Autor Tópico: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.  (Lida 10752 vezes)

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Offline anarcapitalista

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Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Online: 07 de Dezembro de 2010, 05:29:26 »
O mais engraçado de pessoas que afirmar ser a anarquia uma "utopia", é que elas não percebem dois simples fatos.

O primeiro se refere ao fato de que a anarquia é, antes de tudo, uma imposição da natureza. (não é como se tivéssemos uma opção aqui)
Desde que chegamos aqui, macacos de todo tipo lutam entre si e contra outros animais por território, alimento e sobrevivência. Nós somos só mais uma espécie de macacos livres para fazermos o que quisermos, chegando no meio dessa bagunça.

E o que fazemos desde sempre?
O que se vê no caos da anarquia que nos é imposta, é desde sempre o mesmo. São homens tentando impor sua vontade, sua moral e suas crenças aos outros. Eles formam grupos de todo tipo para atingir esse fim, são as Gangues, mafias, cartéis e o maior deles... os governos.
Quando o primeiro individuo desejou impor sua moral individual e quis impor seus conceitos aos outros, foi ai que nasceu o primeiro governo.
O governo sempre foi a instituição através da qual alguns indivíduos usam para impor sua moral a todo o resto da sociedade. Quando os nazistas quiseram impor seus delirios, governaram, quando socialistas quiseram roubar propriedades, governaram, quando homens quiseram se decretar reis donos de tudo... governaram.
Quanto mais forte o governo, tanto maior foi o caos.

O pior que poderia surgir de uma anarquia, seriam vários grupos diferentes de pessoas livres para fazer o que quiserem, tentando fazer o mesmo e então veriamos esse grupos lutando entre si.

Bem-vindos ao nosso mundo. Bem vindos a realidade da anarquista que nos cerca e é imposta pela natureza, onde diversos grupos do homens livres para fazer o que querem, seguem lutando entre si na tentativa de impor a todos os outros sua moral individual.

O segundo fato que em geral os opositores da anarquia não percebem, se refere ao falso entendimento das pessoas de que a cooperação voluntária não seria possível ou é utópica.
A cooperação voluntária já ocorre e já se provou acima de qualquer discussão, como sendo superior a qualquer forma de coerção.
A iniciativa privada capitalista é anarquista e nela tudo se dá de modo voluntário. Chegamos a isso através do enfraquecimento dos governos e não graças a eles.

A discussão racional então não seria sobre se a cooperação voluntária é possível ou não, mas sim como algo que funciona tão bem na administração de assuntos privados, pode ser aplicado a administração publica.

A iniciativa privada capitalista e a proto-democracia de livre-mercado surgem justamente mostrando que existe sim alternativa ao caos estatal e mostram que é possível sim por fim a essa luta sem sentido, a negação disso não pode ser defendida sem que se negue a própria democracia.
Quando tentam negar a anarquia baseados em argumentos sobre a impossibilidade da cooperação voluntária, negam não só a democracia, mas a realidade manifesta a nossa volta.

Os opositores do anarquismo em geral se deixam levar por esse tipo de idéia e pelo entendimento errôneo da anarquia como a mera abolição do governo (como apregoam alguns anarco-socialistas infantis).

De fato o entendimento anarcocapitalista em geral se baseia na compreensão da anarquia como já existente e imposta pela natureza, bem como do entendimento do governo e de seus modos de coerção, como sendo um reflexo desse caos anarquico.
O governo é a coroação do caos da anarquia, é a maior de todas as máfias surgidas em meio a bagunça.

O anarco-capitalista então percebe a cooperação voluntária e a ausência de coerção existentes nas instituições que compõe a iniciativa privada capitalista e percebe que é possível substituir a coerção do governo, pela cooperação dos empreendimentos capitalistas.

Não se trata então, como pensam tantos, de abolir as instituições que hoje são monopólio do estado, mas de privatiza-las, multiplica-las e coloca-las para funcionar em um sistema de livre concorrência capitalista.

Seria mais fácil entender o anarco-capitalismo como a multiplicação do governo, que entende-lo como a abolição do mesmo.
No anarco-capitalismo o que é abolido é o roubo dos impostos, o monopólio e o uso da coerção.

Offline Felius

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #1 Online: 07 de Dezembro de 2010, 14:30:46 »
Inumeros problemas graves nisso:

De ordem técnica:
Como se garante que não haja quebra de contrato numa sociedade dessa? O uso da força pelas partes envolvidas? Um governo só existindo para isso?
Se um governo só para isso, como que ele poder impor que cumpram contratos? O uso da força? Então ele tem que manter o uso da força. E de onde saem os recursos para que ele mantenha isso? Senhoriagem não vai dar conta disso não, fora que inflação é efetivamente um imposto (você tinha dinheiro valendo 10 cocos, agora só tem valendo 9 cocos, e aquele que imprimiu moeda ganhou dinheiro de varios cocos), então você provavelmente seria contra ele também.
Se você propões que se privatize o uso da força e a manutenção dos contratos, você esta simplesmente propondo uma autocracia, não um anarco-capitalismo. Não há como impedir que a empresa que detiver essa posse simplesmente decidir que agora ela que comanda a sociedade, tornando-se um governo. E mesmo que ela não faça isso, cria-se um conflito de interesses ridículo entre maximizar seus lucros e forçar o cumprimento de todos os contratos.
E sem sequer contar com o problema da extorsão que isso vira. A pessoa tem a opção de pagar as taxas dessa empresa para ser protegido, ou qualquer um faz o que quiser com ela, e ela não tem recurso para se proteger exceto o uso da própria força. E com uma empresa que tenha a violência é ainda pior.
E não me venha falar de livre competição que estas são áreas que não aceitam competição. Não é possível manter uma sociedade você pode escolher quem vai forçar a manutenção dos contratos, por que o interesse é escolher alguma que force sempre as outras partes a manter os delas e você nunca manter o seu. E uma livre competição no mercado da violência transforma algo que teria o prepósito de manter a ordem em simples mercenários.

Em outros pontos:
Simplesmente ignora o quesito do monopólio natural. Um Estado, ou ao menos regulação por parte do mesmo, permite, em teoria, uma equilíbrio equivalente a um mercado competitivo em mercados onde a competição é efetivamente impossível, ou quase impossível. Como se daria a competição para o abastecimento de água em uma cidade? E para a construção e manutenção de um porto em um local onde só se tenha um lugar que seja possível de faze-lo.

Em sumo, um anarco capitalismo realmente não de todo diferente de nossa sociedade atual, mas as diferenças o tornam bem pior que é atualmente. Um governo representativo existe não somente para forçar as pessoas, mas para evitar que se tenha um governo pior no lugar. Criar um vácuo de poder nunca da certo.
"The patient refused an autopsy."

Offline Dbohr

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #2 Online: 07 de Dezembro de 2010, 15:32:32 »
Toda teoria econômica e política se resume em obter tacapes para afundar cabeças; ameaçar afundar cabeças alheias com tacapes; e efetivamente usar tacapes para afundar cabeças alheias. O Anarco-capitalismo, randismo, libertarianismo ou o que seja não é diferente.

Offline anarcapitalista

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #3 Online: 07 de Dezembro de 2010, 18:33:08 »
Toda teoria econômica e política se resume em obter tacapes para afundar cabeças; ameaçar afundar cabeças alheias com tacapes; e efetivamente usar tacapes para afundar cabeças alheias. O Anarco-capitalismo, randismo, libertarianismo ou o que seja não é diferente.

Não exatamente... O anarco-capitalismo entende que, a única alternativa a um sistema baseado em cooperação volutaria, é um bando de gente afundando cabeças com tacapes de modo muito mais persistente e injusto, do que em um sistema cooperativo.

O anarco-capitalismo não se funda então em dar tacapadas em cabeças, mas em saber que sem ele só restam as tacapadas.

O Caos da anarquia impõe a priori o tacape, é essa violência constante fruto do mau comportamento, o que leva finalmente as pessoas a dizer: "Hei, tempo, perai, já que não estamos chegando a lugar nenhum, vamos parar com isso?"

