professor. A família tem uma robusta fatia de responsabilidade. Os pais carregam a responsabilidade de educar juntamente com o professor. No entanto, os pais têm faltado com suas responsabilidades e cometido equívocos crassos na Educação dos filhos e, assim, sobrecarregado o professor. Não obstante, vale salientar que, por muitas vezes, o Dogmatismo Religioso, tão disseminado no núcleo familiar, pode extrapolar o seu campo de atuação e gerar uma espécie de Dogmatismo Acadêmico, extremamente nocivo ao desenvolvimento cognitivo da criança (J.Piaget) e certamente ocasionará traumas que representarão empecilhos, para a comunicação entre professor e aluno dentro da sala de aula.
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Fundamento
Um pai 'ajudava' o filho em sua tarefa de casa, com um cinturão em mãos e a condição de um desfeche por cada resposta errada. Hoje, curiosamente, ao produzir algum manuscrito, os olhos desta criança logo começam a lacrimejar.
Altair Pinheiro de Assis
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Em meio a toda esta problemática sócio-educativa, infere-se a emergência de uma política de atuação psicanalítica e, caso necessária, terapêutica dos responsáveis pela Educação infanto-juvenil, da parte dos gestores da Educação Acadêmica. O professor deve ensinar ao aluno a sê-lo para além do status, em tempo que este, nesta conjectura, traga já consigo o suporte cognitivo, que lhe possibilite o ofício do lecionar. Deve ser um processo de tripla e contínua descoberta das partes envolvidas... Caso contrário. Pode-se cair na precariedade e nos equívocos da mera alienação e / ou incompreensão do conhecimento emitido.