Por se tratar de um fenômeno complexo no qual as supostas comunicações não podem ser induzidas, o meio foi identificar por meio das comunicações ocorridas qual era o grupo experimentado, a questão das 58 comunicações demonstra que foram escolhidas apenas 20, que puderam ser de forma mais fiel remetidas aos pacientes, o que por sua vez acaba por sujar a população restante para o controle.
Ou seja, o autor já assume desde o início que as premissas do espiritismo são corretas. Uma vez obtido o perfil e identificado um paciente com característica similar é assumido sem dúvidas que se trata realmente do paciente e a informação foi obtida com a comunicação com seu espírito, relação essa que não foi provada em nenhum lugar.
Fora que como já disse, e você parece não ter entendido ainda, não se pode posteriormente ao experimento escolher aqueles resultados que parecem corretos descartando os errados e muito menos os pacientes que parecem ser os corretos, descartando os "errados". Isso é um viés do estudo que o anula totalmente.
Porém sobram 630, dos quais 38 fazem parte de sujeitos descartados, ainda sobram 94% = ((630-38)/630) da população sem ter supostamente apresentado uma comunicação.
Não, seu raciocínio está errado. Não foram descartados 38 sujeitos. Foram descartadas 38 "comunicações" que não encontraram correspondência de perfil com nenhum sujeito. Ou seja, 2/3 das comunicações não deram em nada. E se elas não deram em nada, o que garante que o restante 1/3 realmente corresponde as pessoas que o autor diz que corresponde? É mera crença e wishful thinking dele.
Mantendo a população para seleção robusta. Este foi o melhor meio de se realizar uma experiência sobre algo que dificilmente pode ser controlado, e a meu ver é valido, já a seleção posterior do controle, acabou deixando realmente a desejar, pois o pesquisador não explica com maiores detalhes como esta se deu. Este é o principal ponto questionável.
Não, esse não foi o melhor meio. Foi apenas uma metodologia enviesada em que ele poderia ter escolhido qualquer outro conjunto de supostas "comunicações" com outros dados que também teria grandes chances de achar pacientes com perfil correspondente para uma parte delas. O resto basta descartar.
Essa é a mesmíssima "metodologia" dos "acertos" dos horóscopos de jornal.
Pois mesmo que o grupo de controle estivesse todo direcionado, a pesquisa continua sendo duplo cega – pois as pessoas que aplicaram os formulários (EOIPPI) não sabiam quais faziam parte do grupo de controle, bem como quais eram os experimentados.
Sendo assim, como eu havia falado, a pesquisa teve o critério em ser duplo-cega.
Sequer havia um grupo de estudo e grupo de controle! Eles realmente não sabiam quem era de qual grupo porque não havia tais grupos! A escolha foi feita posteriormente baseada na suposta similaridade com as "comunicações" e mesmo assim descartando dois terços delas. Mesmo que você não saiba quem é quem, se
posteriormente você escolhe quais resultados e quais indivíduos entram no estudo, descartando os que não deram o resultado esperado, então seu estudo não é duplo-cego. E nem é um estudo imparcial, é algo totalmente enviesado.