Existem muitos filmes brasileiros bons! Assisti vários e gostei.
Cidade de Deus
Auto da Compadecida
Se eu fosse Você
Tropa de Elite
Carandiru
Central do Brasil
Quatrilho
Pagador de Promessas
Entre outros que não me lembro agora.
Vamos valorizar o que é nosso?
O Auto da Compadecida é muito bom. Vai na linha de um realismo fantástico com humor e crítica social que só o cinema brasileiro faz. Um estilo próprio também presente em outros filmes como Caramuru, a Invenção do Brasil, O Homem que Desafiou o Diabo e Lisbela e o Prisioneiro.
Depois da chamada retomada do cinema nacional filmes brasileiros têm sido frequentemente premiados em alguns dos mais importantes festivais do mundo. Como Sundance, o festival de Berlim e Cannes. Este ano foi a vez de Bacurau em Cannes e de um outro que não lembro o nome.
Na média ainda prefiro cinema brasileiro muito mais que o americano porque para o observador mais atento os filmes americanos estão sempre amarrados a uma série de clichês que dependem do estilo e do argumento, mas é muito raro escaparem disso. Um dos poucos que vi foi um do Oliver Stone sobre El Salvador, mas que ele teve que fazer fora dos EUA. O próprio Stone perambulou por Holywood durante décadas com o roteiro autobiográfico de Platoon sem conseguir produtor, e só pôde fazer o filme depois que aceitou se curvar às exigências da indústria.
É verdade que houve aquela fase tétrica das pornochanchadas patrociandas pela Embrafilme até hoje responsável por muito do preconceito que existe, mas não tem nada a ver com o cinema que se faz hoje em dia. Mesmo naquela época tinha gente tentando fazer coisa decente: eu gosto dos filmes de um cineasta, não sei se paranaense ou gaúcho, Reichmbach, alguma coisa assim, que fugiam do padrão.
A cena abaixo eu considero belíssima. É do Alma Corsária, de Reichmbach. Os personagens estão reunidos em uma pastelaria metafórica e de repente um negão parecendo um estivador do porto se senta em um piano de calda e começa a tocar Debussy enquanto um fisiculturista improvável realiza uma performance.
A curiosidade é que o negão é pianista mesmo e está tocando de verdade. Esta cena é uma obra prima feliniana com mil referências sugeridas. Uma iguaria para paladares cinéfilos mais sofisticados.