Eu, particularmente, gostei muito das exposições do lusitano
E não acho muito maduro a instauração de uma ormertà ao se deparar com uma argumentação, explicitamente, heterogênea.
Compartilho com o lusitano este misticismo, que interpreto em termos, estritamente, literários.
E creio ser esta a visão proposta por ele, embora com uma conceitualização diferente
Sou mistica no que se refere a inteligibilidade do homem perante a natureza, ao papel das palavras, e a sensibilidade intuitiva que deve, necessariamente, acompanhar a razão quando tratamos da Arte e do Sentimento.
Sem este misticismo a poesia é enviável, como o é a música e toda a lira.
Os gregos arcaicos já sabiam disso, e Nietzsche tem uma frase lapidar, que creio dispensar citação neste forum.
Não iremos aqui confundir ateismo com ceticismo cientifico, sequer mesmo com ceticismo
ora, sistemas religiosos como o Budismo ou o jamanismo são, a modo estrito, ateus
e o ceticismo empirico, ou mesmo o racional, nada tem a ver com outras faculdades do juízo
E quem irá sustentar um ceticismo radical, a maneira de Hume, com sinceridade? é algo pragmaticamente impossível.
ora, talvez seja o próprio Nietzsche um dos maiores misticos da modernidade, ao elaborar metáforas e compreender as limitações da linguagem
é este misticismo que torna livros biblicos, como o Eclesiastes ou o livro de Jô, universais e detentores de uma potência estética dificilmente igualada, dirá suplantada.
ou uma literatura completamente religiosa, como a Comedia dantesca ou Paraíso perdido, livros detentores de uma sabedoria perene e impossibilitados de sofrerem uma exegese completa.