Autor Tópico: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?  (Lida 8565 vezes)

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Offline Liddell Heart

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #50 Online: 22 de Julho de 2011, 15:43:20 »
Alguns movimentos negros querem restituição por um crime que ocorreu há cem anos, e todos os envolvidos estão mortos. As ações afirmativas não são justas (pune D em nome de C, já que B fez mal ao A), e acho que deveriam ser substituídas por "leis de apropriação". Segundo as tais leis, usadas na América do Norte nos casos que envolvem propriedades indígenas, os descendentes de escravos, que comprovassem sua origem, teriam direito às terras que seus ascendente trabalharam.
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Offline pablito

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #51 Online: 22 de Julho de 2011, 15:52:07 »
Olá Donatello,

Ações afirmativas são pensadas como compensações provisórias. A questão é que, como não se sabe quando exatamente a sociedade deixará de precisar delas, elas não têm sua "data de validade" explicitada.

Além disso, um ganho secundário das ações afirmativas é o debate que provocam... e, assim como sua instauração passou por um processo de debate, sua revogação também precisará de um.

Questionar as ações afirmativas é bom e necessário.

E é importante ter consciência que haverá algum grau de distorção, como a consideração sobre  os "pobres brancos e ricos negros" tenta demonstrar.
A questão é, enquanto essas distorções forem um efeito colateral leve, dada sua baixa representatividade, a ação afirmativa ainda se justifica plenamente. Melhor essa distorção que afeta indivíduos do que a distorção que marginaliza segmentos inteiros da sociedade.

Para sair da questão racial, pensemos no caso dos portadores de necessidades especiais, exemplo da reportagem citada acima. O ganho é muito maior que qualquer eventual distorção no processo seletivo de alguma empresa... se é que houve alguma distorção...

E Liddell, as ações afirmativas para afro-descendentes não são uma compensação pela escravidão, mas para uma situação de desigualdade atual (que até pode remontar à escravidão, mas não tem nela sua justificativa principal).

Offline TMAG

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #52 Online: 22 de Julho de 2011, 23:16:00 »
Ação afirmativa para negros (ou para qualquer outro grupo ''excluído'') não vai mudar nada pois o principal problema educacional brasileiro é a falta de qualidade da escola pública que vai permanecer inalterado com ou sem acões afirmativas, sendo que as mesmas podem até mesmo piorar o já péssimo sistema educacional brasileiro colocando nas universidades públicas pessoas completamente incapacitadas para cursa-las. Outro problema é a tensão racial que isso gera, ainda mais em um país como o Brasil em que nem sempre é claro quem é branco e quem é negro.
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Offline rizk

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #53 Online: 22 de Julho de 2011, 23:23:55 »
(Risk, menina, quando você aparecer esclareça, como única forista que manifestou convicção do caráter racista da peça, se você, sendo branca, se reconhece como uma Sindrômica Persecumaníaca; mas apareça logo, menina, antes que o Pablito, pobre coitado... ;) )
Oh, mas Pablito fez bem e trouxe o texto do Dr. Semer, eu mesma achei muito bacana e teria colocado se tivesse chegado antes.
Só pra não dizerem que não disse, fica a entrevista que ele deu falando também sobre esse assunto: http://blog-sem-juizo.blogspot.com/2011/07/mirar-no-politicamente-correto-acertar.html

Então, tenho 98% de certeza que foi CULPA DO ESTAGIÁRIO ou correria da agência publicitária e tal. Agora, o fato de ninguém da agência ou da Dove ter reparado e ditoo "oh, mas isso de colocar a moça negra fica esquisito, parece aquelas figuras homo erectus homo sapiens, o povo vai chiar" é bem indicativo disso que hoje em dia estão chamando de "colorblind racism" nos EUA.

Você levanta essa questão de ser branca e ainda assim "se reconhece como uma Sindrômica Persecumaníaca".
Olha. Eu não saberia falar abstratamente sobre isso, então peço a licença de vocês pra falar mais coloquialmente.
Entendo que todos os seres humanos sentem fome, sentem frio, sentem solidão e medo. E ninguém em são consciência quer sofrer.
Entendo que cada um de nós, em razão de fatores relativos ao nosso nascimento ou às nossas escolhas durante a vida, já foi discriminado ou marginalizado.
E que, em razão disso, a gente tem a plena capacidade de "se colocar na pele" do outro ser humano que também sofre marginalização, a gente pode se identificar com essa pessoa e lutar com ela pra que esse sofrimento acabe.
Todo mundo conhece e já cansou de saber daquele poema que dizem que é do Brecht mas parece que não é:
Citar
Primeiro levaram os negros.
Mas não me importei com isso.
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários.
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis.
Mas não me importei com isso.
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados.
Mas como tenho meu emprego, também não me importei.
Agora estão me levando.
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém.
Ninguém se importa comigo.

