Você está sempre bordejando a mais nítida realidade, Adriano, embora, por vezes, pareça, estranhamente, distanciar-se dela. É por isso que eu o tenho em foco como alguém de grande importância aqui, apesar da sua imensa carga filosófica.
Deve ser por isso que as vezes sou confundido com uma pessoa irreal e inexistente, onde a figura de um ser artificial e sem sentido se faz presente para demonstrar essa percepção.
Essa arrogância de cunho preceptor de deixar legados e boas instruções de vida é uma vaidade que nega aos outros o direito de serem integrais.
Pelo contrário, considero o direito de ser integral uma nescessidade fundamental a vida do indivíduo. E neste caso eu me insiro, como alguém que busca esse direito de ser respeitado como um ser integral, principalmente no sentido humano e não de um simples
gadget. A filosofia de Jaron Lanier busca o humano perdido na imensidão do totalitarismo tecnológico.
É um princípio de doutrinação tão tirânico quanto tudo aquilo que gera brutalidades mais facilmente reconhecidas por todos.
Não tem doutrinação alguma, é apenas uma expressão de um comportamento particular de interação mediada pela tecnologia. No meu entendimento, o ateísmo domina o uso da tecnologia na expressão de seus princípios. Incluíndo a mídia televisiva, tanto no ceticismo quanto no ateísmo.
Não se deixa "legados" ou doutrinações de vida; se deixa bons resultados de bons trabalhos que possam ser continuados pelos outros, passando a tocha com o mesmo respeito, mútuo entre quem recebe e quem entrega.
A tocha olímpica é uma excelente metáfora e demonstra bem a a atual valorização de outros tipos de inteligência, além da tradicional
lógico-matemática. O preponderante nos jogos olímpicos é o uso da
inteligência cinestésica.
Imortalidade real seria algo absoluto e infinito que não concebemos. Tudo o que eu quero quanto a isso é viver/existir o mais longevamente possível. Milhões, bilhões de anos ou mais.
Eu como indivíduo sou finito. Nós enquanto humanos também somos finitos, passíveis de extinção. Quicá toda a vida biológica. Mas pense que antes de sermos seres vivos, eu, você e as bactérias, eramos todos matéria inanimada e não tinhamos essa tal pretensão biológica de evoluir e se adaptar ao meio ambiente, pois não havia tal distinção entre vida e não-vida. Este é o adorável mundo dos físicos, que não conseguem entender como os seres humanos se degladiam tanto entre si, quando nos vilumbramos com a imensidão do universo e como somos um simples pálido ponto azul na imensidão do cosmos. Como diria o nosso ético, adorável e exemplar cientísta Carl Sagan.