Autor Tópico: Resumo : Somos Todos Otários  (Lida 15874 vezes)

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Offline Feliperj

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Resumo : Somos Todos Otários
« Online: 28 de Junho de 2011, 22:27:19 »
Lucro Brasil faz consumidor pagar o carro mais caro do mundo
"Por que baixar o preço se o consumidor paga?", pergunta um executivo de montadora
Texto: Joel Leite/AutoInforme

Fotos: sxc.hu
 

(27-06-11) - O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o alto valor da mão de obra, mas os fabricantes não revelam quanto os salários - e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.

A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção. Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.

A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: os gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas.

Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.

Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.

Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?

Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros.

A carga tributária caiu

O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100hp recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.

Hoje - com os critérios alterados - o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.

Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.

Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.

Isso sem contar as ações do governo, que baixou o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.

As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora de estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais e para choque saliente. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.

A margem de lucro é três vezes maior que em outros países

O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.

O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.

O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.

O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.

Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o Lucro Brasil (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.

Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.

Será possível que a montadora tem um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa não fala sobre o assunto.

Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.

Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.

Porque o mesmo carro é mais barato na Argentina e no Chile?

A ACARA, Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina, divulgou em fevereiro, no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos (N.A.D.A), em São Francisco, os valores comercializados do Corolla nos três países. No Brasil o carro custa U$ 37.636,00, na Argentina U$ 21.658,00 e nos EUA U$ 15.450,00.

O consumidor paraguaio paga pelo Kia Soul U$ 18 mil, metade do preço do mesmo carro vendido no Brasil. Ambos vêm da Coreia. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.

Outro exemplo de causar revolta: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil. No Brasil esse carro custa R$ 65,7 mil.

Quer mais? O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil.

A Volkswagen não explica a diferença de preço entre os dois países. Solicitada pela reportagem, enviou o seguinte comunicado:

As principais razões para a diferença de preços do veículo no Chile e no Brasil podem ser atribuídas à diferença tributária e tarifária entre os dois países e também à variação cambial.

Questionada, a empresa enviou nova explicação:

As condições relacionadas aos contratos de exportação são temas estratégicos e abordados exclusivamente entre as partes envolvidas.

Nenhum dirigente contesta o fato de o carro brasileiro ser caro, mesmo considerando o preço FOB: o custo de produção, sem a carga tributária.

Mas o assunto é tão evitado que até mesmo consultores independentes não arriscam falar, como o nosso entrevistado, um ex-executivo de uma grande montadora, hoje sócio de uma consultoria, e que pediu para não ser identificado.

Ele explicou que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de venda e na lealdade à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.

O que faz a fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultor, é o fato do México ter um mercado mais competitivo.

City é mais barato no México do que no Brasil por causa do drawback

Um dirigente da Honda, ouvido em off, responsabilizou o drawback, para explicar a diferença de preço do City vendido no Brasil e no México. O drawback é a devolução do imposto cobrado pelo Brasil na importação de peças e componentes importados para a produção do carro. Quando esse carro é exportado, o imposto que incidiu sobre esses componentes é devolvido, de forma que o valor base de exportação é menor do que o custo industrial, isto é: o City é exportado para o México por um valor menor do que os R$ 20,3 mil. Mas quanto é o valor dos impostos das peças importadas usadas no City feito em Sumaré? A fonte da Honda não responde, assim como outros dirigentes da indústria se negam a falar do assunto.

Ora, quanto poderá ser o custo dos equipamentos importados no City? Com certeza é menor do que a diferença de preço entre o carro vendido no Brasil e no México (R$ 15 mil).

A propósito, não se deve considerar que o dólar baixo em relação ao real barateou esses componentes?

A conta não bate e as montadoras não ajudam a resolver a equação. O que acontece com o Honda City é apenas um exemplo do que se passa na indústria automobilística. Apesar da grande concorrência, nenhuma das montadoras ousa baixar os preços dos seus produtos. Uma vez estabelecido, ninguém quer abrir mão do apetitoso Lucro Brasil.