Offline anarcapitalista

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #4 Online: 07 de Dezembro de 2010, 19:38:36 »
Inumeros problemas graves nisso:

De ordem técnica:
Como se garante que não haja quebra de contrato numa sociedade dessa? O uso da força pelas partes envolvidas? Um governo só existindo para isso?
Se um governo só para isso, como que ele poder impor que cumpram contratos? O uso da força? Então ele tem que manter o uso da força.
Não um governo, empresas em livre concorrência podem facilmente ofertar um sistema judiciário que garanta o cumprimento de contratos que foram livremente aceitos.

Se você se comprometeu com um contrato o qual não era obrigado a assinar, o uso da força necessário para fazê-lo cumprir esse contrato, foi antes de tudo autorizado por você mesmo.
E de onde saem os recursos para que ele mantenha isso?
Do mesmo lugar de onde hoje o governo tira recursos para manter o seus sistema judiciário monopolista.

A diferença é que empresas privadas não podem impor a venda de seu produto, vão ter que trabalhar como trabalham restaurantes, parques de diversão, dentistas, etc...
Senhoriagem não vai dar conta disso não, fora que inflação é efetivamente um imposto (você tinha dinheiro valendo 10 cocos, agora só tem valendo 9 cocos, e aquele que imprimiu moeda ganhou dinheiro de varios cocos), então você provavelmente seria contra ele também.
Impressão de dinheiro que não corresponde a riqueza real é uma forma de roubo e como tal não deve ser permitida.

O dinheiro é uma ferramente, é "moeda de troca", um vale que corresponde a riqueza real criada.
Criar um vale sem a riqueza correspondente é Crime de estelionato, uma modalidade de roubo.

Com tanto que a riqueza correspondente ao vale seja criada, é direito de todos criar sua própria moeda, muito embora a sociedade necessite com isso de empresas capazes de evitar as fraudes e moedas falsas.
Se você propões que se privatize o uso da força e a manutenção dos contratos, você esta simplesmente propondo uma autocracia, não um anarco-capitalismo. Não há como impedir que a empresa que detiver essa posse simplesmente decidir que agora ela que comanda a sociedade, tornando-se um governo.
Seu argumento falha em dois pontos distintos:

No primeiro Você diz: "No anarco-capitalismo, empresas podem acabar se tornando governos, sendo assim devemos manter o governo".
Isso é ilógico, pois diz que devemos ter um governo devido ao risco de surgir um governo.

No segundo ponto, seu argumento falha no ponto em que o mesmo argumento pode ser usado contra a policia do estado.
A policia e exercito tem o monopólio das armas, o que os impede de assumir o controle de tudo?

O monopólio do governo não traz garantias.

Se somente temos a policia estatal, o que impede essa instituição monopolista de fazer o que quiser? (nada e a historia prova isso, os governos foram os responsáveis pelos maiores genocídios registrados)

Em um sistema anarco-capitalista, ao menos temos múltiplas instituições e, caso uma força policial tente tomar o poder e cometer absurdos, as outras forças policiais podem se opor e dizer não.

Em nenhum dos dois casos temos garantias, mas com o monopólio estatal temos menos garantia ainda, do que com múltiplas instituições soberanas em um sistema anarco-capitalista.
E mesmo que ela não faça isso, cria-se um conflito de interesses ridículo entre maximizar seus lucros e forçar o cumprimento de todos os contratos.
Possíveis conflitos como esse podem ser eliminados ao se exigir em casos que apresentarem problemas, a separação entre a administração financeira e logística.
A força policial passa a comer na mão de uma administradora financeira, que por sua vez não pode arbitrar sobre o funcionamento da força policial.
E sem sequer contar com o problema da extorsão que isso vira. A pessoa tem a opção de pagar as taxas dessa empresa para ser protegido, ou qualquer um faz o que quiser com ela, e ela não tem recurso para se proteger exceto o uso da própria força. E com uma empresa que tenha a violência é ainda pior.
Extorsão é crime e ponto final. Se uma empresa usa dessa pratica deve ser processada.

E mais uma vez você aponta um problema que não pode ser corrigido através do monopólio estatal.

Hoje os fiscais do governo usam de praticas de extorsão.

A diferença é que eu não posso proibir essa empresa-estatal de entrar na minha rua (eles é quem mandam), nem tenho como chamar uma força policial idônea para prender esses vagabundos, já que são todos membros da mesma corporação monopolista estatal.

Em um sistema anarco-capitalista, com múltiplas instituições, eu estaria em melhor situação.

Dar a uma corporação estatal o monopólio do uso da força, não corrigem os problemas que você está citando, muito pelo contrario, o monopólio termina por agravar esses mesmos problemas.
E não me venha falar de livre competição que estas são áreas que não aceitam competição.
Sim, aceitam competição.
Hoje mesmo temos diversas empresas de segurança concorrentes.

E mais, o monopólio capitalista é diferente do monopólio estatal.

O monopólio capitalista preserva a livre-concorrência, uma empresa ter o monopólio, não significa que você seja obrigado a contratar os serviços dela, você pode escolher fazer o serviço você mesmo. Você também mantem a liberdade para abrir concorrência e tentar quebrar o monopólio dessa empresa.

O monopólio estatal é mais pernicioso, ele se mantém pela força da lei e é proibitivo.
Você é proibido de fazer a segurança da sua própria rua e é obrigado a pagar pelos serviços da policia estatal, você também é proibido de abrir a sua própria empresa de policiamento para tentar concorrer com a policia estatal.
Não é possível manter uma sociedade você pode escolher quem vai forçar a manutenção dos contratos, por que o interesse é escolher alguma que force sempre as outras partes a manter os delas e você nunca manter o seu. E uma livre competição no mercado da violência transforma algo que teria o prepósito de manter a ordem em simples mercenários.
Não se trata de impor contratos, mas de fazer cumprir contratos livremente firmado.
Uma força policial privada não pode impor a um grupo contratos arbitrários os quais elas não concordaram seguir.

Os contratos livremente firmados são os contratos trabalhistas, contratos de consumo, contratos nupciais, etc...

Na imposição de leis, a história é outra.
As leis em um sistema democrático também não podem ser arbitrarias, não podem ir contra os direitos individuais ou contra a liberdade alheia.

A policia cabe cumprir a lei e não a cria-las.

Um sistema legislativo também é necessário em um sistema anarco-capitalista.
Em outros pontos:
Simplesmente ignora o quesito do monopólio natural. Um Estado, ou ao menos regulação por parte do mesmo, permite, em teoria, uma equilíbrio equivalente a um mercado competitivo em mercados onde a competição é efetivamente impossível, ou quase impossível. Como se daria a competição para o abastecimento de água em uma cidade? E para a construção e manutenção de um porto em um local onde só se tenha um lugar que seja possível de faze-lo.
Em todos os casos em que o governo foi usado para "evitar abuso" de monopólios, o que se viu foi o favorecimento desses mesmos monopólios sendo garantido pelo próprio governo.

Tudo se resume a: E quem governa o governo?

O governo é só mais uma corporação entre tantas outras, um empreendimento conduzido pelo mesmo tipo de homem que conduz uma empresa privada.
A única diferença é que a corporação estatal é mais poderosa, elas concentra poder na mão de pessoas corruptíveis e aumenta o poder de qualquer corporação privada interessada em usar de seu poder econômico, para comprar os favores do estado.

No fim o monopólio privado é sempre a melhor alternativa nos casos de monopólio natural.

Esse tipo de problema também abre espaço para empresas incumbidas em decidir sobre como um bem publico sera disposto para administração privada.
Um bom local para um porto é antes de tudo um bem publico sobre o qual as pessoas devem decidir sobre ele antes passa-la a administração privada, o que permite que empresas de conciliação especializadas em decidir sobre esse tipo de questão, definam antes de acordo com a população local, as regras sobre as quais a concessão publica vai funcionar.

Essa função que hoje é de um governo corrupto, pode ser feita de modo mais honesto por empresas que necessitam manter sua idoneidade, já que em caso de fraude, correm o risco de manchar sua imagem e ir a falência.
O governo faz o que quer justamente por não ter que vender seu peixe, pode ser corrupto e te ofertar lixos que não vai a falência. O governo não tem com o que se preocupar.
Em sumo, um anarco capitalismo realmente não de todo diferente de nossa sociedade atual, mas as diferenças o tornam bem pior que é atualmente. Um governo representativo existe não somente para forçar as pessoas, mas para evitar que se tenha um governo pior no lugar. Criar um vácuo de poder nunca da certo.
O anarco-capitalismo não deixa vácuo de poder, ele equilibra o poder ao eliminar a concentração de poder do estado e distribui-lo a livre-concorrência.

