Quando você estiver lendo o Velho Testamento e se deparar com um texto ruim, chato, enfadonho, boring, sonolento e com baixo nível literário, com quase certeza você estará lendo um trecho da fonte P ("priestly" ou "sacerdotal").
Se, ao contrário, você estiver lendo um texto mais eloquente, interessante, com narrativa vívida e bom nível literário, provavelmente você estará lendo uma fonte J ("javista").
A fonte Javista (e a eloísta) são de uma época onde a religiosidade hebréia ainda não estava subordinada ao clero, onde as lendas eram passadas de geração a geração e os cultos ocorriam livremente em cada clã. As suas narrações mostram um Deus ("Yahweh") mais acessível e humano, com formas, comportamentos e sentimentos tipicamente humanos, conversando com as pessoas "cara a cara". Parece ter sido escrita por indivíduos com algum dom para escrita e poesia.
A fonte eloísta já mostra um Deus mais distante e misterioso, que só se revela por meio de sonhos, visões, profetas, anjos, fenômenos sobrenaturais, etc. Embora ainda seja um deus bem mais acessível.
A fonte deutoronomista é a primeira a declarar explicitamente a adoração única e exclusiva a Yahweh em um só lugar (o Templo de Jerusalém). Deus só se torna acessível por meio dos sacerdotes. Até mesmo os profetas são restringidos.
A fonte sacerdotal mostra um clero excessivamente preocupado com rituais e "pureza". São os trechos mais enfadonhos do Pentateuco.