Autor Tópico: L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia  (Lida 13067 vezes)

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Offline Adriano

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Re: L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #25 Online: 22 de Setembro de 2011, 11:40:30 »
Sobre a psicologia de Vygotsky, temos o excelente trabalho de Gisele Toassa:

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Emoções e vivências em Vigotski: investigação para uma perspectiva históricocultural.

A pesquisa teórica de doutorado relatada nesta tese elegeu como objetivos: 1) analisar os conceitos de emoções e vivências na produção de Lev Semionovich Vigotski (18961934), radiografando sua composição e gênese epistemológica de 1916 a 1934; 2) discutir a constituição de uma perspectiva históricocultural acerca desses conceitos. Para tanto, recorreu à consulta e análise de múltiplas fontes bibliográficas, entrevistas e conversas com pesquisadores da psicologia e cultura russa/soviética. Concluiuse que os conceitos de vivência e emoção atravessam a obra de Vigotski, sendo que o primeiro transformase, de categoria quase coincidente com o segundo em “A Tragédia de Hamlet” (1916), para unidade de análise da relação interna entre consciência/personalidade e meio. As vivências (perejivânia) expandemse na abrangência dos fenômenos psicológicos e influências teóricas apresentados e, de um perfil teórico inicial especialmente marcado pelo simbolismo russo, passam a caracterizarse (nos textos pedológicos dos anos 1930) pela influência de Lewin, da psicologia da Gestalt e outras fontes germânicas. O conceito adquire um importante papel metodológico: tornase unidade da vida consciente, marcada pela dinâmica dos sistemas psicológicos. Quanto às emoções (emotsi), eram consideradas por Vigotski como o  capítulo menos desenvolvido (embora, possivelmente, o mais importante no futuro) das psicologias de sua época. Notamos aspectos importantes que se mantêm de 1925 a 1934, e outros que irrompem ao longo do percurso, configurando uma concepção própria do autor. É especialmente importante observar que as emoções surgem como objeto de sua psicologia geral no “Teaching about emotions”  (1933), manuscrito centralizado na busca de um futuro para o conceito a partir da superação do dualismo presente na dicotomia entre psicologia explanatória e descritiva. O autor defende o desenho de um quadro único das múltiplas manifestações da vida emocional humana e de seus processos de determinação. Ao longo de sua obra, Vigotski congrega influências de múltiplas origens: materialismo histórico, psicologia estrutural, Ribot, Stanislavski e Espinosa, definindo, no pleno sentido adquirido por tal idéia, que as emoções humanas são funções psíquicas superiores (culturizadas); a arte e a linguagem, os principais meios culturais que as constituem. Os estudos sobre as emoções são a última e mais difícil fronteira do seu monismo materialista, colocando o cérebro no corpo e o corpo na palavra. Em torno das idéias e problemas impostos por Vigotski, gravita nesta tese uma revisão bibliográfica de pesquisas recentes na psicologia e nas neurociências, na qual trabalhamse algumas contribuições para a perspectiva históricocultural, questões de tradução e terminologia, bem como idéias e problemas que determinam o futuro de uma psicologia das emoções e vivências.
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-19032009-100357/pt-br.php

E em relação a questão pedagógica, temos a tese de Sonia Barroco:

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A educação especial do novo homem soviético e a psicologia de L. S. Vigotski: implicações para a psicologia e a educação atuais.


Este trabalho resulta de pesquisa bibliográfica, num exercício histórico-dialético, e objetiva o estudo das críticas e proposições teórico-metodológicas de L. S. Vigotski (1896-1934) à Defectologia soviética [Educação Especial] e suas implicações e contribuições à psicologia e educação atuais, numa fase de crise estrutural do capitalismo. Trabalho com as teses: é preciso considerar o projeto social e o projeto educacional soviéticos, para se conhecer a riqueza que a teoria vigotskiana contém em si, tanto para a educação comum e especial do século XX, quanto para a psicologia e a educação comum e especial do século XXI; a compreensão mais rica e adequada da obra vigotskiana requer o aprofundamento nas formulações do autor no âmbito da Defectologia, que se constituiu em campo privilegiado de explicitação das principais defesas de Vigotski acerca da aprendizagem e do desenvolvimento humanos. No trabalho, apresento os fundamentos filosóficos da educação regular na Rússia e União Soviética, e como se constituiu a concepção de educabilidade da pessoa com deficiência no plano mundial e na sociedade russa e soviética. Apresento as defesas marxistas para a educação e a sua aplicação entre os soviéticos pela valorização da coletividade, como princípio e norte educativo e como conteúdo curricular, que refletia a prática da coletivização na cidade e no campo para a superação da sociedade de classes. Destaco as defesas de Lênin, Krupskaia, Pinkevitch, Pistrak, Kalinin, Sokolianski, Mescheriakov, dentre outros autores russos e soviéticos que escreveram a respeito dessa nova educação soviética comum e especial. Considero que os estudos vigotskianos deram corpo a uma nova teoria psicológica para subsidiar uma nova educação, com vistas à formação de um novo homem - com e sem deficiência. Vigotski revela-se revolucionário ao subsidiar uma visão mais integrada da constituição do psiquismo humano, ao defender a possibilidade de humanização, de formação do homem cultural nas pessoas com deficiência. Concluo que as teses tornam-se afirmativas, pois, a proposta educacional e a teoria psicológica voltadas às pessoas com e sem deficiência convergiam para a consolidação da sociedade soviética, e que a formação do homem para a vida coletiva se constituiu em pilar para tanto. Pelo investigado, entendo ser necessário à Psicologia e à Educação atuais valorizarem a história e a realidade objetiva para explicarem a constituição e o desenvolvimento cultural das pessoas com e sem deficiências. A luta marxista, leninista e vigotskiana não era pela inclusão de determinados grupos a um curso da vida comum, mas pelo alcance de um estado de maior consciência e liberdade para todos.

http://www.vigotski.net/ditebras.html#barroco
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Adriano

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Re: L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #26 Online: 22 de Setembro de 2011, 11:53:15 »
Assim como acham que Piaget foi um educador [sic!].
Não deixou de ser, principalmente quando advoga sobre a participação colaborativa da pesquisa científica. E o seu debate com Wallon, travado por 4 décadas, é um belo exemplo na história das ciências. O seu enfoque é o epistemológico e ainda assim é ensinar como a ciência funciona. Mas a teoria ator-rede me aguarda  :P

Sim, como eu penso. Seu âmbito de pesquisa sempre me pareceu ser mais epistemológico, e não propriamente pedagógico. Mas é totalmente óbvio que a primeira exerceu e exerce grande influência na segunda, justificando a importância da incorporação de Piaget ao âmbito pedagógico-escolar.
O que acho mais interessante, é que enquanto Piaget e Wallon debatiam sobre a passagem do pensamento sensório-motor ao simbólico, Vigotsky desenvolvia com grande avanço a defectologia, como exposto no excelente documentário da BBC sobre Zagorsk. Nesta escola, a percepção sensório-motor é utilizada durante todo o desenvolvimento destas crianças. A frase final do documentário é bem pertinente.

