Futebol inglês divide dinheiro da TV, mas não evita má gestãoLiga se esforça para manter os times competitivos, mas a situação financeira dos clubes é preocupante.Quanto mais tempo Neymar jogar no Brasil, melhor. O ideal a gente sabe, é ter os grandes jogadores numa grande liga brasileira e transformá-la num produto de exportação para beneficiar os clubes.
Infelizmente, o roteiro é outro: os bons jogadores não ficam muito tempo por aqui, exportamos a matéria-prima e importamos o produto manufaturado, os campeonatos nacionais. Os melhores na tela dos canais ESPN.
Mas, se falta equilíbrio nessa relação por aqui, o futebol inglês ensina como dividir o dinheiro da televisão para manter a liga forte. Os clubes receberam valores fixos e variáveis, mas têm problemas graves na condução do negócio.
Na temporada passada, todos os 20 clubes da Primeira Divisão ganharam 13,8 milhões de libras pela participação, mais 17,9 milhões pelos direitos internacionais. O variável ficou por conta da classificação final e pela audiência, o número de partidas transmitidas na TV.
O campeão Manchester recebeu, além desses valores fixos, mais 15,1 milhões pelo rendimento em campo e 13,5 pela maior exposição na televisão, com 26 partidas ao vivo.
Já o West Ham, o último colocado, além daqueles valores básicos, ficou com apenas 756 mil libras pela péssima performance no campo e 7,7 milhões pelos 14 jogos transmitidos.
O primeiro colocado arrecadou 60,4 milhões de libras no total, o último ficou com 40,2. Não se trata de um abismo, são números que ajudam a manter a liga viva, atraente, e os pequenos com chances de fazer um bom campeonato.
Essa é a divisão do dinheiro pago pelos direitos de transmissão. Depois, cada entidade trabalha seu marketing e cuida da bilheteria. Mas todos fazem parte da mesma liga competitiva.
Onde Neymar entra nessa história? Quando um craque vai embora, com ele segue a possibilidade de os clubes venderem o campeonato por um bom preço no mercado internacional. Perceba que os ingleses receberam mais pela venda para outros países.
Já perceberam, faz tempo, que um bom campeonato brota do equilíbrio. Na Espanha, 52% do que o futebol movimenta naquele país vai para os cofres de Barcelona e Real Madrid. São dois gigantes, as duas maiores potências arrecadadoras, mas não estão inseridos numa liga tão boa quanto eles.
Esse modelo de participação na divisão da grana da televisão funciona bem na Inglaterra. Mas não significa dizer que a gestão do futebol por lá é perfeita. Os problemas se acumulam e o momento é delicado. A ideia aqui foi mostrar algo que funciona bem, a televisão.
Na semana passada, a consultoria Deloitte publicou um estudo sobre a situação dos clubes, que o blog reproduziu.
A lista dos valores arrecadados pelos 20 times da Premier League em 2010/11 (Reprodução: www.futebolfinance.com )http://esportes.br.msn.com/colunistas/futebol-ingl%c3%aas-divide-dinheiro-da-tv-mas-n%c3%a3o-evita-m%c3%a1-gest%c3%a3o