Não entendemos o funcionamento do cérebro, apenas isso.
Fim do hard problem.
Depois dessa...
O que eu gostaria mesmo de 'nentender' é como funciona o seu cérebro...
Concordo, qual a diferença final entre sistemas construídos pra uma mesma função, utilizando-se apenas peças diferentes? Imaginativamente é possível!
E sobre se o cérebro teria função randômica? É possível?
Em vez de "função randômica", vamos adotar *comportamento* randômico. Respondendo, o cérebro teria o mesmo comportamento randômico de qualquer outra estrutura complexa com as mesmas relações topológicas. Ou, como alternativa, você teria que supor que o cérebro transcende as demais estruturas da natureza.
o cérebro é muito mais do que um sistema elétrico... tem uma série de química envolvida, sensores por todos os lados.. crescimento, envelhecimento, defeitos.. sou um completo ignorante no assunto, mas simplesmente sabemos pouco sobre o cérebro (se comparado ao que se falta aprender).
Mas o único hard problem é.. não sabemos como funciona o cérebro.
Aaaaaaaah!!!!!!!!! agora você parece ter entendido.
Completando:
Aposta : a escola materialista ficará sempre dependente da emergência (assim como temos o Deus das lacunas na religião, temos a explicação das lacunas na ciência....Se não temos a menor idéia de como ocorre, então este algo "emerge"), ou terá que negar, como princípio , a existência da consciência, ou seja, que ela é uma ilusão....mas que reconhece a si mesma como tal!!!! Um tanto paradoxal:)
abs
Felipe
Não há nada de paradoxal nisso. A consciência não reconhece a si mesma como ilusão, diretamente. Isso é um tipo de limitação intransponível da natureza, mais ou menos como as limitações da termodinâmica. Só é possível demosntrar que ela é uma ilusão, indiretamente. Você jamais deixará de ser um "iludido" ao entender e reconhecer, finalmente, que o seu "eu" é uma ilusão. Se você espera por uma "iluminação", pode esquecer.
E você está invertendo o conceito das lacunas.
e acabou-se o hard problem..
E olha que ele nem passou pelo tópico.
É engraçado mesmo, o Agnóstico. E, nisso, concordo com você, Buckaroo. O hard problem existe, e tanto, que é, justamente, o terrível obstáculo no caminho.
Na verdade, este tópico deveria ser unido ao tópico que lancei. O Agnóstico está apenas tentando não ser repetitivo pois ele já expressou os pontos de vista dele no outro tópico.
Acho que você tem toda razão, Gigaview.
E se o Agnóstico está tentando não ser repetitivo, parece-me não estar conseguindo.
Completando:
Aposta : a escola materialista ficará sempre dependente da emergência (assim como temos o Deus das lacunas na religião, temos a explicação das lacunas na ciência....Se não temos a menor idéia de como ocorre, então este algo "emerge"), ou terá que negar, como princípio , a existência da consciência, ou seja, que ela é uma ilusão....mas que reconhece a si mesma como tal!!!! Um tanto paradoxal:)
abs
Felipe
Emergência não é a versão científica de "deus das lacunas". É ou uma constatação (ou talvez uma hipótese em alguns casos), mas a explicação não acaba aí, diferentemente de "deus das lacunas". A vida é um processo emergencial, mas a biologia não "parou" ao declarar isso, não é como se faltasse uma explicação para o que "realmente é" a vida, e tascasse a explicação de ser algo emergencial e pronto, a biologia foi compreendida, amém.
Faço muito essa comparação entre "vida", emergência das estruturas biológicas e "consciência", emergência das estruturas cerebrais. Tanto que sempre proponho a adoção de, apenas, biogênese, em substituição a abiogênese. Se consciência é/(for) reproduzível por estruturas não cerebrais (neurológicas), vida é reproduzível por estruturas não biológicas (orgânicas).
Mais uma vez, se você não separa o cérebro do eu, temos livre arbítrio. Se essa intrincada cadeia de fenomenos físicos toma a decisão, quem tomou foi você, essa intrincada cadeia de fenômenos não é nada mais nada menos que você.
Isso é uma falácia tautológica e acho que você sabe disso, não é? Ela se encerra quando se reconhece que o "você" não existe.
Você percebe que, ao mesmo tempo em que você acha absurdo separar o "eu" do cérebro, você separa? Tem que existir só um (meio igual ao highlander, rsrsrs). Ou você chama de funcionamento do cérebro ou chama de "eu". Do contrário, criará degeneração linguística e filosofará/metafisicará/epistemologará, fatalmente.