Citação de: BBC
Na União Soviética, a filosofia de que toda criança pode ser transformada pelo tipo correto de ensino está lutando para sobreviver mas no ocidente ela ainda precisa ser descoberta.

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Re: L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #27 Online: 22 de Setembro de 2011, 12:43:10 »
Não pretendo, aqui, nem entrar no (de)mérito de Vygotsky em relação aos elementos óbvios de uma educação sócio-interacionista, apenas sugerir que os problemas atuais da educação são infinitamente mais complexos e praticamente indiferentes a uma suposta doutrinação marxista. O que existe são problemas explícitos de falta de subsídios governamentais (salário e aportes vários), uma onipresente filosofia educacional vagabunda que não dá a devida autoridade ao professor e à escola para mostrar ao aluno que ele terá toda ajuda possível se não for um bundão marginal, mas que será adequadamente reprimido ser o for (e aqui cabem inúmeras questões a serem debatidas), professores que chegam a ser uma piada de tão ineptos à tarefa (e aqui os problemas da formação universitária dão mote a um novo tópico, praticamente), um orientador pedagógico que é um perfeito imbecil que acha que seus amiguinhos franceses darão conta da realidade brasileira que exige uma atitude de macho (não excluindo de modo algum a participação das mulheres no processo), uma direção totalmente omissa nas questões onde o aluno-e-o-professor estão sendo tratados como vacas em um pasto coletivo onde supostamente cada um deve cuidar da sua grama e os outros bois que vão cuidar do rabo deles, e, repetindo, um salário-e-carga-horária minimamente decente para o professor ir dormir no domingo à noite sem xingar o mundo inteiro por ter que acordar cedo na segunda e voltar para aquele inferno que alguns chamam de escola.

Vygotsky, tadinho, mal consegue chegar perto desta zona.
E você considera que Freinet, Bob Gowin e Ausubel poderiam contribuir melhor? Como seria?
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Re: L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #28 Online: 22 de Setembro de 2011, 12:47:19 »
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John Dewey - Lev Vygotsky :Comparison of Educational Theories

John Dewey and Lev Vygotsky had different ideas on human thought but in many ways their ideas came to the same outcomes in education. Dewey's ideas on thought were based on instrumentalism and he focused his educational ideas on this. On the other hand Vygotsky's educational ideas revolved around Marxist social ideas. These ideas might be different but they aren't opposites and could play off of each other very well. Much of the work of these men happened at the same time and they used and agreed with many things the other said.

Instrumentalism is a way of looking at ideas and thoughts as instruments for action. This belief led Dewey to believe that vocational studies needed to be a part of the education system. He thought schools should have a combination of vocational and academic studies. In this way he said students should take part in life like activities that would promote creativity and cooperation. Dewey saw repetition and memorization as the worst possible ways to teach people how to do something. An idea he really supported through out his whole range of research and writings on education was that there need to be a focus on thought and not strict topics. He thought it was a waste to teach kids how to do things in just one context. He condemned elitism and felt teachers shouldn't teach as if they are all knowing and better then their students. He thought teachers should be creative and practical in their approach to teaching to provide students with opportunities to think for themselves (Dewey 1934).

Vygotsky applied Marxist social ideals to education, believing that a person could learn more if they were learning in a social situation. His theory of "Zone of Proximal Development" stated that there was a difference between the level of learning that one could reach by studying alone and the level they would reach working with a teacher or a more advanced peer. In this way he believed that education should be formed into a social process. His ideal class would contain group work, peer review and one on one contact with the teacher. He too would be against elitism by teachers as Dewey was and agreed with many of Dewey's ideas. He was in favor of teaching thinking skills rather then just topic based lesson (Indiana University 2004).

In comparing these two thinkers we see different thoughts on thinking and education. However these thoughts don't disagree with each other and they could actually be applied in unison. Dewey and Vygotsky would both produce a classroom where the emphasis is on learning how to think rather then learning mere facts. Also both classrooms would be lead by a teacher who is more of a guider and helper then a strict authority on what is right. They both would want the teacher to act as more of an equal to the students rather then the commonly practiced elitist idea where the teacher is set as being better then the students. Both men would also have interaction between the students as a tool for learning. This idea was more of a main point in Vygotsky's teaching methods but would be included in Dewey's as well.

In many ways the ideas of these two men have been combined to create the classroom environment that is now seen as being most conducive to learning. It could also be said that these two men both had great ideas about education but it was the mixing of their ideas together that made the biggest impact on education. Creative lesson plans and social learning are two very important parts of the education world as it is today.

http://www.associatedcontent.com/article/64764/john_dewey_lev_vygotsky_comparison.html
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Re: L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #29 Online: 22 de Setembro de 2011, 13:00:14 »
Não pretendo, aqui, nem entrar no (de)mérito de Vygotsky em relação aos elementos óbvios de uma educação sócio-interacionista, apenas sugerir que os problemas atuais da educação são infinitamente mais complexos e praticamente indiferentes a uma suposta doutrinação marxista. O que existe são problemas explícitos de falta de subsídios governamentais (salário e aportes vários), uma onipresente filosofia educacional vagabunda que não dá a devida autoridade ao professor e à escola para mostrar ao aluno que ele terá toda ajuda possível se não for um bundão marginal, mas que será adequadamente reprimido ser o for (e aqui cabem inúmeras questões a serem debatidas), professores que chegam a ser uma piada de tão ineptos à tarefa (e aqui os problemas da formação universitária dão mote a um novo tópico, praticamente), um orientador pedagógico que é um perfeito imbecil que acha que seus amiguinhos franceses darão conta da realidade brasileira que exige uma atitude de macho (não excluindo de modo algum a participação das mulheres no processo), uma direção totalmente omissa nas questões onde o aluno-e-o-professor estão sendo tratados como vacas em um pasto coletivo onde supostamente cada um deve cuidar da sua grama e os outros bois que vão cuidar do rabo deles, e, repetindo, um salário-e-carga-horária minimamente decente para o professor ir dormir no domingo à noite sem xingar o mundo inteiro por ter que acordar cedo na segunda e voltar para aquele inferno que alguns chamam de escola.