Como visto, o monopólio estatal não corrige os problemas mencionados.

"No livre mercado empresas pode ofertar escolas ruins".
Como o monopólio estatal corrige isso?

Na iniciativa privada a troca é livre, isso significa que eu só posso vender meu peixe se você aceitar compra-lo.
Isso me obriga a te ofertar aquilo que você quer e tem interesse, já que eu não posso te obrigar a comprar.

Já o governo pode te ofertar lixo que você não quer comprar, mas isso não é um problema, já que o governo pode tomar o seu dinheiro de qualquer forma, quer você use ou queira o produto/serviço dele ou não.


Offline Felius

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #6 Online: 07 de Dezembro de 2010, 22:28:26 »
Inumeros problemas graves nisso:

De ordem técnica:
Como se garante que não haja quebra de contrato numa sociedade dessa? O uso da força pelas partes envolvidas? Um governo só existindo para isso?
Se um governo só para isso, como que ele poder impor que cumpram contratos? O uso da força? Então ele tem que manter o uso da força.
Não um governo, empresas em livre concorrência podem facilmente ofertar um sistema judiciário que garanta o cumprimento de contratos que foram livremente aceitos.

Se você se comprometeu com um contrato o qual não era obrigado a assinar, o uso da força necessário para fazê-lo cumprir esse contrato, foi antes de tudo autorizado por você mesmo.
E de onde saem os recursos para que ele mantenha isso?
Do mesmo lugar de onde hoje o governo tira recursos para manter o seus sistema judiciário monopolista.

A diferença é que empresas privadas não podem impor a venda de seu produto, vão ter que trabalhar como trabalham restaurantes, parques de diversão, dentistas, etc...
Senhoriagem não vai dar conta disso não, fora que inflação é efetivamente um imposto (você tinha dinheiro valendo 10 cocos, agora só tem valendo 9 cocos, e aquele que imprimiu moeda ganhou dinheiro de varios cocos), então você provavelmente seria contra ele também.
Impressão de dinheiro que não corresponde a riqueza real é uma forma de roubo e como tal não deve ser permitida.

O dinheiro é uma ferramente, é "moeda de troca", um vale que corresponde a riqueza real criada.
Criar um vale sem a riqueza correspondente é Crime de estelionato, uma modalidade de roubo.

Com tanto que a riqueza correspondente ao vale seja criada, é direito de todos criar sua própria moeda, muito embora a sociedade necessite com isso de empresas capazes de evitar as fraudes e moedas falsas.
Se você propões que se privatize o uso da força e a manutenção dos contratos, você esta simplesmente propondo uma autocracia, não um anarco-capitalismo. Não há como impedir que a empresa que detiver essa posse simplesmente decidir que agora ela que comanda a sociedade, tornando-se um governo.
Seu argumento falha em dois pontos distintos:

No primeiro Você diz: "No anarco-capitalismo, empresas podem acabar se tornando governos, sendo assim devemos manter o governo".
Isso é ilógico, pois diz que devemos ter um governo devido ao risco de surgir um governo.

No segundo ponto, seu argumento falha no ponto em que o mesmo argumento pode ser usado contra a policia do estado.
A policia e exercito tem o monopólio das armas, o que os impede de assumir o controle de tudo?

O monopólio do governo não traz garantias.

Se somente temos a policia estatal, o que impede essa instituição monopolista de fazer o que quiser? (nada e a historia prova isso, os governos foram os responsáveis pelos maiores genocídios registrados)

Em um sistema anarco-capitalista, ao menos temos múltiplas instituições e, caso uma força policial tente tomar o poder e cometer absurdos, as outras forças policiais podem se opor e dizer não.

Em nenhum dos dois casos temos garantias, mas com o monopólio estatal temos menos garantia ainda, do que com múltiplas instituições soberanas em um sistema anarco-capitalista.
E mesmo que ela não faça isso, cria-se um conflito de interesses ridículo entre maximizar seus lucros e forçar o cumprimento de todos os contratos.
Possíveis conflitos como esse podem ser eliminados ao se exigir em casos que apresentarem problemas, a separação entre a administração financeira e logística.
A força policial passa a comer na mão de uma administradora financeira, que por sua vez não pode arbitrar sobre o funcionamento da força policial.
E sem sequer contar com o problema da extorsão que isso vira. A pessoa tem a opção de pagar as taxas dessa empresa para ser protegido, ou qualquer um faz o que quiser com ela, e ela não tem recurso para se proteger exceto o uso da própria força. E com uma empresa que tenha a violência é ainda pior.
Extorsão é crime e ponto final. Se uma empresa usa dessa pratica deve ser processada.

E mais uma vez você aponta um problema que não pode ser corrigido através do monopólio estatal.

Hoje os fiscais do governo usam de praticas de extorsão.

A diferença é que eu não posso proibir essa empresa-estatal de entrar na minha rua (eles é quem mandam), nem tenho como chamar uma força policial idônea para prender esses vagabundos, já que são todos membros da mesma corporação monopolista estatal.

Em um sistema anarco-capitalista, com múltiplas instituições, eu estaria em melhor situação.

Dar a uma corporação estatal o monopólio do uso da força, não corrigem os problemas que você está citando, muito pelo contrario, o monopólio termina por agravar esses mesmos problemas.
E não me venha falar de livre competição que estas são áreas que não aceitam competição.
Sim, aceitam competição.
Hoje mesmo temos diversas empresas de segurança concorrentes.

E mais, o monopólio capitalista é diferente do monopólio estatal.

O monopólio capitalista preserva a livre-concorrência, uma empresa ter o monopólio, não significa que você seja obrigado a contratar os serviços dela, você pode escolher fazer o serviço você mesmo. Você também mantem a liberdade para abrir concorrência e tentar quebrar o monopólio dessa empresa.

O monopólio estatal é mais pernicioso, ele se mantém pela força da lei e é proibitivo.
Você é proibido de fazer a segurança da sua própria rua e é obrigado a pagar pelos serviços da policia estatal, você também é proibido de abrir a sua própria empresa de policiamento para tentar concorrer com a policia estatal.
Não é possível manter uma sociedade você pode escolher quem vai forçar a manutenção dos contratos, por que o interesse é escolher alguma que force sempre as outras partes a manter os delas e você nunca manter o seu. E uma livre competição no mercado da violência transforma algo que teria o prepósito de manter a ordem em simples mercenários.
Não se trata de impor contratos, mas de fazer cumprir contratos livremente firmado.
Uma força policial privada não pode impor a um grupo contratos arbitrários os quais elas não concordaram seguir.

Os contratos livremente firmados são os contratos trabalhistas, contratos de consumo, contratos nupciais, etc...

Na imposição de leis, a história é outra.
As leis em um sistema democrático também não podem ser arbitrarias, não podem ir contra os direitos individuais ou contra a liberdade alheia.

A policia cabe cumprir a lei e não a cria-las.

Um sistema legislativo também é necessário em um sistema anarco-capitalista.
Em outros pontos:
Simplesmente ignora o quesito do monopólio natural. Um Estado, ou ao menos regulação por parte do mesmo, permite, em teoria, uma equilíbrio equivalente a um mercado competitivo em mercados onde a competição é efetivamente impossível, ou quase impossível. Como se daria a competição para o abastecimento de água em uma cidade? E para a construção e manutenção de um porto em um local onde só se tenha um lugar que seja possível de faze-lo.
Em todos os casos em que o governo foi usado para "evitar abuso" de monopólios, o que se viu foi o favorecimento desses mesmos monopólios sendo garantido pelo próprio governo.

Tudo se resume a: E quem governa o governo?

O governo é só mais uma corporação entre tantas outras, um empreendimento conduzido pelo mesmo tipo de homem que conduz uma empresa privada.
A única diferença é que a corporação estatal é mais poderosa, elas concentra poder na mão de pessoas corruptíveis e aumenta o poder de qualquer corporação privada interessada em usar de seu poder econômico, para comprar os favores do estado.