É isso o que eu tinha pra dizer.

Agora, me cansa esse papo de vir opressor querer dizer como o oprimido tem que se sentir e que é hora de parar de mimimi. Dependendo de mim, a hora de parar é quando os filhos tiverem vergonha deles. Ou quando estiverem presos. O que vier antes.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #54 Online: 22 de Julho de 2011, 23:29:25 »
Então você acha que ninguém pode ser exageradamente sensível a coisas que não tem qualquer intenção de insultar e que apenas muito forçosamente podem ser vistas como insultantes, e o são apenas por uma fração da população que se acha "dona da verdade", a única capaz de ver a "opressão real" sofrida por todos de seu grupo?

Estou ofendido com essa opinião. A opressão que sofrem aqueles que acham que nem sempre os opressores clássicos estão oprimindo é algo terrível.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #55 Online: 22 de Julho de 2011, 23:35:34 »
BTW, o que acham por aqui do episódio "elevatorgate"? Cai bem aqui.


Eu primeiramente fiquei meio besta, achando o Dawkins bem idiota, sem ter visto as coisas num contexto melhor. Primeiro tive a impressão de que ele estava simplesmente desdenhando qualquer possiblidade de ocorrer um estupro num elevador e portanto que isso "justificasse" alguém se sentir desconfortável dependendo da forma como é abordada (o que seria algo no mínimo meio besta de se dizer, a menos que a pessoa sugerisse algo como que todo homem ao estar sozinho com uma mulher num elevador fica se segurando para não estuprar), e depois com a comparação do caso do elevador com o sofrimento verdadeiro que passam as mulheres em países árabes me pareceu algo meio como, você e seus amigos humanistas estarem falando de alguém que peidou no elevador e vir um concern troll falar que enquanto vocês discutem peidos tem gente morrendo de fome e em guerras pelo mundo.

Mas depois de uma examinada melhor realmente parece que ele estava com a razão, e faziam mesmo muito estardalhaço por um caso que simplesmente não sigificava nada.

Offline rizk

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #56 Online: 22 de Julho de 2011, 23:47:01 »
Então você acha que ninguém pode ser exageradamente sensível a coisas que não tem qualquer intenção de insultar e que apenas muito forçosamente podem ser vistas como insultantes, e o são apenas por uma fração da população que se acha "dona da verdade", a única capaz de ver a "opressão real" sofrida por todos de seu grupo?

Estou ofendido com essa opinião. A opressão que sofrem aqueles que acham que nem sempre os opressores clássicos estão oprimindo é algo terrível.
Ai BB, é claro que acontece de a pessoa ser muito sensível. Ainda mais quando está acostumada a tomar pedrada de tudo quando é lado.
Agora, a falta de intenção em insultar não exime ninguém. É até mais grave, parece-me, porque indica que aquele tipo de gente que se insulta é TÃO, MAS TÃO SEGUNDA CATEGORIA que nem se pensa duas vezes para falar mal.
Por mais que seja complicado o conceito de "privilégio", serve muito bem na prática.

Quanto ao "elevatorgate", mais uma vez, embora tenha rolado muita picuinha... acho que tem cu tem medo. É assustador que os homens não se sensibilizem com isso. Pra quem é mulher, a ameaça de violência sexual é frequente e constante. Vocês rapazes falam de agachar pra pegar o sabonete no vestiário, que não abaixam de jeito nenhum. Nem sei se isso é real ou se é lenda. Mas, de todo jeito: ser mulher é meio viver assim O TEMPO TODO. Então porra, não sejam assim tão insensíveis.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #57 Online: 23 de Julho de 2011, 00:00:26 »
O problema é que inicialmente parece que nem tinha nada a ver com violência sexual. Ela falou, "gente, não façam isso... justo quando eu acabo de dizer numa palestra que não gosto de ser sexualizada dessa forma".

Dá a entender que ela não supôs qualquer risco de estupro nem nada, mas apenas que é anti-cantadas/anti-qualquer-coisa-que-ela-assume-ser-uma-cantada.