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E você considera que Freinet, Bob Gowin e Ausubel poderiam contribuir melhor? Como seria?

Naturalmente nem Vygotsky, nem Freinet, nem Gowin, nem Ausubel, nem Freire... mas o PROFESSOR! Devidamente bem formado e articulado para engendrar uma educação sem rabos presos com ideologias, ainda que educacionais inicialmente (ou não) bem intencionadas. Todos estes autores possuem elementos interessantes e de aplicações factíveis no processo educacional, se adequadamente bem conduzidos. O que já é uma tarefa hercúlea, para quem tem uma boa formação, e praticamente utópica para quem não a possui.

Mas o que coloquei foi que os problemas efetivos da vicissitude escolar são diversos à adoção de um ou outro referencial teórico. Atribuir a um ou outro referencial as improcedências e imposturas professorais é outorgar ao professorado uma competência que ele não tem, de modo generalizado.
"Poetas dizem que a Ciência tira toda a beleza das estrelas - meros globos de átomos de gases. Eu também posso ver estrelas em uma noite limpa e sentí-las. Mas eu vejo mais ou menos que eles?" - Richard Feynman

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Re: L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #30 Online: 22 de Setembro de 2011, 13:13:46 »
E você considera que Freinet, Bob Gowin e Ausubel poderiam contribuir melhor? Como seria?

Naturalmente nem Vygotsky, nem Freinet, nem Gowin, nem Ausubel, nem Freire... mas o PROFESSOR! Devidamente bem formado e articulado para engendrar uma educação sem rabos presos com ideologias, ainda que educacionais inicialmente (ou não) bem intencionadas. Todos estes autores possuem elementos interessantes e de aplicações factíveis no processo educacional, se adequadamente bem conduzidos. O que já é uma tarefa hercúlea, para quem tem uma boa formação, e praticamente utópica para quem não a possui.
Eu entendo que Vygotsky é o nome mais forte na valorização da instituição de ensino e do professor como peça fundamental para a interação entre o aluno e o conhecimento. Porém ocorre muita apropriação indevida, sem profundidade e a devida consideração do seu contexto histórico, como aponta muito bem Barroco sobre esta necessidade. É um consenso entre os pesquisadores Vygostskyanos, sendo feito o mesmo por Toassa com relação a psicologia.


Mas o que coloquei foi que os problemas efetivos da vicissitude escolar são diversos à adoção de um ou outro referencial teórico. Atribuir a um ou outro referencial as improcedências e imposturas professorais é outorgar ao professorado uma competência que ele não tem, de modo generalizado.
Sem dúvida. Mas podemos entender o repúdio de Zeichner como uma defesa de um programa pesquisa, que para ele é muito diferente. Dewey me parece ser muito bom, mas ainda me falta mais conhecimento a respeito. Mas estou muito curioso  :)
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Re: L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #31 Online: 22 de Setembro de 2011, 13:39:47 »
É, eu também racionalizei o que disse o Zeichner. E também gosto do pouco que li de Dewey. Mas me considero mais um construtivista nos termos de Ausubel, Novak e Gowin, que focam o processo um pouco mais na relação do sujeito com o saber, na ideia de aprendizagem significativa e sentimento de significância. O sócio-interacionismo (de Dewey, inclusive) sempre me pareceu um pré-requisito bastante evidente. Mas isto, é claro, devido à nossa atual visão, formada de uma posição privilegiada (ainda que, desde os tempos da Academia de Platão e do Liceu de Aristóteles, a transmissão de conhecimento sempre esteve relacionada de perto com um proto-sócio-interacionismo).
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Re: L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #32 Online: 23 de Setembro de 2011, 07:55:04 »
O problema da psicologia e desse tipo de coisa está na psicanálise, que apesar de nāo ter nada de ciência, é tratada como tal, se deixassem ela de fora poderiam se enganar bem menos na hora de desenvolver métodos de ensino. Esses dias tive que fazer um troço de psicologia baseado quase totalmente nisso, é um verdadeiro show de achismos dos mais estúpidos possíveis.
A psicanálise é uma das grandes escolas de psicologia, o que podemos chamar de programas de pesquisa, devido a terminologia específica de cada uma. É claro que o entendimento restrito ao senso comum, ainda mais baseado numa interação ao debate epistemológico levado a cabo por Popper, onde tanto Marx quanto Freud são desconsiderados da atividade científica, deixa-nos influenciar por isto.

Porém, assim como acontece com Marx, que é um componente obrigatório da grade curricular dos cursos de economia, o mesmo acontece com Freud em relação a psicologia. E a psicologia econômica brasileira tem o seu início através da contribuição psicanalítica. 

Citação de: Fipecafi
Vera Rita de Mello Ferreira - Psicanalista, Consultora, Doutora (PUC-SP), com tese sobre Psicologia Econômica, representante no Brasil da IAREP (International Association for Research in Economic Psychology) e autora dos livros Psicologia Econômica – estudo do comportamento econômico e da tomada de decisão e Decisões Econômicas – você já parou para pensar?
http://www.fipecafi.org/extensao/extensao-introducao-psicologia-economica.aspx

Além disso temos uma grande produção acadêmica na área psicanalítica e até mesmo sobre a interação entre Freud e Vigostsky.

