Autor Tópico: Evangélicos tentam no Congresso limitar direitos dos gays  (Lida 8678 vezes)

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Offline Blues Brother

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Re: Evangélicos tentam no Congresso limitar direitos dos gays
« Resposta #100 Online: 21 de Maio de 2011, 22:19:39 »
Minha singela opinião?

O PL 222 atenta contra a liberdade de expressão e liberdade de culto, é uma proposta autoritária que vem travestida de uma aura de liberdade e defesa de minorias, tão moderno quanto arcaico.

Reconheço e concordo com a união civil homossexual, pois defendo que o Estado DEVE ser moralmente neutro e garantir os direitos civis a todos os cidadãos sem qualquer distinção.

A lógica que me impele a aceitar a união civil gay me impede de apoiar o casamento gay. 

Ora, a igreja não é uma instituição pública que zela por todos os cidadãos, tal como o Estado -
ingressa na igreja quem quer - a igreja é como um clube: para participar de um clube você antes se compromete em acatar as regras e o estatuto. Se não gostar das regras, não entre no clube.

Por isso, impôr a um religioso a obrigação de ministrar um casamento entre pessoas do mesmo sexo configura um ato de autoritarismo, de invasão do Estado nos assuntos alheios, de total menosprezo pela comunidade milenar que mantém suas tradições desde tempos imemoriais, uma comunidade da qual ninguém é obrigado a participar e cujos ensinamentos ninguém é obrigado a seguir.

O que os religiosos pensam e dizem não pode ser alvo de uma censura por parte do Estado. As idéias não podem ser proíbidas, mesmo aquelas que nos ofendem, sob risco de que a sociedade caminhe para a estagnação que vemos em sociedades primitivas onde falta pluralidade.   

Se há algo que eu posso me orgulhar como filho do Ocidente é da herança de tolerância, temperância e pluralidade que forma a base da democracia. E tal herança - na qual se baseia a democracia liberal - não é puramente laica: temperância é uma das virtudes cardinais da igreja.

PS.: Antes que chuvam rótulos: não, não sou cristão.   

Offline Liddell Heart

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Re: Evangélicos tentam no Congresso limitar direitos dos gays
« Resposta #101 Online: 22 de Maio de 2011, 14:11:08 »
Casamento não deveria ser assunto do Estado. Mesmo assim, o casamento homossexual regulado pelo Estado é aceitável, nesse momento.
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Offline Unknown

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Re: Evangélicos tentam no Congresso limitar direitos dos gays
« Resposta #102 Online: 20 de Junho de 2011, 14:07:35 »
Juiz de GO anula união gay e caso volta ao STF

A ordem de um juiz de primeira instância de Goiânia vai obrigar o Supremo Tribunal Federal (STF) a ratificar a decisão que deu aos casais homossexuais os mesmos direitos e deveres que a legislação brasileira prevê para os heterossexuais, incluindo o reconhecimento da união estável.

O juiz Jeronymo Pedro Villas Boas, da 1.ª Vara de Fazenda Pública Municipal de Goiânia, anulou na sexta-feira o contrato de união estável celebrado pelo casal Liorcino Mendes e Odílio Torres num cartório da cidade no dia 9 de maio. Ele agiu por ofício, sem ser provocado.

Villas Boas determinou ainda que todos os cartórios de Goiânia se recusem a escriturar contratos de união entre gays sem que haja uma sentença judicial. Para o juiz, reconhecer este tipo de direito a homossexuais é o 'mesmo que admitir que um determinado vocalista de banda de rock fizesse a exposição de seus órgãos íntimos em público'.

Ministros do STF ouvidos ontem pelo Estado disseram que já esperavam que isso fosse ocorrer. Agora, aguardam que o casal prejudicado entre com uma reclamação diretamente no STF contra a decisão de Goiânia.

Léo Mendes, como Leorcino é conhecido, confirmou que tomará essa iniciativa. 'Tenho medo do ambiente de insegurança jurídica que decisões como essa causam no País', afirmou.

O STF terá de julgar essa reclamação para ratificar a decisão que tomou em 5 de maio, o que poderá inibir outros juízes de proibir a união estável entre homossexuais. 'É para confirmar a nossa decisão', disse um ministro do Supremo, que pediu para não ser identificado porque estaria antecipado o voto de um novo julgamento.

Terceiro sexo

O juiz Villas Boas decidiu agir de ofício, ou seja, sem ser provocado por um pedido. Em sua decisão, ele disse que soube pela imprensa da união entre Liorcino e Odílio.