E depois não gostou das respostas do Dawkins e começou a agitar uma queima um boicote de livros.



Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #58 Online: 23 de Julho de 2011, 00:06:28 »
O blog da Scented Nectar coloca uma questão bem dura: quem está fazendo mais pelas mulheres, essas feministas com toda essa choradeira hipersensível ou o Dawkins a quem estão chamando até de misógeno e sei lá mais o que?

Citar
[...] It's come out now, that BEFORE ELEVATORGATE, Richard Dawkins, arranged for his Foundation for Reason and Science, to pay for the childcare costs at all future TAM conferences. I found out about this today from ERV's article "Dawkins coup de grâce in Vegas". Now logically, since it's mostly women who take on child care responsibilities, providing free childcare might very well increase the attendance of women at atheist/skeptic events. It makes sense, plus it's a nice thing to do for attendees with children regardless of the attendee's gender.

So, here we have Dawkins doing something that will likely encourage female attendance. On the other hand, Rebecca Watson seems to think women are really being scared away because they might get sexist hate mail from misogynist atheists. Watson's conclusions about why there are less women at events than men have no real basis in much beyond some hate mail she's received from atheist men, and she says it happens when she talks about feminist issues. This is NOT necessarily representative of what happens to women in the atheist community. Perhaps it's representative of angry responses to discussions about feminist ideology itself, but not necessarily atheist discussions, not even ones where theocratic sexism is discussed. My guess is that the feminist topics she's referring to, are ones with talk of vague thought-crimes like 'sexualization', 'objectification', and other stuff which is NOT connected to atheism, not even the subtopics of theocratic laws/customs that are specifically against women . In my opinion, sexism is not running rampant in, or intrinsic to, the atheist community. [...]

Makes me wonder who's doing more to improve the state of women in the world? Is it the atheist community (who do things like help out with the extra burden women often have in child care responsibilities, and who fight against the horrible regimes that mutilate, rape, kill, and enslave women as a matter of routine), or is it the feminist community (who complain about things like how oppressive those 'sexualizing' thoughts that men allegedly have even though they've accepted our "no's" as "no's" politely with no fuss)?

http://scentednectar.blogspot.com/2011/07/last-dregs-of-elevatorgate-coffee.html


Sem falar que, no lado mais "pró-Dawkins" da coisa, tem até mulheres que foram de fato vítimas de estupro, não dá para dividir a coisa simplesmente em gente com-pênis-e-portanto-sem-a-menor-consideração-com-o-medo-que-mulheres-têm-de-estupro e quem não tem e portanto realmente entende, sendo as únicas com direito de falar e automaticamente certas. As que divergem são desconsideradas como não sendo "feministas de verdade" e sei lá o que mais.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #59 Online: 23 de Julho de 2011, 00:13:19 »
Um dos comentários da própria autora de um post sobre o assunto:

Citar
http://mindymayhem.wordpress.com/2011/07/07/a-different-female-atheist-opinion-on-the-skepchickdawkins-debacle/

[...]


mindymayhem says:
July 12, 2011 at 11:32 am


Yes, I have been raped and yes, I have been threatened by an anonymous stranger. (Never mugged.)

I have never denied Rebecca’s rights to her feelings. If she felt weirded out, that is certainly her right. Have you even read the comments, here? Because I feel like we’ve gone over these issues. The PROBLEM is telling the scenario on youtube and the way she worded it, to make the guy sound like some potential rapist. Well actually, that’s just part of the problem. Part of the problem is scaring the living shit out of men in general over nothing. You feel weird… Okay. That doesn’t mean that there was inappropriate behavior, here. And I for one don’t want men feeling they can’t ask the same of me – even in an elevator, which by the way probably has a security camera and is only sealed for a manner of seconds. And the larger part of this debate is not even about if Watson’s actions about this incident were appropriate: It’s about whether trying to form her own little anti-Dawkins boycotting militia is an appropriate response.



Eu ainda divirjo um pouco, acho que seria perfeitamente aceitável que ela falasse algo meio nessas linhas dentro do contexto de esquisitice do tipo "mas será que esse cara é um estuprador", mas parece que nunca foi realmente o caso. Parece ter "virado" em torno disso por "revisionismo", distorção uma forma de dar maior seriedade (mas também talvez algumas más interpretações de gente que pegou o bonde andando) ao que não era realmente nem digno de nota, só essas noções mais toscas de crime de pensamento e pretensas habilidades de ler de pensamento.

