Tópico: Trabalhador brasileiro x trabalhador americano

[Dr. Manhattan]

Algo interessante que vi hoje:

Assalariado brasileiro tem mais proteção social do que o americano, revela estudo


RIO - Ao colocar lado a lado os dois maiores mercados de trabalho das Américas, um estudo inédito feito pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) revela que o assalariado brasileiro tem mais proteção social do que o dos Estados Unidos e que o perfil de geração de empregos nos EUA foi pior que o brasileiro ao longo da década passada, antes da crise de 2008. Mais surpresas: enquanto em terras tupiniquins a recuperação gerou emprego e repôs perdas salariais, nos EUA os salários permaneceram estagnados.

(...)

- A gente desconfiava que o mercado de trabalho dos EUA teria um perfil desfavorável em termos de grau de proteção social. Mas não ao ponto que se apresentou. E olha que pegamos o melhor indicador possível, que é o acesso à previdência - afirma Claudio Dedecca, acrescentando que o resultado não indica que o Brasil está "no melhor dos mundos": - Não estamos dizendo que estamos no céu azul. Reconhecemos todas as nossas dificuldades. Mas o estudo aponta simplesmente que referência americana não nos cabe.




(...)

Para Dedecca, o trabalho tem a importância de derrubar alguns mitos. Um deles é a defesa de que a menor intervenção do Estado no mercado de trabalho americano seria um fator de garantia de menor precarização das relações. O outro é a visão de que os Estados Unidos ainda são um país atrativo no que se refere à boa remuneração de empregos de baixa ou média qualificação.

- O mercado dos EUA, de fato, já foi bastante atrativo para os brasileiros, pelos melhores salários. Hoje, e diversos estudos comprovam isso, só o é para a parcela de alta qualificação. O perfil mudou. Os salários mais baixos do setor privado lá giram em torno dos US$ 600 / US$ 700. Não é muito diferente do salário-médio do trabalhador brasileiro - acrescenta Dedecca. - Outro ponto importante: existe hoje um temor nos países desenvolvidos de que possa estar havendo uma "brasileirização" do mercado de trabalho desenvolvido. Que seria uma estrutura produtiva desenvolvida, de baixa qualificação e altamente informal. Ocorre que já estamos superando esta fase. O temor não faz sentido.

fonte:  http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/05/17/assalariado-brasileiro-tem-mais-protecao-social-do-que-americano-revela-estudo-924485267.asp#ixzz1MzLMQPE9

[3libras]

Atendimento à saúde pública não é mais uma garantia trabalhista desde a implementação do SUS.

Hoje em dia é uma garantia a todos os brasileiros, trabalhadores ou não.

[Geotecton]

Deve ser por isto que a "classe trabalhadora" brasileira está muito melhor que a sua congênere estadunidense.

[Diegojaf]

Sem dúvida. Nossa CLT é extremamente protecionista, apesar de isso reduzir muito a capacidade de investimentos dos empresários, não sei se em um quadro amplo isso é algo necessariamente ruim.

Eu não tenho essa confiança cega que alguns aqui tem em um livre mercado de trabalho sem quaisquer regulamentações.

EDIT: Uma outra coisa que temos e acho que por lá não existe, é a proteção do trabalhador ante a automação.

[Dodo]

A negociação coletiva nos EUA acaba por garantir os direitos que os americanos "não tem", segundo o quadro; ou seja, é ela quem define as questões que envolvem o pagamento das horas extras, folgas remuneradas, férias, etc.

[Diegojaf]

A negociação coletiva nos EUA acaba por garantir os direitos que os americanos "não tem", segundo o quadro; ou seja, é ela quem define as questões que envolvem o pagamento das horas extras, folgas remuneradas, férias, etc.

Sim, mas eu tenho minhas ressalvas quanto a sindicatos realmente defenderem interesses das classes que representam. Acho mais sólida uma legislação.

[Dr. Manhattan]

É bom lembrar também que aqui no Brasil ainda há um grande contingente de trabalhadores na informalidade.
Fiquei surpreso com alguns dados, como a ausência de indenização por demissão sem justa causa e a falta de garantia
de lincença-maternidade.

E é verdade: o SUS, a despeito de todos os seus problemas, atende, em princípio, a todos.