Ouvido pela AutoInforme, quando esteve em visita a Manaus, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito, respondeu que, retirando os impostos, o preço do carro do Brasil é mais caro que em outros países porque aqui se pratica um preço mais próximo da realidade. Lá fora é mais sacrificado vender automóveis.

Ele disse que o fator câmbio pesa na composição do preço do carro Brasil, mas lembrou que o que conta é o valor percebido. O que vale é o preço que o mercado paga.

E por que o consumidor brasileiro paga mais do que os outros?

Eu também queria entender - respondeu Takanobu Ito - a verdade é que o Brasil tem um custo de vida muito alto. Até o McDonald aqui é o mais caro do mundo.

Se a moeda for o Big Mac - confirmou Sérgio Habib, que foi presidente da Citroën e hoje é importador da chinesa JAC - o custo de vida do brasileiro é o mais caro do mundo. O sanduíche custa U$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui. Sérgio Habib investigou o mercado chinês durante um ano e meio à procura por uma marca que pudesse representar no Brasil. E descobriu que o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística; que o salário dos engenheiros e dos operários chineses não é menor do que o dos brasileiros.

Tem muita coisa torta no Brasil - concluiu o empresário, não é o carro. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai e Pequim custa U$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil.

Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado, disse.

Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço:

Me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?, questionou.

Ele se refere ao valor percebido pelo cliente. É isso que vale. O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.

Por que baixar o preço se o consumidor paga?, explicou o executivo.

Em 2003, quando foi lançado, o EcoEsport, da Ford, não tinha concorrente. Era um carro diferente, inusitado. A Ford cobrou caro a exclusividade: segundo informações de uma fonte que tinha grande ligação com a empresa na época, e conhecia os custos do produto, o carro tinha uma margem líquida de US$ 5 mil.

A montadora põe o preço lá em cima. Se colar, colou

Quando um carro não tem concorrente direto, a montadora joga o preço lá pra cima, disse um dirigente do setor. É usual, até, a fábrica lançar o carro a um preço acima do pretendido, para tentar posicionar o produto num patamar mais alto. Se colar, colou. Caso contrário, passa a dar bônus à concessionárias até reposicionar o modelo num preço que o consumidor está disposto a pagar.

Um exemplo recente revela esse comportamento do mercado. A Kia fez um pedido à matriz coreana de dois mil Sportage por mês, um volume que, segundo seus dirigentes, o mercado brasileiro poderia absorver. E já tinha fixado o preço: R$ 75 mil. Às vésperas do lançamento soube que a cota para o Brasil tinha sido limitada a mil unidades. A importadora, então, reposicionou o carro num patamar superior, para R$ 86 mil. E, como já foi dito aqui: pra que vender por R$ 75 mil se tem fila de espera pra comprar por R$ 86 mil? A versão com câmbio automático, vendida a R$ 93 mil, tem fila de espera e seu preço sobe para R$ 100 mil no mercado paralelo.

Cledorvino Belini, que também é presidente da Fiat Automóveis e membro do Conselho Mundial do Grupo Fiat, responsabiliza os custos dos insumos pelo alto preço do carro feito no Brasil. Disse que o aço custa 50% mais caro no Brasil em relação a outros países e que a energia no País é uma das mais caras do mundo.

A Anfavea está fazendo um Estudo de Competitividade para mostrar ao governo o que considera uma injusta concorrência da indústria instalada no Brasil em relação aos importadores.

Os fabricantes consideram que o custo dos insumos encarece e prejudica a competitividade da indústria nacional. O aço comprado no Brasil é 40% mais caro do que o importado da China, que usa minério de ferro brasileiro para a produção, revelou Belini. Ele apontou também os custos com a logística como um problema da indústria nacional e criticou a oneração do capital. É preciso que o governo desonere o capital nos três setores: cadeia produtiva, na infraestrutura e na exportação de tributos, disse.