Offline Donatello

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #60 Online: 23 de Julho de 2011, 00:27:26 »
Não sabia do caso e novamente meu inglês es malo: pero joguei no Google e caí aqui e se a narrativa feita pelo blogueiro é mesmo coerente com os fatos então parece mesmo que foi muito barulho por nada, mas não de Watson, de Dawkins.

É claro que se ao longo da conversa que eu não li e nem devo ler a mulher insinuou de qualquer maneira que uma cantada, digamos, mais objetiva quanto aos seus fins fosse de qualquer modo semelhante a um estupro ou tentativa de estupro então Dawkins estaria com a razão... mas parece que não foi assim, parece que foi mais um "gente, hoje eu tava no elevador e um colega me passou logo um cantadão direto e grosso pra eu visitar a suite dele, fiquei super-sem-graça... calma aê meninos" que ao longo de horas foi se desdobrando em um telefone sem fio...

Eu acho que nós precisamos aprender a lidar (ou a qualificar corretamente) o diabo das mensagens de 144 toques. Mensagens de 144 toques ou pouco mais tem tudo para serem rápidas, objetivas, originais e carregarem em seu bojo informações... incompletas, desfiguradas, invertidas de seu senso original. Uma frase captada numa entrevista de sei lá quantos quartos de hora de um Lars von Trier dificilmente vai conseguir sintetizar de qualquer modo o que um Lars von Trier disse na entrevista. Pode até servir para resumir um culto do Malafaia ("Gimme your money, 30 per cent...") ...

Parece ter sido neste golpe mesmo que o infalível papa do ateísmo falhou ;|

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #61 Online: 23 de Julho de 2011, 01:07:06 »
A impressão que esse resumo passa é parecida, mas ainda um pouco melhro para o lado do Dawkins, com a que eu tive incialmente, que "de sopetão" o Dawkins postou esses comentários fazendo pouco do caso. Mas isso só veio depois de algum estardalhaço em torno do comentário dela, não sendo uma resposta direta foi. Foi o septuagésimo quinto comentário em um blog que discutia o caso.

A tradução da transcrição do que Watson disse no vídeo:

"Para bom entendedor meia palavra basta, caras. Não façam isso. Eu não sei como mais explicar como isso me faz sentir muito desconfortável, mas vou apenas meio que esboçar: estava lá eu uma mulher solteira num país estrangeiro com você, só você, e eu -- não me convide de volta para o seu quarto de hotel logo quando eu acabei de falar sobre como me dá arrepios e me deixa desconfortável quando os homens me sexualizam dessa maneira"

A frase do cara teria sido (ainda não ouvi disso ser contestado), "não me entenda mal, mas eu te achei muito interessante, e gostaria de falar mais com você. Você gostaria de vir para o meu quarto para um café?"

Ao qual ao que se sabe ela respondeu negativamente e ele assim aceitou, sem bloquear a passagem para fora do elevador ou qualquer outro comportamento ameaçador/não completamente normal.



Agora que acabo de ver, ao menos apenas por esse tópico, o drama também não foi assim tão grande quanto eu imaginava, ainda que haja sim um ponto de qualquer maneira. Por mais "sem jeito" que possa ser a atitude do cara, era só isso, um cara meio sem jeito. E a forma como o assunto acaba sendo discutido fica tendo tons meio de "nunca fale com uma mulher que não estiver cercada por seguranças antes de ela ter te dado uma autorização expressa para se dirigir a ela, pois ela nunca sabe se você é um assassino profissional e irá degolar seus seguranças e então estuprá-la", leve sempre isso em consideração. Enquanto o comentário original, ainda que seja dúbia a parte referente a preocupação com estupro (que foi uma interpretação posterior, ou ela iguala "sexualização" com "potencial de estuprabilidade" ou algo assim), não foi nada demais, a coisa partia para um exagero, é o comentário do Dawkins teria vindo bem à calhar para fazer as pessoas enxergarem melhor as dimensões do ocorrido/não-ocorrido.

Offline Adriano

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #62 Online: 23 de Julho de 2011, 04:01:22 »
[...] quem fomenta o racismo, as vezes chamados de racialismo, são os movimentos de ação afirmativa. [...]

Ações afirmativas ajudam a corrigir distorções. Considerar que são as ações afirmativas que fomentam o preconceito é inverter a realidade e culpar a vítima.