[Skorpios]

A negociação coletiva nos EUA acaba por garantir os direitos que os americanos "não tem", segundo o quadro; ou seja, é ela quem define as questões que envolvem o pagamento das horas extras, folgas remuneradas, férias, etc.

Sim, mas eu tenho minhas ressalvas quanto a sindicatos realmente defenderem interesses das classes que representam. Acho mais sólida uma legislação.

Concordo. Se deixar isso para os sindicatos(pelo menos a maioria deles) estamos ferrados.

[Liddell Heart]

Por mim, esses privilégios trabalhistas nem existiriam.

Bem, a maioria dos trabalhadores não se beneficiam dessas leis. E acho que sem o funcionalismo público o número de beneficiados seriam muito menor.

[Rhyan]

O nome disso é: Encargos Trabalhistas.

Depois não compreendem porque é tão difícil arrumar o 1º emprego, ou um novo emprego quando é velho.

[Diegojaf]

Por mim, esses privilégios trabalhistas nem existiriam.

Não são privilégios, são direitos.

Bem, a maioria dos trabalhadores não se beneficiam dessas leis.

?

E acho que sem o funcionalismo público o número de beneficiados seriam muito menor.

??

[WTF]

O nome disso é: Encargos Trabalhistas.

Depois não compreendem porque é tão difícil arrumar o 1º emprego, ou um novo emprego quando é velho.

Pois é, empregar alguém no Brasil é oneroso demais, esse protecionismo todo tem suas desvantagens... Fora a questão da remuneração deles ser maior, o que já compensa a falta de um monte desses direitos...

[Rhyan]

Não é óbvio que quanto mais "direitos" trabalhistas mais desemprego haverá?

[Liddell Heart]

Por mim, esses privilégios trabalhistas nem existiriam.

Não são privilégios, são direitos.

Aham...

Bem, a maioria dos trabalhadores não se beneficiam dessas leis.

?

E acho que sem o funcionalismo público o número de beneficiados seriam muito menor.

??

Maior parte dos trabalhadores brasileiros estão na informalidade(51% "atualmente", sendo que era 45% em 2004) . E, se não fosse o funcionalismo público, esse número seria consideravelmente maior(10% da nossa mão de obra está no setor público).




É impressão minha ou quanto mais "privilégios" ou "direitos" é concedida aos trabalhadores, maior é a porcentagem de informalidade?

[Diegojaf]

Não é óbvio que quanto mais "direitos" trabalhistas mais desemprego haverá?

Not really.

Com bem menos direitos, a taxa de desemprego nos EUA está girando a quanto? Uns 10%?

E a do Brasil? Na mesma faixa?

[Geotecton]

Não é óbvio que quanto mais "direitos" trabalhistas mais desemprego haverá?

Não necessariamente, tanto é que nas economias socialistas existia algo próximo do "pleno emprego", mas cujos valores eram ridiculamente baixos em uma economia com precificação totalmente controlada.

[Liddell Heart]

Não é óbvio que quanto mais "direitos" trabalhistas mais desemprego haverá?

Sim. O governo parece já ter percebido isso e tem afrouxado, muito pouco aliás, os "direitos" trabalhistas.

[Geotecton]

Não é óbvio que quanto mais "direitos" trabalhistas mais desemprego haverá?

Not really.

Com bem menos direitos, a taxa de desemprego nos EUA está girando a quanto? Uns 10%?

E a do Brasil? Na mesma faixa?

Excepcionalmente o EUA está com o desemprego na faixa de 9% a 10%, por causa da grande crise de 2008. Mas em "tempos normais" a taxa de desemprego é de menos de 4,5%, sem considerar que os salários-base deles são muito maiores do que os do Brasil.

[Rhyan]

Não é óbvio que quanto mais "direitos" trabalhistas mais desemprego haverá?

Not really.

Com bem menos direitos, a taxa de desemprego nos EUA está girando a quanto? Uns 10%?

E a do Brasil? Na mesma faixa?

Você não pode ignorar todos outros fatos.

A questão é que um livre mercado onde não existem leis trabalhistas, recessões seriam mais leves, e desempregos seriam quase nulos em épocas de crescimento econômico sustentável.