Com a crise, o setor mostrou que tem (muita) gordura pra queimar. O preço de alguns carros baixou de R$ 100 mil para R$ 80 mil. Carros mais caros tiveram descontos ainda maiores.

São comuns descontos de R$ 5 mil, 10 mil. Como isso é possível se não há uma margem tão elástica pra trabalhar?

A GM vendeu um lote do Corsa Classic com desconto de 35% para uma locadora paulista, segundo um executivo da locadora em questão. O preço unitário foi de R$ 19 mil!

As montadoras tradicionais tentam evitar o óbvio, que é a perda de participação para as novas montadoras, disse José Carlos Gandini, presidente da Kia e da Abeiva, a associação dos importadores de veículos. O dólar é o mesmo pra todo mundo. As montadoras também compram componentes lá fora, e muito. Além disso, os importados já pagam uma alíquota de 35%, por isso não se trata de uma concorrência desleal, ao contrário, as grandes montadoras não querem é abrir mão da margem de lucro.

Mini no tamanho, big no preço

Mini, Fiat 500, Smart são conceitos diferentes de um carro comum: embora menores do que os carros da categoria dos pequenos, eles proporcionam mais conforto, sem contar o cuidado e o requinte com que são construídos. São carros chiques, equipados, destinados a um público que quer se exibir, que quer estar na moda. Que paga R$ 60 mil por um carro menor do que o Celta que custa R$ 30 mil e já é caro.

Onde estão os R$ 30 mil que o consumidor está pagando a mais pelo Smart e o Cinquecento e os R$ 70 mil a mais pelo Mini Cooper?

A Mercedes-Benz, importadora do Smart, fez as contas a nosso pedido dos acessórios do minicarro. Ele tem quatro airbags, ar-condicionado digital, freios ABS com EBD, controle de tração e controle de estabilidade. Segundo a empresa, o custo desse pacote seria em torno de R$ 20 mil, considerando os preços de equipamentos para a linha Mercedes, uma vez que o Smart já vem completo e não dispõe dos preços desses equipamentos separados.

Mesmo considerando esses preços ainda não se justifica os R$ 62 mil para um carro que leva apenas duas pessoas.

A Fiat vende o Cinquencento por R$ 62 mil, exatamente, e não por acaso, o mesmo preço do Smart. O carro tem sete airbags, banco de couro, ar-condicionado digital, teto solar, controle de tração, mas é menor que o Celta. Esse pacote custaria, somando os valores dos equipamentos, conforme preços divulgados pela Fiat, R$ 24 mil. Portanto, no preço cobrado, de R$ 62 mil, tem uma margem de lucro muito maior do que a de um carro comum.

E quem comprar o minúsculo Mini Cooper vai pagar a pequena fortuna de R$ 105 mil.

Claro que tamanho não é documento, especialmente quando se fala de carro. Você poderia dizer que o Ferrari é do tamanho de uma Kombi. Mas o fato é que as montadoras posicionam seus produtos num determinado patamar sem levar em conta o tamanho, o tipo de uso ou o custo do produto, mas apenas o preço que o mercado paga, optando por vender mais caro em vez de priorizar o volume, ganhando na margem de lucro.

Essa política pode ser válida para uma bolsa da Louis Vuitton, um produto supérfluo destinado a uma pequena parcela da elite da sociedade, ou mesmo para uma Ferrari, pra não sair do mundo do automóvel. Mas não deveria ser para um carro comum.

Além disso, existem exemplos de carro muito bem equipado a preços bem mais baixos. O chinês QQ, da Chery, vem a preço de popular mesmo recheado de equipamentos, alguns deles inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbag duplo e ABS, além de CD Player, sensor de estacionamento. O carro custa R$ 22.990,00, isso porque o importador sofreu pressão das concessionárias para não baixar o preço ainda mais. A ideia original - disse o presidente da Chery no Brasil, Luiz Curi - era vender o QQ por R$ 19,9 mil. Segundo Curi, o preço do QQ poderá chegar a menos de R$ 20 mil na versão 1.0 flex, que chega no ano que vem. Hoje o carro tem motor 1.1 litro e por isso recolhe o dobro do IPI do 1000cc, ou 13%, isso além dos 35% de Imposto Importação.