Acho importante abrir um parêntesis aqui e considerar (como alguém já citou aqui) que às vezes um charuto é apenas um charuto, mas isso em nada invalida ou diminui a importância de se fazer uma leitura cuidadosa das imagens que são usadas na publicidade e em nosso cotidiano.

Abaixo, uma interessante reportagem sobre uma ação afirmativa - e que não fomenta preconceito!

http://economia.ig.com.br/carreiras/lei+de+cotas+para+pessoas+com+deficiencia+completa+20+anos/n1597093206543.html

Trecho:
"Vinte anos após a promulgação da Lei 8.213 de 1991, conhecida como Lei de Cotas - que prevê que empresas com mais de 100 empregados destinem de 2% a 5% de suas vagas para pessoas com deficiência -, o balanço sobre a inserção deste público no mercado de trabalho é positivo."

A minha intenção foi demonstrar o que está por traz do pensamento de que está tudo beleza e que, no caso, não existe o problema do racismo e sim apenas um problema socioeconômico. É como se as politicas sociais fossem incompatíveis com as ações afirmativas, sendo que são aplicadas em conjunto e já fazem parte de uma determinação da política mundial. Por isso não me preocupo tanto com as críticas.

Mas é interessante ver o mote do tópico, para suscitar um debate na linha: "-Como esse pessoal enxerga racismo em tudo!" , portando a vontade de demonstrar de forma explícita o quanto é enganoso a percepção de racismo. E com esta linha de encaminhamento do tópico, a simples observação do contrário, como a de um racismo mesmo inconsciente/não intencional da propaganda, tende a ser tomada como extremista.

Portanto, deixemos esta nossa "sindrome de perseguidinhos" de lado e nos ajustemos ao entendimento normal da realidade   ::)

Preconceito é como cabelo e unhas, precisamos sempre aparar. Ou ele cresce a tal ponto que nos estigmatiza(perante os outros mas principalmente perante nós mesmos). Assim é em nossa convivência com o mundo. Se você se aproxima inadvertidamente de alguém que não conhece, cumprimenta se aproxima, a pessoa espirra perto de você etc., nem por isso voce muda seu comportamento padrão. Porém você passa a saber que aquela pessoa por exemplo tem um virus x que ninguém sabe ao certo a respeito do que faz, voce passa a ter uma reserva qualquer que você não sabe de onde tirou. Mas voce procura saber a respeito porque quer racionalizar tanto quanto for possível dessa "inquietação" súbita . Você está cortando o cabelo/preconceito.

Muito interessante. Até para evitar cair num comportamento ilegal sem querer.
« Última modificação: 23 de Julho de 2011, 04:03:52 por Adriano »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline pablito

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #63 Online: 23 de Julho de 2011, 09:05:14 »
Uma coisa interessante é que se costuma criticar as ações afirmativas dizendo que ações sociais seriam mais efetivas.

A questão é, as ações afirmativas não pretendem apenas (nem preferencialmente) corrigir distorções socioeconômicas. Seu principal objetivo é dar visibilidade à diversidade.

Inserir portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho, garantir espaço para mulheres ou afrodescendentes, é dar visibilidade a grupos minoritários e/ou discriminados.

Offline Donatello

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #64 Online: 23 de Julho de 2011, 10:13:49 »
Uma coisa interessante é que se costuma criticar as ações afirmativas dizendo que ações sociais seriam mais efetivas.

A questão é, as ações afirmativas não pretendem apenas (nem preferencialmente) corrigir distorções socioeconômicas. Seu principal objetivo é dar visibilidade à diversidade.

Inserir portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho, garantir espaço para mulheres ou afrodescendentes, é dar visibilidade a grupos minoritários e/ou discriminados.
Ações sociais eficazes fariam isso perfeitamente por tabela e sem distorções ou conflito que ações afirmativas geram. A maioria dos beneficiários do bolsa-família são negros; o bolsa-família tem sido apontado tanto por analistas partidários quanto por isentos (estes, óbvio, mais importantes) como uma das causas fundamentais do efeito migração socioeconomica massiva de entes das classes E/D para a C...isso. é óbvio. está dando maior "visibilidade aos entes destas classes", a maioria, quase totalidade, não por acaso: negros ou pardos. Mas isso não gera privilégios só pela cor (no momento em que entram nas classes mais abastadas e se estabilizam nela estes entes DEIXAM de ser beneficiários dos "privilégios") e isto não gera um sentimento de facção entre negros e não-negros e não se corre o risco de que daqui a 50  anos sejam os negros os mais ricos e os brancos os a terem que lutar por séculos para acabar com os privilégios dos negros no acesso a universidade pública ou ao emprego (eu sei que esta parece uma idéia absurda quando se fala de negros, dificilmente os negros vão estar em melhor situação que os brancos nos próximos 50 anos, com ou sem cotas, com ou sem projetos sociais; mas insisto que é uma idéia quase atual quando se fala de mulheres)...