Sem falar que leis trabalhistas significam intromissão do governo em assuntos particulares, entre empregador e empregado.

[Diegojaf]

Maior parte dos trabalhadores brasileiros estão na informalidade(51% "atualmente", sendo que era 45% em 2004) . E, se não fosse o funcionalismo público, esse número seria consideravelmente maior(10% da nossa mão de obra está no setor público).

É impressão minha ou quanto mais "privilégios" ou "direitos" é concedida aos trabalhadores, maior é a porcentagem de informalidade?

Engraçado, essa notícia um pouco mais recente mostra números bem diferentes...

08/09/2010 - 12h55
Trabalho informal no Brasil cai ao menor nível da história

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) divulgada hoje pelo IBGE, com base em dados divulgados em 2009, indicou que o Brasil tinha no ano passado 54,3 milhões de trabalhadores.

Desses, 59,6% tinham carteira assinada, 28,2% eram informais e os 12,2% restantes eram militares ou funcionários públicos.

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2010/09/08/trabalho-informal-no-brasil-cai-ao-menor-nivel-da-historia.jhtm

[Rhyan]

Não necessariamente, tanto é que nas economias socialistas existia algo próximo do "pleno emprego", mas cujos valores eram ridiculamente baixos em uma economia com precificação totalmente controlada.

Evidentemente, estou falando de empregos de verdade... você poderia colocar todos os desempregados no exército, isso não resolve o problema.

[Diegojaf]

Não é óbvio que quanto mais "direitos" trabalhistas mais desemprego haverá?

Not really.

Com bem menos direitos, a taxa de desemprego nos EUA está girando a quanto? Uns 10%?

E a do Brasil? Na mesma faixa?

Você não pode ignorar todos outros fatos.

A questão é que um livre mercado onde não existem leis trabalhistas, recessões seriam mais leves, e desempregos seriam quase nulos em épocas de crescimento econômico sustentável.

Sem falar que leis trabalhistas significam intromissão do governo em assuntos particulares, entre empregador e empregado.

Aí, caríssimo Rhyan, saímos dos fatos e passamos a uma teoria que você defende arduamente.

Como eu disse, sei que as leis trabalhistas limitam o investimento, mas não tenho razões pra crer que sua completa ausência tornaria o quadro melhor para o funcionário.

[Diegojaf]

Não é óbvio que quanto mais "direitos" trabalhistas mais desemprego haverá?

Not really.

Com bem menos direitos, a taxa de desemprego nos EUA está girando a quanto? Uns 10%?

E a do Brasil? Na mesma faixa?

Excepcionalmente o EUA está com o desemprego na faixa de 9% a 10%, por causa da grande crise de 2008. Mas em "tempos normais" a taxa de desemprego é de menos de 4,5%, sem considerar que os salários-base deles são muito maiores do que os do Brasil.

Mas se hoje temos uma taxa de desemprego na ordem de 6%, estamos tão ruins assim com o mercado de trabalho regulamentado?

[Liddell Heart]

Maior parte dos trabalhadores brasileiros estão na informalidade(51% "atualmente", sendo que era 45% em 2004) . E, se não fosse o funcionalismo público, esse número seria consideravelmente maior(10% da nossa mão de obra está no setor público).

É impressão minha ou quanto mais "privilégios" ou "direitos" é concedida aos trabalhadores, maior é a porcentagem de informalidade?

Engraçado, essa notícia um pouco mais recente mostra números bem diferentes...

08/09/2010 - 12h55
Trabalho informal no Brasil cai ao menor nível da história

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) divulgada hoje pelo IBGE, com base em dados divulgados em 2009, indicou que o Brasil tinha no ano passado 54,3 milhões de trabalhadores.

Desses, 59,6% tinham carteira assinada, 28,2% eram informais e os 12,2% restantes eram militares ou funcionários públicos.

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2010/09/08/trabalho-informal-no-brasil-cai-ao-menor-nivel-da-historia.jhtm

É o IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) contra a OCDE(Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
Qual é mais confiável?

[Rhyan]

Hehehehehehe isso é engraçado, falar que a praxeologia é uma coisa na teoria e outra na prática é como falar que o Teorema de Pitágoras é um na teoria e outro na prática.

A praxeologia mostra que a ciência econômica é apriorística.