As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz imposto, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado do mundo.

E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.

Joel Leite - email: joelleite@autoinforme.com.br

Colaboraram: Ademir Gonçalves e Luiz Cipolli

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Offline Moro

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #1 Online: 28 de Junho de 2011, 22:52:49 »
Nao tem nada a ver o lucro da montadora no MX com o do brasil. São quotas distintas... É como semfose da volks MX para uma outra empresa.

E claro que o crossfoxmvai sair bem mais caro, as montadoras fazem esses carros com "design"
exatamente para enfiar a faca.  A pergunta correta é porque a merda do fox é tão cara?

Nao que nao seja um lucro alto, desconheço isso. Mas a argumentacao do Joel é tosca como de costume.

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Offline Cumpadi

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #2 Online: 28 de Junho de 2011, 23:03:39 »
Não entendo porque toda essa paranóia com as empresas, é exatamente isso que ele falou, se o brasileiro está pagando, então o carro vale esse preço. Essa mania de achar que tudo tem de ser controlado só piora e muito a situação, quem sai lucrando de todo esse controle são as próprias empresas. É alienação demais colocar valores arbitrários sobre o que "acham" que as empresas devem lucrar por cada carro.
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Offline Geotecton

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #3 Online: 29 de Junho de 2011, 00:08:40 »
A questão principal aqui não é controlar o preço via tabelamento e sim o direito da população saber que é possível diminuir, e muito, o valor final a ser despendido na aquisição de um veículo, pela obscenidade tanto dos impostos como dos lucros.
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Offline Cumpadi

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #4 Online: 29 de Junho de 2011, 00:13:11 »
Discordo da parte sobre obcenidade dos lucros. Empresas fazem isso porque estão permitindo que elas façam isso através do controle da concorrência e de outros meios de transportes. Não entendo porque não tem um trem por exemplo, daqui para São Paulo, iria lucrar horrores *na teoria* (ou seja, sem contar com o fator estado).
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Offline Geotecton

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #5 Online: 29 de Junho de 2011, 00:18:27 »
Discordo da parte sobre obcenidade dos lucros. Empresas fazem isso porque estão permitindo que elas façam isso através do controle da concorrência e de outros meios de transportes. Não entendo porque não tem um trem por exemplo, daqui para São Paulo, iria lucrar horrores *na teoria* (ou seja, sem contar com o fator estado).

Eu uso carro há mais de 30 anos e sempre me recusei a comprar um veículo zero, pois conheço há muito tempo o "bastidor" da indústria automobilística.

Se a população fosse informada e agisse (entendido aqui "deixasse de comprar veículo zero" e "exigisse uma redução nos impostos") certamente o preço final dos veículos despencaria.
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Offline Cumpadi

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #6 Online: 29 de Junho de 2011, 00:32:39 »
Sim, chama-se lei da oferta e procura. A população acha que carro novo significa alguma coisa, logo carros novos valem uma facada. Quem perde são os que compram, simples assim. É o que eu chamaria de ignorância em relação a essa regra básica da economia, e é mais difícil sair dela do que parece. Os brasileiros acreditam que cabem a ele reclamar, e às empresas a fornecer um serviço bom e mais barato, da mesma forma como (deveria) funciona o estado. Ninguém quer saber de abrir a própria empresa, ninguém quer saber de trabalhar no setor privado, afinal, o setor público é que é para os inteligentes, que oferece mil e uma vantagens e tem de se "estudar" para entrar lá.