No fim o monopólio privado é sempre a melhor alternativa nos casos de monopólio natural.

Esse tipo de problema também abre espaço para empresas incumbidas em decidir sobre como um bem publico sera disposto para administração privada.
Um bom local para um porto é antes de tudo um bem publico sobre o qual as pessoas devem decidir sobre ele antes passa-la a administração privada, o que permite que empresas de conciliação especializadas em decidir sobre esse tipo de questão, definam antes de acordo com a população local, as regras sobre as quais a concessão publica vai funcionar.

Essa função que hoje é de um governo corrupto, pode ser feita de modo mais honesto por empresas que necessitam manter sua idoneidade, já que em caso de fraude, correm o risco de manchar sua imagem e ir a falência.
O governo faz o que quer justamente por não ter que vender seu peixe, pode ser corrupto e te ofertar lixos que não vai a falência. O governo não tem com o que se preocupar.
Em sumo, um anarco capitalismo realmente não de todo diferente de nossa sociedade atual, mas as diferenças o tornam bem pior que é atualmente. Um governo representativo existe não somente para forçar as pessoas, mas para evitar que se tenha um governo pior no lugar. Criar um vácuo de poder nunca da certo.
O anarco-capitalismo não deixa vácuo de poder, ele equilibra o poder ao eliminar a concentração de poder do estado e distribui-lo a livre-concorrência.

Como visto, o monopólio estatal não corrige os problemas mencionados.

"No livre mercado empresas pode ofertar escolas ruins".
Como o monopólio estatal corrige isso?

Na iniciativa privada a troca é livre, isso significa que eu só posso vender meu peixe se você aceitar compra-lo.
Isso me obriga a te ofertar aquilo que você quer e tem interesse, já que eu não posso te obrigar a comprar.

Já o governo pode te ofertar lixo que você não quer comprar, mas isso não é um problema, já que o governo pode tomar o seu dinheiro de qualquer forma, quer você use ou queira o produto/serviço dele ou não.

To morto agora, depois leio melhor e respondo direito, mas só alguns pontos:

Sim, falo que deve-se manter o governo por causa do risco de surgir um novo governo. O governo atual eu sei como que é, e não é tão ruim assim. Um governo que se imponha mais provavelmente sim do que não vai ser um governo totalmente autocrático e injusto, criado pelo vacuo de poder.

E você simplesmente acha que as empresas com o papel da manutenção dos contratos livremente assinados vão ser boazinhas e simplesmente manter os contratos? O que vai impedi-las de simplesmente fazer o que for melhor pro lucro dela, ou ainda ferrando o pequeno para agradar aqueles que podem favorece-la mais. E uma coisa eu garanto, essas empresas VÃO ser monopolistas, sem dúvida alguma, em dada região.

Este problema esta da mesma forma para as cujo negócio é a violência/manutenção da paz. Este não é o tipo de negocio que favorece concorrência de maneira alguma. Vão haver é guerras para controle das regiões, e a população a menos que também esteja bem armada não tera nenhum dizer sobre isso. E desconsiderando essas guerras, o que impede a empresa que controla a violencia de simplesmente decidir que vai mandar em todo mundo, e quem fizer objeção leva chumbo? A liberdade da população se mudar, abandonando suas casas, posses para ter uma chance de escapar, caso o grupo armado não decida que ninguem sai da região vivo? O contrato livremente assinado, que não possui nenhuma força de persuasão intrínseca fora o que os seres humanos dão a ela? Vai ser o seu contrato contra o chumbo quente deles, boa sorte.

Basicamente, todo o seu modelo social depende de que as pessoas sejam intrinsecamente boas, generosas, e não façam coisas prejudiciais a sociedade/população general que fossem os beneficiar.
"The patient refused an autopsy."

Offline anarcapitalista

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #7 Online: 07 de Dezembro de 2010, 22:44:31 »
Se é tudo uma anarquia, do que você está reclamando?
Do Caos fruto dessa anarquia e da incapacidade do homem em se organizar.

A insistência em governar é a insistência no caos e na bagunça generalizada, enquanto o ser humano não perceber que o governo não é um meio pelo qual a sociedade pode se organizar o caos não vai ter fim.

Offline anarcapitalista

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #8 Online: 07 de Dezembro de 2010, 23:09:59 »
Sim, falo que deve-se manter o governo por causa do risco de surgir um novo governo. O governo atual eu sei como que é, e não é tão ruim assim. Um governo que se imponha mais provavelmente sim do que não vai ser um governo totalmente autocrático e injusto, criado pelo vacuo de poder.
Felius, nada garante que o nosso governo não vá se degenerar da mesma forma.
Hitler foi eleito pelo povo e depois, se aproveitando do monopólio do estado, simplesmente decretou que dali por diante eles iriam fazer o que quisessem.

Na anarquia exista a chance de um governo surgir, no governo atual, existe a chance de se transformar num governo pior (como bem mostram os petistas indo contra a liberdade de imprensa).

Mais uma vez não temos garantias em nenhum dos casos, mas na anarquia existe uma diversidade de instituições que podem se opor a tentativa de uma delas tomar o poder.
A anarquia é por isso mesmo mais segura do que o monopólio estatal.
Ninguém pode se opor ao monopólio do estado.
E você simplesmente acha que as empresas com o papel da manutenção dos contratos livremente assinados vão ser boazinhas e simplesmente manter os contratos? O que vai impedi-las de simplesmente fazer o que for melhor pro lucro dela, ou ainda ferrando o pequeno para agradar aqueles que podem favorece-la mais. E uma coisa eu garanto, essas empresas VÃO ser monopolistas, sem dúvida alguma, em dada região.
E o que impende que o estado faça o mesmo?
O que impede a corporação estatal de vender seus serviços a quem pagar mais?
Quem garante que o estado monopolista vai simplesmente ser bonzinho e manter os contratos?

Em que o monopólio muda qualquer coisa?

Em um livre mercado as empresas tem que prestar um bom serviço ou não contratamos os serviços delas.
O fato da troca não ser forçada, obriga essa empresas a dar aquilo que queremos ou elas vão a falência.

O governo não vai a falência. Ele impõe a contratação do serviço e impõe o monopólio.
Ele oferta cartórios que fraudam documentos e permitem o roubo de terra...

Uma empresa que fizesse isso iria a falência, pois não encontraria clientes.
Já o governo pode fazer isso pois se impõe pela força da lei, ou usa o cartório deles e se arrisca ou não compra terras.

Isso não é possível em um livre mercado onde empresas não podem nos obrigar a contratar seus serviços.

Este problema esta da mesma forma para as cujo negócio é a violência/manutenção da paz. Este não é o tipo de negocio que favorece concorrência de maneira alguma. Vão haver é guerras para controle das regiões, e a população a menos que também esteja bem armada não tera nenhum dizer sobre isso. E desconsiderando essas guerras, o que impede a empresa que controla a violencia de simplesmente decidir que vai mandar em todo mundo, e quem fizer objeção leva chumbo? A liberdade da população se mudar, abandonando suas casas, posses para ter uma chance de escapar, caso o grupo armado não decida que ninguem sai da região vivo? O contrato livremente assinado, que não possui nenhuma força de persuasão intrínseca fora o que os seres humanos dão a ela? Vai ser o seu contrato contra o chumbo quente deles, boa sorte.

Basicamente, todo o seu modelo social depende de que as pessoas sejam intrinsecamente boas, generosas, e não façam coisas prejudiciais a sociedade/população general que fossem os beneficiar.
Primeiro eu gostaria de lembrar que o governo apenas concentra poder na mãos dessa mesmas pessoas, o governo não elimina isso que você citou ele é, ao contrario justamente o que você está dizendo.

São grupos armados governando e roubando.

O homem no entanto quer se organizar, simplesmente porque colhe os benefícios disso, o caos na anarquia em que nos encontramos impõe um custo alto a todos os individuos.
A anarquia depende do querer dos indivíduos tanto quanto a própria democracia.

Não é possível simplesmente impor a democracia a um bando de pessoas sem interesse por ela.

A única questão aqui é, queremos uma democracia minarquista ou uma democracia anarco-capitalista?