A intrincada cadeia de fenômenos físicos não toma decisão nenhuma; ela, simplesmente, funciona. E o "eu" não é essa cadeia de fenômenos. É só o resultado ilusório do processamento dela.
Sabe Buck, o grande problema de quem gosta muito de teorias? Que as vezes perde o senso prático e acaba esquecendo a realidade para fortalecer a teoria.
Veja, acabei de dar um tapa em minha perna. Estava programado para tal? Isso não foi uma demonstração do meu livre arbítrio? Foi. E ponto.
Se sua teoria chega a conclusão que não temos livre-arbítrio, sua teoria está errada. É necessário ajusta-la.
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Concordo. Quem gosta muito de teorias chega até a, teoricamente, decretar que os problemas práticos não existem. E, teoricamente, não apontam soluções para eles.
Realmente, você acaba de dar um tapa em si mesmo... Mas, a propósito, você não estava "programado" (em conjunto com todo o resto do universo) para tal? Como sabe?
Você não que escrever uma bíblia? Está com todo o perfil dogmático-acientífico para isso.
Para qualquer fins práticos que não seja bullshits filosóficos, temos livre arbítrio.
Fica engraçado ler você escrevendo em "fins práticos".
Sabe Buck, o grande problema de quem gosta muito de teorias? Que as vezes perde o senso prático e acaba esquecendo a realidade para fortalecer a teoria.
Veja, acabei de dar um tapa em minha perna. Estava programado para tal? Isso não foi uma demonstração do meu livre arbítrio? Foi. E ponto.
Se sua teoria chega a conclusão que não temos livre-arbítrio, sua teoria está errada. É necessário ajusta-la.
Você dar um tapa na própria perna é algo que resulta da estrutura do cérebro nos permitir transcender as leis da física, escapar das cadeias de causa e efeito?
Não, mas as leis de causa e efeito nao tem nada a ver com livre arbítrio. Principalmente porque para uma causa eu posso gerar N efeitos distintos em momentos distintos.
Para qualquer fins práticos que não seja bullshits filosóficos, temos livre arbítrio.
Sim, para fins práticos sim. Mas também a o Sol gira em torno da Terra (que é plana) em 99% do tempo, as espécies são fixas como no criacionismo, e o tempo não corre diferentemente de acordo com a velocidade que nos deslocamos.
São coisas diferentes. A discussão do Sol poderia gerar hipóteses para serem validadas da mesma maneira que a do tempo. No caso dessa outra, ela está no mundo do nhenhenhen... inteiramente.
Sabe Buck, o grande problema de quem gosta muito de teorias? Que as vezes perde o senso prático e acaba esquecendo a realidade para fortalecer a teoria.
Veja, acabei de dar um tapa em minha perna. Estava programado para tal? Isso não foi uma demonstração do meu livre arbítrio? Foi. E ponto.
Se sua teoria chega a conclusão que não temos livre-arbítrio, sua teoria está errada. É necessário ajusta-la.
Suponha que você tem um dispositivo implantado no cérebro que é ligado a um botão que quando pressionado por outra pessoa vai provocar em você um estímulo que você desconhece nos próximos 10 minutos. Nesse período você bateu na sua perna.
Mas Giga, eu não consigo fazer essas suposições, sério. Para mim parece como "suponha que voce esta andando e um vento te leva para cima e voce bate a cabeça em um avião"
Como você pode ter certeza de que esse ato foi uma decisão sua ou foi provocado pelo aperto do botão? E se ao invés da pessoa que aperta o botão estivesse no comando algum tipo de processo físico-químico-neural-e-o-escambal? A sua decisão de bater na perna poderia ser apenas uma ilusão comandada por esse processo que você não tem a menor consciência ou controle. Se existem processos acontecendo no cérebro, como Libet inicialmente constatou, essa hipótese não é tão absurda.
Se for feito em 100 pessoas e as 100 pessoas tiveram essa mesma reação, OK. Foi o fio. Neste caso, você atingiu o controle que levanta sua mão e bate na sua perna em menos de 10 minutos, se esse controle existe.
Se cada pessoa teve uma reação distinta, isso quer dizer que passou pela nuvem do cérebro (interpretação, humor, preconceitos, etc..)
O problema, Agnóstico, é que não existe determinismo de sistemas isolados. O determinismo só existe no âmbito universal. Nenhum cérebro funciona isoladamente do universo. Você "decidiu" dar um tapa em sua perna para "provar" que possui livre arbítrio porque está interagindo aqui, por meio desta rede. Tudo isto tem que ser incluído na cadeia de causa e efeito (é, a coisa é muito mais complexa do que parece). Não são os cérebros que não têm livre arbítrio, em si (eles não têm, é claro, mas não sozinhos), é o universo.