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Contribuições da Psicanálise e Psicologia da Arte para o Campo Educacional: Freud e Vygotsky em Discussão

Na atualidade,o mundo das idéias pedagógicas é marcado pelo pensamento de dois grandes teóricos do século passado: o psicanalista Judeu Sigmund Freud (1856-1939) e o psicólogo russo Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934). O campo de investigação dessa pesquisa refere-se à análise do objeto arte nas teorias de Freud e Vygotsky - área do conhecimento pouco discutida nos meios acadêmicos - e as contribuições advindas dessas reflexões da psicanálise e da psicologia social sobre o conteúdo e a formo artísticas, respectivamente, para o campo educacional, que está imerso em reflexões superficiais sobre as complexas relações entre homem e arte. Partindo da possibilidade de superação da dicotomia clássica entre sujeito/objeto, corpo/alma, objetividade/subjetividade, razão/pulsão, consciência/inconsciência, o exercício científico deste trabalho caraerterizou-se por estabelecer um constante diálogo entre os escritos freudianos sobre a estética, estruturados a partir das reflexões a respeito das representações das experiências sexuais infantis e outros eventos trágicos na vida do artista e a tese vygotskyana da arte como um cosntrueto social, com amplos fundamentos no materialismo histórico e dialético de Marx e Engels, o que certamente servirá de substrato epistemológico para o campo da pedagogia - ciência da educação - e demais áreas onde esse saber se aplica, considerando sempre o processo filo e ontogenético da história humana. A conseqüência desta pesquisa sobre a ciência da arte, o mecanismo de sublimação como gênese das criações artísticas, a catarsis nos processos de apreciação e identificação das belas artes, a natureza e função da beleza na vida humana com raízes na exjcítação social e sexual, amplamente estudadas por Freud e Vygotsky, nos permite inferir, nas análises pedagógicas da arte, concepções que permeiam o sujeito estético e que servirá de referencial para outros pesquisadores interessados por esta área do conhecimento humano.

Dissertação apresentada a Universite du Québec à Chicoutimi como exigência parcial do mestrado de educação em pesquisa oferecido como exigência parcial do mestrado de educação em pesquisa oferecido pela Universidade do Québec à Chicoutimi, em virtude do convênio com a Universidade do Estado da Bahia - UNEB

http://theses.uqac.ca/resume_these.php?idnotice=17846516&lang=pt

A psicanálise é uma teoria psicossexual, que mantem a ligação entre a replicação humana, seja através do instinto sexual, ou chegando  até a sua transformação em elementos valiosos a cultura, caracterizada no conceito de sublimação:

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Sublimação, ato criativo e sujeito na psicanálise

A tese, fruto de pesquisa teórica de orientação freudo-lacaniana, objetivou analisar os enlaces entre sublimação, ato criativo e sujeito e  afirmar a presença do sujeito no ato criativo via sublimação. O método da releitura foi aplicado sobre os textos de Freud e Lacan que tratam dos conceitos em causa e as publicações de mesma orientação e tema semelhante. Partindo da noção de sujeito na psicanálise e de suas especificidades na contemporaneidade, fez-se uma retomada conceitual da sublimação em Freud e Lacan, seguida da discussão sobre o ato criativo. O percurso afirmou o sujeito na sublimação e no ato criativo, quando ocorre o afastamento do lugar de objeto e o reconhecimento e lide com o Real; quando o vazio da Coisa é contemplado. Considerou-se as possibilidades e os efeitos da sublimação nos dias de hoje, numa análise da relevância clínica do conceito de sublimação na contemporaneidade. Identificou-se uma aproximação entre o campo sublimatório e os efeitos do trabalho analítico. Sublimar não impede o adoecer e não tem compromisso com o aceitável, desejável ou elogiável socialmente, mas o valor da sublimação não pode ser negado, ainda mais em tempos tão funestos, quando reina a apatia e a dessubjetivação, quando o ato criativo sobrevive às minguas, à sombra de outras modalidades de ato, marcadas por condutas violentas, delirantes, transgressoras ou depressivas.

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=187032

Sou um apaixonado pela psicanálise, sendo a escola da psicologia que mais estudei,  e quem queimou o filme da mesma, apesar de suas contribuições, foi o demente do Wilhelm Reich  :?
« Última modificação: 23 de Setembro de 2011, 07:57:26 por Adriano »
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Re: L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #33 Online: 23 de Setembro de 2011, 10:19:58 »
E falando em Popper, é bom lembrar da pesquisa, onde as duas epistemologias são correlacionadas, dado que Popper entendia a linguagem como o grande diferencial da espécie humana, conforme citado abaixo.

Citação de: Popper
"Desde a ameba até Einstein, o crescimento do conhecimento é sempre o mesmo: tentamos resolver nossos problemas e obter, por um processo de eliminação, algo que se aproxime da adequação em nossas soluções experimentais"

"Podemos dizer que a função argumentativa da linguagem criou o que é talvez o mais poderoso
instrumento de adaptação biológica que já apareceu no curso da evolução orgânica"



A Filosofia da ciência de Karl Popper: o racionalismo crítico


Citar
Vygotsky e Popper: perspectivas sobre o crescimento do conhecimento

As relações entre as obras de Vigotski e Popper é um tema pouco explorado na literatura científica. Na maior parte das vezes em que o assunto merece a atenção de algum teórico, raramente a exploração do tema vai além da constatação de semelhanças pontuais, referentes a posturas epistemológicas gerais, como a oposição de ambos a tendências epistemológicas empiristas e positivistas, ou a simpatia de ambos por uma postura construtivista. Neste trabalho busca-se desenvolver este tema, introduzindo novos campos de diálogo entre a obra destes autores. As principais novidades introduzidas neste estudo relacionam-se à introdução da Teoria Evolucionista de inspiração darwiniana como um ponto de partida comum a ambos os autores, facilitando assim o diálogo entre suas posturas teóricas, e à discussão sobre as diferentes Teorias da História subjacentes a suas perspectivas. Vale notar, entretanto, que neste trabalho, optou-se por conceder maior ênfase aos pontos de convergência entre as posturas dos dois autores, cabendo aos distanciamentos entre eles um tratamento menos aprofundado. Esta opção assentou-se na idéia de que, para a eventual posterior discussão dos distanciamentos entre as proposições de ambos, haveria que se dimensionar convergências que fossem além daquelas semelhanças pontuais. O método de investigação utilizado para a condução da pesquisa que subsidia este estudo teórico foi a revisão bibliográfica crítica, tendo-se identificado sete campos privilegiados de diálogo ao início da pesquisa: a) as similaridades entre a teoria das linhas de desenvolvimento psicológico postulada por Vigotski, e a teoria dos mundos de Popper; b) a adoção de uma perspectiva evolucionista em Filosofia da Ciência e em Psicologia, por ambos os autores; c) a maneira como os dois autores entendem a especificidade do empreendimento científico: visceralmente incompleto e progressivamente aproximando-se da verdade... (AU)

http://www.bv.fapesp.br/pt/dissertacoes-teses/6124/vygotsky-popper-perspectivas-crescimento-conhecimento/
http://www.abrapso.org.br/siteprincipal/anexos/AnaisXIVENA/conteudo/pdf/trab_completo_300.pdf     