Uma vez feita a escolha, não existem garantias, mas é mais fácil a minarquia se degenerar do que o anarco-capitalismo.
O próprio fracasso da proto-democracia minarquista americana prova isso. A minarquia que deveria ser a guardiã da democracia, foi justamente a instituição que degenerou, se agigantou e se tornou o todo poderoso governo americano dos dias de hoje. (que nem em sonho é democrático)

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #9 Online: 07 de Dezembro de 2010, 23:10:00 »
Se é tudo uma anarquia, do que você está reclamando?
Do Caos fruto dessa anarquia e da incapacidade do homem em se organizar.

A insistência em governar é a insistência no caos e na bagunça generalizada, enquanto o ser humano não perceber que o governo não é um meio pelo qual a sociedade pode se organizar o caos não vai ter fim.

A insistência em debater sobre anarquia é a insistência em perda de tempo em conversa vazia. Enquanto você não perceber que essa dicotomia entre "estado" e anarquia não é a único, e nem de longe o mais lógico, meio pelo qual se discutir os problemas de organização/governo, essa perda de tempo não vai ter fim.


Para todos os efeitos, ou ao menos para um bom começo, algo um pouco mais produtivo, você pode sempre simplesmente assumir que todos aceitam sim, a anarquia é ideal. E então, o que fazemos no momento seguinte? Faz de conta que todo mundo já está de acordo que o governo não existe mais. O presidente falou, "pois é, chega, não dá mais certo", e etc, todo mundo, consenso que tem que parar tudo e começar de novo. E então, como as pessoas prosseguem a partir daí? Como vão se organizando sem criar um novo governo/anarquia, mas em vez disso, mantém uma anarquia/governo realmente efetiva?

Outra abordagem, ainda mais efetiva, muito mais realista, seria "de cima para baixo". Faz de conta que todos nós concordamos que a anarquia seria realmente o ideal. Mas que nem todos estamos convencidos de que algumas coisas que o estado organiza deveriam simplesmente evaporar como no cenário anterior. Em vez disso, que o mais seguro seria ser conservador e ir diminuindo o estado aos poucos. E então argumente sobre as vantagens específicas de outras formas, não-governamentais, de organizar cada coisa em específico.

Esse geralzão de anarquia ou estado, tudo ou nada, é masturbação na maionese.

Offline anarcapitalista

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #10 Online: 07 de Dezembro de 2010, 23:16:34 »
Se é tudo uma anarquia, do que você está reclamando?
Do Caos fruto dessa anarquia e da incapacidade do homem em se organizar.

A insistência em governar é a insistência no caos e na bagunça generalizada, enquanto o ser humano não perceber que o governo não é um meio pelo qual a sociedade pode se organizar o caos não vai ter fim.

A insistência em debater sobre anarquia é a insistência em perda de tempo em conversa vazia. Enquanto você não perceber que essa dicotomia entre "estado" e anarquia não é a único, e nem de longe o mais lógico, meio pelo qual se discutir os problemas de organização/governo, essa perda de tempo não vai ter fim.


Para todos os efeitos, ou ao menos para um bom começo, algo um pouco mais produtivo, você pode sempre simplesmente assumir que todos aceitam sim, a anarquia é ideal. E então, o que fazemos no momento seguinte? Faz de conta que todo mundo já está de acordo que o governo não existe mais. O presidente falou, "pois é, chega, não dá mais certo", e etc, todo mundo, consenso que tem que parar tudo e começar de novo. E então, como as pessoas prosseguem a partir daí? Como vão se organizando sem criar um novo governo/anarquia, mas em vez disso, mantém uma anarquia/governo realmente efetiva?

Outra abordagem, ainda mais efetiva, muito mais realista, seria "de cima para baixo". Faz de conta que todos nós concordamos que a anarquia seria realmente o ideal. Mas que nem todos estamos convencidos de que algumas coisas que o estado organiza deveriam simplesmente evaporar como no cenário anterior. Em vez disso, que o mais seguro seria ser conservador e ir diminuindo o estado aos poucos. E então argumente sobre as vantagens específicas de outras formas, não-governamentais, de organizar cada coisa em específico.

Esse geralzão de anarquia ou estado, tudo ou nada, é masturbação na maionese.
O anarco-capitalismo é justamente sobre isso.
Privatizar o governo e multiplicar sua instituições em um sistema de livre concorrência baseado na livre troca capitalista.

A noção de simplesmente abolir o governo deixar um vácuo de poder é fruto do pensamento de anarquistas socialistas.
O anarco-capitalismo surge da identificação da iniciativa privada capitalista como sendo o modelo ideal de organização.

A iniciativa privada existe na pratica e já provou ha tempos que funciona melhor do que qualquer outro meio de organização baseado no roubo, no monopólio e na troca forçada.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #11 Online: 07 de Dezembro de 2010, 23:20:27 »
Não, não provou ser generalizadamente melhor em qualquer situação e em qualquer problema, nem sua existência em oposição ao estado implicaria em não estar havendo algo análogo ao que os anarco-capitalistas rotulam como roubo, monopólio ou troca forçada.

Telefonia não é judiciário, e todo mundo prefere que a água da chuva seja pública, não privada, por exemplo.

Offline anarcapitalista

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #12 Online: 07 de Dezembro de 2010, 23:26:53 »
Não, não provou ser generalizadamente melhor em qualquer situação e em qualquer problema, nem sua existência em oposição ao estado implicaria em não estar havendo algo análogo ao que os anarco-capitalistas rotulam como roubo, monopólio ou troca forçada.

Telefonia não é judiciário, e todo mundo prefere que a água da chuva seja pública, não privada, por exemplo.
A iniciativa privada provou, em todas as áreas que atuou, ser superior ao estado.

Só não provou ser melhor para administrar os recursos hídricos ou para ofertar sistemas de justiça, pelo simples fato de ser proibida de fazê-lo pelo monopólio estatal. Prefiro água ofertada em livre concorrência que monopólio estatal. O monopólio do estado nunca tornou nada realmente "público".
É só ver o caso do petróleo no brasil.

Offline Geotecton

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #13 Online: 08 de Dezembro de 2010, 00:59:23 »
E não me venha falar de livre competição que estas são áreas que não aceitam competição.
[...]
O monopólio capitalista preserva a livre-concorrência, uma empresa ter o monopólio, não significa que você seja obrigado a contratar os serviços dela, você pode escolher fazer o serviço você mesmo. Você também mantem a liberdade para abrir concorrência e tentar quebrar o monopólio dessa empresa.
[...]

É mesmo?

Digamos que somente existisse uma empresa privada que explotasse petróleo e que esta impusesse o preço final do litro de gasolina a seu bel-prazer e eu não concordasse com o pagamento do preço abusivo.

Pela sua argumentação eu, que estou descontente, deveria então proceder a prospecção, explotação, transporte, refino e distribuição do produto?

Acho que não é por aí o caminho.
Foto USGS

Offline Felius

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #14 Online: 08 de Dezembro de 2010, 01:43:04 »
E não me venha falar de livre competição que estas são áreas que não aceitam competição.
[...]
O monopólio capitalista preserva a livre-concorrência, uma empresa ter o monopólio, não significa que você seja obrigado a contratar os serviços dela, você pode escolher fazer o serviço você mesmo. Você também mantem a liberdade para abrir concorrência e tentar quebrar o monopólio dessa empresa.
[...]

É mesmo?

Digamos que somente existisse uma empresa privada que explotasse petróleo e que esta impusesse o preço final do litro de gasolina a seu bel-prazer e eu não concordasse com o pagamento do preço abusivo.

Pela sua argumentação eu, que estou descontente, deveria então proceder a prospecção, explotação, transporte, refino e distribuição do produto?

Acho que não é por aí o caminho.
Ou no caso comentado, hey, uma empresa controla a o uso da força. Se eu não gostar disso, minha opção é pegar em armas e fazer justiça com as próprias mãos?
"The patient refused an autopsy."

Offline anarcapitalista

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #15 Online: 08 de Dezembro de 2010, 05:23:47 »
E não me venha falar de livre competição que estas são áreas que não aceitam competição.
[...]
O monopólio capitalista preserva a livre-concorrência, uma empresa ter o monopólio, não significa que você seja obrigado a contratar os serviços dela, você pode escolher fazer o serviço você mesmo. Você também mantem a liberdade para abrir concorrência e tentar quebrar o monopólio dessa empresa.
[...]