Você disse em resposta anterior que quando os privilégios não forem mais necessários eles serão prontamente extintos... pode ser... mas duvi d ó dó... "privilégios" viram "direito" no ideário coletivo, sobretudo entre as pessoas que os recebem. Tente apenas chegar em uma conversa cotidiana e somente esboçar a idéia de que talvez, quem sabe, "garantias" como aposentadoria precoce ou lei maria da penha pudessem ser revista no futuro ou que de alguma forma estes não sejam exatamente "direitos das mulheres" mas apenas privilégios/compensações com prazo de validade desconmhecido... vá de capacete e vestido assim:


« Última modificação: 23 de Julho de 2011, 10:19:23 por Donatello van Dijck »

Offline Adriano

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #65 Online: 23 de Julho de 2011, 14:03:07 »
Uma coisa interessante é que se costuma criticar as ações afirmativas dizendo que ações sociais seriam mais efetivas.

A questão é, as ações afirmativas não pretendem apenas (nem preferencialmente) corrigir distorções socioeconômicas. Seu principal objetivo é dar visibilidade à diversidade.

Inserir portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho, garantir espaço para mulheres ou afrodescendentes, é dar visibilidade a grupos minoritários e/ou discriminados.
E o curioso dessa análise publicitária, é que comparando com o aspecto econômico, poderiamos utilizar a mesma falácia e dizer que os ricos não reclamam do seu status social, considerando a perfeição da estrutura social, onde a meritocracia funciona perfeitamente e quem tem dinheiro é devido as suas qualidades pessoais que são reconhecidas pelo mercado.

Assim os pobres resmungões seriam apenas uns chorões que não aceitam a sua condição, baseada apenas na sua falta de méritos, o que é comum na diversidade social, com muitas pessoas tendo talentos e outras não.

Mas como eu não acredito nisso, também não acredito na falácia de que os brancos não reclamam/reclamariam de racismo por serem imunes a "sindrome de perseguidinhos" e portanto pessoas nobres e diferentes desses "contaminados" que promoveriam o desentendimento étnico através de suas reclamações infundadas   :wink:
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline pablito

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #66 Online: 23 de Julho de 2011, 19:38:40 »
Ações sociais eficazes fariam isso perfeitamente [...] e isto não gera um sentimento de facção entre negros e não-negros [...]
Veja, um “sentimento de facção” (vulgo, racismo) já existe. E não foi a ação afirmativa que o criou. Talvez ela o explicite mais – o que é bom, pois no Brasil tendíamos a negar que o racismo existisse (o papo furado da “democracia racial”).
Além disso, ações sociais criam compensações socioeconômicas, mas não se vinculam a mudanças na percepção de raça, gênero ou do portador de necessidades especiais. A criação de cotas ou outras compensações baseadas na raça ou gênero traz o assunto à discussão. Impede que se finja que não há racismo ou discriminação de gênero. E esse é o grande mérito das ações afirmativas.
[...] e não se corre o risco de que daqui a 50  anos sejam os negros os mais ricos e os brancos os a terem que lutar por séculos para acabar com os privilégios dos negros no acesso a universidade pública ou ao emprego (eu sei que esta parece uma idéia absurda quando se fala de negros, dificilmente os negros vão estar em melhor situação que os brancos nos próximos 50 anos, com ou sem cotas, com ou sem projetos sociais; mas insisto que é uma idéia quase atual quando se fala de mulheres)...
No caso racial, creio que concordamos que uma inversão dessas é uma ideia absurda.  :D
No caso de gênero, essa inversão ainda é absurda. Ainda temos uma desigualdade de gênero que justifica compensações. Mas creio que pensamos parecido ao acreditarmos que compensações de gênero na aposentadoria já podem começar a ser repensadas.
Você disse em resposta anterior que quando os privilégios não forem mais necessários eles serão prontamente extintos... pode ser... mas duvi d ó dó... "privilégios" viram "direito" [...]
“Prontamente”, não. Também acho que essas compensações serão bem difíceis de tirar (como foram de criar). O exemplo da aposentadoria especial para mulheres parece-me muito bom aqui. Mas a instauração e a revogação de ações afirmativas passam por debates sobre o estado da sociedade. E esses debates são bons.
Só não acho que ações afirmativas são “privilégios”. Muito menos “privilégios que viram direitos”.
Mas, se esses direitos algum dia virarem privilégios, aí sim estará na hora de revoga-los.