Apesar disso alguns setores estão melhorando, o de internet aqui em Brasília está bem melhor do que era há alguns anos (com a concorrência GVT/Net) atrás e estou pagando bem menos agora.
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Offline DDV

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #7 Online: 29 de Junho de 2011, 01:05:18 »
Citar
Ele se refere ao valor percebido pelo cliente. É isso que vale. O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil

Exatamente o que eu tinha dito no outro tópico: o consumidor brasileiro valoriza mais os carros do que a média internacional. É o chamado valor percebido.

As barbatanas de tubarão valem uma nota preta na China, a ponto dos tubarões serem pescados apenas para a retirada das barbatanas, com descarte do resto...mas isso apenas na China.

Trata-se de uma idiossincracia brasileira. Por algum motivo ainda a ser explicado, a disposição em pagar caro por automóveis no Brasil é muito alta.



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Offline Moro

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #8 Online: 29 de Junho de 2011, 02:08:14 »
Acho que esta se simplificando demasiadamente a questão. O brasileiro gosta de pagar juro alto porque da mais valor ao dinheiro do que a media internacional ou porque há um oligopólio definindo os juros com competição para Ingles ver?

Veja, primeira coisa é que nao devemos esquecer dos impostos aviltantes mas nao podemos descartar essa hipótese de oligopólio.
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Offline DDV

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #9 Online: 29 de Junho de 2011, 02:53:51 »
Acho que esta se simplificando demasiadamente a questão. O brasileiro gosta de pagar juro alto porque da mais valor ao dinheiro do que a media internacional ou porque há um oligopólio definindo os juros com competição para Ingles ver?

Veja, primeira coisa é que nao devemos esquecer dos impostos aviltantes mas nao podemos descartar essa hipótese de oligopólio.

Os juros ainda podem ser explicados pela política do governo, pois é o BC quem determina a taxa básica*.

No caso dos automóveis, há uma margem altíssima de lucro (3 a 4 vezes a média mundial) que não consegue ser justificada apenas pela tributação. Talvez seja cartel...


*Embora o spread bancário também seja exorbitante e não justificável por políticas estatais...

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Offline Moro

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #10 Online: 29 de Junho de 2011, 16:58:24 »
Exato. Cartel. Para bancos sem a menor duvida. Um custo de credito de 80%a.a ou mais nao bate com o impacto do IOF nem pela taxa básica.

Agora nao sei os autos. Quanto é a margem de um Fox, sem ser o Crossfox cheio de nhenhenhe?
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Offline Liddell Heart

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #11 Online: 29 de Junho de 2011, 17:32:39 »
A utilidade marginal dos carros produzidos no Brasil não explica o alto preço. Creio que o nosso modelo de desenvolvimento industrial é o culpado, pois há um controle excessivo sobre os investimentos e subsídios para as grandes corporações.
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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #12 Online: 01 de Julho de 2011, 08:53:50 »
Discordo da parte sobre obcenidade dos lucros. Empresas fazem isso porque estão permitindo que elas façam isso através do controle da concorrência e de outros meios de transportes. Não entendo porque não tem um trem por exemplo, daqui para São Paulo, iria lucrar horrores *na teoria* (ou seja, sem contar com o fator estado).

Não é verdade. Neste caso as empresas estão manipulando o mercado. Há prévio conluio entre elas para que os preços não baixem a um patamar que eles não querem. É o caso do QQ chinês que viria para cá com preço bem inferior a R$ 20.000,00 mas é vendido por R$ 22.000,00 por pressão do importador.

