O preço alto vem da falta de 'economia de escala' e da cartelização do setor.
Um exemplo conspícuo da "atuação do livre mercado" é a total ausência de investimentos em remédios para a cura de doenças tropicais (malária, por exemplo) por parte das grandes indústrias. E isto ocorre porque o mercado comprador é constituído de países pobres, cuja população não tem poder aquisitivo capaz de dar um retorno rápido para o investimento.
Um empresa não é instituição de caridade.
Você não pode querer obriga-los a curar doenças.
Em especial pelo fato de que, diferente de mim ou de você, eles já fazem isso voluntariamente.
Você está reclamando de uma organização que trabalhar voluntariamente buscando cura para doenças, com o argumento de que eles não estão procurando cura para as doenças que você acha que eles deveriam buscar.
Talvez sem o intervencionismo que cria o salario minimo as pessoas tivessem liberdade para enriquecer e então fundassem um laboratório aqui mesmo ou atraíssem a atenção das grandes industrias de olho no crescente mercado consumidor.
Pela sua ótica, nenhum país do mundo tem um livre mercado.
Então como podemos continuar discutindo se para cada caso real que eu apresento, voce contrapõe apenas com uma explicação em um mundo teórico, um "faz-de-conta" para dizer a verdade.
E não tem.
Em toda parte existe salario minimo, banco central, sindicatos e federações, etc...
E entenda uma coisa sobre seus exemplos.
O livre mercado não soluciona problemas de mercado pela sua mera existência.
Os únicos problema que o livre mercado resolve a priori são os criados pela intervenção estatal que também não resolve problemas de mercado e ainda cria problemas novos.
Eis um dos pontos fundamentais. Em uma sociedade de livre mercado não há nenhuma garantia que haverá a produção de produtos essenciais, como os remédios, a um preço compatível com a possibilidade econômica da população. E isto é nítido em setores onde são necessários altos investimentos.
Ao que parece isto não lhe incomoda, pois voce acha natural este comportamento que, da onde eu venho, a parte destacada em negrito seria chamada de "usura farmacêutica".
Voce acha isto correto do ponto de vista moral?
Isso é a ÚNICA coisa moral.
Remédios não crescem sozinhos em arvores e doenças não se curam sozinhas.
Não se deve interferir com quem está trabalhando voluntariamente, principalmente em ramos onde os investimentos são altos e quando estão buscando cura para doenças que nós não sabemos curar.
Você fala como se a pobreza fosse culpa de quem trabalha. Não é a industria farmacêutica quem cria a pobreza e não é o roubo do rico que vai elimina-la.
Quando você penaliza o rico em nome do pobre, quem acaba pagando o preço mais caro é justamente o pobre.
A redistribuição de renda não cria riqueza.
Quem cria riqueza é justamente quem está combatendo a miséria e tudo o que o pobre precisa fazer é criar riqueza.
E graças a desigualdade social, algo que beneficia o pobre, é mais fácil pro pobre criar riqueza do que seria sem a existência dos ricos. E isso sem a necessidade de "caridade" forçada.
Caridade com o dinheiro dos outros não é caridade, é roubo. O governo hoje só dificulta o enriquecimento das pessoas, proibindo assim que elas possam ter dinheiro para comprar os remédios que necessitam.
Ninguém escreveu que se deve controlar preços dos produtos das empresas.
E o questionamento mais importante: Porque que é que o seu receituário liberal econômico, aplicado às indústrias farmacêuticas, não trouxe benefícios para a população daquele país?
Explique para mim!
Não existe livre mercado nos EUA, nem garante o livre mercado preços baixos.
O livre mercado não é sobre baixar preços ou evitar crises, ele é sobre criar as condições mais favoráveis possíveis e impedir as trapaças que levam a situação a ficar ainda pior.
Interessante a sua observação. Mas não é o que Von Mises e Hayek mencionam em seus trabalhos, pois para eles um benefício palpável do livre mercado é o de proporcionar ampla oferta de bens e serviços em tal quantidade que a redução do preço é uma consequência, embora possam existir ciclos onde os preços tenderiam a aumentar.
Mises e Hayek tratam de uma tendencia natural e não obrigatória.
Diferente da intervenção estatal, o livre mercado não é um fazer, mas um não-fazer.
Se eu faço algo isso vai ter um impacto, se eu deixo as coisas correrem naturalmente sem interferir, elas podem ou não ocorrer sozinhas.
O livre mercado trata de não tomar a liberdade das pessoas e criar com isso as melhores condições para o enriquecimento delas.
Ele da as pessoas condições ideais, nenhum governo vai proibir o enriquecimento delas, nem criar dificuldades para esse enriquecimento.
Isso não significa que o simples ato de libertar o mercado resulte em seu automático enriquecimento.
Esse enriquecimento só vai ocorrer se as pessoas trabalharem para isso, e trabalhando, vai ocorrer no tempo que elas levarem segundo suas escolhas.
A tendencia dessa liberdade é que, em um ambiente favorável a concorrência, você tem as melhores condições para que muitos empreendedores consigam se colocar nos mercados e a concorrência derrube o preço.
A velocidade com que isso vai ocorrer em cada ramo de atividade, no entanto, vai depender dos custos e dificuldade do ramo. Mercados como o de medicamentos podem passar até décadas desfrutando de monopólio.
Liberar o mercado não vai fazer a única empresa do setor derrubar o preço, nem vai garantir que alguém mais no curto prazo queira empreender e competir com ela. Só cria a condições que facilitam a entrada de novo empreendedores.