Offline TMAG

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #67 Online: 23 de Julho de 2011, 20:18:42 »
Veja, um “sentimento de facção” (vulgo, racismo) já existe. E não foi a ação afirmativa que o criou. Talvez ela o explicite mais – o que é bom, pois no Brasil tendíamos a negar que o racismo existisse (o papo furado da “democracia racial”).
Além disso, ações sociais criam compensações socioeconômicas, mas não se vinculam a mudanças na percepção de raça, gênero ou do portador de necessidades especiais. A criação de cotas ou outras compensações baseadas na raça ou gênero traz o assunto à discussão. Impede que se finja que não há racismo ou discriminação de gênero. E esse é o grande mérito das ações afirmativas.

Não acho que o racismo exista de forma aprofundada na sociedade brasileira, e falo isso com experiência de já ter ido várias vezes ao país que considero o mais racista do mundo, EUA. Comparado as divisões e o ''sentimento de facção'' que há nos EUA o Brasil é o éden racial, aqui as pessoas no seu cotidiano geralmente não pensam em si mesmas como membros de um grupo racial oposto a outros como há por lá e sim como brasileiros. É por isso que pouca gente aqui se define como ítalo-brasileiro, luso-brasileiro, afro-brasileiro, teuto-brasileiro etc... São apenas brasileiros, situação bem diferente da de lugares como os EUA e o mundo anglo-saxão em geral. As ações afirmativas são a tentativa de um grupo dos movimentos negros de ''racializar'' o Brasil aos moldes norte-americanos e não de corrigir uma suposta assimetria entre dois grupos raciais. Aliás, acho rísivel eles dizerem que o Brasil tem a segunda maior população ''negra'' do mundo, quando de fato boa parte dos indivíduos classificados como ''negros'' por esses grupos ''afro-brasileiros''(expressão deveras ridícula, pois nem todos os nativos do continente africano são negros) JAMAIS seriam considerados negros em países africanos, para se ter uma idéia da paranóia desses caras cheguei a ver um deles dizendo que a modelo/atriz/semi-prostituta Viviane Araújo é negra e ''renega sua raça'', o que é absurdamente ridículo. Essa ideia de ''ações afirmativas'' não passa de uma tentativa de implantar no Brasil o racismo da one-drop-rule norte-americana.

Não nego que possam haver clichês e estereótipos negativos associados ao negro na sociedade brasileira, também não nego que pessoas que se parecem fenotipicamente mais africanas possam sofrer discriminação, apenas não acho que a motivação para tais atos seja GERALMENTE de origem racial, penso que é sobretudo o fato de os negros serem o grupo mais pobre que gera esse tipo de preconceito. E para ser bem sincero acho que quem defende ações afirmativas quer é se esquivar do grande problema social brasileiro, que é o péssimo estado em que se encontra a educação pública.
''O objetivo dos Governos é sempre o mesmo: limitar o indivíduo, domesticá-lo, subordiná-lo, subjugá-lo.'' - Max Stirner


Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #69 Online: 24 de Julho de 2011, 15:14:29 »

Você disse em resposta anterior que quando os privilégios não forem mais necessários eles serão prontamente extintos... pode ser... mas duvi d ó dó... "privilégios" viram "direito" no ideário coletivo, sobretudo entre as pessoas que os recebem.

Só de usar esse termo "privilégio" em vez de usar termos como "direitos" ou "conquistas", já pode causar alguma considerável polêmica, e é grande o risco de ser taxado de misógeno/racista ou qualquer que for o caso.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #70 Online: 24 de Julho de 2011, 15:29:55 »
Uma coisa interessante é que se costuma criticar as ações afirmativas dizendo que ações sociais seriam mais efetivas.

A questão é, as ações afirmativas não pretendem apenas (nem preferencialmente) corrigir distorções socioeconômicas. Seu principal objetivo é dar visibilidade à diversidade.