O que eles fazem é uma espécie de cartel e, portanto, passível de intervenção. O consumidor não tem como pressionar neste caso por que não há opção fora do cartel. Não se pode deixar de comprar carros por serem bens de alta necessidade.
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Offline Cumpadi

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #13 Online: 01 de Julho de 2011, 10:27:48 »
Bem, aí o problema esta sabe-se lá o quão fundo na política. Para impedirem que uma empresa grande faca o que quer com seus produtos (venda ao preço que quiser), só com conivência do governo. Mas nao acho que o problema seja só esse, por que as pessoas nao compram mais carros usados então?
« Última modificação: 01 de Julho de 2011, 10:30:14 por parcus »
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #14 Online: 01 de Julho de 2011, 11:18:53 »
Bem, aí o problema esta sabe-se lá o quão fundo na política. Para impedirem que uma empresa grande faca o que quer com seus produtos (venda ao preço que quiser), só com conivência do governo. Mas nao acho que o problema seja só esse, por que as pessoas nao compram mais carros usados então?

COmprar carros usados seria uma alternativa, contudo, não resolveria o problema. Muitas empresas continuam precisando comprar veículos novos. Além de que, o preço do usado, embora menor, é também injusto pois tem como baliza o preço do carro novo.

É evidente que o governo precisa se mexer. Não faz por conveniência política. As montadoras empregam milhões de trabalhadores e recolhem uma quantidade boa em tributos, além de financiarem a campanha dos políticos...
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Offline Cumpadi

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #15 Online: 01 de Julho de 2011, 11:27:25 »
Sei não em... Me parece mais é que o governo está é mexendo demais. De qualquer forma, muito arbitrário isso de dizer que um carro vale muito menos do que o preço pelo que é vendido. E a justificativa de que carros novos colocam os preços de carros usados lá em cima também não é lá das melhores (não que não interfira). Me parece que o problema aqui é mais esse fetiche ao qual o DDV se referiu, que leva a uma demanda exagerada, tudo isso agravado pelo grande poder de intervenção do nosso Estado, que com certeza tem as patas por traz de qualquer falcatrua envolvendo empresas auto-mobilisticas.
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Offline _Juca_

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« Resposta #16 Online: 01 de Julho de 2011, 12:16:15 »
Câmbio, mão de obra mais cara e matéria prima mais cara, eis a explicação da anfavea, e assim mesmo o Brasil é o quarto mercado mundial. O carro no Brasil não é tão caro para os brasileiros ele é caro para os estrangeiros, se ficarmos comparando preços com outros países, com um câmbio a 1,56, qualquer produto no Brasil vai ser de 15 a 50% mais caro que outros, principalmente com a China que mantém seu câmbio subdesvalorizado.


Offline Liddell Heart

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« Resposta #17 Online: 01 de Julho de 2011, 20:00:39 »
O que eles fazem é uma espécie de cartel e, portanto, passível de intervenção. O consumidor não tem como pressionar neste caso por que não há opção fora do cartel. Não se pode deixar de comprar carros por serem bens de alta necessidade.

O governo manipula/controla os investimentos, o que causa o cartel. Solução? o governo deve controlar/manipular mais o mercado.  :/
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Offline Liddell Heart

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« Resposta #18 Online: 01 de Julho de 2011, 20:18:48 »
É evidente que o governo precisa se mexer. Não faz por conveniência política. As montadoras empregam milhões de trabalhadores e recolhem uma quantidade boa em tributos, além de financiarem a campanha dos políticos...
[porco-capitalista]Sim, o governo deve controlar o excesso de competição do mercado. E o problema não é cartel, é o dumping. Duas soluções: mais subsídios para as montadoras ou maior taxação à concorrência.  Concorrência é inimiga do mercado, lembre-se disso.[/porco-capitalista]
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Offline Geotecton

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #19 Online: 01 de Julho de 2011, 22:46:24 »
[...]
E a justificativa de que carros novos colocam os preços de carros usados lá em cima também não é lá das melhores (não que não interfira).
[...]

É o principal motivo, pois serve como valor de referência.
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Offline Liddell Heart

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« Resposta #20 Online: 01 de Julho de 2011, 23:49:27 »
[...]
E a justificativa de que carros novos colocam os preços de carros usados lá em cima também não é lá das melhores (não que não interfira).
[...]

É o principal motivo, pois serve como valor de referência.