Para Villas Boas, o STF mudou a Constituição sem ter poderes para tanto. Ele se apega ao artigo 226 da Carta que fala da união estável entre homem e mulher. O Supremo, segundo ele, teria criado um 'terceiro sexo'.

'A ideia de um terceiro sexo (decorrente do comportamento social ou cultural do indivíduo), portanto, quando confrontada com a realidade natural e perante a Constituição Material da Sociedade (Constituição da Comunidade Política) não passa de uma ficção jurídica, incompatível com o que se encontra sistematizado no Ordenamento Jurídico Constitucional', escreveu.

Ao tomar a decisão de reconhecer a união estável entre casais homossexuais, o STF baseou-se, entre outras coisas, no artigo 5.º da Constituição, que diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

Como até hoje o Congresso não aprovou uma legislação específica para regular a união entre pessoas do mesmo sexo, o STF teria de garantir a essa minoria direitos considerados fundamentais.

Em nota, o presidente em exercício da OAB, Miguel Cançado, afirmou que a decisão do juiz de Goiânia é 'um retrocesso moralista'.

'As relações homoafetivas compõem uma realidade social que merece a proteção legal', afirmou Cançado.

http://estadao.br.msn.com/ciencia/juiz-de-go-anula-uni%c3%a3o-gay-e-caso-volta-ao-stf

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Offline Dr. Manhattan

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Re: Evangélicos tentam no Congresso limitar direitos dos gays
« Resposta #103 Online: 20 de Junho de 2011, 14:13:35 »
Vi essa notícia no UOL e o que me irritou mais foram os comentários, a quase totalidade dos quais era a favor da decisão desse juiz idiota.
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Alan Watts

Offline DDV

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Re: Evangélicos tentam no Congresso limitar direitos dos gays
« Resposta #104 Online: 20 de Junho de 2011, 19:13:38 »
Eu sou a favor da decisão, mas não por ser contra a união civil homossexual, apenas por entender que mudar leis é atribuição do poder legislativo.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Mr."A"

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Re: Evangélicos tentam no Congresso limitar direitos dos gays
« Resposta #105 Online: 20 de Junho de 2011, 20:57:50 »
'mesmo que admitir que um determinado vocalista de banda de rock fizesse a exposição de seus órgãos íntimos em público'
Hã?????
« Última modificação: 20 de Junho de 2011, 20:59:53 por Mr."A" »
8-)

Offline Salazar

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Re: Evangélicos tentam no Congresso limitar direitos dos gays
« Resposta #106 Online: 20 de Junho de 2011, 20:59:50 »
'mesmo que admitir que um determinado vocalista de banda de rock fizesse a exposição de seus órgãos íntimos em público'
Hã?????
Lógica fundamentalista, não ouse tentar entender.

Offline rizk

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Re: Evangélicos tentam no Congresso limitar direitos dos gays
« Resposta #107 Online: 20 de Junho de 2011, 22:03:11 »
Minha singela opinião?

O PL 222 atenta contra a liberdade de expressão e liberdade de culto, é uma proposta autoritária que vem travestida de uma aura de liberdade e defesa de minorias, tão moderno quanto arcaico.

Reconheço e concordo com a união civil homossexual, pois defendo que o Estado DEVE ser moralmente neutro e garantir os direitos civis a todos os cidadãos sem qualquer distinção.

A lógica que me impele a aceitar a união civil gay me impede de apoiar o casamento gay. 

Ora, a igreja não é uma instituição pública que zela por todos os cidadãos, tal como o Estado -
ingressa na igreja quem quer - a igreja é como um clube: para participar de um clube você antes se compromete em acatar as regras e o estatuto. Se não gostar das regras, não entre no clube.

Por isso, impôr a um religioso a obrigação de ministrar um casamento entre pessoas do mesmo sexo configura um ato de autoritarismo, de invasão do Estado nos assuntos alheios, de total menosprezo pela comunidade milenar que mantém suas tradições desde tempos imemoriais, uma comunidade da qual ninguém é obrigado a participar e cujos ensinamentos ninguém é obrigado a seguir.

O que os religiosos pensam e dizem não pode ser alvo de uma censura por parte do Estado. As idéias não podem ser proíbidas, mesmo aquelas que nos ofendem, sob risco de que a sociedade caminhe para a estagnação que vemos em sociedades primitivas onde falta pluralidade.   

Se há algo que eu posso me orgulhar como filho do Ocidente é da herança de tolerância, temperância e pluralidade que forma a base da democracia. E tal herança - na qual se baseia a democracia liberal - não é puramente laica: temperância é uma das virtudes cardinais da igreja.