Sendo que não é somente Piaget que tem uma abordagem epistemológica, embora a sua seja mais difundida e precursora do cognitivismo.
« Última modificação: 23 de Setembro de 2011, 10:24:36 por Adriano »
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Re: L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #34 Online: 01 de Outubro de 2011, 03:05:39 »
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Inércia Intelectual




Autor: Kárcio Sángeles
Título: Inércia Intelectual - E a prática mecanicista no processo de aprendizagem

A globalização associada à tecnologia de informação gerou o que chamamos de “Inércia Intelectual”, onde o novo esta num espaço cada vez mais estreito. A velocidade que as teorias e idéias percorrem o universo acadêmico e cientifico, pode ser comparada metaforicamente à velocidade sináptica dos neurônios. Numa perspectiva social, ainda podemos ouvir um ou outro dizer que é diferente, como freqüentemente em grupos de adolescentes, que apresentam comportamentos e atitudes similares. Mas onde esta o “diferente”? Pois o que fazemos é apenas um processo de “copia”, estamos o tempo todo copiando idéias, atitudes, modas e até mesmo normas culturas, estamos presos numa Inércia Intelectual, estamos reconstruindo o mito da caverna do filósofo Platão, mas ao invés de sairmos da caverna estamos voltando pra ela, e levando como mantimentos de sobrevivência todas as facilidade tecnológicas como: celulares, computadores, livros digitais e etc... A passagem da caverna esta cada vez mais estreita e a luz do conhecimento cada vez mais fraca. Somos dotados da maior tecnologia orgânica de toda espécie “o cérebro”, entretanto, parece que esquecemos sua potencialidade. Ainda há aqueles que não se permitem ser seduzidos por essa inércia intelectual; esses são chamados de sábios, inovadores e criativos, pois utilizam o conhecimento adquirido e transforma-o em um novo, gerando o que podemos chamar de metamorfose das idéias. O pensamento construtivista de teóricos como Lev Vygotsky, Jean Piaget, Wallon entre outros. Vem para tentar dissipar a prática mecanicista no processo de aprendizagem, em que o educador muitas vezes esquece que o seu papel não é apenas transmitir o conhecimento, e sim, fazer com que o aluno construa um novo conhecimento, tentar fazer com que o aluno pense, transite entre plano real e abstrato. Como já dizia o autor José Saramago na sua obra “O conto da ilha desconhecida”: É necessário sair da ilha, pra ver a ilha. É necessária a teoria, mas também a prática.

Recarregue seus neurônios com novas idéias, crie ou renove o conhecimento, mas saia da ilha, saia da caverna e seja um desbravador das potencialidades cognitivas da mente humana.
http://www.palcodamente.co.cc/2010/10/inercia-intelectual-e-pratica.html

Muito boa a citação do construtivismo e dos seus principais nomes, Piaget, Wallon e Vygotsky, conforme já havia citado no tópico. Gostei do site, muito bom  :)
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Offline Adriano

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #35 Online: 02 de Outubro de 2011, 23:50:38 »
Considerando que a primeira crítica do tópico foi referente ao marxismo como principal problema educacional do país, o fato me interessou e estou lendo uma tese a respeito dessa problemática:

Citar
Reflexões sobre educação e ensino na obra de Marx e Engels

Tese de livre-docência apresentada ao Departamento de Filosofia e História da Educação da UNICAMP. A tese é simples, até mesmo óbvia para o marxismo, qual seja: que a educação (e o ensino) é determinada, em última instância, pelo modo de produção da vida material; isto é, pela forma como os homens produzem sua vida material, bem como as relações aí implicadas, quais sejam, as relações de produção e as forças produtivas são fundamentais para apreender o modo como os homens vivem, pensam e transmitem as idéias e os conhecimentos que têm sobre a vida e sobre a realidade natural e social. Considera-se que, para o marxismo, não faz o menor sentido analisar abstratamente a educação, pois está é uma dimensão da vida dos homens que, tal qual qualquer outro aspecto da vida e do mundo existente, se transforma historicamente, acompanhando e articulando-se às transformações do modo como os homens produzem a sua existência. A educação (e nela todo o aparato escolar) não pode ser entendida como uma dimensão estanque e separada da vida social. Como qualquer outro aspecto e dimensão da sociedade, a educação está profundamente inserida no contexto em que surge e se desenvolve, também vivenciando e expressando os movimentos contraditórios que emergem do processo das lutas entre classes e frações de classe.
http://cutter.unicamp.br/document/?code=40989

Vai ser um bom complemento ao entendimento da pedagogia marxista, sendo que o materialismo dialético é muito presente na obra de Vygotsky  :wink:
« Última modificação: 02 de Outubro de 2011, 23:54:28 por Adriano »
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Offline Hugo

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #36 Online: 04 de Outubro de 2011, 22:19:31 »
Gosto da teoria de Vygotsky sobre a educação. Estou estudando um modelo pedagógico que alinha Vygotsky, Ausubel, Carl Rogers e Paulo Freire.

É a teoria Interacionsta de uma aprendizagem significativa.

Se for intessante para o debate eu contribuo com minhas impressões.