Bem, isso parece que é a interpretação pessoal de cada um, muitas vezes. Ou há alguma confirmação oficial disso, uma espécie de declaração dos princípios dessas políticas? Acho que vão variar em cada caso, tanto de país em país quanto a políticas independentes em cada país, muitas vezes.


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Inserir portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho, garantir espaço para mulheres ou afrodescendentes, é dar visibilidade a grupos minoritários e/ou discriminados.

Independentemente do que eu havia dito anteriormente, a discriminação racial ou sexual continua sendo bastante questionável, não fica tudo resolvido se o objetivo declarado for o de "dar visibilidade".

Há que se perguntar:

- essas formas de discriminação são justas? São legais ante o princiípio de isonomia?

- em que "dar visibilidade" a esses grupos é algo interessante além de propaganda política?

- sua visibilidade só pode ser ampliada na forma de discriminação no mercado de trabalho ou na entrada para a faculdade? Não haveriam meios mais justos?

- quaisquer que sejam esses outros supostos objetivos paralelos, estão sendo mensuravelmente alcançados, ou as coisas ficam tudo na assunção de que eventualmente funcionará?

- havariam efeitos colaterais dessa discriminação? Poderiam eles ser mais graves do que o suposto ganho?


Tudo isso é largamente esquecido porque "o que vale é a intenção" no modo de pensar popular. Qualquer coisa que pareça bem intencionada, não importando tanto seus efeitos, será mais popular do que qualquer alternativa que, embora seja melhor e mais justa, possa ser retratada como algo duro e sem consideração pelas pessoas que enfrentam variados problemas.


Offline Liddell Heart

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #72 Online: 24 de Julho de 2011, 15:47:21 »
Os movimentos pró-ações afirmativas só querem o fim da discriminação negativa contra os negros (negros segundo a concepção desses mesmos movimentos), eles não têm nada contra a discriminação estatal que busca favorecer os negros (e, por consequência, desfavorecer as demais raças).

É interessante como alguns movimentos idealizam Zumbi (que, segundo alguns historiadores, poderia ter tido escravos) em detrimento do movimento abolicionista. Já ouvi um alguém dizer que a princesa Isabel não teve nenhum mérito na abolição do escravatura. :/
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Offline Adriano

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #73 Online: 24 de Julho de 2011, 16:07:19 »
Os movimentos pró-ações afirmativas só querem o fim da discriminação negativa contra os negros (negros segundo a concepção desses mesmos movimentos), eles não têm nada contra a discriminação estatal que busca favorecer os negros (e, por consequência, desfavorecer as demais raças).
O mote das ações afirmativas é a desigualdade socioeconômica como fato comprovador da desigualdade étnica existente. Eu acredito nesta desigualdade como fruto do racismo e vejo como importante a igualdade racial. Acho uma situação nazista, da nossa nação, as universidades com maioria de brancos e os presídios com maioria de negros.

Corrigir essa desgraça étnica através da educação é a melhor maneira possível. Manter a perversa situação é favorecer determinadas etnias, considerando que a sua superioridade social seja originada de condições justas.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Liddell Heart

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Re: Dentre esses designs de anúncio, qual é o mais racista e qual é o menos racista?
« Resposta #74 Online: 24 de Julho de 2011, 16:48:04 »
Os movimentos pró-ações afirmativas só querem o fim da discriminação negativa contra os negros (negros segundo a concepção desses mesmos movimentos), eles não têm nada contra a discriminação estatal que busca favorecer os negros (e, por consequência, desfavorecer as demais raças).
O mote das ações afirmativas é a desigualdade socioeconômica como fato comprovador da desigualdade étnica existente. Eu acredito nesta desigualdade como fruto do racismo e vejo como importante a igualdade racial. Acho uma situação nazista, da nossa nação, as universidades com maioria de brancos e os presídios com maioria de negros.

Nossa desigualdade social tem mais a ver com nosso modelo econômico (desenvolvimentismo da ditadura) do que com nosso modelo social.

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Corrigir essa desgraça étnica através da educação é a melhor maneira possível. Manter a perversa situação é favorecer determinadas etnias, considerando que a sua superioridade social seja originada de condições justas.

Cotas só favorecem uma ínfima parcela dos ditos afro-descendentes (lê-se, pessoas com ascendentes oriundos da África subsaariana), a grande maioria não é beneficiada. Mesmo se a maioria fosse beneficiada, não seria justo que os ditos brancos sofram por algo que eles não ocasionaram. Fora que é nefasto um governo discriminar com base na cor/etnia/raça ou sei lá.
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