PS.: Antes que chuvam rótulos: não, não sou cristão.   

Filho, a proposta de casamento gay não é na igreja. É no cartório.

Se o casal gay quer casar no cartório, ou quer alugar um salão pra celebrar sua união e chamar o escrivão do Registro Civil, não pode.

Entendeu?

Se passar o PL do casamento gay, os gays vai poder casar no cartório.

Hoje, depois da decisão do STF, os gays podem pedir para o juiz reconhecer que eles vivem em união estável.

Alguns cartórios se adiantaram e fizeram um documento, que meio que substitui o casamento civil.

A diferença é que o casamento civil é GRATUITO e a certidão de união estável é paga, coisa de R$ 200. Outra diferença é que no casamento civil você pode escolher o regime de bens, na união estável é necessariamente de comunhão parcial de bens.

Entendeu?

Não compre o discurso dos evangélicos. Ninguém quer forçar eles a celebrar casamento de gay. Tudo que se quer é que os gays possam ir ao cartório, casar de graça e escolher o regime de comunhão de bens, como qualquer cidadão comum, como eu e você, ENTENDEU?

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Evangélicos tentam no Congresso limitar direitos dos gays
« Resposta #108 Online: 05 de Agosto de 2011, 01:36:47 »
Eu não me surpreenderia se futuramente houvesse defensores de interpretações individuais amenas quanto a tudo aquilo de Sodoma e Gomorra querendo processar igrejas que não preguem a mesma coisa por não conseguirem se casar lá. Não me parece muito diferente do caso dos ex-TJs processando contra o "shunning".

Offline LaraAS

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Re:Evangélicos tentam no Congresso limitar direitos dos gays
« Resposta #109 Online: 14 de Outubro de 2011, 21:01:15 »
 
         Estou achando que alguns estão confundindo algumas coisas nesse tópico.
         Estão achando que liberdade de expressão é uma concessão que se pode dar ou não para certos grupos ,e eu não estou falando isso num sentido politicamente correto extremista (para casos de criminosos hediondos  que fizeram atos fisicos mesmo contra vítimas em geral (e não só em casos de vítimas homossexuais) ,eu não condordo com o politicamente correto ,sendo a favor de penas cingapurianas ) e nem sequer estou falando no sentido de que tirar a liberdade de expressão de outros pode fazer que depois me tirem a minha mesmo.
         A questão é que imperdir alguem de expressar uma idéia não faz que ele tire essa idéia da cabeça ,e não há meios de impedir que as pessoas conversem entre si e divulguem suas ideas. numa democracia ou mesmo numa ditadura leve ,de impedir que ela converse com outros (e uma ditadura grave de qualquer modo não pode durar por muito tempo ,mesmo na URSS ,a fase de ditadura grave foi primeiro entre 1918-1922 e depois de 1928 a 1956 ,e logo começaram a aparecer os samzates).
         Se até mesmo na URSS havia os samzates ,imagine no Brasil que é democracia ,e com xerox legais ,impressoras domesticas legais ,scaners ,Internet....
         E quanto uma idéia é escondida do debate aberto por muito tempo e não discutida abertamente com adversarios ,ela pode explodir mais tarde com muito mais força do que se fosse discutida abertamente ,a censura é interpretada como ausência de razão e argumentos dos adversarios ,além de dar uma aura de mártires aos censurados (mesmo com a censura quase não podendo ser aplicada na prática).
         Por isso ,eu sou contra a lei anti-homofobia ,sou contra leis anti-racismo ,sou contra leis pribindo a divulgação do nazismo e sou contra leis anti-negacionismo (aliais no caso de exister esses dos últimos tipo de lei ,também deveria valer para o comunismo ,proibir a divulgação do comunismo)
         E no caso que isso esteja relacionado a emoções doentias ,não se pode negar ao doente o tratamento do psicodrama (e a maioria não tem dinheiro para pagar psicologos formais particulares ,e os psicologos formais de hospitais públicos além de serem muito grossos ,só dão poucas sessões para cada paciente) é conhecida a teoria do insght ,que com o paciente falando bastante de si mesmo e de suas neuroses ,justamente por isso ,acaba percebendo suas contradições ,tem uma luz ,é o insght.
         Não se pode varrer tudo para baixo do tapete ,isso é justamente a coisa oposta a fazer.
« Última modificação: 14 de Outubro de 2011, 21:26:26 por LaraAS »

 

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