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Offline Adriano

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #37 Online: 05 de Outubro de 2011, 01:41:01 »
Com relação a questão do debate, vou postar um resumo que considero pertinente, cheguei a comentar a respeito no tópico e o Feynman já matou a charada da tese, demonstrando a sua profundidade sobre a produção do conhecimento. Programas de pesquisa é a resposta que melhor explica o controverso debate científico:

Citar
Por dentro do debate Piaget-Wallon: o desenrolar da controvérsia sobre a origem e desenvolvimento do pensamento simbólico

O debate entre dois teóricos de grande relevância para a história da Psicologia da Educação – Henri Wallon (1879-1962) e Jean Piaget (1896-1980) - é examinado, buscando identificar suas controvérsias e situá-las em seus respectivos contextos históricos e científicos no período entre 1920 e 1960, no qual ambos os autores disputavam a hegemonia no campo de conhecimento da Psicologia Genética francófona. Atenção especial é dada à controvérsia sobre a origem e formação da função simbólica, tendo em vista seu valor heurístico para a compreensão das semelhanças e diferenças entre as respectivas posições teóricas acerca do desenvolvimento do pensamento na criança e no adulto. Utilizamos da metodologia de estudo teórico e histórico para selecionar e analisar as fontes de pesquisa, nosso olhar sendo, preferencialmente, o da história internalista mas, por vezes, complementado com as perspectivas da históriaconstrução e da história-crítica. Verificou-se que o debate Piaget – Wallon foi marcado por uma dinâmica de descompasso entre as críticas e o estágio de desenvolvimento teórico de cada autor e, quando da explicação da passagem entre a inteligência sensóriomotora ou das situações para o pensamento representativo, observou-se um deslocamento dessa temática para temáticas periféricas, tais como a continuidade ou não nesta passagem, o valor dos aspectos sociais, maturacionais etc. No que concerne à explicação sobre a gênese da representação, Wallon enfatiza o percurso que vai do corpo, da função tônica, das emoções, passando pelo simulacro e pela imitação. Já Piaget procura compreender esse processo como a complexificação dos esquemas sensório-motores e da dinâmica entre assimilação e acomodação, identificadas através da imitação e do jogo. Ambos o autores concordam que o surgimento da representação será a marca da presença de uma função simbólica, definida como a capacidade de evocar objetos ausentes através da representação mental, relacionando objeto real, signo e significado. Concordam, igualmente, que, para que se instale a função simbólica, será necessária a reatualização das experiências iniciais, que vão culminar nos esquemas sensório-motores ou na inteligência das situações, através de uma assimilação e acomodação dupla ou da sublimação da intuição espacial no nível representacional. Para ambos, há diferenças estruturais entre uma a inteligência prática e a inteligência representacional, mas há integração e preparação funcional. Diversos fatores explicam as discordâncias entre Piaget e Wallon ao longo de quase quatro décadas: objetivos, horizontes teóricos e objetos de interesse diversos em cada autor, problemas lingüísticos, etc. De modo especial, assinalamos que os programas de investigação protagonizados por cada autor eram diferenciados. O programa de pesquisa de Piaget visava a compreensão dos processos que permitem a construção progressiva do conhecimento no sujeito epistêmico, enquanto Wallon pretendia focalizar especialmente o sujeito psicológico em sua totalidade emocional e cognitiva. Em conseqüência, permanecerá o fato de Piaget e Wallon possuírem concepções diversas frente à representação. No primeiro ela é um aspecto do ato de conhecimento dirigindose, especialmente, para objetos do conhecimento e sendo instrumento desse processo cognitivo. No segundo é entendida como um elemento na interação com o outro, elemento carregado de emoção, visando mobilizar e aproximar-se do outro com fins de produzir um eu diferenciado e autônomo: a pessoa. A investigação do debate sobre a controvérsia da formação do pensamento simbólico serviu-nos de instrumento para um maior conhecimento das trajetórias singulares destes dois autores, esclarecendo um importante momento da história da Psicologia ainda pouco investigado. Acreditamos que tais conhecimentos possam nos ser úteis para entender suas idéias em outros campos e noutros contextos, como a Epistemologia e a Educação.
http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/FAEC-85RPME

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Offline Adriano

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #38 Online: 05 de Outubro de 2011, 02:13:27 »
Gosto da teoria de Vygotsky sobre a educação. Estou estudando um modelo pedagógico que alinha Vygotsky, Ausubel, Carl Rogers e Paulo Freire.

É a teoria Interacionsta de uma aprendizagem significativa.

Se for intessante para o debate eu contribuo com minhas impressões.


Com certeza é interessante para o debate, pois além do tópico estar centrado em Vygotsky, e novamente, o forista Feyman também comentou sobre a aprendizagem significativa de Ausubel:

... me considero mais um construtivista nos termos de Ausubel, Novak e Gowin, que focam o processo um pouco mais na relação do sujeito com o saber, na ideia de aprendizagem significativa e sentimento de significância.
« Última modificação: 05 de Outubro de 2011, 03:01:33 por Adriano »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #39 Online: 23 de Outubro de 2011, 01:34:12 »
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Interatividade educativa : uma visão pedagogica

Resumo: A tese trata do conceito de Interatividade Educativa sob a fundamentação dada na intersecção do conceito de facilitação pedagógica da Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel e interação/mediação proposta por Lev Vygotski, em sua Teoria Sócio-Histórica. A pesquisa, realizada numa abordagem sistêmico-relacional, tratou da influência do conceito de Interatividade Educativa quando do planejamento, elaboração e emprego de conteúdos educativos em meios digitais de ensino e aprendizagem. Como objetivo principal buscou-se definir interatividade educativa quando a oferta de conteúdos curriculares se der em mídia digital e submeter o modelo a uma ação pedagógica intentando validá-lo. Tem como objetivos intermediários: 1) Analisar a literatura sobre interatividade, nos campos da Computação, Comunicação e Pedagogia; 2) Definir conceitualmente interatividade educativa na ação pedagógica realizada em meio digital; 3) Refletir sobre o emprego de meios digitais e sobre o papel do professor a partir da concepção de interatividade educativa; 4) Confrontar o modelo proposto com a realidade escolar buscando pontos fortes e fracos capazes de validá-lo ou não. Os métodos utilizados foram a pesquisa teórica de cunho bibliográfico, por meio de um exaustivo processo de análise, reflexão, crítica e síntese, associado a uma pesquisa-ação que aplica a definição proposta em uma situação pedagógica. Os resultados obtidos até o momento, por meio da análise da matriz SWOT realizada pelos participantes da pesquisa-ação, determinam qualitativamente a validade do modelo ao indicar pontos fortes coincidentes com sua finalidade, destacando entre outros: Capacidade pedagógica; Processo avaliativo; e Adequação ao dispositivo pedagógico de formação.

http://cutter.unicamp.br/document/?code=000436196
 
Agora juntando Vygotski com a facilitação pedagógica da teoria da aprendizagem significativa  :ok:
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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #40 Online: 24 de Outubro de 2011, 11:24:32 »
N
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Interatividade educativa : uma visão pedagogica