É mesmo?

Digamos que somente existisse uma empresa privada que explotasse petróleo e que esta impusesse o preço final do litro de gasolina a seu bel-prazer e eu não concordasse com o pagamento do preço abusivo.

Pela sua argumentação eu, que estou descontente, deveria então proceder a prospecção, explotação, transporte, refino e distribuição do produto?

Acho que não é por aí o caminho.
Em uma sociedade anarco-capitalista sim, você seria livre para isso e para fundar sua propria empresa oferecendo ao mercado uma alternativa ao monopólio.

Ficaria rico resolvendo o problema.

Mas hoje, sem essa liberdade, já temos uma empresa monopolista no controle de todo o petróleo nacional.
O nome dela é petrobras, a diferença é que hoje você é proibido de fazer a prospecção sozinho o de abrir concorrência.

Como se vê... mais uma vez o monopólio estatal não corrige o problema, e termina por agrava-lo.

Offline anarcapitalista

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #16 Online: 08 de Dezembro de 2010, 05:26:44 »
Ou no caso comentado, hey, uma empresa controla a o uso da força. Se eu não gostar disso, minha opção é pegar em armas e fazer justiça com as próprias mãos?
Ou chama uma força policial concorrente para por abaixo esse empresa criminosa.

Hoje em dia, não pode mandar prender a empresa monopolista estatal.

Mais uma vez a mesma história... o monopólio estatal não corrige, somente agrava o problema citado.

Offline Osler

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #17 Online: 08 de Dezembro de 2010, 11:11:15 »
Caro anarcapitalista,
Algumas considerações (não vou citar os trechos para o post não ficar muito longo):

1- As sociedade formadas por animais gregários, como os primatas que você citou no ínicio, estão muito longe da anarquia.  De maneira geral quanto maior o grupo maior são as convenções e regras sociais.  Particularmente nos primatas existe uma organização hierárquica nítida, com imposição dos desejos do líder, favorecimento do mesmo para procriação, acesso a alimentos, etc..   Então não somos naturalmente anarquicos, os animais não os são.

2- Emissão de moeda com lastro em qualquer valor, como o ouro usado no passado, é um conceito superado historicamente.  Talvez em sociedades isoladas e arcaicas ele ainda possa ter alguma serventia, mas na nossa sociedade globalizada e dinâmica...
O valor da moeda há muito se dá pela percepção do valor, ou confiança.  O capitalismo é dinâmico, a moeda tambem sofre as leis da oferta e procura, então não tem mais com engessar numa âncora fixa .

3- O monopólio da emissão monetária é um dos garantidores do seu valor.  Se várias empresas emitirem moeda surgem diversos problemas rapidamente.  Dinheiro de empresas mais sólidas, ou que por serem maiores emitem mais moeda, vão ter mais "valor" que de empresas menores ou mais frágeis.  O que acontece quando uma empresa que emite moeda vai a falência?  OU nem a falência, quando os agentes tem a percepção que pode ir a falência, quem vai querer ficar com esse dinheiro?  E se uma empresa que emite moeda faz fraude contábil?  E se o lastro utilizado perde seu valor?

4- O monopólio da violência pelo Estado é um dos grandes avanços sociais da nossa história.  No mundo competitivo é natural que as empresas queiram impor sua ascendência, se elas possuírem força armada isso não acaba bem, nunca acabou no passado e no presente.  A imperfeição atual é justamente o fato de traficantes e milicianos "empresas privadas" terem controle territorial e imporem a violencia a revelia do Estado.

5- O sistema Judiciário do Estado server justamente para evitar a assimetria de poder entre os entes, principalmente o poder econômico.  Sei que nosso sistema está longe do ideal, mas a alternativa privada é ainda pior.  Teoricamente o agente do Estado tem fé pública, seu patrão é o representante eleito pela sociedade, ele tem estabilidade no emprego independente de suas decisões (coisa que acho questionável, mais isso é outra discussão).  Ao privatizarmos isso aumentamos enormemente a influência do fator econômico.  SE eu sou ua grande empresa e tenho várias alternativas de "juizes" para escolher naturalmente vou escolher os que historicamente me são favoraveis.  OU por outro lado, os juizes sabem que se decidirem contra minha empresa estaram sujeitos a serem vetados por mim e meus pares no futuro.

6- TOdo monopólio é ruim, mas o monopolio capitalista consegue ser pior que monopolio estatal, pois o estado teoricamente pode ser cotrolado pelo povo no seu exercício do voto.  Áreas onde o investimento seja gigantesco vão tender naturalmente para o mono ou oligopólio.

7- Sem regulação estatal a tendência natural do capitalismo é pelo cartel.  Fato!
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Geotecton

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #18 Online: 08 de Dezembro de 2010, 11:28:38 »
E não me venha falar de livre competição que estas são áreas que não aceitam competição.
[...]
O monopólio capitalista preserva a livre-concorrência, uma empresa ter o monopólio, não significa que você seja obrigado a contratar os serviços dela, você pode escolher fazer o serviço você mesmo. Você também mantem a liberdade para abrir concorrência e tentar quebrar o monopólio dessa empresa.
[...]

É mesmo?

Digamos que somente existisse uma empresa privada que explotasse petróleo e que esta impusesse o preço final do litro de gasolina a seu bel-prazer e eu não concordasse com o pagamento do preço abusivo.

Pela sua argumentação eu, que estou descontente, deveria então proceder a prospecção, explotação, transporte, refino e distribuição do produto?

Acho que não é por aí o caminho.
Em uma sociedade anarco-capitalista sim, você seria livre para isso e para fundar sua propria empresa oferecendo ao mercado uma alternativa ao monopólio.

Ficaria rico resolvendo o problema.

Eu acho que voce está brincando, não é mesmo?

Pois não pode ser séria a sua proposição de que, no caso em tela, eu estando descontente com os serviços e produtos de um monopólio petrolífero, bastaria eu formar uma empresa e então oferecer uma alternativa.

E o motivo é óbvio: Operacionalizar uma empresa petrolífera não é simples e nem barato. Não é como abrir uma quitanda na esquina.


Mas hoje, sem essa liberdade, já temos uma empresa monopolista no controle de todo o petróleo nacional.
O nome dela é petrobras, a diferença é que hoje você é proibido de fazer a prospecção sozinho o de abrir concorrência.

Como se vê... mais uma vez o monopólio estatal não corrige o problema, e termina por agrava-lo.

Errado.

O Estado permite que se faça prospecção petrolífera por empresas privadas, embora existam algumas restrições, inadmissíveis, no meu entender.

Por fim, quero dizer que no geral, eu sou contra a "petrocancro". Mas passar de uma porcaria estatal, que somente traz benefícios aos seus funcionários e aos políticos, para um cartel de empresas privadas, ávidas apenas por retorno financeiro, sem estabelecer algumas salva-guardas para a sociedade, seria o mesmo que trocar o "nada" pela "coisa alguma".
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Offline Barata Tenno

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #19 Online: 08 de Dezembro de 2010, 11:54:02 »
Eu acho que é a 30 vez que o Anarco vem aqui com os mesmos argumentos.....
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline anarcapitalista

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #20 Online: 08 de Dezembro de 2010, 18:35:11 »
E não me venha falar de livre competição que estas são áreas que não aceitam competição.
[...]
O monopólio capitalista preserva a livre-concorrência, uma empresa ter o monopólio, não significa que você seja obrigado a contratar os serviços dela, você pode escolher fazer o serviço você mesmo. Você também mantem a liberdade para abrir concorrência e tentar quebrar o monopólio dessa empresa.
[...]

É mesmo?

Digamos que somente existisse uma empresa privada que explotasse petróleo e que esta impusesse o preço final do litro de gasolina a seu bel-prazer e eu não concordasse com o pagamento do preço abusivo.

Pela sua argumentação eu, que estou descontente, deveria então proceder a prospecção, explotação, transporte, refino e distribuição do produto?

Acho que não é por aí o caminho.
Em uma sociedade anarco-capitalista sim, você seria livre para isso e para fundar sua propria empresa oferecendo ao mercado uma alternativa ao monopólio.

Ficaria rico resolvendo o problema.

Eu acho que voce está brincando, não é mesmo?

