Carvão à parte, a questão é exatamente essa.
Todo mundo se apressa em dizer que uma cantada inofensiva não faz mal. E nem acho que faça, se o contexto ao redor for seguro. Por exemplo, se ocorrer num lugar onde as pessoas vão para fazer e receber cantadas, preferencialmente com amigos por perto. Mas, porra, um elevador vazio de madrugada dificilmente é o melhor lugar para convidar uma mulher desconhecida para "tomar um café no meu quarto".
É fácil ignorar cantadas escrotas de peão de obra. É fácil se desvencilhar das investidas daquele cara legal, mas que não é seu tipo, que a turma te apresentou semana passada. Não é tão fácil assim decidir se aquele sujeito no ônibus, no metrô, ou no museu te encarando é um tarado, ou se está apenas pensando em como começar um papo interessante, então é melhor tomar cuidado.
E é incrível como esta nuance passa despercebida por nós por tanto tempo. Passou por mim.