Resumo: A tese trata do conceito de Interatividade Educativa sob a fundamentação dada na intersecção do conceito de facilitação pedagógica da Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel e interação/mediação proposta por Lev Vygotski, em sua Teoria Sócio-Histórica. A pesquisa, realizada numa abordagem sistêmico-relacional, tratou da influência do conceito de Interatividade Educativa quando do planejamento, elaboração e emprego de conteúdos educativos em meios digitais de ensino e aprendizagem. Como objetivo principal buscou-se definir interatividade educativa quando a oferta de conteúdos curriculares se der em mídia digital e submeter o modelo a uma ação pedagógica intentando validá-lo. Tem como objetivos intermediários: 1) Analisar a literatura sobre interatividade, nos campos da Computação, Comunicação e Pedagogia; 2) Definir conceitualmente interatividade educativa na ação pedagógica realizada em meio digital; 3) Refletir sobre o emprego de meios digitais e sobre o papel do professor a partir da concepção de interatividade educativa; 4) Confrontar o modelo proposto com a realidade escolar buscando pontos fortes e fracos capazes de validá-lo ou não. Os métodos utilizados foram a pesquisa teórica de cunho bibliográfico, por meio de um exaustivo processo de análise, reflexão, crítica e síntese, associado a uma pesquisa-ação que aplica a definição proposta em uma situação pedagógica. Os resultados obtidos até o momento, por meio da análise da matriz SWOT realizada pelos participantes da pesquisa-ação, determinam qualitativamente a validade do modelo ao indicar pontos fortes coincidentes com sua finalidade, destacando entre outros: Capacidade pedagógica; Processo avaliativo; e Adequação ao dispositivo pedagógico de formação.

http://cutter.unicamp.br/document/?code=000436196
 
Agora juntando Vygotski com a facilitação pedagógica da teoria da aprendizagem significativa  :ok:

Não considero que artigos da USP ou UNICAMP como fontes de referências confiáveis, pela contaminação ideológica nestas universidades. Gostaria de saber se tem outro país no mundo que aplica esta ideologia pedagógica para as crianças?
China com certeza não.

Offline Adriano

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #41 Online: 24 de Outubro de 2011, 11:47:53 »
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Interatividade educativa : uma visão pedagogica
http://cutter.unicamp.br/document/?code=000436196
 
Agora juntando Vygotski com a facilitação pedagógica da teoria da aprendizagem significativa  :ok:

Não considero que artigos da USP ou UNICAMP como fontes de referências confiáveis, pela contaminação ideológica nestas universidades. Gostaria de saber se tem outro país no mundo que aplica esta ideologia pedagógica para as crianças?
China com certeza não.
O autor desta tese, que tem um currículo invejável na área pedagógica militar, conciliando uma formação computacional com a educacional. Na introdução ele descreve a sua trajetória profissional e a relação com a pesquisa. Qual é a contaminação ideológica, que você considera em específico deste trabalho? Para não ficar nessa crítica vaga e genérica sobre as duas maiores instituições de ensino de nível superior do país. E no mundo a USP está em 87º lugar e a Unicamp em 159º.
« Última modificação: 24 de Outubro de 2011, 12:11:07 por Adriano »
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Offline Feynman

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #42 Online: 24 de Outubro de 2011, 12:10:22 »
Não considero que artigos da USP ou UNICAMP como fontes de referências confiáveis...

Bem, não há garantias em parte alguma. Mas atribuir a estas instituições, de um modo geral, uma desconfiança deste tipo, já é um pouco de exagero, não? Se estas universidades não são fonte confiável (na verdade não são mesmo, pois que autores o são ou deixam de ser), então estamos com tudo balangando, e tudo é festa.
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Offline Zeichner

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #43 Online: 24 de Outubro de 2011, 12:21:57 »
O que existe nestas instituições é dizerem que são grandes. Na verdade, são os grandes formadores das politicas educacionais no Brasil, e considerando o péssimo nível de ensino alcançado no Brasil, isto que me diz que não são fontes confiáveis.

Porque eles não pegam uma escola e agem absolutamente do jeito que dizem ser o certo e depois mostram os resultados no ENEM?

O que quero dizer é que existe muita masturbação intelectual e ideológica nestas Universidades, mas resultados práticos zero ou próximo de zero.

Quais são as boas escolas? Porque o são?

Não adianta ficarem tentando provar que escola boa é o que um russo, a mais de 100 anos, disse que deveria ser. Quero provas, e isto não dão.

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #44 Online: 24 de Outubro de 2011, 12:26:53 »
Desculpem a minha ignorância (e não se trata de um clichê retórico, realmente reconheço que sou bastante leigo nessa área) mas andei olhando na rede sobre conceitos como aprendizagem significativa e, a meu ver, trata-se de algo tão óbvio que me surpreendo pela quantidade de palavras rebuscadas que são usadas para lhe definir.

"As pessoas aprendem melhor se relacionarem o que lhes é ensinado com algum conhecimento prévio que já possuem". Bem, duuh. Ou melhor: isso é intuitivamente óbvio. Por outro lado, acredito que existem nuances e sutilezas acerca desse conceito que me escapam. Gostaria que alguem que realmente entenda me desse uma ajuda.
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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #45 Online: 24 de Outubro de 2011, 12:35:35 »
O que existe nestas instituições é dizerem que são grandes. Na verdade, são os grandes formadores das politicas educacionais no Brasil, e considerando o péssimo nível de ensino alcançado no Brasil, isto que me diz que não são fontes confiáveis.
Até mesmo nos Estados Unidos existe uma grande diferença entre o ensino superior, que atendo o mundo todo, e os outros níveis. As universidades fazem parte da política científica dos estados.

Porque eles não pegam uma escola e agem absolutamente do jeito que dizem ser o certo e depois mostram os resultados no ENEM?

O que quero dizer é que existe muita masturbação intelectual e ideológica nestas Universidades, mas resultados práticos zero ou próximo de zero.
A política educacional não funciona assim. Mas temos bons exemplos, como a especialista em altas habilidades que tem grande militância na área educacional. O caso da teoria de Vygotsky é mais voltado para o outro espectro, onde tem maior aplicabilidade, que são os que tem dificuldade de aprendizagem devido a deficiências físicas ou mentais.

Quais são as boas escolas? Porque o são?
Eu sou sincero para dizer que gostei da minha formação na escola pública. Mas além da escola existe a diferenciação dos alunos, entre os superdotados e sobredotados, que necessitam de medidas educacionais especiais.