Nesses casos, creio que o valor subjetivo(isto é, o valor que comprador dá para um produto), junto com a disponibilidade do produto no mercado, é mais importante, pois o valor de referência só serve como um teto.
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Offline jpsouzamatos

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #21 Online: 03 de Julho de 2011, 19:45:47 »
Esses preços estão altos por causa dos impostos, para diminuir os preços, devemos diminuir os impostos.

Offline Liddell Heart

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #22 Online: 04 de Julho de 2011, 18:34:20 »
Sim.
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Offline Barata Tenno

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #23 Online: 04 de Julho de 2011, 21:51:35 »
Câmbio, mão de obra mais cara e matéria prima mais cara, eis a explicação da anfavea, e assim mesmo o Brasil é o quarto mercado mundial. O carro no Brasil não é tão caro para os brasileiros ele é caro para os estrangeiros, se ficarmos comparando preços com outros países, com um câmbio a 1,56, qualquer produto no Brasil vai ser de 15 a 50% mais caro que outros, principalmente com a China que mantém seu câmbio subdesvalorizado.


Essa parte é um erro, o carro no Brasil é caro para o brasileiro sim.
 

Por exemplo, o top de linha da Toyota, um Corolla Xli1.8 Flex 16v automatico sai por R$64.238, segundo o site da revista 4 rodas
O equivalente japones é um Corolla 1800 2ZR-FE 1.8 LUXEL que sai por 2,000,000円 segundo o site da Toyota
O salario médio do japão, segundo essa fonte, é de Y$ 265,854 por mês
O salario médio do brasileiro , segundo essa fonte, é de R$ 1.472,10 por mês.

Levando em conta esses valores, um brasileiro, sem gastar um centavo do salario, levaria mais de 43 meses para comprar um Corolla, enquanto o japones levaria pouco mais de 7.

Nenhum dos carros é importado e deve-se levarem conta que a desigualdade salarial japonesa é bem menos que a brasileira, então imagino que muitos brasileiros vivem bem abaixo da média, o que ja não acontece no Japão.
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Offline Liddell Heart

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Re: Resumo : Somos Todos Otários
« Resposta #24 Online: 04 de Julho de 2011, 22:03:04 »
Uma perspectiva misesiana sobre o assunto:
Citar
[...]Basta dizer apenas que, por exemplo, o IPI recai sobre o preço do veículo que a montadora venderá para a concessionária brasileira, mas não para a concessionária mexicana, pois o IPI não se aplica a produtos exportados.  O mesmo ocorre com o ICMS, que não incide sobre produtos industrializados destinados à exportação.  Já a COFINS recai sobre a receita bruta da montadora, o mesmo ocorrendo com o PIS.

Ou seja: suponha que você inicialmente queira vender um produto a $100 aqui no Brasil.  Imediatamente você terá de acrescer uns $13 só de IPI (a alíquota é de 13% para automóveis com motor de até 2,0 litros). Além do IPI, tem o ICMS (de 18% para São Paulo, estado onde o Honda City é fabricado), cuja base de cálculo é $100. Ou seja, você vendeu por $113, deu $13 para o governo federal e mais $18 para o governo estadual.  Sobre a sua receita bruta, ainda vão incidir 7,6% de COFINS e 1,65% de PIS.  E depois, sobre o lucro, ainda vai ter o imposto de renda de pessoa jurídica, que pode chegar a 25%.

Se quiser fazer os cálculos, vá em frente.  Eu tenho até medo...

Assim, utilizando-se os próprios dados contidos na reportagem, temos a seguinte sequência:

Preços

Preço de fábrica: R$ 20.300

Preço vendido para a concessionária: R$ 52.231,22

Preço da concessionária para o consumidor final: R$ 56.210

 

Lucros

Lucro da montadora: R$ 15.518,00

Lucro da concessionária: R$ 3.979,66


Carga tributária: R$ 16.413,22 [...]

Fonte:http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1027
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