Agnóstico como já colocaram aqui os serviços das empresas públicas e privadas não está tão longe uma da outra.
Falei que em bancos tive o mesmo “tratamento” (longas filas, indiferença, etc) em ambas linhas de empresa e quando em outros serviços que precisava de um serviço seja de telefonia, seja de cartão de crédito, seja de provedor de Internet, etc privados eu vi os mesmos os mesmos “vícios” (respostas padronizadas, falta de esforço, comodismo, apatia, etc) que se vê em qualquer repartição.
Talvez seja meio injusto avaliar duas situações iguais com valores diferentes.
Mas tanto o que vemos na esfera privada como na pública tem parte de culpa nossa.
Semana retrasada estava eu junto a uma professora na sala de aula e um aluno reclamando de outra professora (minha ex-chefe diga-se de passagem).
Todas as reclamações foram válidas e a professora arguiu como ele tinha respondido a ficha de avaliação dela (que vem no final de cada semestre).
Nem ele nem nenhum outro aluno havia feito uma avaliação ruim dela.
Da mesma forma que eu não havia reclamado na maioria dos locais que fui mal atendido (seja em empresa pública, seja em empresa privada) e conheço muita gente (e bota muita) que acha que não precisa avisar que tem um buraco no asfalto na frente da casa para a prefeitura saber.
Quando aconteceu comigo eu liguei para a SAAE e a telefonista perguntou se estava minado água.
Falei que não (mas não me limitei a isso e perguntei o motivo da pergunta).
Ela falou que o pessoal que faz o recapeamento e tapa buracos tinha uma lista de prioridade e os primeiros eram os mais antigos e os mais urgentes e haviam tido muitas ligações de quebra de encanamentos naquela semana.
Em uns 4 dias realmente estava tapado.
E como coloquei em outro tópico, se a parcela do imposto que nós (eu, você e outros) pagamos que fosse para educação/saúde/segurança/etc (e que não chega na totalidade, mas disso não nós importamos) fosse abatida na hora do pagamento do imposto caso usarmos escolas/planos/segurança/etc privadas eu até entenderia essa “exaltação” das empresas privadas, mas da mesma forma que não nós incomodamos de reclamar quando somos mal atendidos, também não lutamos para deixar de pagar por um serviço que não usamos (a menos que a coisa fique séria e a plano de saúde ou equivalente nos jogue para o alto e as empresas públicas se encarreguem de nos salvaguardar) e só damos valor a quem nos “sobretaxa” pelo mesmo serviço.
Ou seja, tanto a iniciativa privada como a pública tem seus méritos e suas pendências.
Não podemos fechar os olhos para uma para aplaudir a outra.
Minha preocupação é que não fique como em outro tópico que a visão clamada de imparcial é:
Se tiver concorrência da empresa privada com a empresa pública, esta não presta, pois atrapalha, já que a pública só pode ter serviços ruins e oferecer preços menores atrapalhando o lucro e os trabalhadores da empresa privada.
Se não tem concorrência na área por motivos de segurança ou desinteresse privado a pública é ruim, pois é monopólio.
Se a pública se envolve em novos campos ele não presta, pois está competindo com a iniciativa privada.
Se não se envolve ela não presta, pois não explora novos campos de desenvolvimento para o país.
Se contratar por concursos não presta, pois é elitista e tira talentos das empresas privadas.
Se não contratar não presta, pois é cabide de empregos e prova que baixa qualidade de todos funcionários públicos.
Se regular a concorrência de serviços para a população não presta, pois controla e é autoritária.
Se não regula não presta, pois não exerce sua função.
Se tem lucro não presta, pois não é função dela.
Se não dá lucro não presta, pois dá despesa.
Se puder demitir o funcionário para colocar o primo do prefeito ou coronel ligado ao partido que está no poder não presta, pois só se demite funcionário ruim (por isso as privadas não demitem funcionários).
Se tiver estabilidade não presta, pois é “privilégio” manter uma pessoa que passou por provas teorias e praticas demonstrando competência e conhecimento acima dos demais.
Se não tem produtividade não presta porque não tem cobrança.
Se cobrar produtividade não presta, pois precisa ficar cobrando.
Se o atendimento á população está cheio não presta, pois tem muita gente e não tem gerência.
Se o atendimento á população tem pouca gente, não presta, pois prova não ser necessário o serviço.
Se abrir concursos não presta, pois só seleciona pessoas vagabundas, corruptas e incompetentes.
Se não abre não presta, pois é um antro de gente vagabunda, corrupta e incompetente.
Se uma repartição pública não tem pessoal e dinheiro para fazer o serviço não presta, pois é mal gerenciada.
Se tiver não presta, pois está “inchada”.
Se for eficiente não presta, pois é pública.
Se não for eficiente não presta, pois é incompetente, corrupta e porque tem funcionários públicos.
Se abrir licitação não presta, pois deve ser tudo “carta marcada”.
Se não abrir não presta, pois não deve ter tido comissão para comprar por fora.
Se demitir o funcionário ruim não presta, pois é prova que todos são.
Se não demitir não presta, pois é coorporativismo e prova que todos são ruins.
Se demorar a entregar um serviço não presta, pois todos são preguiçosos, corruptos e incompetentes.
Se não demora não presta, pois não deve ter feito direito já que todos são corruptos, preguiçosos e incompetentes.
Se não atende bem não presta, pois são um bando de maleeducados, estáveis que deveriam arder no inferno.
Se atender bem não presta, pois poderia ter atendido melhor e bem... é funcionário público, basta isso para não prestar!!
Gente, se tem dinheiro (tem para muita barbaridade que vemos e ficamos calados) por que não se investir nos serviços para torna-los eficientes (como o citado poupatempo e o serviço no RN) ao invés de ter o dogmatismo acima?