Pois não pode ser séria a sua proposição de que, no caso em tela, eu estando descontente com os serviços e produtos de um monopólio petrolífero, bastaria eu formar uma empresa e então oferecer uma alternativa.

E o motivo é óbvio: Operacionalizar uma empresa petrolífera não é simples e nem barato. Não é como abrir uma quitanda na esquina.


Mas hoje, sem essa liberdade, já temos uma empresa monopolista no controle de todo o petróleo nacional.
O nome dela é petrobras, a diferença é que hoje você é proibido de fazer a prospecção sozinho o de abrir concorrência.

Como se vê... mais uma vez o monopólio estatal não corrige o problema, e termina por agrava-lo.

Errado.

O Estado permite que se faça prospecção petrolífera por empresas privadas, embora existam algumas restrições, inadmissíveis, no meu entender.

Por fim, quero dizer que no geral, eu sou contra a "petrocancro". Mas passar de uma porcaria estatal, que somente traz benefícios aos seus funcionários e aos políticos, para um cartel de empresas privadas, ávidas apenas por retorno financeiro, sem estabelecer algumas salva-guardas para a sociedade, seria o mesmo que trocar o "nada" pela "coisa alguma".
Geotecton, você pegou o pior exemplo que poderia escolher.

Hoje já temos "uma empresa impondo o preço final do litro de gasolina a seu bel-prazer"  e os que não concordam  "com o pagamento do preço abusivo". Não podem fazer NADA.

Não existe livre concorrência no setor petrolífero brasileiro, o que você chama de "prospecção privada" do petróleo são basicamente empresas contratadas do governo por meio de licitação que recebem concessão pra atuar no mercado. Aqui você não pode nem comprar óleo bruto de outro país e fazer o refino você mesmo. A atividade é monopólio da união e, muito embora a lei do petróleo tenha aberto a empresas privadas a chance de atuar no mercado, trata-se de um mercado escravo rodando com a permissividade do governo, sob suas regras e aprovação.

Aqui se discute o preço da gasolina em brasilia e pagamos um dos preços mais altos do mundo por uma gasolina batizada.

Em um livre mercado, não importam os custos, alguém sempre pode ter competência para resolver o problema, em especial por ser em geral muito lucrativo fazê-lo. Basta que para isso exista liberdade.

Offline anarcapitalista

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #21 Online: 08 de Dezembro de 2010, 19:25:40 »
Caro anarcapitalista,
Algumas considerações (não vou citar os trechos para o post não ficar muito longo):

1- As sociedade formadas por animais gregários, como os primatas que você citou no ínicio, estão muito longe da anarquia.  De maneira geral quanto maior o grupo maior são as convenções e regras sociais.  Particularmente nos primatas existe uma organização hierárquica nítida, com imposição dos desejos do líder, favorecimento do mesmo para procriação, acesso a alimentos, etc..   Então não somos naturalmente anarquicos, os animais não os são.
A anarquia não significa ausência de hierarquia.
Em geral os contrario a anarquia se opõe a ela sob o argumento de que com seres livres para fazer o que quiserem, sem um governo para ordena-los, só restaria o caos do "vale-tudo".

O fato é que desde que o mundo é mundo, os seres viventes são todos seres livre para fazer o que quiserem, e, o que querem e fazem em geral é matar, estuprar, roubar e governar. O governo é parte desse "vale-tudo" e não o fim disso.

O governo e a hierarquia imposta são justamente o resultado ultimo da coroação do caos dessa anarquia e não o seu fim.
2- Emissão de moeda com lastro em qualquer valor, como o ouro usado no passado, é um conceito superado historicamente.  Talvez em sociedades isoladas e arcaicas ele ainda possa ter alguma serventia, mas na nossa sociedade globalizada e dinâmica...
O valor da moeda há muito se dá pela percepção do valor, ou confiança.  O capitalismo é dinâmico, a moeda tambem sofre as leis da oferta e procura, então não tem mais com engessar numa âncora fixa .
O lastro não foi abolido por razões técnicas mas políticas e o resultado da chamada "confiança" foi a de uma moeda que permite o roubo por parte do governo através da impressão de dinheiro falso.
3- O monopólio da emissão monetária é um dos garantidores do seu valor.  Se várias empresas emitirem moeda surgem diversos problemas rapidamente.  Dinheiro de empresas mais sólidas, ou que por serem maiores emitem mais moeda, vão ter mais "valor" que de empresas menores ou mais frágeis.  O que acontece quando uma empresa que emite moeda vai a falência?  OU nem a falência, quando os agentes tem a percepção que pode ir a falência, quem vai querer ficar com esse dinheiro?  E se uma empresa que emite moeda faz fraude contábil?  E se o lastro utilizado perde seu valor?
Moeda lastreada tem basicamente seu valor no lastro, empresas grandes ou pequenas lastreando sua moeda em ouro tem o valor da moeda garantido pelo valor do ouro.
Se uma empresa vai a falência o cliente simplesmente saca seu ouro. Se o lastro perde o valor, tanto pior para quem investiu em uma unica moeda.
Bens perdem e ganham valor, isso ocorre com casas ou terrenos, nada há que se possa fazer. É parte da vida.

Fraude o governo já faz imprimindo moeda sem valor, dinheiro falso que rouba a população através da inflação.
4- O monopólio da violência pelo Estado é um dos grandes avanços sociais da nossa história.  No mundo competitivo é natural que as empresas queiram impor sua ascendência, se elas possuírem força armada isso não acaba bem, nunca acabou no passado e no presente.  A imperfeição atual é justamente o fato de traficantes e milicianos "empresas privadas" terem controle territorial e imporem a violencia a revelia do Estado.
Milicianos são membros da policia do estado, são parte da corporação estatal e narco-traficantes são governos parelelos.

A iniciativa privada capitalista é justamente a alternativa a essas mafias na qual se inclui o governo.
A iniciativa privada capitalista se pauta na livre troca, na livre concorrência e no livre contrato.

Máfias, gangues, milícias, cartéis e governos se pautam no roubo, no monopólio forçado, na troca imposta e na coerção.

O problema é que vocês ainda não entenderam a diferença entre a chamada iniciativa privada capitalista e as outras organizações.
5- O sistema Judiciário do Estado server justamente para evitar a assimetria de poder entre os entes, principalmente o poder econômico.  Sei que nosso sistema está longe do ideal, mas a alternativa privada é ainda pior.  Teoricamente o agente do Estado tem fé pública, seu patrão é o representante eleito pela sociedade, ele tem estabilidade no emprego independente de suas decisões (coisa que acho questionável, mais isso é outra discussão).  Ao privatizarmos isso aumentamos enormemente a influência do fator econômico.  SE eu sou ua grande empresa e tenho várias alternativas de "juizes" para escolher naturalmente vou escolher os que historicamente me são favoraveis.  OU por outro lado, os juizes sabem que se decidirem contra minha empresa estaram sujeitos a serem vetados por mim e meus pares no futuro.
Um empresa escolhe juízes que acha serem mais favoráveis e a outra parte vai querer fazer o mesmo, vai tentar puxar para o seu próprio lado.
Para que uma empresa seja escolhida vai ter que passar pela aceitação de ambas as partes.
Se uma empresa suja sua imagem e fica conhecida como tendenciosa e "mercenária", ninguém vai aceita-la como parte apta a tomar uma decição imparcial e ela vai a falência.

O monopólio nunca diminui a influencia do fator econômico, pelo contrario ele sempre o aumenta. Ao eliminar a concorrência e a livre troca você permite que uma instituição oferte qualquer lixo, uma vez que você vai ser obrigado a adquiri-lo quer queira quer não.
6- TOdo monopólio é ruim, mas o monopolio capitalista consegue ser pior que monopolio estatal, pois o estado teoricamente pode ser cotrolado pelo povo no seu exercício do voto.  Áreas onde o investimento seja gigantesco vão tender naturalmente para o mono ou oligopólio.
Claro que não.
O monopólio estatal é controlado pelos políticos, pelos funcionários de auto escalão. É uma empresa que funciona nos moldes corporativos, onde os funcionários e não os acionistas é quem mandam de verdade.
Fundadores e donos de corporações já foram demitidos de cargos por seus funcionários e presidentes, sendo afastados do controle da corporação.