Não adianta ficarem tentando provar que escola boa é o que um russo, a mais de 100 anos, disse que deveria ser. Quero provas, e isto não dão.
E você acha mesmo que é só teoria? Esta escola de sucesso é o grande exemplo prático e no qual se debruça todos os estudos mais sérios, como esta tese, que mostra como na prática esta proposta educacional foi muito além de Zagorsk.

Edit.: Complementei a resposta.
« Última modificação: 24 de Outubro de 2011, 12:46:36 por Adriano »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #46 Online: 24 de Outubro de 2011, 12:36:27 »
Desculpem a minha ignorância (e não se trata de um clichê retórico, realmente reconheço que sou bastante leigo nessa área) mas andei olhando na rede sobre conceitos como aprendizagem significativa e, a meu ver, trata-se de algo tão óbvio que me surpreendo pela quantidade de palavras rebuscadas que são usadas para lhe definir.

"As pessoas aprendem melhor se relacionarem o que lhes é ensinado com algum conhecimento prévio que já possuem". Bem, duuh. Ou melhor: isso é intuitivamente óbvio. Por outro lado, acredito que existem nuances e sutilezas acerca desse conceito que me escapam. Gostaria que alguem que realmente entenda me desse uma ajuda.

É isso mesmo. Existe muitas palavras rebuscadas e tecnolóides psedo-científicas para falar o óbvio na educação. Na maioria dos casos, os livros que saem hoje sobre educação são propagandas ideológicas marxistas e não pedagogia.

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #47 Online: 24 de Outubro de 2011, 12:43:41 »
O que existe nestas instituições é dizerem que são grandes. Na verdade, são os grandes formadores das politicas educacionais no Brasil, e considerando o péssimo nível de ensino alcançado no Brasil, isto que me diz que não são fontes confiáveis.

Porque eles não pegam uma escola e agem absolutamente do jeito que dizem ser o certo e depois mostram os resultados no ENEM?

O que quero dizer é que existe muita masturbação intelectual e ideológica nestas Universidades, mas resultados práticos zero ou próximo de zero.

Quais são as boas escolas? Porque o são?

Não adianta ficarem tentando provar que escola boa é o que um russo, a mais de 100 anos, disse que deveria ser. Quero provas, e isto não dão.
E você acha mesmo que é só teoria? Esta escola de sucesso é o grande exemplo prático e no qual se debruça todos os estudos mais sérios, como esta tese, que mostra como na prática esta proposta educacional foi muito além de Zagorsk.

Dei uma leitura dinâmica no artigo. Só fala que marx disse isso, Vygotsky disse aquilo, que são os fodões, etc e tal. Nada de aplicação prática. Não vale a experiência de Vygostsky, porque ele é parte do processo e tenta provar sua teoria, logo, não dá para quantificar o que foi realmente conquista e o que ele queria que fosse, para justificar sua ideologia. Seria necessário um teste duplo cego para resolver a questão... mas estas coisas científicas não entram na educação pós-moderna, onde tudo é relativo. Assim, se Vygostsky disse, é prova definitiva.

Isso para mim justamente coloca mais sobre suspeição do que prova alguma coisa.

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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #48 Online: 24 de Outubro de 2011, 12:57:44 »
E você acha mesmo que é só teoria? Esta escola de sucesso é o grande exemplo prático e no qual se debruça todos os estudos mais sérios, como esta tese, que mostra como na prática esta proposta educacional foi muito além de Zagorsk.

Dei uma leitura dinâmica no artigo. Só fala que marx disse isso, Vygotsky disse aquilo, que são os fodões, etc e tal. Nada de aplicação prática. Não vale a experiência de Vygostsky, porque ele é parte do processo e tenta provar sua teoria, logo, não dá para quantificar o que foi realmente conquista e o que ele queria que fosse, para justificar sua ideologia. Seria necessário um teste duplo cego para resolver a questão... mas estas coisas científicas não entram na educação pós-moderna, onde tudo é relativo. Assim, se Vygostsky disse, é prova definitiva.

Isso para mim justamente coloca mais sobre suspeição do que prova alguma coisa.
Esta outra tese, que aborda a pedagogia marxista, mas sem mencionar Vygotsky, faz um grande contraponte entre pós-modernismo e o marxismo. Mas com relação a esta palavra de ordem rebuscada (pós-modernismo) que gostam de atribuir a tudo aquilo que discorda da sua própria subjetividade, gosto também da teoria laturiana, de que jamais fomos modernos. O autor é referência na ciência da informação, tanto no Brasil quanto no exterior.
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Re:L.S. Vygotsky: Psicologia e Pedagogia
« Resposta #49 Online: 24 de Outubro de 2011, 13:09:51 »
E você acha mesmo que é só teoria? Esta escola de sucesso é o grande exemplo prático e no qual se debruça todos os estudos mais sérios, como esta tese, que mostra como na prática esta proposta educacional foi muito além de Zagorsk.

Dei uma leitura dinâmica no artigo. Só fala que marx disse isso, Vygotsky disse aquilo, que são os fodões, etc e tal. Nada de aplicação prática. Não vale a experiência de Vygostsky, porque ele é parte do processo e tenta provar sua teoria, logo, não dá para quantificar o que foi realmente conquista e o que ele queria que fosse, para justificar sua ideologia. Seria necessário um teste duplo cego para resolver a questão... mas estas coisas científicas não entram na educação pós-moderna, onde tudo é relativo. Assim, se Vygostsky disse, é prova definitiva.

Isso para mim justamente coloca mais sobre suspeição do que prova alguma coisa.
Esta outra tese, que aborda a pedagogia marxista, mas sem mencionar Vygotsky, faz um grande contraponte entre pós-modernismo e o marxismo. Mas com relação a esta palavra de ordem rebuscada (pós-modernismo) que gostam de atribuir a tudo aquilo que discorda da sua própria subjetividade, gosto também da teoria laturiana, de que jamais fomos modernos. O autor é referência na ciência da informação, tanto no Brasil quanto no exterior.


Isso que é legal. Não existiram comunistas de verdade, não aplicaram as teorias de vygotsky de verdade e nem ao menos fomos modernos de verdade. Ah... Não eram escoceses de verdade.

Parece falácia, cheira a falácia, age como falácia...

 

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