O monopólio estatal se sustenta pela força da lei, ele proíbe a concorrência.
Um monopolio capitalista é muito menos poderoso e não pode proibir ninguém de abrir concorrência.
7- Sem regulação estatal a tendência natural do capitalismo é pelo cartel.  Fato!
Fato só no mundo da imaginação.
O maior cartel do mundo é a OPEP, um cartel formado por governos.
Os cartéis sindicais são criados e protegidos pela lei estatal.

E o fato é: O cartel é uma pratica anti-capitalista que vai na contra-mão da livre concorrência, um principio básico do capitalismo.
Outro fato é que formar cartel é burrice, é anti cientifico e só quem lucra com o cartel é quem fura o cartel, já que os preços no mercado são definidos pela lei da oferta e da demanda e não por decreto.

A própria OPEP já teve muitos problemas para tentar impedir seus membros de furar o cartel. Essa prática é ilusória e só serve aos interesses políticos de sindicatos e "esquerdistas bolivarianos".

Offline HeadLikeAHole

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #22 Online: 08 de Dezembro de 2010, 20:42:00 »
Tenho algumas considerações sobre o anarco-capitalismo:

1 - Para este sistema funcionar, as ações das empresas deveriam ser pulverizadas, ninguém poderia ser dono significativo do empreendimento. Concluo isso por não haver sentido em trocar os poderosos dos estado por poderosos empresários, com o poder mais diluído as coisas seriam melhores, tudo não estaria nas mãos de um endinheirado que pouco se importa com os preços, mas com o toda boa parte da população, que participaria das decisões da empresa, e não aceitaria àquelas que os prejudcariam.

2 - Como o Buckaroo já comentou, o anarco-capitalismo pode ser uma maravilha, mas e como se faz para estabelece-lo? Se os próprios governantes decidirem abolir o governo, não vai dar pra fazer isso da noite pro dia, sob o risco de outros criarem um outro governo. A única opção que vejo é uma transição feita pelo próprio governo monopolista, que criaria as condições para o estabelecimento da anarquia e para que não houvesse regressão à outro governo.

3 - Quanto as empresas que visariam a segurança e que usariam o uso da força. Eu acho difícil que elas não se desvirtuam e acabam assaltando seus clientes ao invés de protege-los. Por que uma companhia que possui armas teria que se preocupar com a sua imagem e com a diminuição da clientela se ela pode facilmente saqueá-los e roubá-los? Eu sei. Eu poderia recorrer a outra empresa, mas já não teria dinheiro para pagar; e mesmo que tivesse, seria muito mais vantajoso para ela simplesmente me roubar também do que gastar recursos em uma guerra contra a outra milícia. 

Offline anarcapitalista

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #23 Online: 08 de Dezembro de 2010, 21:40:56 »
Tenho algumas considerações sobre o anarco-capitalismo:

1 - Para este sistema funcionar, as ações das empresas deveriam ser pulverizadas, ninguém poderia ser dono significativo do empreendimento. Concluo isso por não haver sentido em trocar os poderosos dos estado por poderosos empresários, com o poder mais diluído as coisas seriam melhores, tudo não estaria nas mãos de um endinheirado que pouco se importa com os preços, mas com o toda boa parte da população, que participaria das decisões da empresa, e não aceitaria àquelas que os prejudcariam.
Discordo totalmente.
As grandes corporações são em geral as piores empresas justamente por não terem um dono apaixonado por sua criação ou herança.
Muitas dessas corporações são empresas burocraticas organizadas por funcionários sem amor a empresa que só pensam em dinheiro.

A mera inexistência do governo já pulveriza o poder nas mãos do mercado.
Hoje as empresas corruptas são mais poderosas do que seriam sem o governo, justamente porque com o governo, podem usar de seu poder econômico para comprar os favores do estado e usa-lo contra a concorrência.

O governo não diminui o poder dessas empresas, ele aumenta. Remova o governo e o poder é pulverizado entre milhões de empreendimentos e consumidores.
É preciso lembrar que o mercado por si só é democrático e o consumidor é mais poderoso que o eleitor.
2 - Como o Buckaroo já comentou, o anarco-capitalismo pode ser uma maravilha, mas e como se faz para estabelece-lo? Se os próprios governantes decidirem abolir o governo, não vai dar pra fazer isso da noite pro dia, sob o risco de outros criarem um outro governo. A única opção que vejo é uma transição feita pelo próprio governo monopolista, que criaria as condições para o estabelecimento da anarquia e para que não houvesse regressão à outro governo.
Sim.
Uma minarquia democrática voluntariamente criando as condições e instituições necessárias para a manutenção da democracia e na sequencia colocando fim ao próprio monopólio, seria o meio mais lógico e provável para um sistema anarco-capitalista ter alguma minima chance de funcionar.

Não vejo como um sistema anarco-capitalista poderia ser implantando por meios revolucionários. Acho isso impossível.
3 - Quanto as empresas que visariam a segurança e que usariam o uso da força. Eu acho difícil que elas não se desvirtuam e acabam assaltando seus clientes ao invés de protege-los. Por que uma companhia que possui armas teria que se preocupar com a sua imagem e com a diminuição da clientela se ela pode facilmente saqueá-los e roubá-los? Eu sei. Eu poderia recorrer a outra empresa, mas já não teria dinheiro para pagar; e mesmo que tivesse, seria muito mais vantajoso para ela simplesmente me roubar também do que gastar recursos em uma guerra contra a outra milícia.  
O roubo e a escravidão são meios ineficientes para a acumulação de riqueza.
É mais lucrativo criar riqueza através da criação de produtos ou da prestação de serviços, do que roubar riqueza de quem a cria.

Isso por si só da a essas empresas a recompensa por criar um serviço de proteção ao roubo, ao invés de querer roubar riqueza dos outros.
Se o lucro no primeiro caso é maior, por que diabos a empresa iria preferir roubar?

Isso só ocorreria no caso ignorância por partes de idiotas em um empreendimento criminoso. Só que um empreendimento criminoso roubando, faria com que fosse lucrativo para empresas de segurança legitimas, prender essa gangue e depois se vangloriar da ação em propaganda e ainda cobrar pela segurança oferecida aos cidadãos que estavam sendo roubados.

O maior risco é o incentivo a práticas criminosas como fazer baderna em uma área para tentar forçar os moradores a contratar a empresa e assim maximizar os lucros. Seria um misto de empresa capitalista legitima, que de repente passa por má administração a usar de práticas criminosas de um modo disfarçado. Só que isso não só seria uma prática criminosa cabível de punição, como existem mecanismos que podem ser aplicados para remover esse incentivo.
« Última modificação: 08 de Dezembro de 2010, 21:47:10 por anarcapitalista »

Offline Luiz F.

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Re: Cooperação voluntária e a imposição da natureza.
« Resposta #24 Online: 08 de Dezembro de 2010, 22:17:00 »
Esse sistema peca em um ponto crucial: ele requer que todos os seres humanos sejam bons e justos, coisa que a grande maioria não é.

Só pra dar um exemplo de como esse sistema não funcionaria seria o sistema financeiro global, onde imperam as leis de mercado e onde existe muito pouca regulação governamental. Esse, acredito eu, seria um semi anarcocapitalismo.

Pois bem, esse sistema começa funcionando bem, porém, com o passar do tempo o comportamento absurdo e inerente do ser humano acaba por fazer ruir os pilares da livre economia e começa um "canibalismo" que simplesmente faz ruir a própria economia sobre si mesma.. Ai os "semi anarcocapitaistas" tem que correr atrás do governo malvadão para pedir arrego e ajuda pra limpar as cagadas feitas por eles. Então o governo cria apertos para o sistema que volta a funcionar bem até a anarquia se instalar novamente e os cidadãos atravás do governo terem que limpar a barra desses capitalistas novamente.

Por isso entre um governo regulador, opressor e malvadão, e a anarquia generalizada pautada pelo capitalismo canibal sem leis, sem regras e com o pressuposto de que todo mundo vai se comportar direitinho eu fico com a primeira opção.

Sem ofensas, mas o sistema anarcocapitalista está muito mais longe da perfeição do que os atuais modelos já estabelecidos.
"Você realmente não entende algo se não consegue explicá-lo para sua avó."
Albert Einstein

 

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